The 100 1ª Temporada escrita por Leidiani Almeida


Capítulo 2
Capitulo 1 - Sobreviventes


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal quero saber quantos aqui são fãs de The 100?
O que mais gostam na série? Não deixem de comentar.



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Arca 2059

O tique taque do relógio era o único som que ecoava no quarto minimalista de Clarke. A garota estava sentada em sua cama, concentrada em um de seus livros favoritos sobre a "salvação da população". Nele se explicava como os habitantes da Arca conseguiram escapar, do enorme ataque contra o planeta Terra no ano 2019.
Sua leitura fora interrompida com a presença de sua mãe Abby parada, na porta observando sua filha com uma expressão apreensiva. 
— Oi mãe. - Clarke abaixou o livro e a encarou como se aquilo a deixasse nervosa. 
— Lendo outra vez este livro? 
— Gosto dele. - Clarke bufou por ter de se explicar. - Está precisando de ajuda na enfermaria?
— Não. - Abby suspirou pesado e caminhou até a cama e sentou a frente de sua filha. - Eu apenas queria saber como você está - seus olhos se perderam entre as paredes daquele quarto. - Só saber se está tudo bem. - concluiu retomando os olhos para Clarke e dando um sorriso.
— Estou bem. - respondeu a garota friamente, deixando seu livro de lado e caminhando agora até a mesinha do outro lado do quarto. - Sabia que encontrei esse livro na caixa das coisas do papai? - Clarke o ergueu com firmeza nas mãos.
— Como conseguiu? - Abby parecia surpresa. - Clarke....
— Não se preocupe. Desta vez ninguém me pegou. - a garota começou a andar por aquele quarto enquanto falava. - Fico completamente surpresa pela forma que descartaram todas as coisas dele como se não fosse nada. 
— Isso não é verdade.
— Não é? - Clarke retirou um objeto de seu bolso, aparentando ser algo brilhante e de grande valor. - Engraçado encontrei isso na caixa, te parece família?
— Já chega. - Abby levantou e puxou aquele objeto de suas mãos. - Não deveria mexer em nada. Quando Chanceler souber....
— Quando ele souber? - a garota ergueu a sobrancelha. - Ou quando você contar? - elas agora se encaravam em silencio.
Abby sabia que nada que dissesse ou fizesse para manter uma boa relação com sua filha poderia realmente funcionar, já que Clarke havia mudado muito tornando se uma garota rebelde após a morte de seu pai. Pensava ela que sua filha estava vivendo a fase da rejeição, e que nada e ninguém poderiam impedir este período de luto. Clarke ainda era tão jovem e tão apegada ao pai, não poderia ser diferente suas atitudes expressarem suas emoções de fúria.
— Não discutiremos sobre isso Clarke. - Abby se deu por vencida naquele momento e apenas se afastou.
— É isso que sempre vai fazer? - a garota estava tão confusa e emocionalmente abalada que não sabia bem se realmente a queria ver partir. - Dar as costas assim como fez com meu pai? - então preferiu atacar com palavras.
— Clarke..... - Abby suspirou pesado e ainda de costas para garota fechava seus olhos para tentar agir da melhor forma.
— Você o deixou morrer. Você não fez nada por ele naquele momento. - Clarke começou seu desabafo e as lágrimas começaram a escorrer de seu rosto. - A única coisa que ele te pediu era para confiar nele. E o que você fez mãe? O traiu.
— Clarke você sabe muito bem que eu me arrisquei até o último por ele, mas a loucura o levou a morte.
— Loucura? - a garota gritava. - Você disse que acreditava nelas, que todas as teorias estavam certas. A única pessoa que podia ajuda-lo naquele momento a salvar todos nós, a dar esperança e o que fez? 
— Já chega! - Abby deixou seu sangue subir e se virou para Clarke com seus olhos já repletos por lágrimas. - Você me culpa por tudo e eu aceito tudo bem. Mas, você acha que foi fácil para mim assistir o homem pelo qual eu decidi dividir minha vida, o qual eu dediquei tudo que tinha flutuar? Acha mesmo que eu o levei até seu ultimo suspiro? 
