Seu coração pulsava forte no peito, a raiva correndo pelas veias como um combustível para sua loucura, quando abriu a porta do apartamento. Todos eram iguais no condomínio, a disposição dos cômodos era sempre a mesma e isso facilitava as coisas.

Viu que a sala estava deserta e escura e que a televisão do quarto estava ligada, portanto ela devia estar lá, assistindo qualquer coisa idiota para encher sua cabeça vazia.

Parou no corredor e, com a faca que tinha escondida na roupa, cortou o fio da internet, levando-o consigo. Seu plano era esfaquear seu peito siliconado até que ela se esvaísse em sangue e em plásticas, mas o fio era melhor, não poderiam rastrear a arma, pois saíra do próprio apartamento da vítima.

Vítima... Que maneira engraçada de ver Rebeca. A única maneira que enxergava a mulher era através dos quilos de maquiagens que passava para rebocar sua pele e olhos, deixando-a sempre com um ar mais jovem, mais bonito, mais novo, mais, mais, mais.

Chegando no quarto, viu que Rebeca estava na cama e seus olhos castanhos brilharam no escuro, se arregalando suavemente quando viu a figura sombria parada no batente da porta.

A mulher estava usando um pijama branco que destacava a raiz latina da cor de sua pele, os cabelos pretos estavam presos em um coque no topo da cabeça. Até mesmo em casa, deitada e desarrumada era uma mulher linda. E entendeu o que todos viam nela, porque todos ficavam eletrizados com a visão estonteante e, por alguns segundos pensou em voltar atrás, mas já era tarde, era suspeito demais.

Avançou sobre Rebeca Batista com o fio em riste, o que fez com que ela tentasse fugir, mas, com a surpresa ao seu lado, conseguiu enrolar aquele lindo pescoço com sua arma e apertou como se sua vida dependesse daquilo, afinal, naquele ponto, já dependia.

Com força, Rebeca se debateu, o que fez com que caísse em cima daquela pessoa que a agredia. Entretanto, não foi o suficiente para parar a violência.

Já no chão, o fio voltou a apertar seu corpo, estrangulando a mulher, que lutava arranhando os braços e o rosto de quem estava em suas costas, tentando se desvencilhar, sem nunca conseguir, até finalmente sufocar.