When Death Loves the Spring escrita por Haruyuki


Capítulo 6
Ato 6


Notas iniciais do capítulo

https://en.wikipedia.org/wiki/Underworld
https://pt.wikipedia.org/wiki/Perseu
https://en.wikipedia.org/wiki/Perseus
https://pt.wikipedia.org/wiki/Medusa
https://en.wikipedia.org/wiki/Medusa
https://en.wikipedia.org/wiki/Cap_of_invisibility



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Eu adoro os humanos.

Agora que eu parei para estudar cada povo diferente, estou achando muito interessante os diferentes nomes e características que eles dão para nós. Por exemplo: No Egito, eu me chamo Osíris; na Mesopotâmia, Nergal; os Astecas me chamam de Mictlantecuhtli; para os budistas e hinduístas, eu sou Enma; Os Cainitas me chamam de Mot; Os Eslavos me chamam de Chernobog; os Nórdicos como Hel…

É interessante ver como cada povo celebra a morte de maneiras distintas. Os gregos me temem, os egípcios me veneram e os budistas dos diferentes reinos da Ásia me respeitam. Afinal, desde o início, a morte é a única certeza que os mortais tem durante toda a vida. 

E isso significa que eu, por ser o Deus do Mundo dos Mortos, tenho poder e influência em todos os lugares. Mas mesmo assim, existem tolos que se acham espertos o suficiente para nos enganar ou serem cruéis com o seu povo.

Um deles é Ixion, cujo filho Pirítoo também está aqui sendo castigado por ousar sequestrar minha amada esposa, que foi condenado a ser amarrado, tendo serpes por cordas, a uma roda de moinho, que um vento fazia girar eternamente.

Outro é Sísifo, antigo rei de Corinto, que tentou ganhar em cima do rapto de uma moça por Zeus, mas meu irmão decidiu enviar Tânatos para cuidar dele, mas acaba sendo acorrentado por Sísifo. Obviamente que fiquei insatisfeito em saber que meu servo se meteu nisso por causa de meu irmão, que o solta. Sísifo, espertamente, ordenara à esposa que não lhe prestasse as honras fúnebres e como não poderia permanecer no mundo dos mortos assim desprovido dos rituais, solicitou ao deus do submundo para voltar à vida e castigar a mulher, o que foi-lhe permitido, mas na verdade eu mesmo o matei. Sísifo foi levado ao Tártaro, onde tinha por tarefa empurrar uma rocha até o topo de um monte; mas, passando o dia todo neste afã, quando descansava à noite a pedra voltava a rolar até a base da montanha — de modo que tinha de começar tudo novamente, todos os dias. Deu origem à expressão trabalho de Sísifo para designar tarefas intermináveis.

Também teve Tântalo, antigo rei da Frígia, e governava com despotismo e traição, inclusive contra o próprio filho. Condenado à região mais remota do Tártaro, seu castigo consistia em sustentar uma grande pedra sobre a cabeça e, tomado por imensa sede e fome que não podia saciar, procurava amenizar colhendo algum dos frutos que brotavam acima de si; mas os frutos se afastavam quando ele estava prestes a colhê-los.

Por último, as Danaides, filhas do rei Dánao, que foram condenadas por assassinarem seus maridos, tiveram por punição o trabalho de carregar água até um ponto, usando para isto peneiras, ou jarras furadas, de sorte que a tarefa jamais se concretizava.

Eu e minha Rainha observamos eles diariamente da janela da câmara da torre mais alta do meu palácio, e ela me mostra o quanto sente prazer essas cenas lhe causam. São momentos como esse que me fazem muito feliz, mesmo sabendo que em breve ela terá de deixar o submundo por causa do contrato com Minha irmã Deméter, mãe dela. Tempo este que é marcado pelo meu coração.

~x~

Quinto Ano de Perséfone no Submundo.

 

E então, eis que eu escuto a seguinte história de Hermes.

Acrísio, rei de Argos, é casado com Eurídice, filha de Lacedemon, e tinha uma filha, Dânae, mas não tinha filhos homens. Quando Acrísio perguntou ao oráculo como a filha dele poderia ter filhos homens, a resposta foi que Dânae teria um filho que o mataria. Dânae foi trancada em uma câmara de bronze subterrânea e posta sob guarda, mas ela foi seduzida por Zeus. Acrísio, não acreditando que sua filha estivesse grávida de Zeus, colocou-a em um baú, que foi jogado ao mar. O cesto chegou à ilha de Sérifos, onde foi encontrado por Díctis, que passou a criar o menino.

