The 100 1ª Temporada escrita por Leidiani Almeida


Capítulo 3
Capitulo 2 - Olá Terra




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O lançamento para a saída da nave que carregava os 100 jovens escolhidos estava em sua contagem regressiva. Todos saíram do congresso de reuniões e foram, acompanhar a partida pelas diversas janelas espalhadas pela arca. Quando o som inicial foi dado a nave base, se desprendeu da arca. Para todos que assistiam à partida de seus filhos, aquele momento apenas tornou se um terrível silêncio por todas as alas.
As luzes de fogo deram o sinal para a última parte que restava ligando aquela agora de longe, tão pequena nave ir em direção à órbita da terra. E foi assim que um "último adeus" entre todos poderia ser dito.
Chanceler caminhou entre todos que ainda admiravam a linda paisagem da terra pela janela, até se aproximar de Marcus que assistia tudo um pouco quieto demais.
— Kane? - ele parou em sua frente e lhe deu sinal de reverência entre eles. 
— Chanceler Jaha. - Marcus abaixou a cabeça e retribuiu o sinal o encarando logo depois. 
— Isto foi muito mais estratégico do que havíamos planejado. Eu quero lhe agradecer por ter uma posição firme. 
— Eu apenas fiz o certo senhor. - Marcus o encarava totalmente ereto. - Espero que as nossas conclusões sobre a terra sejam realmente certas. 
— E será meu grande amigo. - Jaha apoiou o braço sobre seu ombro. - Logo teremos os sinais de habitação e poderemos salvar todos nós, e não precisaremos mais viver no espaço.
Do outro lado do corredor Abby os procurava entre a multidão, até avista lós conversando parecendo ser o momento perfeito para expressar seus reais pensamentos sobre aquela decisão. 
— Chanceler. - ela o chamou em um tom consideravelmente alto. 
— Olá Abby. - ele se virou surpreso por sua presença. - Veio se juntar a nós e assistir nossos jovens entrando na terra?
— Eu não vim celebrar nada. - ela encarou Marcus por alguns segundos e depois voltou o olhar. - Como pode tomar uma decisão como esta sem ao menos me falar nada?
— Olha Abby....
— A Clarke está agora mesmo naquele nave totalmente frágil, nem ao menos conseguimos conversar sobre nossa última discussão. - ela o interrompeu e começou a colocar tudo para fora. - E você sequestra a minha filha a colocando numa nave suicida para terra? E quer que celebramos isso? 
— Abby? - Marcus tentou dizer algo para acalma lá, mas Jaha o interrompeu com gesto com as mãos.
— Acha que é uma chance suicida? - Chanceler a encarou bem mais perto e suas mãos agora se cruzaram. 
— Colocar jovens completamente abalados emocionalmente e fisicamente em uma terra que nem mesmo sabemos se é habitável, sem o aviso e autorização dos pais? Sim! É uma ridícula missão suicida. 
— Por favor, Abby. - ele olhou para lado tentando ignora lá. - Estou fazendo o melhor para todos nós. Olha em sua volta todos sabem que sacrifícios devem ser feitos e quando feitos para um bem em comum tudo pode dar certo.
— Bem em comum? - ela parecia ainda mais irritada. - Clarke nem mesmo terminou os estudos, nem mesmo começou seus estágios para o posto que você havia me prometido da lá por direito. Agora quer me dizer que está fazendo isso pelo bem de todos aqui? Pelo bem de centenas de pais que talvez nunca mais poderão ver seus filhos outra vez? 
— Já chega! - ele deu sinal para alguns guardas ali presente e logo ficaram lado a lado com a mulher. - Por este e muitos outros motivos Abby, a retirei do conselho desta arca. Por não ser capaz de enxergar quando atitudes devem ser tomadas quando não se temos escolha.
— Não tem escolha? - ela agora o grudou pelo colarinho. - Poderia ter me colocado naquela nave e garanto que com todo certeza eu iria. Mil vezes acontecer algo comigo do que com minha filha. Então não me venha dizer que nos deu escolha, porque não deu.
Os guardas a puxaram com força pelo braço a fazendo ficar alguns metros de distancia de Chanceler. Algumas pessoas o encaravam sem entender o motivo da discussão. Abby começou a se debater e Marcus entrou no meio entre os guardas implorando que a soltasse.
