Redenção escrita por SraNara


Capítulo 12
Flashbacks — Feliz Aniversário, Sasuke


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!
Agradeço aos comentários que venho recebido.
Boa leitura!



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Manual de Sobrevivência de Sasuke Uchiha:

 

Qual o melhor jeito que fazer dois turrões se entenderem? Forçando o convívio ou deixando eles se matarem? Acho que a última alternativa não é a melhor.

 

Sasuke anotava em seu diário de bordo. Adquiriu a mania de escrever quando tudo isso começou, como uma força de reorganizar os pensamentos  e não enforcar Hinata. Já estava virando um livro.

Já se fazia umas duas semanas desde o último incidente com Madara — na qual o mesmo insistia em dizer que foi Hinata — houveram muitas, mas muitas artes por parte dos inimigos declarados. 

— O cheiro de querosene ainda está impregnado no meu nariz. — confessou a Naruto. O loiro parecia cada vez mais interessado nas danações de Hinata e o Uchiha mais velho.

— Aquele dia foi uma barra conseguir tirar a Hina de cima dele, nem Itachi e Obito estavam dando conta! 

 

Flashback

Quando Madara teve a certeza que havia sido a Hyūga quem havia tramado contra a sua sanidade mental e as pregas do seu ânus, decidiu que iria se vingar da melhor forma possível. Iria estragar os lindos fios do demônio anão. 

— Será que tem tinta aqui? 

 Vasculhou por toda a casa e encontrou uma lata com uma substância que identificou ser querosene. Nao era o que ele estava procurando no entanto lhe teria a mesma serventia. Foi ao banheiro e pegou um frasco de xampu infantil e colou dentro. Agora era só esperar o estrago.

— SASUKEEE 

 Hinata sai do banheiro correndo a procura do moreno. Vieram ao seu socorro Itachi e Obito, preocupados com a menor.

— Hina, o que aconteceu? Eu estava com Itachi na varanda quando ouvimos os seus berros.

— Alguém colocou querosene no meu xampu. E eu tenho certeza que foi aquele maldito Uchiha. 

E sem dizer mais nada a azulada que agora parecia picolé de asfalto sai pisando duro em direção ao cabeludo. O byakugan ativado e um chakra vermelho em seu entorno a faziam ser assustadora para qualquer um, menos para ele. 

— O que foi, tá com fome? — fazia pouco da cara feia da Hyūga.

— Agora você me paga cria do Satanás.

Em um movimento rápido Hinata avançou nas costas de Madara. O seu alvo era o cabelo. A menor grudou como cola nas costas do Uchiha que precisou de ajuda não só dos dois Uchihas presentes, como também de Sasuke e Naruto que haviam acabado de chegar.

— Eu dei um sermão de quase meia hora nos dois. — o moreno se recorda, rindo. — acho que nunca os vi tão envergonhados. E de lá pra cá resolveram as suas diferenças. 

 

*

 

— Mads. — Hinata cutucou-o fazendo se virar para ela. — que dia é o aniversário do Sasuke-san? 

— Eu sei lá, pergunta pro Itachi. — deu de ombros, voltando a ler o jornal. Nem parecia o mesmo que a odiava a uns dias atrás.

—  Itachi-san, que dia é o aniversário do seu irmão? 

— Dia 23 de julho, Hina. — Itachi respondeu carinhosamente à morena. — que aliás, é hoje. — completou surpreso. 

— Hoje? Devemos fazer uma surpresa para ele!

— Alguém falou em comida? — Obito surge na conversa devorando um pacote de biscoito. Ele se senta confortavelmente ao lado de Hinata oferecendo-lhe um pouco. 

— Tá, mas como faremos isso? — Madara que estava com o jornal em mãos, o deixa de lado para prestar atenção na conversa. — Não podemos sair de casa e eu nem sei o porquê. 

— Eis o x da questão. Vocês não podem, mas eu sim. — Hinata concluiu animada com o plano. — Eu só preciso ir até a mercearia comprar algumas coisas. Do que ele gosta? 

— Negativo, a senhorita não vai a lugar algum.— o mais velho ralhou em protesto.

Hinata pensou em retrucar contra a ordem de Madara, mas concluiu que era perda de tempo. Estavam todos em pé em um canto da sala, apesar de Sasuke não se encontrar ali, cochichavam como se a qualquer momento ele fosse aparecer. A campainha tocou e Hinata foi atender.

— Oi, crianças. Quem são vocês? 

 

*

Konoha, um pouco mais cedo.

