End or Reborn - Interativa escrita por Escritor Catarinense


Capítulo 2
Passado a ser Lembrado


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que ficou grande o texto, mas creiam, vale a pena. Eu demorei pois nesses últimos dias eu fiquei com um amigo meu, fazia tempo que ele não me via, então acabei por visitá-lo. MAS, agora finalizei o texto. Então, boa leitura.



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A mata fechada, era noite e mal dava para enxergar um palmo na frente, a respiração ofegante indicava um ar de urgência, sempre batendo em galhos ou troncos de árvores, os arranhões seriam problema para depois. A luz das lanternas que vinham logo atrás, só davam mais tensão à mente, aquelas vozes infernais de loucos:

VAMOS TE ACHAR, JAPINHA! — Era uma voz agressiva e masculina.

Dava para escutar disparos de alguns deles, eram distantes, mas eram audíveis. A impressão era que aquele inferno escuro era infinito e que nunca acabaria. Até que aquela pessoa fugindo esbarra em seu perseguidor, que não dá pra ver o rosto, só a luz da lanterna acoplada em seu fuzil.

— Deu de correr, coelhinha, volte pra sua toca. AGORA!

A Moça levanta em um pulo, estava suando um pouco e estava com sua faca de caça em mãos, como se estivesse em perigo, mas foi só um pesadelo. Recorrente, só mais um pesadelo. Ela tinha traços orientais bem evidentes, olhos amendoados de tons escuros, cabelos lisos e morenos, porém curtos e de pouco trato. Tinha apagado em um sofá confortável em uma casa qualquer que entrou e notou não ter ninguém. 

 

Roseland, Sul de Chicago, Satoko Nishizaki.

 

Difícil para ela ter que estar em uma situação tão desagradável, ela era uma jovem japonesa de Tokyo, formada em Medicina, estava na terra do Tio Sam para um congresso de Medicina a convite de sua mentora, só que sempre se diz: Hora errada no lugar errado. A Grande Chuva do Fim chegou, fazendo um estrago por onde passava. Sobreviver durante os primeiros meses foi difícil, depois de um ano, já tinha percorrido bastante chão. Em Dois anos, chegou em Chicago, mas o caminho seria bem mais longo ainda.

No último lugar que ficou com alguns sobreviventes, escutou sobre a Teoria da Fortaleza Máxima na Califórnia, dizem que antes de decretarem estado máximo de emergência global, os militares estavam indo pra uma região seca para montarem uma comunidade altamente vigiada e protegida. Só que tinha um problema, existia um grupo de milícia crescendo no Leste, chamado agora de Terra Arrasada, um local sem lei, sem proteção. Essa milícia foi batizada de Os Renascentistas, homens e mulheres entregues na barbárie e violência, com uma ambição meio religiosa de achar a cura para todo o mal. Esses sobreviventes eram bem informados, seriam um bom grupo, mas eles estavam fixos em uma região, não combinava com a mobilidade de Satoko.

Por falar em mobilidade, ela não podia perder tempo, comeu um pouco de milho doce em conserva, tinha um gosto bom. Mas seria maravilhoso comer um Okonomiyaki, ou os maravilhoso pocky de morango, coisas simples que davam nostalgia nela. Pegou suas coisas, e foi saindo. 

A médica tinha suas roupas bem limpas, o clima não estava ao seu gosto, estava chegando perto de Outubro, então o clima já ia esfriando. Um dos sobreviventes lhe deu um casaco escuro e longo com a gola e o interior forrado de lã crua. Esse tipo de clima meio que barrava suas viagens, pois quando chegava a nevar, poderia pegar uma hipotermia e sem antitérmico pra ajudar na situação, seria um suicídio de forma demorada. Ela sempre mudava de mapa, quando chegava em uma cidade, sempre buscava lugares temáticos que tinham panfletos de mapas locais. 