— Clarke tinha razão você é um mentiroso. - ela gritou em meio a todos ali presentes. 
Chanceler deu sinal para os guardas a levaram para ala oeste. E se virou novamente encarando a imensa janela.
— Chanceler, por favor, eu te peço não considere mal as palavras de Abby. Ela só está nervosa por não ter se despedido da filha. 
— Eu entendo que queira defende lá Kane. - Jaha não o encarava naquele momento. - Só não posso tolerar ela me fazer acusações em base de conceitos mera sentimentais em um momento em que temos que ser racionais.
— Eu entendo senhor, mas....
— Deveria saber mais do que ninguém Kane, que tudo aquilo que nos leva a agir por emoções nos atrapalha para tomarmos decisões firmes como lideres.
— Eu sei disso.
— Então não me queira convencer de que Abby apenas está dizendo tudo isso pelo ato de dor ou qualquer coisa que seja. - Jaha finalmente o encarou e deu um passo mais próximo. - Acredite, o ultimo homem pelo qual eu zelei neste lugar nos traiu. 
— Está falando de Jake? - Marcus parecia muito surpreso com aquela revelação. 
— Ele teria sido um ótimo Chanceler acredite, mas suas intenções eram emocionais demais e quando se é um líder precisa agir com a cabeça, e isso exige decisões que nem sempre serão as melhores. Abby terá que aprender isso de uma vez, antes que termine como ele.
Os olhos de Marcus ficaram completamente estáticos quando ouviu as últimas palavras de Jaha, antes de o mesmo lhe dar as costas e se afastar. Ele jamais imaginaria o ouvir falar daquela forma das únicas pessoas que o ajudaram na arca, deste a entrada para espaço no início da aniquilação. Ele rapidamente seguiu o caminho oposto, indo em direção a ala oeste precisando falar com urgência com Abby e esclarecer que suas intenções foram as mais sinceras. 
Foi barrado por dois guardas que estavam no início do corredor, garantindo que ninguém entrasse ou saísse daquela sala. Marcus fez um sinal para um deles que era de sua confiança, lhe dizendo que seu filho havia deixado um recado antes de partir para nave e o mesmo saiu correndo dali tão de pressa que nem se quer cogitou a possibilidade de ser uma armadilha. O outro guarda ele distraiu dizendo que havia uma confusão acontecendo entre alguns membros do outro lado da ala, e que Jaha havia o chamado com urgência para ajuda ló. Parecia que finalmente teria se livrado dos guardas e sua passagem para sala poderia acontecer.
— Marcus? - Abby encarou o homem parado na porta totalmente surpresa. - O que está fazendo aqui?
— Eu precisava vir falar contigo. - ele se aproximou rapidamente a pegando pelos braços e a puxando para si. - Eu sinto muito por tudo, eu não quis que nada disso acontecesse. Eu fiz de tudo para Chanceler desistir de incluir a Clarke naquela nave, mas ele a colocou como a primeira da lista quando a ideia parecia concreta.
— A ideia foi sua também. - ela recuou o gesto de abraço. - Você é o conselheiro Marcus, poderia ter o convencido ou encontrado outra forma para salvar a arca. Mas, não foi egoísta e só pensou em você mesmo. 
— Eu jamais faria isso Abby. - ele tocou seu rosto e o desespero tomava conta de seu eu. - Eu a amo!
— Não ouse dizer isso. - Abby se sentia enojada com suas palavras e gesto. - Não pode sentir isso depois do que fez.
— Abby .... - ele balançava a cabeça completamente atordoado tentando encontrar formas para ter seu perdão. - Existem possibilidades da terra ser habitável. As analises foram feitas, a chances lá. 
— E por isso vamos mandar nossos únicos jovens, os últimos que restaram da última geração da terra para uma missão incerta?
— Por favor, eu também tenho medo disso. Eu entendo que pense que os mandamos para morrer, mas eles caíram em uma área que parece estar totalmente fora de radiação. 
— Você me traiu Marcus. - Abby o encarava com desprezo. - Se alguma coisa acontecer com minha filha naquele lugar, eu juro por deus que eu nunca irei te perdoar.
