O Desespero de Jovens Apaixonados escrita por Mr LoveLetter


Capítulo 4
O Pecado Roxo


Notas iniciais do capítulo

Novamente desculpem por dividir o capítulo em dois.
Se você for novo aproveite a leitura
Esse capítulo talvez tenha ficado um pouco sensual( esse é o objetivo)
Deixe seu comentário e review



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Estava na frente da porte de um clube que ficava do outro lado da cidade, em Ceilândia. Era um prédio de 2 andares que ficava na esquina de uma das várias ruas da região da cidade, a cor roxa vibrante era contrastada por detalhes em branco nas extremidades do prédio. No segundo andar do prédio podia ser observado um grande paredão de vido preto que permitia a quem estivesse ter uma visão panorâmica da cidade, mas impedia que olhos curiosos olhassem o que havia dentro edifício e principalmente, o que os convidados faziam ali. A construção era extremamente chamativa, de modo que uma grande placa feita de neon com letras grandes e cursivas encaixava-se perfeitamente com o visual do prédio, o nome escrito era “O Pecado Roxo” .
Usava uma camisa social preta justa a seu corpo, que realçava seu músculos definidos e seu porte magro. A calça de camurça preta era completamente alinhada a seu estilo naquela noite, dando lhe um ar um pouco mais velho do que realmente era, não deveria ser permitidos menores de 18 anos na boate, elas quase fundiam-se a um sapato all-star converse preto que sempre usava quando pretendia sair. Seu cabelo está penteado jogado para trás e para o lado, fixado com um gel de cabelo que lhe dava uma aparencia brilhosa e molhada. Em seu pescoço estava exposto um dos bens mais preciosa emocionalmente, um colar que possuía um anel de prata negro com diversos entalhes.
Hugo esperava a 10 minutos ao lado de um segurança, havia uma fila enorme que dava a volta no quarteirão, pessoas esperariam horas par apoderem entrarem em uma das baladas mais populares e exclusivas de Brasília, mas com sorte ele deveria ficar no mínimo 20 minutos ali para entrar. O Anfitrião tinha contatos em todos os lugares, de forma que ele podia entrar e sair de baladas quando quisesse, com o que quisesse e com quem quisesse, o único problema dessa tamanha popularidade que ele possuía era de sempre estar atrasado para encontrar com Hugo, no entanto valia mais a pena de esperá-lo do que enfrentar a fila. Ele olhou para o segurança, um homem enorme com 2 metros de altura e no mínimo 130 kilos de gordura e músculo em um belo terno preto alinhado, o mesmo estava encarando ele de volta e começava a ficar irritado pela presença do garoto.
Quando chegará havia avisado de quem era amigo, por isso o segurança não havia o enxotado dali, como faria normalmente com qualquer um que tentasse entrar sem ser pela fila, mas a menção do nome do companheiro de Hugo podia abrir portas e mudar pessoas. O guarda estava pronto para mandá-lo embora, quando havia colocado a mão no obro de Hugo, pode se ouvir um pigarreio da entrada.
Warren !!! Quanto tempo não nos vemos !!! - Exclamou um jovem da entrada da entrada em formato de arco do prédio.
Ele era alto, no mínimo 1,90 , tinha um porte magro e definido, com ombros largos; braços tonificados e pernas bem esculpidas. Seu cabelo era grande e esvoaçante chegando até a nuca em um loiro forte e vivo que se assemelhava a for de um girassol, fundia-se perfeitamente a uma pele com bronzeado praiano. Em seu rosto havia um óculos escuro redondos, estilo John Lenon, usava um palito rosa cintilante por cima de uma blusa regata branca, a calça social preta que usavam deixavam expostos seus calcanhares. Em seus pés haviam alpargatas roxo escuras que de alguma forma davam coesão ao seu visual.
Estava suado da cabeção aos pés, de forma que tanto a blusa quanto sua calça estavam grudadas em seu corpo, ofegante ele se aproximou de Hugo e com um abraço forte e apertado o levantou do chão.