Sempre estava furtiva de alguma forma, era só agora que estava entrando em uma cidade grande novamente, na tentativa de achar algumas provisões extras. Passou por um grupo de zumbis, eram os Sedentários, por sorte de Satoko, pois se fossem os Bolts ou os Ninjas, qualquer som é um risco de alerta. Ela escutou um latido ecoando pelas ruas, mesmo sendo um pouco longe, sabia de onde poderia ter vindo, cães não são comuns, maioria dos animais domésticos morreram na Grande Chuva. Tinha receio de explorar e vem quem era o dono desse cão, pois era muito Oito ou Oitenta, de ser uma pessoa boa ou uma pessoa ruim.

 

Universidade de Chicago, Antony Thomas Carter.

 

Ao abrir a janela daquele quarto, ele notou que o dia estava meio acinzentado, de um jeito que o desagradava muito. Amava os dias ensolarados de verão ou só dias de céu aberto sem muito calor. A grandiosa universidade de Chicago com complexos e tudo mais, virou um grande refúgio para sobreviventes, mas poucos sabiam dele, já que foi feito de uma união de grupos da cidade que fortaleceram e criaram uma comunidade próspera. 

Seu quarto era compartilhado, mas não que isso fosse um empecilho, pois quem dormia ali com ele era alguém que não se importava com uma pastora alemã que ele tinha. Antony era um homem solitário, desde um tempo atrás, só tinha sua amável companheira canina como amiga fiel. Ele era alto, de pele negra e cabelos bem curtos, raspados e tinha um semblante carregado de marcas de expressões, maioria bem abatidas.

Enquanto se arrumava para a última missão, de repente chega no quarto Ozzie, um jovem rapaz de cabelos negros e sotaque sulista, pele morena, de jeito brincalhão e sempre vestindo roupas confortáveis, como uma camisa de tema nerd e calça de moletom, trazia na coleira a Mel, pastora alemã de Tony.

— Eia, que ela acordou cheia de gás. — Brincou Ozzie. — Ela é muito energética, Tony. Deve ser um traço de filhote.

— Sempre foi assim, né, meu favo de Mel? — Tony afagava os pelos de sua cadela, e ela respondia abanando o rabo de forma agitada. — Falaram alguma coisa do Ben? Que horas que ele volta?

— Annie tá puta da cara com ele. — Ozzie se sentou na cama pra tirar seus tênis.

— Novidade alguma nisso. 

— Pois é, ele saiu com a Indian dele, disse que foi fazer uma vistoria aqui perto, sabe como é. É sério que você vai no comboio pra Califórnia?

— Ben, Annie e o Jonathan estão falando disso a tempos, me convenceram a ir, já que… — Tony se cala por um instante. — A única coisa que tenho medo de perder, é a minha Mel. De resto, nada a perder.

— Saquei. — Ozzie ficou meio inquieto. — Bro, vou te arrumar um presente de despedida. Você sempre foi o cara mais daora aqui, merece algo bom.

— Não precisa. — Disse Tony tentando ser evasivo.

— Calma, tu vai gostar. 

Ozzie começou a mexer em umas coisas do closet, até que achou uma grande caixa de papelão, tinha adesivos antigos nela, ele abriu e de lá tirou um Discman, quinquilharia dos anos 2000, aquilo tirou um leve sorriso curioso de Antony, vinha com headset e tudo mais, lá dentro estava cheio de cd’s, nas caixinhas de acrílico e tudo mais.

— Bateria de celular ou de ipods acabam rápido, mas os velhos Discman usam pilha, dá pra escutar mais de dez cds antes que acabe a bateria. — Ele pegou os cds. — Temos aqui, AC/DC, Celine Dion, Alan Jackson, Beatles. Ou Mixes de várias músicas.

— Caramba, isso sim foi uma surpresa. Só clássicos. — Ele encarava a caixa.

— É tudo seu. 

— Não, eu não posso aceitar. Ozzie, eu sei que é de boa vontade, mas isso é seu.

— Se é meu, posso dar a quem quiser. — O rapaz deixa a caixa na cama de Tony e solta um sorriso. — Testa aí, as pilhas devem estar boas ainda. Eu vou dar uma volta, se eu ver o Ben, digo a ele que tu quer vê-lo.

