OMNITRANIL (Ben 10 - Força Alienígena) escrita por TarryLoesinne


Capítulo 19
Impacto




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― O que é isso!? ― gritou Gwen.

A criatura rugia e se debatia arremessando móveis e destroços em direção à Gwen e Ben. Sua aparência disforme e bizarra não permitia identificar a espécie ou saber se tinha alguma espécie pra ser identificada.

― Eu sei lá! ― respondeu Ben ― Só sei que ele está me perseguindo faz tempo e, quando eu finalmente achei que consegui me esconder, você me aparece e traz o brutamontes aí para o meu esconderijo!

― Ah, desculpe se eu não sabia que um monstro esquisito estava te perseguindo! Mas é que acabei de chegar e ninguém me avisou nada!

― Como assim acabou de chegar!? Chegou de onde?

Gwen não respondeu. Falou mais do que devia? Talvez para Ben, esse lugar fosse Bellwood. A verdadeira Bellwood.

― Isso não importa! Agora a gente precisa é se livrar dessa coisa!

― Boa sorte, quer tentar primeiro?

Ela aceitou a oferta. Gwen se posiciona à frente do primo e reveste suas mãos com feixes de mana. Estica os braços frente ao corpo, com as mãos juntas e os dedos entrelaçados de uma maneira bizarramente significante, diz:

― Vürkthera!

Um poderoso raio de energia sai de suas mãos e atinge o centro do tórax da criatura, arremessando-o contra a parede da sala e fazendo-o se chocar contra a casa vizinha.

― O Sr. Sullivan vai ficar uma fera contigo... ― disse Ben.

― Quem?

― Meu vizinho.

― Depois a gente vê isso. Vem, vamos embora daqui ― Ela segura o primo pelo braço e o leva pela porta da sala até a parte frontal da casa.

― Tá, chega de ficar me puxando! ― Ben se solta da mão da prima ― Me fala, pra onde você está indo!?

― Sinceramente, não sei ― disse Gwen. ― Pra algum lugar seguro?

― Mesmo!? Acha que eu já não procurei?

Essa discussão não ia levar a lugar nenhum, pensou Gwen. Embora ela tivesse planejado com muita cautela os passos para entrar na mente de Ben, agora que estava dentro, não sabia o que iria fazer em seguida. Foi então que se lembrou da fala de Encantriz na biblioteca.

― Ben, do que você se lembra?

― Como assim, se lembra? De tudo, oras.

― Antes da criatura te perseguir, o que você estava fazendo?

― Dormindo.

― E depois?

― Acordei.

― Ben, eu juro que... ― Gwen tentava se manter calma, mas uma pequena luminosidade de mana já começava a aparecer em sua mão direita.

― Acordei. Não encontrei ninguém em casa. Tomei café. Fui para a escola. No caminho, vi um gato preso numa árvore. Resgatei o gato. Segui para a escola e fui atacado.

― E depois?

― Lutei com o monstrengo pela cidade quase toda. Percebi que ele estava apenas vindo atrás de mim, então, procurei me esconder. Mas toda hora ele ou um de seus colegas acabam me achando e-

― Espera! Tem mais dessas criaturas!?

― Claro!

― Por que você não falou nada?

― Ué, você não perguntou... Aliás ― Ben aponta para o fim da rua, onde duas criaturas quadrúpedes disformes e peludas corriam em direção a eles.

Da casa do vizinho de Ben, o monstro marombado surge, destruindo parede, caixa de correios e carro estacionado na frente da casa vizinha. Já no meio da rua, ele ruge em direção aos jovens.

― Posso participar dessa vez? ― perguntou Ben.

Gwen não sabia o que responder ou como agir. Por isso, apenas permaneceu olhando atônita para o primo e sua empolgação incoerente com a situação.

― Vou aceitar teu silêncio como um sim ― Ben estende o braço esquerdo e toca no disco do Omnitrix em seu pulso, ativando-o e fazendo o holograma aparecer.

― Ben, não! ― Gwen gritou, mas já era tarde demais.

Uma luz verde reveste todo o corpo de Ben indicando o início da transformação. O brilho cresce de tamanho, assim como a silhueta de dentro da luz. Quando a luz se apaga, uma criatura vermelha musculosa com quatro braços se revela anunciando sua chegada:

― Quatro-Braços!

