Ninguém está em casa escrita por LailaA
Todos os seus sentimentos estavam colados como papéis de parede. Ela decorou cada canto, organizou o espaço, criou padrões, harmonizou as cores. Deixava tudo impecável para as visitas. Sempre limpava a sujeira, aspirava o pó, ajeitava os pequenos enfeites. Mantinha o apreço.
Seu interior ficava belo sob a luz do sol. Mas quando vinha a tempestade... Subitamente crescia a inundação, as paredes sofriam infiltração, as estruturas eram abaladas, a mobília encharcava.
No mais profundo e iníquo sentimento que assombrava sua casa, ela arrancava toda aquela decoração de marcas, memórias e traumas.
Mais uma vez só restavam rebocos despedaçados e irreconhecíveis.
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