Você tem noção de que não me chamo Warren, não é? - Foi a única resposta que conseguiu penas para aquela demonstração de afeto tão explícita, e desconfortável como aquela. A verdade era que também sentirá certa saudade do amigo, fazia alguns meses que não se viam, desde as feiras de verão que viajará para longe, mas não deixaria que ele soubesse disso.
Cale a boca e vamos entrar logo, as músicas boas acabaram de começar a tocar. - disse o companheiro enquanto o encaminhava para a e entrada do prédio. Antes de entrarem, ele apertou a mão do segurança dando lhe um pequeno abraço, passando uma pequena nota de 100 reais para ele, enquanto perguntava se sua filha havia conseguido finalmente entrar na faculdade de medicina que almejava. Recebeu como resposta um grande sorriso e uma confirmação, o “Anfitrião” realmente tinha um dom para lidar com as pessoas.
Enquanto entravam, Hugo sentiu o olhar fuzilante de todos os que esperavam na fila pacientemente para entrarem quando alguém decidisse sair da festa, algo que normalmente nunca acontecia até que o relógio marcasse 4 da manhã, não se sentiu mal por eles, muitas vezes já estivera do outro lado e sabia muito bem o que eles estavam pensando. Após passar pela curtinha escura que separava os ambientes eles adentraram em um mundo totalmente diferente e a parte de tudo que acontecia lá fora, como se entrasse em um portal para outro mundo, até mesmo o ar que respirava parecia diferente.
A luminosidade estava reduzida de modo que não se via muito detalhes de tudo que acontecia envolta a eles ficasse mais bonito de certa de forma, principalmente as pessoas, sem as imperfeições o mundo seria um lugar muito melhor. O neon das luzes fazia que tudo ficasse arroxeado e escuro, e as cores luminescentes ficavam muito mais vibrantes e belas. O ar era tomado por uma pequena névoa de máquinas de fumaça espalhadas por todo local para da um ar muito mais místico e máscara o cheiro, que assim ficava muito mascarado, de suor, cerveja e um leve tom de mato queimado.
Eles entraram por um pequeno corredor onde havia uma recepcionista em uma parte da parede em uma cabine de cinema americano temática. Ela perguntou a eles se gostaria de guardar algum pertence dentro dos armários que estavam vinculados a pulseiras que brilhavam com o neon em seus pulsos. Depois de assinarem seus nomes no grande livro de registros da boate, que aparentemente estava lotado das assinaturas dos mais famosos da cidade, ofereceu-lhes para passar sprays em seus cabelos ou roupas. Hugo aceitou a tintura verde em seu cabelo e a rosa em sua camisa preta, entanto que seu companheiro com suas roupas normais já estavam reluzindo.
Foi lhes entregue um vale para a primeira rodada de bebidas grátis, que poderia ser convertido a partir das 2 por um open bar limitado. Atravessaram o corredor para chegarem no meio da pista de dança. O local estava dividido em algumas regiões para uma melhor organização, na entrada do do corredor estava a pisa de dança que ocupava o maior espaço do andar, o piso lembrava o chão de uma discoteca dos anos 80 e possuía um globo de luz no centro com diversos mine-canhões de luz que andavam aleatoriamente pelo espaço.
Na parte frontal da pista haviam 2 caixas de som enorme que tocam uma música eletrônica produzida por um DJ que ficava em um palanque entre elas, o som era alto e a batida excelente, fazendo todo o corpo vibrar junto a cada toque. No lado esquerdo havia um enorme bar que se estendia de um lado ao outro, com 3 bartenders atendendo a todos. No lado direito havia uma pequena escada que dava entrada para um platô onde as pessoas VIPs menores ficavam e uma bela e grande escadaria de mármore branco que dava entrada para o segundo andar, na mais exclusiva classe.
