-Filho é tão bom ter você em casa novamente! – disse meu pai me abraçando quando me viu no aeroporto.

-É muito bom estar em casa, pai – disse sorrindo.

A energia da Califórnia melhorava o meu humor drasticamente.

O garoto rebelde e sem coração de Nova York parecia se esconder dentro de mim quando respirava o ar daqui.

-Vem, eu te ajudo com as malas – ele disse pegando a minha mala de puxar.

Caminhamos pelo pequeno aeroporto da cidade vizinha a que morávamos.

Meu pai estava tão quieto, isso era estranho. Ele costumava falar sem parar. Principalmente quando eu acabei de chegar em casa.

-Está tudo bem? – perguntei enquanto chegávamos perto do carro.  Uma caminhonete do Chevrolet que meu pai tinha a anos. E quando se separou da minha mãe começou a tratar como a nova esposa.

-Oi Mary – disse ele cumprimentando a caminhonete. Revirei os olhos esperando a resposta dele ainda – E eu tudo bem... comigo.

Ele disse e rapidamente entrou no carro tentando fugir das minhas perguntas.

-Como assim? Só com você? Aconteceu alguma coisa com alguém? – perguntei entrando no carro ficando preocupado.

-Stephen se acalme. Eu vou te explicar tudo. Só, não é o momento pra isso agora – ele disse ligando o carro.

Não pude me impedir de pensar o pior.

E o pior era algo ter acontecido com a Amy.

Chegamos finalmente em casa depois de uma meia hora.

-Bem vindo de volta a seu lar, garoto – disse meu pai colocando minha mala perto da escada.

Apenas sorri e subi as escadas correndo.

Tomei um banho e me troquei. Ia ver a Amy.

Desci as escadas correndo e pulando de três em três degraus.

Meu pai pareceu perceber o motivo da minha animação.

-Amy não esta em casa – ele disse simplesmente enquanto colocava um pouco de leite em um copo.

-Como você sabe? – perguntei.

-Acabei de ligar pra lá – ele disse bebendo o leite.

Pensei um pouco, onde ela poderia estar?

A resposta parecia obvia demais.

Dei um sorriso bobo e sai correndo de casa batendo a porta e fui atê as plantações.

Não parei de correr nem por um segundo, como não parei de sorrir também.

Pude ver de longe ela andando de costas pra mim.

Parei de correr para não fazer barulho e andei até ela.

Coloquei minhas mãos em seus olhos.

-Até que enfim – ela disse tirando minhas mãos delicadamente e se virando pra mim –Eu senti tanto a sua falta.

Ela sorriu e eu estava feliz demais para poder falar qualquer coisa.

Apenas a abracei.

Ficamos assim ate eu conseguir me recuperar. Separei o abraço e olhei nos olhos dela.

-Eu te amo – eu disse sorrindo.

Ela ficou séria e disse: -Eu tenho que te contar uma coisa.