O alienígena corre em direção a criatura de tronco largo. Ele prepara seus dois braços direitos e acerta o monstro com um poderoso soco duplo. Ou seria dois poderosos socos? Tanto faz.

A criatura é arremessada em direção a uma das casas da vizinhança e atravessa várias paredes até sair do outro lado do imóvel.

Gwen continuou estática, sem entender nada.

O tetramando virou em direção à Gwen e, com um sorriso orgulhoso, mostrou dois “joinhas” com as mãos direitas.

― Aí, prima ― disse Quatro-Braços com sua voz grossa ― Os teus estão chegando também, fica esperta!

Ela se vira rapidamente e se depara com uma boca cheia de presas vindo em sua direção. Gwen projeta um escudo diante de si, fazendo o monstro quadrúpede chocar-se contra a defesa e ser desviado desorientado para atrás dela.

A segunda criatura quadrúpede também salta em seguida, mas no caso dele, é acertado por um carro de passeio ainda no ar, sendo jogado há metros de distância.

― Não precisa agradecer ― diz Ben.

Gwen desfaz o escudo e, caminhando, se aproxima do tetramando.

Quatro-Braços, nesse momento, se encontrava com a primeira criatura quadrúpede presa em uma de suas mãos. Ao ver a prima se aproximar, socou o rosto da criatura com um gancho de inferior-esquerda que derrubou o monstro inconsciente.

― Ben, você se transformou... ― disse ela.

― Sim... ― Ele se reveste do brilho verde e volta a sua forma humana ― Como sempre, por quê?

― E... E você está se sentindo legal?

― Normal. Por quê?

― Nada de dor, grito ou-

― Não. Por quê? Na verdade, Gwen, eu é que pergunto. Você está legal? Que raio de perguntas são essas?

― Ben... Você sabe onde estamos?

― Bellwood, na rua da minha casa.

― E não achou nada estranho além das criaturas?

― Não...

― Tem certeza?

― Tenho sim. Estamos em Bellwood. Provavelmente as criaturas devem ser capangas de algum vilão de quinta categoria por aí. Se não me engano, pela minha vasta experiência, a qualquer instante ele deve aparecer para dar seu discurso megalomaníaco e-

― Então por que você está chorando?

― Como é? ― Ben leva a mão ao rosto e sente em sua bochecha o caminho úmido e quente deixado pelas lágrimas.

O jovem se cala, abaixa a cabeça e encara as próprias mãos. Ele observa as suas palmas aparar as lágrimas, uma a uma, sem cessar. Ben vê um par de mãos invadir seu campo de visão e, gentilmente, segurar as suas. As lágrimas continuavam a cair, dessa vez, por sobre o dorso das mãos da prima.

Sem levantar a cabeça, ele diz:

― Não estamos em Bellwood.

― Não...

― Gwen... O que aconteceu comigo?

― Você se machucou, Ben.

O jovem humorado e confiante, de alguns instantes atrás, agora mostrava todo o medo e fragilidade que esse tempo todo procurou esconder.

― Eu morri? ― ele disse.

― Não! Não, Ben, você não morreu! ― Gwen lutava para não deixar escapar uma lágrima que tremia no canto de seu olho ― E não vai morrer!

O jovem levantou a cabeça. A última fala de Gwen disse mais do que ela pretendia dizer. Talvez não estivesse morto, mas sua condição não deveria ser a das melhores. As lágrimas pararam por hora. Ele olhava para os arredores, tentando compreender a paisagem que os rodeava:

― Onde estamos?

― Dentro de sua mente.

― Tá zuando!?

― Por que eu estaria?

― Que maneiro! ― Ben solta as mãos da prima e começa a correr pelo ambiente, procurando experimentar tocar em todos os objetos que vê ― É como se estivéssemos num sonho?

― Não sei dizer, ainda estou conhecendo como funciona esse feitiço...

Ben caminha e gira o corpo com os braços abertos, no mesmo estilo de A Noviça Rebelde, e diz:

― Se for um sonho então eu sou capaz de fazer tudo que eu quiser aqui!

Uma cratera se abre no chão no instante que a criatura caiu do céu, lançando pedras e destroços no ar. Ben e Gwen foram arremessados com a onda de impacto e caíram de costas no asfalto. Em seus corpos, apenas algumas escoriações. No centro da cratera, de aspecto bizarro como os demais, um monstro alto, assimétrico, com três braços, começa a surgir à medida que a poeira começa a baixar.

― Ai, cara...


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