Hugo e o “Anfitrião” começaram a dançar entre os corpos de diversas outras pessoas e por um momento nada a não ser a música passa a pelas cabeças deles, apenas a batida, a vibração, o movimento de diversas pessoas que estavam ali procurando a mesma coisa que eles, a liberdade de se expressarem. Sem pensamentos tristes, sem uma agonia desconhecida, sem preocupações sobre sua aparência ou sobre como deveria se portar, não estava aflito que alguém o estivesse observando, não possuía a iminência de lágrimas sem sentido, pela primeira vez em algum tempo Hugo realmente se sentiu liberto das correntes que pareciam sempre prendê-lo ao chão e se permitiu movimentar-se como quisesse, acompanhar as curvas suaves de corpos e a atração que eles poderiam sentir. O pacote que havia trazido em seu bolço para liberta-se parecia sem sentido.
Olhou para o amigo que dançava com uma garota e o viu beija-la vorazmente sem se conhecerem, assim lembrou por que ele estava ali. O “ Anfitrião “ poderia muito bem estar no segundo andar do prédio, com sua influência ele poderia estar onde quisesse e com quem quisesse, mas ele não era como Hugo que sempre estava se importando com aparência e como deveria se portar, ele agia como realmente era e vivia da forma que quisesse, andava com aqueles que achasse interessante. O viu deixar a garota e se aproximar de um garota para dançarem juntos e a multidão os levou para longe.
O jovem continuou dançando sozinho em meio a multidão de pessoas que não conhecia até que encontrou com uma garota. Não sabia como ela havia chegado a sua frente ou como eles se parearam, mas tinha certeza que agora eram parceiros naqueles movimentos. Como se estivesse começaram a se mover juntos completando os movimentos uns dos outros de uma forma sensual e linda de se ver, era como se fizessem isso juntos a anos, locomovendo-se por puro instinto primordial e tocando-se como se conhecessem. Ele colocou as mão no quadril dela e ela pôs as mãos em seu pescoço, sentiram as curvas uns dos outros de uma forma sútil e respeitosa, mas sagaz e experiente.
Ele sentiu o cheiro do cabelo da garota, um tom agradável de rosas se espalhou por suas narinas quase intoxicando sua mente. Ela era se movimentava com a primazia e de acordo com a música que tocava, era graciosa e atraente. Deu uma breve olhada com quem dançava e viu como era bela a garota que em sua frente. Ela usava um vestido justo preto que cobria de seus braços, deixando expostas suas lindas costas, até um pouco antes de seus joelhos, ainda permitindo um vislumbre das coxas que eram cobertas por uma meia calça preta. Usava um salto alto de plataforma preto, com um salto de camurça que deixava seu visual mais maduro. Encaixava-se perfeitamente , mostrando as curvas de seu corpo violão, belos seios estavam cobertos pelo vestido e um quadril suavemente avantajado lhe faziam parecer um modelo. O cabelo era negro como a noite na parte de cima e com luzes em torno de seus pescoço, estava solto e ondulado. Só não conseguia ver o rosto, no entanto ele não importava.
Podiam ter estado ali por horas, comunicando-se apenas pela linguagem de sinais que criaram ali, não precisavam de palavras, pareciam ter sido feitos para aquilo e deveriam ficar ali juntos na pista para eternidade. Hugo estava se se fundo animado e começando a apresentar sinais de felicidade, tudo estava perfeito demais, em meio aos sons e musicas ele quase sentiu uma paz que não conhecia. Quase.
Toda a ilusão acabou quando olhou para o outro lado da pista de dança, na escada dos VIPs maiores, e viu a única pessoa que desejava evitar a todo custo, alguém que se estralasse os dedos poderia acabar com sua vida, era Talita que o observava com um sorriso em seus belos lábios. Ele parou de dançar na mesma hora que a virá, ficando ereto e se afastando alguns passos da garota que estava junto. Seu coração estava disparado, o suor que era quente em seu corpo tronou-se frio como uma geada, as mãos começaram a tremer sem que ele conseguisse parar. O sorriso que estava em sua face se foi e todos os pensamentos, sentimentos, emoções e inibições ,que pareciam estar distantes retornaram como um soco em seu estômago o fazendo querer vomitar.