 

Sarada, Himawari e Boruto estavam no dormitório conversando sobre coisas de pré-adolescente. Ou melhor, só Boruto e Sarada estavam conversando, pois a mais nova estava mexendo em seu celular de última geração .

— Essa quarentena tá um porre, já fazem duas semanas que não saímos, não fazemos nada a não ser comer e dormir. — Sarada suspira cansada.

— Comer e dormir, resumiu o que o Shikadai faz sem precisar de pandemia. — o loiro como sempre fazendo piadinhas. — Ô Hima, dá pra largar um pouco esse celular? A vida não se resume só a isso, não.

— Você diz isso como se por acaso tivesse algo melhor para fazer. — retrucou mau humorada, largando a contragosto o aparelho na escrivaninha.

— A gente pode cozinhar, que tal? Ou treinar um pouco no jardim. — propõe Sarada à mais nova. 

— Já sei! Podemos visitar o Sasuke-sensei. — ah, Boruto e suas ideias mirabolantes

— Por favor, me diz que você não tá falando sério, garoto.

— Quer morrer e me deixar órfã de irmão, garoto?

— Ah, qual é meninas, é a duas quadras daqui, não tem ninguém na rua, a gente vai e volta rapidinho.

—  Boruto…

 

Pelas ruas quase desertas caminhavam os três, se questionando qual seria a melhor desculpa para dar ao Uchiha por aparecerem do nada. Avistaram uma aglomeração de pessoas na praça, e aparentemente eram contra a política do isolamento social. Houveram também algumas pessoas espirrando passando perto dos genins. Em cerca de alguns minutos chegaram ao famoso distrito Uchiha.

— Ô de casa, tem alguém aí? — sem resposta. Sarada tentou de novo até que viu uma garota saindo na porta. Era uma garota muito bonita, sem sombra de dúvidas. Estava usando uma camisa preta e larga com um short jeans claro.

— Oi, crianças. Quem são vocês? — a desconhecida pergunta educadamente.

— Eu me chamo Sarada, meu amigo do lado é o Bolt, ou Boruto e a mais nova é a Himawari.

— Prazer, crianças. Meu nome é Hinata.

— Pera aí, você é aquela menina que o sensei estava no dia da missão. — Boruto tocou levemente o seu braço. — Como pode ter crescido tão rápido?

— O jutsu, imbecil! — Sarada sussurrou. E Hinata parecia confusa. Sasuke havia falado de si para aquelas crianças? 

— Quem está aí? — O Uchiha mais velho apareceu na porta junto dos outros dois. — Crianças! — e em um pulo novamente voltou para dentro, como se tivesse visto algo abominável. 

 

Os outros dois permaneceram parados, analisando se deveriam ir ou não cumprimentar os estranhos. 

— Podem vir, eles são meus novos amigos. — Bom, se Hinata havia dito, então tava tranquilo.

 — Nós já conhecemos eles, Hina. 

— Vocês são os Uchihas, certo? 

— Hai — responderam em uníssono.

— Que legal, toca aqui cara. 

 

Boruto mostrou o punho em uma tentativa de dizer "toca aqui", e quando o irmão de Sasuke ia correspondendo ao gesto, Madara chega jogando álcool pra todo lado. A intenção era acertar os mais novos, no entanto, acabara acertando os olhos do loiro.

 

— Boruto-kun, você está bem? — a pérolada limpou a área dos olhos do loiro com a mão, na tentativa de ajudar o mesmo. Passado o susto, todos questionavam Madara pela atitude.

— Foi mal aí, garoto. Eu tropecei na pedra.

— Só tinhamos vindo aqui para ver o sensei, e agora vou voltar cego pra casa. — Boruto choramingou, recebendo olhares tediosos da irmã.

— Então, não se sintam tristes, hoje é aniversário do Sasuke-kun e planejamos fazer uma surpresa pra ele, poderiam nos ajudar?

 

Agora sim, pensava Itachi, meu Kami protegei-me de meus parentes! Dos meus inimigos eu me encarrego.

 

*

 

Pra quem pensava que ia ser fácil como dar rasteira em bêbado, Hinata estava começando a questionar a sanidade dos Uchihas, em especial de Madara e Obito. Como não houve um consenso, decidiram que todos iriam no bendito Mercado. Durante o tempo em que os Gennis faziam a vigilância da entrada, Itachi e ela se encarregaram das compras. E, bem...em contrapartida os outros dois… estavam apostando corrida com os carrinhos, devorando todos os doces que encontravam pela frente. O.k, exagero, só um pouquinho. 

— eu só espero que ninguém morra.

— Eu também, Hime. 

Enquanto riam de alguma maquinação de Obito, o celular que estava no bolso de Hinata vibra e para sua surpresa, era Sasuke ligando do celular de Naruto.

