Saints & Storms escrita por BellaNTV


Capítulo 10
Capítulo 8 - Masochistic Lion


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!!
To muito feliz de anunciar que chegamos as 1.000 visualizações!
Gostaria de agradecer a cada um de vocês, mas como não dá, vou agradecer a Laurea Almeida que deu o primeiro "favorito" na história! Obrigada Laurea ;)
E eu também quero agradecer as 22 tortinhas de amora que marcaram o botãozinho de acompanhar história!
Mas, sem mais delongas, vamos para o capítulo de hoje :)



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A chuva batia no vidro e eu observava todas as gotas escorrendo em uma lentidão terrível. Estava sentado em meu piano ponderando enquanto aguardavamos Carlisle chegar em casa. Parte dos humanos deveria estar dormindo agora ou pelo menos indo dormir e tudo que eu queria era correr para a casa de Bella e vê-la dormir novamente. Ou melhor, Freya.

Eu me sentia preso nas ponderações de novas possibilidades. Era tudo muito novo e ao mesmo tempo nostálgico, eu poderia corrigir todas as ações das quais eu me arrependia e eu me perguntava se era o maior dos milagres ou se era algum tipo de brincadeira de mal gosto.

Tantas coisas eram diferentes e tantas eram iguais. Seu rosto perfeito em forma de coração, seu cabelo mogno, as bochechas coradas, o jeito como seu coração perdia as batidas de forma preocupante, seus pensamentos silenciosos e... seu cheiro. Era como eu me lembrava, porém acreditava ainda que a realidade não fazia jus as memórias que eu guardava de Bella. As coisas diferentes pareciam encantadoras, como se fosse um convite para eu conhecer sua nova versão.

Ela se vestia de forma diferente, o que encantava Alice, ela dessa vez poderia ser sua boneca e ela tinha mais coordenação motora, o que me aliviava muito, ficava feliz de saber que ela não tropeçaria com facilidade e se machucaria, mas apesar disso, ela ainda parecia atrair o perigo, pois seu cheiro ainda enchia minha boca de veneno.

O monstro interior com o qual eu convivia parecia ainda bem controlado, como se a felicidade exultante de encontrá-la novamente fosse o suficiente para deixa-lo adormecido. Apesar disso sentia que ainda deveria ser extremamente cuidadoso com ela e com sua vida frágil.

Eu queria saber mais sobre ela, como eram seus pais nessa vida? Eram como Renee e Charlie? Eram diferentes? E seu gosto musical? Ela ainda gostava das clássicas? Eu sabia que ela era uma leitora como antes, dado os livros que percebi dentro de sua mochila, mas será que ela ainda gostava de Morro dos Ventos Uivantes? Tooth and Claw?

Esse novo mundo se abria na minha frente me deixando nas nuvens e no momento estava aguardando Carlisle para conversarmos sobre a possibilidade de reencarnação. Ele já havia visto algo do tipo? Esme parecia curiosa sobre meu bom humor repentino, mas se absteve de perguntar, enquanto meus irmãos mantinham silêncio sobre. E por incrível que pareça, por mais que Alice estivesse em êxtase de ter sua amiga de volta, Jasper era o mais feliz. Feliz tanto por absorver a atmosfera leve e radiante que estávamos emitindo, quanto mais leve de saber que ele não havia dado o ponto final entre eu e Bella.

Por mais que tivesse parado de pensar sobre, Jasper nunca havia se perdoado pelo acontecimento no aniversário de Bella. Ele pensava constantemente sobre como queria ter tido mais controle. No entanto, esta dor lhe ajudou em muito em seu auto controle. E ele parecia pronto para ser amigo dela dessa vez. E isso me causava certa ansiedade.

Ouvi o motor do carro desviando da rodovia e entrando na pequena estrada que levava até nossa casa atual, mais uma das obras arquitetônicas de Esme. Em poucos minutos, Carlisle estava na sala cumprimentando sua companheira.

— Carlisle – Disse me movendo rápida e suavemente para perto.

— Filho, tudo certo? – "O que está acontecendo?" Eu compreendia sua confusão preocupada, afinal faziam anos que eu não aparecia tão facilmente pra conversas amenas.

— Tudo sim, eu só gostaria de conversar com você sobre uma coisa curiosa que aconteceu hoje. – Observei sua expressão passear entre surpresa, felicidade, curiosidade, as nuances eram provavelmente imperceptíveis para humanos, mas nossa maldição nos permitia encontrar as mudanças com facilidade.

"Claro, vamos para minha sala..."

— Mãe, você pode vir também – Esme que já estava se distraindo com um vaso sorriu e nos acompanhou para o andar de baixo.

A sala de Carlisle era mais do de sempre. Simbolos protestantes, quadros caros e antigos, um deles sendo os Volturi, e muitos livros dos mais variados assuntos, se concentrando em medicina e suas variações. Carlisle teve muito tempo para se aprimorar nas mais diversas áreas, de psicologia a cardiologia, e mesmo assim, sempre algo novo surgia e com as novidades, mais livros e artigos eram adicionados a sua vasta coleção (e eventualmente iam parar em bibliotecas de faculdades comunitárias).

Carlisle se sentou em sua cadeira e fez um gesto leve para que eu me sentasse a sua frente, Esme se posicionou na poltrona ao lado. Eram apenas costumes que criamos convivendo com humanos pois poderíamos ficar de pé para o resto da eternidade sem nos cansarmos ou sentir dores.

— Bem, hoje logo que chegamos, um grupo de meninas veio conversar conosco, o de sempre, a menina mais indiscreta apareceu e então uma garota mais gentil e irritada apareceu para interromper seu interrogatório – Minha mandíbula travou automaticamente ao lembrar que a garota pela qual eu tive tanta simpatia mais cedo tinha tantos pensamentos inadequados com a mulher da minha existência – E então, essa menina. Ela se chama Freya Ward – Percebi que Esme pareceu animada.