— Obrigado, de coração, Oz. 

Ozzie soltou um sorriso tímido e logo saiu do quarto. Um Cd chamou atenção de Tony, “Mixtape Relax: Músicas pra curtir e relaxar”, parecia coisa de quem curtia uma ervinha na seda. Ele colocou o cd no discman, colocou os fones de ouvido e ligou o aparelho portátil. A primeira música que tocou, foi fundo na alma dele. Somewhere Over The Rainbow na versão magnífica do Israel “IZ”, era uma música que ligava um filme na mente de Antony, filme de sorriso, beijos, doçuras que se foram, mas sempre é bom recordar. Mel pulou na cama e apoiou sua cabeça no peito do dono.

— É, eu ainda sinto falta dela, Mel. — Ele encarava o teto bege em suspiros e olhos marejados. 

 

Enquanto isso, do lado de fora da grande comunidade presa na universidade, Ben tinha acabado de chegar, a vistoria não tinha dado muita informação só que a saída sul de Chicago estava bloqueada por uma multidão de Sedentários e era possível ver alguns Bodybuilders lá. Tinha um grupo de crianças que viam a moto de Ban com um brilho no olhar, era algo incrível. O rapaz sempre gostou de crianças, o fogo paterno era algo forte em seu peito. 

— Aí, cuidem do meu possante, não quero que ninguém roube ele. — O Rapaz brincou com um riso.

Ele foi andando, com calma pelo lugar, cumprimentando uns e outros que já tinha pego uma breve amizade. Ao chegar perto do trailer de Annie, notou um balançar estranho e já notou que ela estava com companhia, não que a moça fosse muito saidinha, mas ela gostava de ter alguém ao seu lado, o que seria difícil ter agora que entraria em viagem. 

Uma das coisas que Ben sentia saudade era de uma companheira ao seu lado, não só alguém com quem ter sexo por uma noite, alguém com quem podia contar segredos, alguém pra compartilhar sonhos, construir algo juntos. Mas o romantismo tinha sido morto por muitas pessoas, pois nesse mundo, tempo é algo valioso demais para se perder com romance. Estava cansado de tentar achar alguém, mesmo em uma base cheia de pessoas de todos os tipos, nunca achou uma pessoas que não quisesses apenas diversão.

De repente, alguém se aproxima dele, era Ozzie, o jovem rapaz de tons brincalhões, ele estava com uma feição mais tranquila no rosto. os dois se cumprimentaram pouco antes de Ozzie mencionar:

— O Tony tá te procurando, parece que o Jonathan quer fazer uma última missão de busca antes de saírem em comboio. — Comentou Ozzie. — Por isso que a Annie ficou puta contigo, cara.

— Por causa de combustível? — Perguntou Ben enquanto andava ao lado do rapaz.

— Sim, estão racionando esses dias para sobrar pra vocês. É uma viagem longa, pode não ter mais gasolina nas cidades satélites ou nos bairros aqui perto.

— Saquei, mas aí, não quer vir com a gente mesmo?

— Eu até gostaria, mas é melhor não, meu pai precisa de mim. Ele ainda é muito doente, Ben. Precisa do filho por perto caso ele venha a… — Ele para de falar, afastando tais pensamentos da conversa. — Vou ficar com ele.

— Você é um bom rapaz, Oz. — Disse Ben colocando a mão no ombro dele. — Lembre, O mundo acabou, a humanidade não. 

Depois de um tempo, os dois se separaram e Ben foi correndo na direção dos dormitórios, era um complexo de três andares em prédios separados para vários alunos. O de Antony era o B-2, número 026. Bateu na porta e esperou um pouco, até ouvir os latidos de Mel e seus ganidos de ansiedade, a cadela parecia saber quando era uma visita que ela gostava, assim que a porta se abriu, aquele ser pesado e peludo voou no colo de Ben, lambendo o rosto dele e pedindo atenção de todo tipo.

