Absinto escrita por madwolve


Capítulo 3
A culpa é sua




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Shura acordou no dia seguinte exatamente onde estava na noite passada, no balcão do bar. Acabou pegando no sono ali mesmo, não que fosse a primeira vez que tivesse feito isso. Não havia herdado uma ressaca tão monstruosa do dia anterior porque, por experiência, tinha aprendido a beber água enquanto desfrutava da quantidade extraordinária de álcool que estava acostumado a consumir.

Depois de seus olhos se adaptarem a luz do local, é que ele percebeu um pequeno papel a sua frente e um cobertor sobre as costas, com certeza era obra de Rosalia

 

Querido,

Você sabe que é pesado demais para te carregar para algum quarto e parecia dormir tão confortável que eu não quis te acordar.

Vou colocar o valor da noite anterior na sua conta.

Feche a porta quando sair.

 

Com carinho,

Rosalia.

 

Shura riu um pouco do bilhete, mas depois fez o que sempre fazia quando dormia no bar: Guardou o pedaço de papel no balcão junto com uma pequena gorjeta, dobrou o cobertor, colocando-o na parte de trás do balcão, e fechou a porta ao sair. Não tinha problema já que Rosalia morava na parte superior do lugar.

A casa do cavaleiro era a apenas sete quadras do bar, o que não parecia ser nada quando ele ia beber a noite, porém de manhã a história era bem diferente. Aquele caminho parecia mais uma maratona infernal agora, com os raios de sol na sua cara e seu estômago embrulhando devido à bebida

Ainda bem que era sábado.

Entrou silenciosamente em casa, não queria que seus amigos viessem questioná-lo sobre a noite passada. Tomou mais um pouco de água gelada na cozinha e subiu a escada já desabotoando a camisa, preparando-se para dormir um pouco mais. Era até divertido dormir no bar enquanto Rosalia zelava por seu sono, mas nada se compara ao conforto da própria cama.Foi assim que passou o resto do final de semana, dormindo, mal percebeu o passar do tempo e quando abriu os olhos já era segunda-feira.

A semana caminhou lenta, Shura sentia como se suas aulas estivessem se arrastando e seu próprio treino não estivesse dando resultado algum, fora o fato de continuar evitando a todo custo o cavaleiro de Sagitário. Ele ansiava pelo fim de semana, quando podia beber incansavelmente por pelo menos dois dias e, na quinta-feira à noite, suas preces foram ouvidas. O telefone tocou. Era Rosália.

Então, como vai o meu cliente favorito?

Você diz isso para todos os outros, não me faça sentir especial.

Ambos estavam rindo ao telefone agora, era uma conversa leve e alegre entre amigos.

Talvez eu diga mesmo, mas não foi para isso que eu liguei. Teremos um evento especial no bar este sábado, posso contar com a sua ilustre presença, senhor cavaleiro de ouro?

Shura achou estranho o aviso, já que Rosa nunca ligava ou avisava para ele sobre os eventos, normalmente descobria que havia algo diferente só quando estava na porta do bar.

Eu já perdi as contas de quanto tempo vou ao seu bar, se você se deu ao trabalho de ligar para me convidar, deve ser realmente um evento e tanto.

Pode acreditar! E a sua presença é indispensável.

Certo, pode contar comigo, vou estar no bar no horário de sempre.

Perfeito! Vou ficar te esperando com a taça e os cubos de açúcar. Até sábado, querido!

Até sábado.

Desligou o telefone e Shura agora estava animado, já que tinha uma ótima desculpa para ir ao seu bar preferido. Não que realmente precisasse de uma para beber quando quisesse, mas o convite dela o deixou tão contente que a sexta-feira passou voando e estava mais feliz na  reunião semanal com os seus amigos, até se permitiu rir um pouco quando Máscara da morte tentou matar o Kanon mais uma vez, por causa das cartas. Afrodite também percebeu isso e estava feliz pelo amigo ter melhorado o humor, ao menos um pouco.

Por enquanto.

O Sábado passou rápido e no final da tarde Shura já se arrumava, gostava de chegar cedo ao bar para não perder seu lugar preferido no balcão. Chegou as 20:00 em ponto, já estava se perguntando que tipo de evento a Rosalia tinha organizado desta vez, achou estranho quando entrou no local e não viu nenhuma decoração diferente.

O cavaleiro sentou-se no balcão como sempre fazia e aguardou a fada verde vir até ele, e ela veio como havia prometido, com a taça e os cubos de açúcar para preparar a bebida dele.

Meu cliente favorito! Como vai, Shura?

Ver aquela mulher segurando aquela garrafa verde e a taça com certeza era um colírio para a visão dele.