— Você vê ela como um problema para nós? Algo aconteceu? – Carlisle foi para seu lado mais analítico. Se Esme não estivesse presente, provavelmente toda a conversa se desenvolveria em pensamentos, mas o caso pedia que os dois estivessem informados. Carlisle em nome da ciência e Esme em nome de suas emoções.

— Não sei... – Respondi com sinceridade, se ela for tão inteligente e corajosa como minha Bella, talvez – Mas a coisa é que... – Levantei frustrado e puxei meu cabelo, a coisa parecia mais estranha a cada minuto e eu me sentia apavorado de estar errado, de ser uma coincidência horrível – Carlisle, ela é simplesmente idêntica a Bella. Idêntica, seus olhos, seu cabelo, o cheiro, sua mente silenciosa. Tudo! – Carlisle se manteve analítico e distante enquanto eu soltava mais alguns impropérios contra Deus e suas brincadeiras mórbidas.

Eu estava feliz, estava grato de ter ela novamente, eu me sentia abençoado, mas ainda sim... Enquanto isso, Esme parecia estar esperando o sinal verde para soltar fogos de artificio e fazer um almoço para conhecer Bella novamente.

— Isso é sem dúvidas fascinante, já ouvi falar de alguns casos de possíveis reencarnações, crianças que lembram de suas vidas passadas até os 3 anos, mas isso, é um outro nível... Edward, acredito que se estivéssemos tratando somente de aparência, poderíamos acreditar que foi só um sorteio genético, mas temos o fator do cheiro dela que lhe é tão atraente e dos pensamentos. Me preocupa se você estiver pensando em...

— Não vou fugir – Disse antes que ele concluísse seu pensamento.

— Certo, agradeço por isso – Ele disse sincero – E Edward, precisamos ter certeza de que é esse o caso mesmo, não devemos fantasiar. Lembre-se que mesmo se for Bella, é uma outra menina com outra criação, outra vida. Não jogue todas as suas expectativas em Freya, deixe que ela descubra ou não em seu próprio tempo, assim como permitimos que Bella o fizesse, o que foi rápido. Enquanto isso eu vou procurar saber mais sobre a arvore genealógica dela, se ela tem alguma ligação com os Swan.

E era isso. Carlisle estava certo novamente.

"Ah meu querido" Esme se fez presente com um rápido movimento para perto de mim. Ela me embalou em seu abraço materno e seu choro emocionado sem lágrimas

— Estou tão feliz que você encontrou seu amor novamente. – Esme parecia prestes a explodir de felicidade, todos os seus pensamentos se direcionavam com devoção a imagem apagada da menina tímida com rosto corado de coração e olhos de chocolate que entrou na sala dela em Forks, todos os momentos que ela recordou minha felicidade e percebeu minha ausência em casa com certa satisfação pois eu estava ausente por um bem maior.

Esme era a transcrição em terra do amor materno, seu momento emocionado parecia quase sagrado e eu me sentia deslocado nele, indigno, como se fosse um monstro eu iria tocar novamente em um anjo imaculado e transformaria sua doce vida em agonizante inferno. Eu era um vândalo pecador dentro da Capela Sistina.

A ansiedade então começou a crescer e dominar meus sentimentos.

— Eu tomarei os cuidados necessários, mas agora eu preciso fazer algo importante – Me desvencilhei do abraço de Esme com cuidado.

— Está indo vê-la dormir, não está? – Ela disse sorrindo.

— Estou.

Com isso, rapidamente fui ao meu quarto e troquei de roupa, não queria perder um minuto de seu sono, portanto ficaria lhe vigiando até o minuto que estivesse acordando. E eu corri. Corri procurando seu cheiro. Corri como na visão anterior de Alice, como criança até a amável casa azulada. Escalei pela lateral em silêncio, procurando o quarto de Freya, com felicidade notei rapidamente que era o que tinha a janela aberta.

Dentro da casa, mais um coração batia e os pensamentos em sonhos confusos com brownies monstruosos e navios tombando me revelaram que se tratava da tia de Freya. Me perguntava onde seus pais estariam.

Não me sentia o mais honrado ou ético dos homens ao adentrar o quarto dela sem permissão, mas sabia que um dia ela entenderia.

E lá estava ela, meu anjo. E esse anjo parecia agitado, com seus cabelos de pontas úmidas por toda parte e seu pijama de bolinhas. Ela se revirou na cama mais uma vez, corada e pareceu ensaiar algo, seu coração pareceu responder algo e fiquei em alerta para um possível despertar, me escondendo em um canto escuro e constatando com felicidade, que era somente um sonho.

— Que cordeiro idiota – Ela sussurrou em seu sono. Ouvir a frase me emocionou e revirou meu coração morto. Eu sabia, era ela.

Me sentei na cadeira de seu computador, observando a distância sua imagem angelical. Eu estava totalmente perdido.

— Que leão doente e masoquista – Sussurrei de volta, com um leve sorriso nos lábios e me permitindo suspirar, com um peso esvaindo do meu peito.

Eu estava completo novamente.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi um daqueles que escrevi antes de midnight sun e eu confesso, agora não me sinto tão feliz assim com o Edward que eu desenvolvi, mas mesmo assim eu gosto de imaginar que esse Edward é mais otimista. Mas a Esme tá perfeita, eu amo ver ela com essa visão doce.
Mas é claro, quem tem que gostar de verdade são vocês, então deixem ai nos comentários as opiniões :)
Se quiserem mandar algo no twitter, é @hydrateduda
Bjkas e torta de amora!



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