OMNITRANIL (Ben 10 - Força Alienígena) escrita por TarryLoesinne


Capítulo 18
Começando a fazer as conexões




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― Computador? ― disse Max sentado na cadeira do piloto.

― Sim, Magistrado.

― Confirme a identidade da jovem à minha frente, por favor.

― Claro, senhor. A jovem se chama Eunice, sem sobrenome. Tem menos de 1 ano de vida, embora sua biologia seja condizente com a de uma humana de 15 anos.

Eunice mantinha-se parada, com as mãos atrás das costas, aguardando o computador concluir a análise.

― Humana? ― Pode parecer uma pergunta boba, mas pela experiência de Max, o fenótipo nem sempre condiz com a realidade biológica.

― Não, senhor. Eunice é um Unitrix, uma versão primitiva do Omnitrix, construído por Azmuth. O Unitrix, diferente do Omnitrix, é capaz de armazenar o DNA de apenas uma espécie, no caso, a Homo Sapiens.

O Magistrado observava a garota. Tinha a impressão de que a conhecia de alguma forma, mas não sabia dizer nem de onde, nem o porquê.

― Por que seu nome não me é estranho?

― Já me encontrei com seus netos antes, Magistrado ― disse Eunice. ― Na verdade sou fruto de uma aleatoriedade genética do DNA da Gwen.

― Eunice! Agora eu me lembrei! ― Max levantou de seu assento e caminhou em direção a cumprimentá-la. ― Eles falaram comigo sobre você! Principalmente o Ben.

― Desculpe invadir sua nave dessa forma, senhor, mas não tive outra alternativa.

― Eu entendo! ― disse com seu sorriso característico ― Mas como conseguiu entrar?

― Invadi remotamente o computador da nave e me adicionei na lista de tripulantes.

― Fácil assim?

― Na verdade, sim...

― Não que eu esteja desconfiando de você, minha jovem, mas... ― Max levantou a cabeça para sua voz ser ouvida por todo ambiente ― Computador!

― Sim, Magistrado.

― Me informe o número de integrantes na nave nesse exato momento.

― Sim, senhor, só um momento. ― Uma pequena pausa, seguida de ― Apenas dois, senhor. O Magistrado e a senhorita Eunice.

― Certo, obrigado. ― Max virou-se para Eunice e continuou ― Espero que entenda que se o sistema falhou uma vez, pode falhar novamente.

― Eu compreendo.

― Muito bem, agora me explique: O que aconteceu com Azmuth? Ele não está numa expedição de pesquisa?

― Não, Magistrado. Há meses que Azmuth não sai de Galvan Prime.

― Então, Fahtzi mentiu.

― Não seria a primeira vez, embora eu não sei o que o Primeiro-Gerente disse para o senhor, então...

― Ele disse que Azmuth estava incomunicável e que-

― Nesse sentido, ele não mentiu ― Interrompeu Eunice.

― Como assim?

― Azmuth está preso, Magistrado. O Conselho Galvânico o prendeu.

***

A nave de Max redirecionou sua rota. Pousaram em Galvan-B, a lua negra de Galvan Prime.

Para os humanos, a mudança no ecossistema da lua de Galvan ― que garantiu a ela se transformar no ambiente mecamorfo atual, com toda a vida feita da matéria metalo-orgânica que a povoa ― pode parecer uma história de milhares de anos. Algo próximo dos dinossauros. Já para os galvanianos, de tempo de vida bem mais prolongado, Galvan-B se tornou o que é hoje, na semana passada.

Assim que a nave pousou, um líquido enegrecido cobriu a superfície externa da nave. Não alterando em nada sua estrutura, mas garantindo que tudo ficasse com a cor preto-metálica com detalhes de circuitos em verde, característica do local. Outro ponto importante sobre o ecossistema dessa lua: assim que um veículo ou objeto é revestido pela vida metalo-orgânico de Galvan-B, nenhum sistema de rastreamento é capaz de diferenciá-lo de uma árvore ou uma pedra no ambiente.

― Muito bem, minha jovem, pousamos onde você recomendou ― disse Max, ― pode começar as explicações.