Perseu tornou-se um grande homem, forte, ambicioso, corajoso, aventureiro e protetor da mãe. Polidecto, com medo de que a ambição de Perseu o levasse a lhe usurpar o trono, propôs um torneio no qual o vencedor seria quem trouxesse a cabeça da Medusa, o instinto aventureiro de Perseu não o deixou recusar. Perseu, conhecendo sua mãe, disse que iria participar do torneio, mas não disse que iria enfrentar a Medusa, com receio de que ela o impedisse.

“E então, o quer de mim?” Pergunto, com a testa franzida.

“O permita usar seu Elmo para enfrentar Medusa, Lorde Hades.” Hermes pede, me surpreendendo. “Eu irei dar a ele minhas sandálias aladas e Atena, um escudo tão bem polido, que tal qual num espelho, podia se ver o reflexo ao olhar para ele.”

“Eu não acho que meu Elmo seria necessário.” Digo, olhando para a Minha Rainha, que parece estar interessada com a história. “Você quer ir assistir, Perséfone?”

“Sim.” Ela me responde, com os olhos brilhando.

Então está decidido.

“Espera, que?” Hermes pergunta, confuso, antes de ir atrás de nós.

“Aliás, por que Atena quis se envolver nisso?” Pergunto para Hermes, quando já estamos no interior de minha carruagem.

“Na verdade, Medusa foi originalmente uma bela donzela, que trabalhava como sacerdotisa no templo de Atenas e desejada por muitos pretendentes mortais e imortais. Sua beleza era tão grande que passou a acreditar que era mais bela que a deusa Atena e a se vangloriar por isso. Um dia ela quebrou o voto de castidade que tinha feito para se tornar sacerdotisa de Atena, se deitando com o Senhor dos Mares, Lorde Poseidon, e após isso, quando Medusa retornou ao templo da deusa fingindo não ter acontecido nada, a deusa enfurecida transformou o belo cabelo que ela tanto se orgulhava em serpentes e deixou seu rosto tão horrível de se contemplar que a mera visão dele transformaria todos que o olhassem em pedra.” Hermes explica, me fazendo inclinar o rosto em reflexão.

Aconteceu muito rápido.

Perseu, guiado pelo reflexo no escudo, sem olhar diretamente para a Medusa, derrotou-a cortando sua cabeça, que ofereceu à deusa Atena. As outras duas irmãs de Medusa, Esteno e Euríale, perseguem Perseu, mas Minha Rainha joga para ele o meu Elmo, que o torna invisível. Para a surpresa de muitos, o cavalo alado Pégaso e o gigante Crisaor surgiram do ventre de Medusa mas eu impeço a morte deles.

E, deixando nas mãos de Hermes a tarefa de retornar com o meu Elmo, eu e minha rainha retornamos para casa.

~x~

Oitavo Ano de Perséfone no Submundo.

 

O único outras pessoas vivas que se aventuraram para o Submundo também foram heróis : Odisseu, Eneias (acompanhada pela Sibila ), Psyche, Aquiles e Orfeu.

Orfeu, outro filho de Apolo, que ganhara do pai uma lira e a tocava com tamanha perfeição e encanto que até as pedras se comoviam. Tendo se casado com Eurídice, logo a perde pois, fugindo ao assédio do pastor Aristeu, a jovem morre picada por uma cobra. 

Orfeu desce aos Infernos e vai ter diante de meu trono. Ali entoa um canto tão fascinante que os fantasmas derramam lágrimas; Tântalo esquece a sede; o abutre cessa o ataque ao fígado de Prometeu; Sísifo parou de rolar a pedra pela montanha, nela se sentando para ouvir; as Danaides pararam de recolher água com peneiras e Íxion deixa de girar sua roda.

Isso nos comove e eu concedo-lhe o desejo de trazer de volta à vida a amada esposa, com a condição de não olhar para ela até saírem dos meus domínios, o que acaba ocorrendo por acidente, morrendo Eurídice uma segunda vez. Nesse momento decidi tomar para mim a magia e a lira de Orfeu, e em troca, ambos se tornam meros mortais.

