ORGULHO escrita por P Capuleto
Notas iniciais do capítulo
[Desafio da FNS #NoLimiteDoPride - Dia 4: FOTOGRAFIA]
Sasori sempre gostou de acompanhar a vida das flores com sua câmera. Sem que tenha notado, fotografou o desabrochar de algo ainda mais belo.
O sentimento que Deidara teve ao se deparar com a lente virada em sua direção foi de total desconforto.
— O que está fazendo? – perguntou quase num sussurro. Odiava falar em voz alta e odiava sua voz, mas mais que isso, odiava seu corpo e queria que aquele fotógrafo enxerido percebesse o quão inconveniente estava sendo.
Sasori baixou a câmera.
— Desculpe. Estava fotografando as flores e nem te vi. – mentiu.
É claro que notou o belo homem de cabelos compridos e feição delicada sentado junto ao canteiro do jardim comunitário. Tudo nele parecia combinar com a paisagem e o ruivo não conseguiu resistir capturar o momento.
Deidara não se convenceu, mas não queria discutir. Apenas se levantou para ir embora.
— Espere! – o ruivo pediu numa tentativa de manter a conversa – Não quer nem ver?
— Não. – o loiro respondeu sem diminuir o passo.
Assim que as fotos daquele dia foram reveladas, sentiu um aperto no coração: apesar da beleza da composição entre o loiro e os crisântemos ser inegável, agora podia ver dor nos olhos do modelo. A melancolia pode estampar bem uma fotografia conceitual, ele sabia; mas ali, com a imagem em mãos, desejou que todos os males fossem retirados do caminho daquela pessoa que conheceu por breves segundos, mas que o tocou profundamente através das lentes.
Quis se desculpar por atrapalhar um momento tão íntimo, então continuou frequentando o jardim por várias semanas, mas não o reencontrou. O pensamento de que aquela teria sido realmente a última vez que veria o homem misterioso o deixou desanimado, então voltou à sua rotina habitual de artista.
Os meses se passaram e as flores, antes tão lindas, murcharam. Sasori não deixou de fotografá-las pois adorava acompanhar a mudança das estações. Para ele, flores murchas não indicavam o fim de uma vida, mas a transição para algo novo. O regresso da primavera no ano seguinte confirmou o conceito: por trás da câmera, viu os crisântemos desabrochem em toda a sua elegância.
Estava para fotografar a magia da vida quando alguém entrou em seu caminho.
— Com licença? – pediu educadamente.
A moça de longos cabelos loiros se virou assustada para encarar o rapaz ruivo que estava jogado no chão devido ao ângulo da foto.
— Me desculpa. – sorriu movendo o corpo para o lado – Achei que estava sozinha aqui.
Sasori estava prestes a avisar que a mulher não estava completamente fora do quadro quando percebeu que sua presença apenas agregava à paisagem. Não se conteve e tirou a foto.
Tímido, levantou-se e foi em direção à moça que parecia curiosa.
— Você acabou aparecendo. Quer ver? – perguntou.
— Sim! – respondeu empolgada.
Na imagem, um sorriso genuíno fora capturado enquanto os cabelos dourados voavam junto das pétalas dos crisântemos. Era lindo.
— Você ainda tem aquela outra? – ela perguntou, mas não esperou a resposta – Ah, não importa. Essa é bem melhor.
No final, Sasori estava certo: aquela foi realmente a última vez que viu o homem de olhos tristes, pois ele ficou na outra estação.
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Hoje ainda tem mais! To correndo atrás do prejuízo pq só tenho até amanhã hahaha