— Alô, Hinata? 

— O-Oi Sasuke-kun. 

— Eu já estou indo para casa, quer que eu compre alguma coisa para o almoço? 

— M-mas j-já? O-o q-que houve n-no trabalho? 

— Eu só fui liberado mais cedo. Você está bem? Eu estou ouvindo muito barulho.

— B-barulho? O-onde? Não sei do que cê tá falando. — ela era uma péssima mentirosa — é só a TV ligada. 

— Hm, o.k, chego aí em 15 minutos.

Certo, nada de pânico. Só precisavam de algum jeito de chegar logo em casa, driblar o Uchiha e agir como se nada tivesse acontecido. Caso contrário, ele faria picadinho de Hinata e Cia. A pérolada teve um mini infarto imaginando a bronca e comunicou a todos sobre a vinda antecipada de Sasuke. 

— E agora, José? — Itachi pôs a mão no rosto em sinal de desespero.

— Quem é José?— ao contrário de todos que pareciam muito bem ter entendido a expressão, Obito franziu o cenho, sem entender bulhufas e tudo que recebeu foi um "Cala boca" geral.

— Eu tenho uma ideia! — todos suspiraram pesarosos com o anúncio de Madara. — Que foi? Até parece que não vai dar certo.

— Vindo de você, nunca dá. 

— Wow, respeita. Eu sou uma lenda.

— Eu nem sei quem tu é. — provoca a Hyūga

— sorte a tua que eu não posso te matar. Enfim, vão aceitar ouvir meu plano ou não? 

 

*

 

— E aí, Teme. Já decidiu o que vai fazer no seu aniversário?

— Tsc. Sabe que eu não ligo pra essas coisas. 

— Mas eu sim, e por isso te darei o dia de folga hoje.

— Tá, eu só preciso avisar Hinata de que chegarei mais cedo hoje. 

— Não seja por isso. — o Hokage entregou o celular para que ele realizasse a ligação.

— Naruto.

— O quê!? 

— Sabe que eu não sei mexer nisso aqui. — e realmente era verdade. Se Sasuke pudesse, ainda teria um celular de botão que só faz ligação e de brinde vinha o jogo da cobrinha. 

 

— Dattebayo, pronto.

 

Enquanto o moreno falava com Hinata ao telefone, Naruto se permitiu rir da forma que ele estava conduzindo a conversa. Sasuke falava rápido como se estivesse num trava-língua, e alto como se fosse surdo. 

 

— E aí?

— Falei com ela. Algo parece fora do normal.

— Alguma confusão nova?

— Não, por incrível que pareça.

— Ah, está dispensado. Pode ir.

Sasuke estranhou o nervosismo aparente da pérolada no telefone, mas não disse nada. Talvez fosse só impressão sua mesmo. Caminhando nas ruas desertas da Vila da Folha, o moreno se pegou questionando o sentido de sua existência. Desde o massacre do clã o mesmo já tinha deixado datas comemorativas de lado. Há muito não sabia o que era um dia feliz, sem pesares, dedicado somente a si. 

 

Até que a Hyūga caiu de paraquedas em sua vida. No começo foi um tormento, ela fazia questão de acabar com toda a paciência que o mesmo possuía. Ela fez questão de acabar também com as muralhas que protegiam seu coração, mesmo que não soubesse disso. Aos poucos, foi ocupando um lugar precioso em seus pensamentos, sentimentos e na cama, pois Hinata era muito espaçosa e acabava por sempre o empurrar na hora de dormir. 

 

Sorriu com o pensamento, há quanto tempo ele não sentia felicidade em voltar para casa? De ouvir "bem vindo de volta"? Eram coisas simples e no entanto faziam muita falta. Estava até se divertindo com as intrigas da primogênita dos Hyūga com Madara.

Ao longe, observou uma possível confusão que estava por se formar. Suspirou, sua princesa teria que esperar mais um pouco.



*

Enquanto isso:

Madara sugeriu que eles fizessem uma revolução no Supermercado para atrair a atenção de alguns policiais e possivelmente de Sasuke. 

— Baka, como espera que ganhemos tempo se Sasuke virá pra cá?

— Como vocês ainda não perceberam? Batendo em alguém nós causamos um tumulto, saímos de fininho enquanto o Sasuke virá para averiguar o que aconteceu, a gente prepara tudo. 

— Eu não sei não. — Hinata estava aflita porque odiava confusões.

— Se vocês não se resolvem, eu resolvo. Vão chamar os guris

Dito e feito. O moreno deu uma rasteira em duas pessoas que começaram a se estapear ali mesmo. Num instante havia tumulto e baderna generalizada. 

