Ela era pedras de dominó enfileiradas. Demorava horas, dias para montar sua frágil estrutura. Porém, bastava um sopro para o espetáculo do cair uma a uma por cima das outras, em sequência hipnotizante.

Dentro da casa todas as peças eram perdidas.  Os vãos eram esconderijos. Janelas gradeadas, portas trancadas. Sumiam no labirinto de corredores.

Ela não seria encontrada. Seria esquecida. Tornou-se deslembranças. As pétalas caiam imperceptivelmente.

O desconhecido sempre lhe pareceu uma benção. Se desvanecer no grande nada, cercada de silêncio. Suspensa na afasia, distante de toda realidade, sem a menor pretensão de ser mais do que é.