— Eu entendo que da última fez isso lhe custou muito, mas desta vez eu acredito que vamos conseguir.
— Não ouse comparar nada disso com o que aconteceu. - Abby balançava a cabeça em negação. - Jake jamais arriscaria a vida de crianças para um bem maior. 
— Não foi isso que aconteceu não foi? - Marcus agora teria ido longe demais.
Abby cuspiu em seu rosto e o som da porta se abrindo, denunciou finalmente que Marcus havia violado as leis. Os guardas pediram que se retirassem e ele apenas encarou aquela mulher pela qual era apaixonado, com seus olhos cheios de lágrimas agora completamente arrependido de suas palavras finais.

Nave 11:55 - Impacto

Quando a nave se chocou com brutalidade sobre a superfície, todos se balançaram com força e o sinto bem ajustado sobre o corpo de Clarke a fez abrir os olhos rapidamente. Em sua volta havia centenas de jovens sentados e bem presos, sobre cintos altamente equipados. Ainda confusa sem entender como havia estado segundos antes em seu quarto, e agora teria parado dentro daquela nave, passou suas mãos sobre os cintos e tentou encontrar uma forma de solta lós.
— Se eu fosse você eu não faria isso. - o garoto que estava sentado um pouco a sua frente a olhou com delicadeza e disse em tom gentil.
— E por que não? 
— Esses cintos foram preparados por uma tecnologia de ponta que também por curiosidade, é o grande sistema de contensão da arca. Eles foram meramente programados em tempo cronometrado para nos equilibrar e firmar nossos corpos até nosso impacto sobre solo. 
— Que diabos esse garoto está falando? - outro garoto sentado perto deles se pronunciou encarando Clarke. 
— Será que pode "simplificar"? - a loira sugeriu
— É claro. - o menino deu de ombros. - Que somente seremos soltos quando eles quiserem, e que se tentarmos nos soltar algo ruim acontece.
— Tipo? - o outro garoto parecia interessado na consequência. 
— Não vai querer saber. 
A nave entrou em uma grande turbulência assim que sua frequência com a arca foi desestabilizada, entrando finalmente no planeta terra como programado. Os jovens estavam tão assustados provavelmente assim como Clarke, sem entender como teriam parado ali, começaram a tentar se soltarem de seus cintos e então o estrondo surgiu na base de cima da nave.
— Ai meu deus. - Clarke se assustou com um clarão que se estendeu na parte de cima levando um dos jovens completamente desacordado no chão. 
— E então é isso que acontece. - o garoto gênio agora encarou Clarke e o outro menino lhe dando a entender que aceitar aquilo não teriam escolha.
— Pessoal! - Clarke deu grito chamando atenção. - Não tirem seus cintos, eles estão programados para lhe darem uma corrente de choque elétrico.
Todos ficaram em pânico e a turbulência da nave estava cada vez pior, até que finalmente o impacto aconteceu e as luzes se apagarem e acenderam segundos depois. 
— Afinal, para aonde estamos realmente indo? - Clarke encarou os garotos assustada.
— Para terra. - uma voz familiar para ela surgiu no fundo daquela nave, fazendo a loira se inclinar para trás.
— Wells? - dizia ela o mais surpresa possível. 
— Oi Clarke. - o garoto a encarou e não expressou nenhuma surpresa em encontra lá.
— Terra? - o garoto gênio sentado a frente da loira inclinou a cabeça pensativo. - Então era isso? Estamos em uma missão para terra?
— Isso não parece uma missão para mim. - Clarke continua atordoada com tanta informação. - Eu acho que sei bem o que está rolando aqui. 
A garota havia se lembrado da conversa que teria tido com Murphy, enquanto esteve trancada por punição. Pensava que eles teriam sido flutuados para o espaço, dentro de uma nave para que ninguém pudesse suspeitar.
— Isso é tudo culpa do Chanceler. - a loira gritou.
— Meu pai? - Wells não aceitou bem sua denuncia. - Ele está nos salvando isso sim e vocês todos deveriam ser gratos a ele.
— Gratos? - o outro garoto perto de Clarke se pronunciou. - Diga seu pai que serei muito grato a ele, por toda a merda que fez com minha família.