— Vamos sair pela frente. — Propõe Himawari.

— Não dá, eu já estou sentindo o Chakra de Sasuke, escondam os seus. 

— Já sei, vamos pelos fundos. — Sarada grita para que pudessem ouvi-la. 

Já estavam livres da muvuca, mas ainda tinham um problema: sair dali sem que Sasuke os visse, pois o Uchiha já estava muito próximo e se fossem pelos tetos, seriam facilmente notados pelo mesmo.

—  ÊI, PARA ESSE CARRO, FBI! — Madara entrou na frente de um caminhão. Pareciam um bando de malucos, mas isso não se discutiria agora. Abordou o pobre motorista e o obrigou a obedecê-lo.

— O que você pretende fazer? — Obito questionava com sacolas de compra. 

— Estou dando um jeito de escaparmos das garras do tirano. — sem questionar a atitude do mais velho, subiram na carroceria. Madara por fim entrou na cabine e batendo na lataria do caminhão disse: — Toca pro inferno, motorista. 

 

*

 

— Como assim vocês não sabem como isso começou? — questionou aos populares.

— Foi um velho que deu uma rasteira em um pessoal aí, ele tava em um grupo. 

— E você pode me especificar esse grupo? 

— Era um grupo de seis pessoas, três crianças, uma adolescente e dois adultos junto dele. 

 

— Voltei. 

— Ué, Sasuke, eu te liber... — o Uzumaki é interrompido pela chegada da polícia junto do amigo. — O que significa isso? 

— Eu estava indo pra casa quando avistei um tumulto em um supermercado. Segundo informações o grupo forjou uma briga para sair sem pagar. 

— Com que motivação pessoas agiriam assim? 

— Uma hipótese é incitar as pessoas contra o seu governo. Pense bem, senhor Hokage, estamos vivendo em quarentena, poderiam muito bem forjar uma confusão para fazer o povo pensar que está inseguro.

— Isso ainda não faz muito sentido para mim. 

— De qualquer maneira estamos trabalhando para achar os responsáveis e garantir que eles sejam devidamente punidos.

— E qual seria a punição, senhor policial? — Naruto pergunta, temendo a resposta. 

— Expulsão da Vila, ou pena de morte.

— Por favor, isso não é pra tanto! Peço que assim que acharem os responsáveis, tragam até mim e eu decidirei o que fazer, está bem?

— Como desejar, Nanadaime. — o policial fez uma breve reverência e se retirou do recinto. Sasuke pegou uma pilha de documentos e fotos do incidente e começou a analisá-los.

— Sasuke, você está libera..— o moreno cortou o amigo.

 — Você terá muito trabalho a fazer, e precisará de ajuda.

Já era tarde e o sol já começava a se pôr. Naruto já havia acabado a pilha de documentos deixados por Shikamaru enquanto Sasuke já dava sinais do cansaço mental. 

— Está liberado.

— Eu preciso ter…

— Seu Hokage está te dando uma ordem, vá para casa, descanse, pois você precisa.

—  Mas você aind…

— Não se preocupe comigo, anda logo, aproveita o resto do seu dia. 

— Hai.

— Sasuke

— Hm!?

— Feliz Aniversário, Teme. — Naruto lhe dá um missô lámen. — Eu não tive tempo para comprar um presente decente, desculpe. 

— Obrigado mesmo assim, Dobe.

 

De volta ao seu trajeto habitual o moreno caminhava enquanto apreciava o Sol se pondo no horizonte. O cansaço mental deu lugar ao vigor, e ele pode enfim sorrir novamente. Ao chegar em casa, o moreno estranhou a escuridão e o silêncio. Talvez já estivessem dormindo, sei lá. A casa parecia fria e sombria no escuro, ao abrir a porta ele foi tateando as paredes às cegas em busca do interruptor e ao ligá-lo teve uma surpresa.

— FELIZ ANIVERSÁRIO! — todos gritaram em animação. 

O moreno ficou paralisado por um instante mas foi tirado da inércia pelo abraço de urso que todo mundo deu nele. Finalmente deixou uma lágrima solitária escorrer em seu rosto, mas dessa vez era de alegria, por saber que era importante, que era querido. 

Só ficou confuso com algumas coisas, como o fato dos Gennis estarem, mas isso ele perguntaria depois.

 

Agora, aproveitaria a sua festa, ao lado das suas pessoas amadas. Ao lado da sua luz, Hinata, que sem saber, devolvera para ele sem saber a alegria e a vontade de viver.

 


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