— Calma aí, princesa. — Dizia Ben tentando acalmar a cadela. — Eu te vi ontem e já deu tempo de sentir saudades?

— Se eu fico cinco minutos fora já dá tempo dela sentir saudade. — Brinca Tony com um leve sorriso. — Tá pronto?

— Estou, queria ficar em um local pacífico por um tempo, mas parece que a Annie tem um comichão forte pra sair daqui. — Disse Ben com calma. — Vai levar a Mel na missão?

— Ela é boa como alerta e os sedentários não gostam de carne animal, fora que melhorou no rastreio de pessoas. Conhecidas e desconhecidas, o que nos faz ter vantagem se tiver algum mercenário na espreita.

— A Mel é foda, simples assim, né? Coisinha linda do titio. — Ben fazia a festa com Mel, dava carinho, esfregava a barriga e tudo mais. — Busca o Scooby pra mim.

A Cadela entra no quarto com calma, os dois ficam vendo de longe, ela roda farejando o chão de carpete do quarto, até entrar debaixo da cama de Tony e saindo de lá com uma pelúcia do Scooby-Doo na boca, era um dos seus bichinhos preferidos. O corredor do dormitório era largo e comprido, então assim que teve chance, Ben pegou o bichinho e arremessou pelo corredor, e lá foi Mel correndo em disparada pra abocanhar a pelúcia e trazer novamente para quem arremessou.

Nisso apareceu um homem de cabelos longos e lisos, amarrados em um rabo de cavalo, tinha uma jaqueta de couro preta, um colete aprova de balas da polícia local, tinha pele avermelhada escura, como os nativos americanos, olhos escuros e sem barba. portava uma SCAR-L das forças especiais nas costas. Era Jonathan Cloud, uma pequena liderança na frente do comboio para Califórnia.

— Rapazes, senhorita. — Ele olha pra mel com um sorriso e volta aos companheiro. — Vamos para uma missão de busca, tem um lote de gasolina no bairro oeste, um posto que ainda não vistoriamos, mas sabemos da existência. 

— Eu vou pegar as minhas pistolas, encontro vocês na saída. — Disse Ben rapidamente. 

— Vamos estar lá. — Afirmou Tony vendo o amigo saindo.

— Consegui convencer os Khalil e os Calligan. — Disse Jonathan. — A matriarca dos Khalil tem um Duster espaçoso, e os Calligan tem uma kombi modificada, são uns hippies quase.

— Ele são bem paz e amor, vai ser bom ter pessoas de ânimo bom, deve afetar os demais. — Disse Antony. — Vou me preparar e a Mel também, e vamos pra saída. 

— Leva o seu carro também, precisamos de locomoção rápida. 

 

Muleshoe, Texas. Winston Theodore Bailey.

 

O estouro de um disparo veio seguido de várias rajadas de disparos, dentro de um dos bares da cidade, o grande Saloon Beer House, os estouros quebravam janelas e estouraram mesas. Lá dentro, duas pessoas pessoas estavam atrás do balcão, uma com um rifle Springfield 1903 de ferrolho, era um jovem rapaz de cabelos morenos curtos e morenos, pele bronzeada de tons mexicanos, usava óculos de armação quadrada. tinha roupas simples e carregava uma bolsa de couro transversal.

Ao seu lado, com uma pistola Beretta 9mm, estava uma moça de traços também mexicanos, pele um pouco mais clara, cabelos ondulados e amarrados em um coque alto, usava roupas mais pesadas apesar de isso atrapalhar sua locomoção, e tinha uma mochila nas costas. 

— Você matou ele, Pérola. — Dizia o rapaz levemente assustado entre aqueles disparos.

— Eles iriam nos matar. — Ela respondeu, estava tentando achar uma saída pra aquele local. — Rubio, vamos ter que responder esses três Hijos de Puta, com disparos.

— Mas, eu… — Ele tenta falar algo, mas tinha medo. 

— Papai nos ensinou a atirar, finja que eles são como os sedentários que matamos, são zumbis dos videogames, esses são como os soldados inimigos.

