Flores escrita por Miss A


Capítulo 2
Cacto venenoso




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— Ei, é seguro me aproximar agora? – Brinquei quando encontrei James me esperando fora do castelo.

Ele me devolveu um sorriso debochado.

— Acho que não. Ainda pode ser perigoso. Para você.

— Eu quero deixar claro que não foi minha culpa.

— Quem teve contato com a planta mágica?

— Eu, mas...

— Culpada.

— A culpa é da flor.

James ergueu uma sobrancelha.

— Ok, a culpa não é dela. Mas, veja pelo lado positivo, se não tivesse sido com você, teria sido com todos os alunos do salão de jantar.

— Eu não me importaria.

— Eu teria. Obrigada por ter ido me procurar ontem.

Ele demorou um pouco, mas acabou sorrindo.

— Você está me devendo uma.

— De acordo.

— E você está atrasada.

— Duas plantas estavam brigando, precisei intervir.

— Brigando?

— Nunca queria ver um visgo-do-diabo tentando estrangular uma sanícula.

Ele franziu o cenho.

— Por que você tem um visgo-do-diabo?

— Tenho coisas que precisam ser protegidas.

— Não gosto delas.

— Deve ser porque você é culpado. Se você permanecer tranquilo enquanto ele te agarra, a planta vai saber que não tem perigo algum.

— Super fácil ficar calmo quando uma planta te aperta até a morte.

Revirei os olhos, mas acabei sorrindo.

— Lily já foi? – Perguntei, enquanto começávamos a caminhar.

— Saiu faz tempo com as amigas – Ele crispou o nariz.

— Por que essa cara?

— Garotas do quinto ano.

— O que tem elas?

— Elas são... Animadas demais.

Ergui a sobrancelha.

— Acho que você está se tornando um velho.

— Impossível.

— Admitir o problema é o primeiro passo, James.

— Primeiro passo para o que?

— Para poções de embelezamento.

— Eu não preciso disso.

— Tem certeza? Isso aqui é uma ruga? – Ele afastou o meu dedo antes que eu tocasse o seu rosto.

— Não estou velho.

— Está sim. Logo vai estar falando sobre casamento e previdência.

Ele revirou os olhos.

Eu sorri.

— Eu estou brincando. Eu sei que você será um velho solitário com vários gatos e corujas.

— Você está certa.

— Eu sempre estou.

— Só esqueceu de mencionar a parte que você vai ser minha vizinha louca que fala sozinha com plantas e tem uma casa que parece um bosque.

— E vamos nos encontrar todas as tardes para tomar chá.

— Eu acho que vou preferir algo mais forte já que você vai ser minha vizinha.

— Eu vou ser a única coisa que vai te salvar da loucura.

— Ou a principal que vai me levar a ela.

— Palhaço.

 

 

Parecia que todos os alunos tinham tido a mesma ideia de ir em Hogsmeade naquele dia.

O que, eu, particularmente, achava algo terrível.

— Podemos ir até a sra. Goshawk primeiro?

— Claro.

— Você precisa passar em algum lugar especifico?

— Só renovar o meu estoque de doces.

— Oh, eu também! Nós podemos ir ao Caldeirão Furado depois...

Passei pela porta da loja e um aroma de floresta me atingiu.

— Srta. Weasley! Espero que não tenha ousado a aparecer aqui de mãos vazias.

Sra. Goshawk era uma bruxa de 60 anos que tinha sido da Sonserina no tempo de Hogwarts. Gênio forte, humor ácido e um negócio próspero.

— Eu ousaria, se estivesse tão deprimida que meu único anseio fosse pela morte.

O canto do seu lábio repuxou minimamente e isto era o que podíamos chamar de sorriso.

Virei-me para as sementes etiquetadas no balcão.

— Você trouxe companhia.

— James Potter, sra. – James estendeu a mão. Sra. Goshawk o ignorou.

— Eu sei quem você é – Ela virou-se para mim – Seu namorado?

— Ele queria ser, mas não sei, o que a sra. acha?

— Muito alto.

James pigarreou, constrangido. Lancei um sorriso para ele.

— Isso são sementes de aliquente mesmo?

— Pensei que você soubesse ler.

— E estão aqui expostas dessa maneira?

Suas folhas causavam histeria em quem as tocassem.

— São só as sementes.

— Crianças podem pegá-las.

— E daí?

Revirei os olhos.

— Você tem excremento de unicórnio?

— Você tem o que me prometeu?

Tirei da minha mochila um vidrinho.

— Aqui.

— Muito bem, querida.

Querida. Bufei.

— Você deve estar de bom humor.

— Não exagere – Ela se virou para os armários e tirou de lá um saco razoavelmente grande.

Eu podia sentir meus olhos se iluminarem.

— Tudo isso?

— Se você não quiser, eu posso ficar com ele.

Peguei-o de sua mão e guardei na mochila antes que ela mudasse de ideia.

Dei uma olhada para o cacto venenoso perto do balcão. Era lindo.

O bichinho de estimação da sra. Goshawk.

Ela se recusava a vendê-lo.

— Fique longe.

— Se você morrer posso ficar com ele?

Ela estralou a língua.  

— Saia da minha loja, garota.

— Vamos, James, vamos comprar doces.

Ele me seguiu.

— Tchau, sra. Goshawk – Ele gritou sob o ombro.

Ouvi-a resmungar.

— Você é muito educado – Falei depois que saimos da loja.

— Você fala como se fosse um defeito.

Sorri.

— É um pouco.

— Acho que devo te ignorar já que você possui zero habilidades sociais.

Não discordei. Socializar não era muito a minha praia.

Eu preferia plantas.

Talvez a única exceção para isso fosse James.

 

 


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