— O que aconteceu? - Clarke o encarou preocupada.
— Foram flutuados. - o menino de cabelos até os ombros e um semblante agora triste, abaixou a cabeça ao se lembrar. 
— Eu sinto muito. - a loira tentou consola-lo. - O meu pai também foi flutuado. - ela balançou a cabeça. 
— Sinto muito. - o menino deu um sorriso entristecido. - Pelo menos já teremos algo em comum. 
— Pessoal? - o menino sentado a frente deles, deu sinal quando a porta principal da nave havia feito um som. 
Os cintos se soltaram sozinhos de todos os 99 jovens que ainda permaneciam sentados. Alguns correram até o garoto desacordado no chão, para prestarem socorros iniciais.
Todos pararam encarando a porta entreaberta e a curiosidade em saber o que estaria do outro lado, parecia se tornar agora a única chance de esperança e explicação para estarem ali. 
— Quem vai? - dizia o garoto agora ao lado de Clarke, sabendo que teriam tido uma ligação. 
— Eu vou! - um garoto desceu da base de cima da nave, em um salto entre as escadas.
— Ta de brincadeira comigo. - Clarke ficou pasma quando reconheceu quem era o puxando pelo braço assim que passou em sua frente. 
— Oi loirinha.
— Oi Murphy. - dizia com uma voz murcha. - Vai mesmo fazer isso? E todo aquele lance de morrermos? 
— Talvez eu tenha me enganado. - ele deu de ombros. - Quem sabe o filhinho do papai aqui tenha razão. - ele apontou para Wells. - Quem sabe recebemos uma chance de vida.
— E para aonde? - todos se perguntavam ao mesmo tempo.
Murphy caminhou até aquela porta e colocou suas mãos bem lentamente, puxando alavanca que fazia a porta se abrir por completo. Quando o clarão forte surgiu afetou os olhos sensíveis que todos eles tinham, já que a vida dentro de uma espaçonave era totalmente protegida de luzes fortes. 
O garoto deu passo para frente e observou um céu imenso e a luz do sol brilhante e ardente sobre seu rosto. Murphy olhou para trás com um sorrisinho bobo no rosto, e todos os jovens o seguiram e Clarke ficou estática por alguns segundos.
— O que foi? - o garoto ao seu lado a encarou. - Você não vem?
— Eu... - ela não encontrava palavras para expressar toda a visão que estava bem diante dos seus olhos. 
— Vem logo. - ele estendeu a mão e sorriu. - Não vai querer perder mais nenhum segundo longe da terra, vai? 
A garota o encarou e a mão estendida parecia ser a oferta perfeita, e assim ela seguiu para multidão dos jovens deslumbrados pela beleza que haviam esquecido que seria do seu lar.
A nave havia caído em uma floresta de mata densa com bastante natureza para ser explorada por todos eles. Enquanto olhavam curiosos em todos os cantos, passando suas mãos pelas folhas da árvore, respirando um ar totalmente livre de qualquer radiação, um ar totalmente de oxigênio puro para qualquer pessoa que estivesse ali. Aquilo realmente era um presente e tanto para meros jovens como eles.
— Isso até parece brincadeira. - o garoto segurava a mão de Clarke firme, enquanto andavam pela floresta não muito distante da nave.- Não acredito que estamos mesmo aqui.
— É. - Clarke estava com olhos fixos em Wells, que caminhava com algumas pessoas no grupo a frente. 
— Qual é Clarke. - ele notou que nem mesmo ela prestava atenção no que estava em sua volta. - Qual é seu problema com ele?
— Com Wells? - ela o encarou e apenas soltou riso frouxo. - Com ele nada. Apenas quero saber quais eram os planos do Chanceler e porque realmente estamos aqui. 
— Caramba. - o menino continuava caminhando. - Você nunca relaxa?
— O que? - Clarke sentiu seu corpo bater sobre o dele. - Ai.
— Ta prestando atenção em mim?
— Estou. - ela mentiu. - Por que paramos?
— Clarke. - ele saiu de sua frente. - Olha em sua volta. 
Quando a garota finalmente lhe deu atenção, havia um imenso jardim natural com flores de todos os tipos espalhadas pelas imensas árvores longas que pareciam chegar até o céu. Clarke ficou tão deslumbrada que pela primeira vez tocou uma das flores em seu caminho, então veio um sorriso que nem mesmo ela entendia como surgiu.