Eunice se encontrava de pé, com os braços cruzados e as costas apoiadas numa das paredes da cabine. Afastou-se da parede e enquanto caminhava pela cabine, começou a falar:

― Tudo começou há cerca de um mês...

― Terrestre ou galvânico?

― Terrestre.

― Ok, continue.

“Há um cerca de um mês, pequenos boatos começaram a vazar dos laboratórios sobre a mais nova invenção de Azmuth. Segundo esses boatos, o criador do Omnitrix estava planejando criar uma versão ainda mais avançada do dispositivo. Alguns começaram até mesmo a anunciar o surgimento de um Superomnitrix.”

― Claro, com os boatos, começaram também as preocupações. ― disse Eunice ― O Magistrado bem sabe o que aconteceu quando o Omnitrix foi criado.

― Azmuth foi perseguido, sua nave foi atacada por Vilgax e ele foi obrigado a lançar o Omnitrix na Terra, esperando que eu conseguisse pegar o dispositivo.

― Exatamente. Embora o plano dele naquele momento não tenha dado muito certo, já que não foi o senhor que ficou com o Omnitrix, felizmente, o dispositivo caiu em boas mãos.

Max ficou em silêncio.

Embora Eunice sendo “quase humana”, em alguns momentos, o comportamento dos humanos era algo complexo demais para a compreensão dela. O silêncio de Max, nesse instante, por exemplo, foi um desses momentos.

― Por favor, continue ― pediu Max.

― Claro.

“Quando esses boatos chegaram nos ouvidos do Conselho Galvânico, o medo de um novo ataque de ‘Conquistadores’ como Vilgax voltou a pairar sobre a cabeça dos líderes do Conselho Galvânico. Segundo eles, era preciso o Conselho tomar uma atitude em prol da proteção de todos.”

― E como Azmuth reagiu a tudo isso? ― disse Max.

― Da pior maneira possível, claro. Ele detesta que digam que as criações deles são armas ou qualquer coisa do tipo.

― Eu me lembro dele sempre dizer que o Omnitrix é na verdade um enorme banco de dados de espécies.

― E é mesmo!

― E eu acredito em você. E em Azmuth também... ― Max encarava o chão como forma de distrair a visão para os pensamentos caminharem mais livremente ― Mas sejamos sinceros, estamos falando de um dispositivo com enorme potencial destrutivo. Se ele pretendia construir algo ainda mais avançado, eu compreendo o receio do Conselho.

Foi a vez de Eunice ficar calada. Suas expressões deixavam escapar as dúvidas de se tinha tomado a escolha certa em pedir a ajuda de Max Tennyson.

O Magistrado estranhou o silêncio que se estabeleceu no ambiente. Assim que levantou o olhar para o rosto da jovem, compreendeu o que estava acontecendo.

― Isso não significa que eu concorde com as atitudes do Conselho, Eunice, por favor, não me entenda mal! É só uma questão de que já vivi tempo o bastante para compreender o que levam as pessoas a tomarem determinadas atitudes.

― Eu...

― Por favor, não se preocupe, apenas continue. Se vou te ajudar a salvar Azmuth, preciso entender todo o contexto antes.

― Tudo bem... Então... Onde eu estava? Ah, depois que eu despertei e conheci Ben e Gwen, Azmuth me trouxe para Galvan Prime e me confiou a tarefa de Assistente de seu laboratório. Por esse motivo, pude acompanhar os desdobramentos de toda essa situação mais de perto que qualquer um.

“Primeiro, foram as visitas não planejadas de membros do Conselho, muitas vezes, procurando fazer Azmuth desistir da ideia de construir o tal Superomnitrix. Depois foram as notícias e reportagens questionando as escolhas dele e, em vários momentos, o apresentando como um velho senil e egoísta, capaz de sacrificar o bem-estar de todos em nome de seus experimentos. Até que o pior que poderia acontecer, aconteceu.”

― O que houve? ― Max perguntou.

― O protótipo foi roubado do laboratório.

― Mas como?

― Não sabemos.

―  Não me digam que suspeitaram de Azmuth e por isso o prenderam?