~x~

“As flores da primavera dançam com o vento

Ao som da minha canção de amor para você

Com todo o meu coração repleto de sentimentos

Para que as palavras consigam dar seu recado

O amanhã que irei vivenciar pouco a pouco

Eu desejo que você esteja nele comigo para sempre

E lentamente iremos construir os nossos futuros

É um desejo que eu quero que seja realizado

Eu amo você, e acredito que você sente o mesmo

Pelo jeito que me olha, pelo sorriso estampado

Neste rosto que me é muito preciosa nesta vida

Ela me conta que esse sentimento é especial

Eu quero ser a sua única alma gêmea

Eu quero ser a sua única pessoa especial

Você me permite estar ao teu lado até o fim?

Eu quero te fazer feliz por apenas estar comigo

O amanhã que irei vivenciar pouco a pouco

Eu desejo que você esteja nele comigo para sempre

E lentamente iremos construir nosso futuro, juntos

É um desejo que me faria feliz se acontecesse

O amanhã que quero presenciar ao teu lado

Quero fazê-lo ser mágico, especial, perfeito

Para que cada dia eu seja capaz de te amar mais

Você me permite estar ao teu lado até o fim?”

~x~

E para finalizar, temos Héracles. Ele é o maldito que ousou me ferir, antes de eu conhecer Minha Rainha. 

Héracles filho bastardo de Zeus com Alcmena, filha do rei de Argos, foi odiado desde o nascimento por Hera, esposa de Zeus, uma vez que ele era mais um fruto da infidelidade de Zeus e para apaziguar a ira da esposa, Zeus batizou o menino de Heracles, isto é "Glória de Hera". Heracles era um semideus, tinha atributos humanos e divinos, dotado de uma força descomunal tornou-se afamado e célebre por seus atos de bravura e inteligência, entretanto sua existência continuava a inflamar a ira de Hera que o levou à loucura, fazendo com que ele assassinasse a esposa Mégara e os próprios filhos, acreditando que estava matando seus inimigos. 

Para obter a expiação, Hércules foi julgado pelo rei de Micenas, Euristeu que determinou doze trabalhos que julgara impossíveis de ser realizado. 

1- matar o leão de Nemeia

2- matar a hidra de Lerna

3- capturar o javali de Erimanto

4- capturar a corça de Cerinia

5- expulsar as aves do lago Estinfalis

6- limpar as estrebarias de Aúgias

7- capturar o touro de Creta

8- capturar os cavalos de Diomedes

9- obter o cinturão de Hipólita, rainha das Amazonas

10- buscar os bois de Gerião

11- buscar os pomos de ouro do Jardim das Hespérides

12- capturar o cão Cérbero

O décimo-segundo dos Doze Trabalhos, a catábase (katábasis), a ida ao mundo dos mortos para lá apreender o monstruoso cão Cérbero, encarregado de evitar que os vivos entrem naquele reino e que de lá saiam tendo entrado, salvo por ordem do seu Rei, o herói conta com a ajuda de Hermes e Atena, para não errar o rumo e clarear a escuridão, respectivamente, por ordem de Zeus.

Nesta tarefa, Hércules demonstra seu caráter humano, apiedando-se de alguns dos prisioneiros que ali estavam, e procura ajudá-los em seu sofrimento. Dentre estes estavam Pirítoo e Teseu, ainda vivos. Finalmente, chegando à minha presença, o herói pede para que lhe fosse permitido levar Cérbero à presença de seu primo Euristeu, que lhe dera as tarefas quase impossíveis. Eu concordo, desde que para tanto ele não usasse nenhuma de suas armas, servindo-se apenas da capa feita do Leão de Nemeia.

 Após cumprir o trabalho, Cérbero foi devolvido ao submundo.

~x~

Flores.

Após anos de espera, Minha rainha me presenteia flores.

Flores ligadas ao amor que ela sente por mim

Flores que simbolizam os sentimentos entre almas-gêmeas.

Flores que matam quem não tiver o amor correspondido.

Hanahaki, eu as chamo.

Hanahaki…

E então, chegou o momento que eu mais temia.

Após o término dos seis meses, Perséfone não retornou para o submundo.


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