As mãos do garoto vieram diretamente para perto de seu rosto, mas Clarke recuou por alguns segundos até ele passar a confiança que era necessária para que ela o deixasse fazer o que queria. Ele colocou uma rosa sobre seu cabelo passando uma de suas mechas pela orelha, fazendo novamente aquele momento entre eles de um olhar estranho. 
— O que foi? - Clarke ficou curiosa por sua expressão.
— Já estou alguns minutos com você e nem se quer nos apresentamos. 
— Isso é verdade. - ela soltou riso. - Sou Clarke. 
— Eu sou Finn. - ele brincou fazendo uma reverência antiga a fazendo rir. - Muito prazer.
Clarke ficou alguns segundos ali rindo de toda aquela interação meramente natural com ele, até que todos foram surpreendidos por um grito de uma das garotas entre os jovens. Todos correram alguns quilômetros até chegarem finalmente ao local, já desesperados imaginando que algo de ruim teria acontecido. Mas, apenas foram surpreendidos por um imenso lago cristalino e os olhares de todos começaram a brilhar.
— Pessoal! - a garota que teria chamado atenção estava exposta em cima de uma pedra. - Vamos nadar. 
Todos pareciam muito receosos em tentar fazer qualquer coisa por ali, ainda mais por estarem muito pouco tempo em solo. Mesmo sem aprovações a menina saltou daquela altura e todos, ficaram surpresos com sua atitude ousada. Segundos depois percebendo que não havia perigo por ali, todos começaram a caminhar até o lago e saltarem para mergulhar. Aquele realmente parecia um grande dia de sorte, ou um sonho que jamais queriam acordar. 
Clarke avistou o garoto pelo qual estava com os olhos fixos, do outro lado em meio a correria e caminhou até ele finalmente para esclarecer suas duvidas.
— Ah olha ai você. - o menino estava com as mãos no bolso e assistia os jovens nadarem no rio. - Está se divertindo com isso? - ela parecia nervosa.
— E por que eu não poderia? - Wells desviou olhar para a loira. - Olha só a alegria no rosto desses jovens. Clarke você não consegue ver? A esperança aqui. 
— Esperança? - Clarke cruzou os braços. - Seu pai nos mandou para cá em uma missão que ele nem se quer sabe se é confiável, eu nem mesmo me despedi da minha mãe.
— Meu pai fez o que era certo.
— Claro. - ela soltou riso e balançou a cabeça negativamente. - Sabia sobre o que estava acontecendo na arca, sobre termos que ser eliminados para a sobrevivência?
— Clarke, meu pai encontrou essa maneira de não ter que flutuar mais ninguém pelas razões erradas. E quando ele souber que a terra é realmente habitável teremos paz.
— Você é igualzinho seu pai. - ela se afastou e o garoto a pegou pelo braço.
— Clarke? 
— Me solta! - ela lançou olhar enfurecido e o garoto correspondeu.
Clarke saiu enfurecida dali caminhando em direção ao local, pelo qual a nave estava enquanto todos ali se divertiam no lago. Em meio a multidão que nadava a garota que incentivou todos a pularem, parecia estar livre e se divertindo o bastante, até que um puxão pelo braço a fez levantar e sair da água rapidamente.
— Ai me solta. - ela gritou tentando lutar. - Está ficando maluco? Está me machucando.
— Maluca ficou você. - ele a deixou bem longe de todos e a puxou bem a sua frente. - Octávia o que está pensando? E se a água estivesse contaminada? Poderia ter matado metade de todos nós.
— Quanto exagero Bellamy. - ela revirou os olhos. - Olha só onde estamos. Acredita mesmo que nos mandariam para um lugar aonde teriam um lago contaminado?
— Não quero saber. - ele a repreendeu. - Esse ainda é um lugar perigoso. Não sabemos nada sobre a terra agora Octávia, e se você continuar com suas atitudes infantis, poderá colocar em risco a vida de todos nós aqui.
— Ei cara. - Wells se aproximou dos dois. - Pega leve com ela. Tenho certeza que ela só quis ajudar.