Então se escuta alguém entrando pela porta, os tiros cessaram na hora. Esse alguém estava parado na porta, e Pérola avistou por um dos espelhos sobreviventes do local, era um homem levemente corpulento, parecia um herói de filme western que assistia com seu pai. Usava um chapéu de vaqueiro branco na cabeça, usava um casaco grosso para os dias frios que estava fazendo, tinha uma aparência velha e de respeito, uma leve barba rala grisalha quase branca por completo, encarou aquele local.

Dentro do saloon tinha três homens, todos portando armas pesadas, era de um grupo altamente perigoso da região, os “Bailey Crazy”, o que desagradava por demais aquele velho homem. Ele entrou mancando um pouco para dentro do saloon.

— Acho que o velhote quer morrer, rapaziada. — Um deles disse com uma alegria sádica.

— Vocês são os desgraçados que se intitulam “Bailey Crazy”. — A voz do homem era rouca e seca.

— Somos, e você é um velho que vai servir de comida pros meus… 

— Saibam, meu trisavô não morreu em batalha pra agora vir um grupinho de porcos do caralho e sujarem esse sobrenome. — Disse o homem. 

— Que se foda o seu trisavô, seu avô, a merda que seja. Você vai com eles logo logo.

Um deles portava uma AK-47, e quando apertou o gatilho da arma, batia na câmara vazia, sem munição, os demais também gastaram suas munições a toa para assustar as crianças do balcão. O homem só lançou um olhar frio e de desaprovação, sacou do coldre do seu cinturão, um revólver Raging Bull, “O Touro”.

— É o Xerife Bailey, O Touro. — Disse um deles com um leve medo de morrer.

— Eu ia dar uma chance de irem embora dessa cidade. Mas usando suas palavras, que se foda, não é? — Ele puxou o cão da arma e disparou rapidamente nos três que morreram com um tiro cada um. 

Assim que terminou de mandar aqueles malditos bandidos para o inferno, fez um sinal da cruz, sempre fazia isso quando terminava de matar um inimigo em batalhas, fazia isso no exército. Escutou um barulho vindo de trás do balcão e logo sacou seu revólver, pois poderia ser um inimigo novo. Mas logo notou que eram dois jovens, deveriam ter menos de 20 anos cada um, devolve o revólver pro coldre e vai na direção deles, vendo uma maço de cigarro sobrevivente no balcão, ironicamente, se chamava Winston como ele. 

Deu meia volta e ia saindo calado, já tinha feito o seu trabalho, aqueles arruaceiros irão chamar atenção dos malditos sedentários para a cidade. Quando estava prestes a entrar na sua Picape, escutou uma voz jovial e feminina.

— Señor, espere. — Disse a moça com um sotaque espanhol. — Obrigado por nos salvar, tem algo que possamos fazer pra retribuir?

— Não. — Ele entrou na picape e fechou a porta. 

— Estamos sozinhos aqui, estávamos indo pra Califórnia com o nosso pai e…

O carro liga e sai dali rapidamente, não arrancou em disparada, mas o rápido que uma picape poderia chegar. A Pérola ficou vendo o carro se afastar naquela estrada vazia em uma cidade morta, mas não reclamou, não era a primeira pessoa que negava carona para eles ou os ajudavam de alguma forma. Winston Bailey tinha um leve traço racista, obviamente, mesmo trabalhando em uma região cheia de negros e latinos, ainda tinha esse traço nele, isso veio do seu pai para ele, um traço de intolerância que ficou enraizado em si.

Mas algo ficou na sua cabeça, aquele olhar, até a voz lembrava um pouco alguém que ele magoou com essa intolerância há anos. Voltou pra sua fazenda com um leve pensamento ruim, como se tivesse feito algo bom e ruim ao mesmo tempo. Porém, não se importava muito com tais pensamentos. Uma coisa que a menina disse ficou martelando em sua mente.

— Califórnia. — Dizia o velho tomando um gole de café olhando pro campo aberto a sua frente. — Talvez, ela tenha ido pra lá? Viver com o irmão?


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