― A princípio, não. Pois haviam imagens das câmeras de segurança que mostraram o verdadeiro responsável entrando e saindo do laboratório.

― Deixe-me adivinhar: Albedo.

― Exatamente! Como o senhor sabia?

― Ele é uma das razões que me fizeram vir aqui... Agora tudo está fazendo mais sentido. Mas se Albedo era o responsável, por que Azmuth foi preso?

― O fato é que Albedo não cometeu apenas um crime naquela noite. Para poder roubar o Omnitrix ele precisou fugir da prisão antes.

― Ainda assim, não faz sentido prenderem Azmuth. A não ser...

― A não ser que desconfiassem dele como o responsável pela fuga de Albedo ― disse Eunice.

― Mas estamos falando do Grande pensador e cientista Azmuth, essa teoria não faz o menor sentido!

― Não faz mesmo, mas assim que o tal Superomnitrix foi roubado, o Conselho e a mídia enlouqueceram!

― Se antes eles tinham medo, então agora deveriam estar em completo pânico... ― disse Max.

― No primeiro momento, Galvan Prime praticamente se isolou do resto do Universo tanto para impedir que a tecnologia escapasse do planeta, quanto para garantir que não vazasse a informação de que uma tecnologia como essa estava solta por aí.

― Por isso, nós, os Encanadores, não ficamos cientes de nada disso.

― Exatamente. Depois, começaram as investigações e as acusações. Não se sabia se Albedo havia conseguido sair de Galvan Prime, então as forças policiais passaram a fazer buscas e interrogando praticamente todo mundo.

― Mas Albedo não está em Galvan, ele está na Terra!

― Ele conseguiu escapar!? Mas como?

― Eu é que pergunto! O planeta não estava lacrado?

― Sim...

― Então?

― Me desculpe, Magistrado, mas não tenho ideia de como ele escapou.

― Tudo bem, minha cara. E Azmuth, o que aconteceu depois?

― Como eu havia dito, a polícia começou a iniciar buscas pelo planeta. Inclusive nos laboratórios...

― Ele deve ter detestado.

― Mais do que isso, senhor, ele literalmente barrou a entrada no laboratório de qualquer pessoa que não trabalhasse lá!

― Já até imagino o que aconteceu depois...

― Conselho, mídia, população... Todo mundo passou a achar que ele utilizou de Albedo para tirar a tecnologia do planeta.

― Mas que grande... ― Max pensou por um instante nas palavras possíveis que iria cuspir no momento ― Porcaria! ― A que ele deixou na mente era menos amigável.

― Há cerca de uma semana, os policiais invadiram o laboratório e o levaram em custódia.

― Mais alguém além dele foi preso?

― Do laboratório?

― Isso.

― Não. Parece que Azmuth estava prevendo que isso ia acabar acontecendo mais cedo ou mais tarde e dispensou todo mundo dias antes. E considerando que mais ninguém sabia de detalhes do projeto além dele, acabou que nenhum pesquisador interrogado foi capaz de fornecer alguma informação “útil”.

― Que confusão...

― Nem me diga! ― Eunice revirou os olhos.

― E agora, o que vamos fazer? Acredito que se você veio me procurar, pelo menos algum plano em mente você já tem.

Eunice sorriu. Ela tinha sim.

― Só para confirmar, o senhor irá me ajudar?

― Claro! Embora Azmuth jamais admita isso, somos mais do que conhecidos. Além do que tenho questões a serem resolvidas que apenas ele será capaz de me ajudar.

― Questões? ― questionou Eunice.

― Uma coisa de cada vez, minha jovem. Primeiro, seu plano.

― Vamos entrar escondido na prisão e resgatar Azmuth. No momento que sairmos, provavelmente iremos enfrentar resistência.

― Precisaremos de uma camuflagem adequada e poder de fogo o suficiente para enfrentar um exército. Você pensou nisso?

― Pensei sim! Por isso, usaremos isso!

Eunice tirou de um de seus bolsos um pequeno cubo de material preto-metálico, com os mesmos detalhes de circuitos verdes, que nesse momento revestia toda a superfície externa da nave e da lua em que se encontravam.


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