Flores escrita por Miss A
— Ei, é seguro me aproximar agora? – Brinquei quando encontrei James me esperando fora do castelo.
Ele me devolveu um sorriso debochado.
— Acho que não. Ainda pode ser perigoso. Para você.
— Eu quero deixar claro que não foi minha culpa.
— Quem teve contato com a planta mágica?
— Eu, mas...
— Culpada.
— A culpa é da flor.
James ergueu uma sobrancelha.
— Ok, a culpa não é dela. Mas, veja pelo lado positivo, se não tivesse sido com você, teria sido com todos os alunos do salão de jantar.
— Eu não me importaria.
— Eu teria. Obrigada por ter ido me procurar ontem.
Ele demorou um pouco, mas acabou sorrindo.
— Você está me devendo uma.
— De acordo.
— E você está atrasada.
— Duas plantas estavam brigando, precisei intervir.
— Brigando?
— Nunca queria ver um visgo-do-diabo tentando estrangular uma sanícula.
Ele franziu o cenho.
— Por que você tem um visgo-do-diabo?
— Tenho coisas que precisam ser protegidas.
— Não gosto delas.
— Deve ser porque você é culpado. Se você permanecer tranquilo enquanto ele te agarra, a planta vai saber que não tem perigo algum.
— Super fácil ficar calmo quando uma planta te aperta até a morte.
Revirei os olhos, mas acabei sorrindo.
— Lily já foi? – Perguntei, enquanto começávamos a caminhar.
— Saiu faz tempo com as amigas – Ele crispou o nariz.
— Por que essa cara?
— Garotas do quinto ano.
— O que tem elas?
— Elas são... Animadas demais.
Ergui a sobrancelha.
— Acho que você está se tornando um velho.
— Impossível.
— Admitir o problema é o primeiro passo, James.
— Primeiro passo para o que?
— Para poções de embelezamento.
— Eu não preciso disso.
— Tem certeza? Isso aqui é uma ruga? – Ele afastou o meu dedo antes que eu tocasse o seu rosto.
— Não estou velho.
— Está sim. Logo vai estar falando sobre casamento e previdência.
Ele revirou os olhos.
Eu sorri.
— Eu estou brincando. Eu sei que você será um velho solitário com vários gatos e corujas.
— Você está certa.
— Eu sempre estou.
— Só esqueceu de mencionar a parte que você vai ser minha vizinha louca que fala sozinha com plantas e tem uma casa que parece um bosque.
— E vamos nos encontrar todas as tardes para tomar chá.
— Eu acho que vou preferir algo mais forte já que você vai ser minha vizinha.
— Eu vou ser a única coisa que vai te salvar da loucura.
— Ou a principal que vai me levar a ela.
— Palhaço.
Parecia que todos os alunos tinham tido a mesma ideia de ir em Hogsmeade naquele dia.
O que, eu, particularmente, achava algo terrível.
— Podemos ir até a sra. Goshawk primeiro?
— Claro.
— Você precisa passar em algum lugar especifico?
— Só renovar o meu estoque de doces.
— Oh, eu também! Nós podemos ir ao Caldeirão Furado depois...
Passei pela porta da loja e um aroma de floresta me atingiu.
— Srta. Weasley! Espero que não tenha ousado a aparecer aqui de mãos vazias.
Sra. Goshawk era uma bruxa de 60 anos que tinha sido da Sonserina no tempo de Hogwarts. Gênio forte, humor ácido e um negócio próspero.
— Eu ousaria, se estivesse tão deprimida que meu único anseio fosse pela morte.
O canto do seu lábio repuxou minimamente e isto era o que podíamos chamar de sorriso.
Virei-me para as sementes etiquetadas no balcão.
— Você trouxe companhia.
— James Potter, sra. – James estendeu a mão. Sra. Goshawk o ignorou.
— Eu sei quem você é – Ela virou-se para mim – Seu namorado?
— Ele queria ser, mas não sei, o que a sra. acha?
— Muito alto.
James pigarreou, constrangido. Lancei um sorriso para ele.
— Isso são sementes de aliquente mesmo?
— Pensei que você soubesse ler.
— E estão aqui expostas dessa maneira?
Suas folhas causavam histeria em quem as tocassem.
— São só as sementes.
— Crianças podem pegá-las.
— E daí?
Revirei os olhos.
— Você tem excremento de unicórnio?
— Você tem o que me prometeu?
Tirei da minha mochila um vidrinho.
— Aqui.
— Muito bem, querida.
Querida. Bufei.
— Você deve estar de bom humor.
— Não exagere – Ela se virou para os armários e tirou de lá um saco razoavelmente grande.
Eu podia sentir meus olhos se iluminarem.
— Tudo isso?
— Se você não quiser, eu posso ficar com ele.
Peguei-o de sua mão e guardei na mochila antes que ela mudasse de ideia.
Dei uma olhada para o cacto venenoso perto do balcão. Era lindo.
O bichinho de estimação da sra. Goshawk.
Ela se recusava a vendê-lo.
— Fique longe.
— Se você morrer posso ficar com ele?
Ela estralou a língua.
— Saia da minha loja, garota.
— Vamos, James, vamos comprar doces.
Ele me seguiu.
— Tchau, sra. Goshawk – Ele gritou sob o ombro.
Ouvi-a resmungar.
— Você é muito educado – Falei depois que saimos da loja.
— Você fala como se fosse um defeito.
Sorri.
— É um pouco.
— Acho que devo te ignorar já que você possui zero habilidades sociais.
Não discordei. Socializar não era muito a minha praia.
Eu preferia plantas.
Talvez a única exceção para isso fosse James.
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