Hiperventilando foi caminhando até o bar, deixou q garoto para traz sem olhar quem poderia ser ela, não voltaria à procurá-la provavelmente. Parecia que uma aura negra estava sobre si, tentando sufoca-lo, ele precisava fazê-la sumir, assim como as lágrimas que pareciam querer brotar em seu rosto e a dor que em seu peito residia. “ Três shots de vodka, e uma de tequila!” foi o que disse para o bartender a sua frente, que com uma agilidade de profissional estava em sua frente, em cima de uma bancada de madeira de mogno.
Hugo sentou-se na frente dos copinhos e os fitou intensamente, meneou se valeria a pena bebe-los para fazer aquilo passar, sentiu o bolso pesar com o pacote que havia comprado de Talita. Quase perdeu sua mente, até sentir uma mão em suas costas:
O que você está fazendo Warren ? Deixou aquela beldade no meio da pisa sozinha, você estavam tão... tão ... tão conectado- disse o “Anfitrião”. Suado da cabeça aos pés, com a boca um pouco manchada de batom - Pra que os copos irmão ?
Eu não aguento mano, eu preciso de esquecer tudo. Não aguento esse peso, não aguento mais - Foi a única coisa que Hugo conseguiu dizer.
Mas é exatamente por isso que estamos aqui, para esquecermos tudo que está lá fora e focar apenas no momento. Cara eu sei que você esconde alguma coisa, mas fica muito difícil se você não me contar - disse o amigo com uma preocupação genuína na voz. Ele sabia que algo não estava bem, normalmente Hugo nunca faria isso, não em um dia da semana e com aquele pesar todo.
Hugo tirou de seu bolso algumas pastilhas que estavam guardadas em um pacote de prático zíper. Com um movimento rápido os abriu e jogou todas dentro do copo de tequila, eles se dissolveram rapidamente liberando algumas bolhas por efervescência até ficarem imperceptíveis.
Você não vai fazer isso! Se eu soubesse que viria aqui para usar essas coisas nunca teria te chamado ! - Disse o “Anfitrião” com um semblante de irritação em sua face. Isso o havia irritado muito, quase não acreditava no que estava vendo.- Você prometeu que nunca mais faria algo assim !
Eu seu tá ! - disse Hugo em sobressalto - Eu sei o que eu disse, mas eu não consigo irmão, não dá pra aguentar esses pensamentos, aquele dia fica voltando sem parar na minha mente !!! - falou quase gritando, mas era abafado pela boate a seu redor, já estava de pé encarando seu amigo - Também sei o que você pensa disso, me perdoe! Eu peço o seu perdão, mas não vai ser você que me impedirá! - Lágrimas brotavam em seus olhos, limpou-as rapidamente e voltou a encarar os copos a sua frente.
Você pode fazer isso tudo pra se sentir melhor, mas não conte comigo nisso. - Disse com um olhar sério de reprovação em sua face - Se quer voltar a se envenenar com isso, faça sozinho. - a rispidez de sua fala poderia cortar qualquer um ao meio - Eu ainda te amo, mas não vim aqui para isso, nos falamos amanhã. - Virou as costas e voltou para a pista deixando Hugo sozinho no balcão.
O jovem, pensou em desistir, mas os pensamentos que vieram juntos lhe deram a certeza do que deveria fazer. Virou o primeiro copo de vodka limpo em um movimento rápido. A imagem da garota desconhecida, que parecia ser Ana para ele, lhe veio à mente, e uma lágrima correu por suas bochechas. Virou o segundo copo. Escutou a voz da garota, perguntando a ele se estava tudo bem, seu coração estremeceu, a tempestade que martelava em sua mente parou por um segundo para retornar mais forte. Virou o terceiro copo. Agora pode vê-lá sorrindo em meio a um campo verde e branco, não conseguiu conter um sorriso que brotou em sua face. Hesitou em virar o copo de tequila. A imagem dela desapareceu e viu um rosto bem conhecido ensanguentado no lugar. Virou o último copo de tequila. Sentiu sua garganta queimar de uma vez só, enquanto as bebidas misturavam-se em seu estômago. Assim ele apagou e nunca lembrou o que aconteceu naquela noite.


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Notas finais do capítulo

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