— Quem você pensa que é para me dizer o que fazer? - Bellamy soltou sua irmã na mesma hora e foi para cima do garoto. 
— Ei, irmão pare com isso agora mesmo. - dizia a menina sem forças para segura ló. 
— Eu só estou dizendo para não puni lá por algo que não fez mal a ninguém. 
— E o que você tem haver com isso? Afinal, você sabia que vínhamos para cá, certo? Ouvi alguns falarem na nave que foi tudo armação do seu pai. 
— Meu pai faz o melhor por todos nós.
— Seu pai é um maldito. - Bellamy o empurrou.
— Para com isso. - Octávia tentou outra vez só que não obteve sucesso. 
— E eu tenho pena de você. - Wells também o empurrou. - Seu marginalzinho.....
Os dois começaram a brigar e rolaram no chão socando e dando ponta pés um no outro. O tumulto logo se iniciou ali e alguns tentavam separa lós. Clarke notou a movimentação perto do lago, ficando sem entender o que estava acontecendo ali. Estava quase perto da nave e não quis voltar para lá, imaginando somente ser alguma outra celebração pela qual não queria participar. 
Ao entrar na nave novamente encontrou alguns ali que mexiam nos equipamentos e nas maquinas da nave. O garoto pelo qual havia lhe alertado dos cintos, estava testando o rádio comunicador, que provavelmente seria a única forma de terem contato com a arca. 
— Algum sucesso? 
— Nenhum. - respondeu ele desesperançoso. - Acho que deve ter danificado algo assim que caímos em solo.
— Sinto muito. - ela apoiou sua mão sobre seus ombros. - Seus pais estão lá?
— Sim. - o menino ficou pensativo. - Eu não pude me despedir. 
— Eu sei como se senti. - Clarke encostou sobre a mesa e o encarou. - Você se lembra do que aconteceu antes de acordar na nave? 
— Eu estava no refeitório com um amigo, quando minha mãe pediu que eu fosse até meu quarto pegar uns papéis para ela.
— E então?
— Bom, me lembro de entrar em meu quarto e mexer nas coisas. Mas, não havia nenhum papel ali...
— Foi uma armadilha. - Clarke pensou alto.
— Como assim? 
— Todos nós fomos dopados provavelmente horas antes de fazerem o lançamento da nave. - Clarke começou caminhar ainda fazendo teorias. - Acho que o Chanceler ficou com medo da ideia revoltar a população, então nos pegar antes seria uma garantia que teria controle de tudo.
— Espera. - o garoto parecia compreender suas teorias. - Está dizendo que nos sequestraram sem nossos pais saberem? Por que fariam isso?
— Porque seriamos flutuados.... - Clarke estava certa dessa teoria. - Mas, de alguma maneira no ultimo segundo e eu ainda não sei como, alguém concluiu que nos enviar para terra poderia ser melhor.
— Isso não é meio suicida?
— É. Eu também pensei isso. - a garota foi novamente para o lado do garoto. - Mas, era a única chance dele de tentar não exterminar metade de nós.
— Eu não acredito. - o menino parecia ainda mais triste. - Então talvez nunca mais verei meus pais?
— Eu tenho certeza que você verá.... - ela pausou as palavras ao se lembrar que não sabia seu nome.
— Ah, sou Monty. 
— Isso, Monty. - ela deu sorriso. - Você verá seus pais de novo. 
— E como vamos fazer isso? O rádio já era. E para concertar preciso de ferramentas, e nesse lugar não tem nenhuma.
— Você é um gênio. - ela deu de ombros. - Sei que vai conseguir da um jeito nisso. Enquanto isso precisamos conversar com todos e saber quais foram suas ultimas lembranças antes de acordarem aqui. 
— E por que acredita que eles realmente se importam com isso? Parecem felizes lá fora, esquecendo completamente a vida na arca.
— Tenho certeza de uma coisa que temos em comum Monty. - ela suspirou e olhou para o lado de fora assistindo todos festejarem. - Porque todos nós odiamos a mesma pessoa, e isso não foi uma missão de resgate. Isso foi uma ordem de morte e eu ainda vou provar isso. - a garota puxou seu braço para si e observou o relógio em seu pulso. - Vou fazer isso por você pai.

 


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