Melhor agora que você está me entregando a bebida. Você falou que havia um evento hoje mas não tem nada diferente no bar, o que é?

Ainda não montamos as coisas, mas vou precisar fechar o balcão esta noite. Por que não se senta naquela mesa ali?

Shura não entendeu o porquê de terem de fechar o balcão e precisar ir sentar em uma das mesas, mas assim que olhou para onde aqueles dedos finos apontavam ele entendeu.

Aiolos estava sentado naquela mesa tomando uma cerveja e observando os quadros do bar, assim que notou Shura olhando para mesa ele animadamente acenou para o amigo mas Shura não parecia tão feliz assim.

O cavaleiro de capricórnio sentia o rosto esquentar, não conseguia olhar diretamente para a mesa e nem ao menos se mover, ele só conseguia pensar no porquê de estar ali com ele. Não é como se o bar não fosse conhecido e que todos os cavaleiros de ouro já não tivessem ido lá, mas por que justo hoje? Na mesma hora? Aiolos nem gostava tanto assim de ir a bares. Não era possível, o destino não poderia brincar assim com ele.

Ou poderia?

Quando juntou as peças na sua cabeça, Shura sentiu uma raiva crescente queimando em seu peito. Sua feição se contorceu em fúria e na mesma hora se levantou para ir embora daquele bar o mais rápido possível, mas assim que encostou na porta ele sentiu uma mão delicada no seu peito e um corpo familiar a sua frente, era Rosalia.

Shura, você precisa voltar e conversar com ele.

Eu vou embora, Rosalia. Eu achava que você era minha amiga mas olha só o que você faz!

Shura entrou em um frenesi de ira quando entendeu que aquela mulher tinha armado tudo aquilo depois de ouvir ele lamentando enquanto estava bêbado. Como ela conhecia todos os cavaleiros de ouro, foi fácil chegar até Aiolos. Apesar da tensão no ar, nenhum deles falava exatamente alto, ambos não gostavam de baixaria gratuita.

Eu sou sua amiga e eu me preocupo com você seu idiota! Por isso trouxe vocês dois aqui. Ele está disposto a conversar com você, Shura. Por favor, volta lá, por mim.

Rosalia agora implorava com suas duas mãos gentilmente repousando no rosto do cavaleiro. Imaginou que seria difícil quando Shura descobrisse seu plano, mas também imaginou que poderia convencê-lo a voltar para a mesa, poderiam conversar e no final da noite tudo estaria bem.

Errado.

Quer saber? Você foi burra e infantil de achar que tudo poderia ser resolvido assim. Agora me deixa sair dessa porcaria de bar, eu não fico mais um minuto neste lugar!

Rosalia não acreditava no que estava ouvindo, ela estava ajudando aquele imbecil e era assim que ele a retribuía? Insultando a ela e o seu bar? Isso não ia ficar assim, não ia mesmo. Ela se afastou alguns passos e agora aqueles olhos verdes pareciam mais com uma tempestade escura e assustadora.

Shura, você passou dos limites agora. Eu gosto de você, então vou te dar mais uma chance. Estou esperando o pedido de desculpas, por toda essa merda que você falou sobre mim e sobre meu bar.

Você que deveria me pedir desculpas por toda esta merda que você fez aqui!

Shura tentou sair mais uma vez, mas ao passar por Rosalia novamente sentiu aquela mão delicada no seu peito, porém ele nem olhou para ela desta vez e mulher fez o mesmo.

Se sair assim daqui, você nunca mais vai colocar os pés neste bar, entendeu?

Sem dar uma resposta, Shura tirou a mão dela de seu caminho e saiu através da porta do bar, sumindo na noite de Rodorio.

Encostada na porta, Rosália se sentia frustrada, furiosa e triste. Tentou ajudar aquele homem com todas as forças e recebeu em retribuição insultos e grosseria. Estava pensando em voltar para seu velho balcão quando sentiu uma mão forte em seu ombro, acompanhada da voz gentil de Aiolos.

Nós tentamos. Não se culpe assim, tudo bem?

Acho que sim. — A mulher continuava com todos aqueles sentimentos ruins, mas conseguiu devolver o sorriso de Aiolos na medida do possível.- Venha, como eu fiz você passar por tudo isso comigo, não vou te cobrar as cervejas desta noite.

Rosalia tomou seu lugar atrás do balcão como sempre fazia, mas desta vez quem estava sentado do outro lado não era Shura e sim Aiolos.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Entenderam a missão de vocês já? Odiar o Shura profundamente, pelo menos até o próximo capitulo xD

E agora?

Aiolos fura olho? Rosalia realmente vai manter o cavaleiro de capricórnio longe do bar dela a vassouradas? Shura vai deixar de ser c*zão?

Até o próximo capitulo, lindezas ♥



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