— E não o levou? - Clarke não conseguia confiar. 
Abby deixou uma risada estranha surgir de repente e agora suas mãos, estavam sobre seu rosto encarando sua filha como se aquela conversa não pudesse realmente ser real.
— Me diz mãe? 
— Eu o assisti morrer Clarke, e se quer ou não acreditar foi os piores minutos de toda a minha existência. Mas, você é tão egoísta que não pode enxergar isso. Seu pai tinha tanto orgulho de você e lhe ensinava tanto para que um dia fosse como ele. Mas, quando olho para quem você está se tornando, só posso imaginar a cara de desgosto dele pela mulher que se tornará. 
Clarke ergueu sua mão em uma velocidade tão rápida, que apenas segundos depois de seu ato conseguiu se dar conta do quão longe realmente fora. 
Abby sentiu seu rosto esquentar tão depressa que no mesmo impacto, todas as lagrimas que segurava caíram de uma só vez. As mãos de Clarke pareciam formigar com toda a força pela qual, usou para dar aquele tapa. Seus olhos agora ficaram paralisados na expressão de sua mãe, e o arrependimento surgiu segundos depois. 
— Eu sinto muito. - disse completamente estática. 
— Eu não sei o que te fiz para ter tanto ódio Clarke. Eu fiz o que pude pelo seu pai e no fim, a decisão era do Chanceler e não minha.
— Mãe.... - Clarke sentiu um desespero tomar conta de todo seu ser, mas já parecia tarde demais.
Abby deu as costas para garota sem a chance de qualquer palavra ser dita ali. A mesma cruzou com os guardas que estavam ao lado de fora e com sinal apenas entre eles, os dois entraram no quarto de Clarke e a luta então começou. A garota tentou correr e foi segurada por um deles, pelo qual era o mais forte. O outro retirou a seringa e aplicou no braço esquerdo da garota, fazendo cair no chão segundos depois.
— Abby? 
Alguém corria pelo correr a chamando pelo nome, mas seu estado emocional estava tão abalado naquele momento que nem mesmo conseguiu recuar.
— Ei, Abby? - com o alcance a segurou pelo braço a parando. - Não está me ouvindo chamar?
— Eu não posso falar agora Marcus. - ela tentava desviar seu rosto de sua visão, mas as mãos dele a puxou para si.
— O que foi que aconteceu com você? 
— Por favor, eu disse que agora não.
— Abby, pare. - ele deslizou os dedos pelo seu rosto observando a mancha pela qual estava ali. - Foi a Clarke, não foi? Sabe que pode confiar em mim.
— Eu juro que estou tentando fazer o melhor. Eu fiz tudo o que Chanceler me pediu, tentei ajuda lá, tentei convence lá, mas nada funcionou Marcus, ela não quer me ouvir nem se quer confia em mim.
— Abby não pode passar sua vida inteira se culpando pelas escolhas de sua filha. Escute... - agora suas duas mãos a segurava pelo rosto. - Jake foi um grande homem e serviu e honrou seu posto aqui, e tenho certeza que todos serão gratos por ele. Mas, Clarke precisa entender que o tempo passou e que estamos tentando cuidar de uma civilização inteira aqui.
— Ela acha que foi minha culpa. - Abby balançava a cabeça de um lado para outro. - Marcus, ela acredita que o deixei para morrer. Eu jamais seria capaz disso.
— Eu sei. - ele então a puxou para perto, a abraçando forte. - Fique calma. Haverá um momento em que Clarke entenderá o que foi feito.
Os guardas passaram pelos corredores com Clarke desacordada sobre uma maca. Os dois ali parados apenas a observaram partir em direção há ala oeste. 
— Eu não queria ser tão severa Marcus, não quero que minha filha se misturasse com os delinquentes. Ela não é uma. 
— Fique tranquila, farei questão de colocar os guardar para vigiar ela. 
— Obrigado. 
Os guardas colocaram a maca de Clarke tão brutalmente sobre o chão, que a sim que saíram a garota começou acordar. Seus olhos pareciam embaçados e sua cabeça girava sem parar, como se realmente tivesse sido dopada. Levantou tão irritada já sabendo pelos motivos o qual a levou novamente para ala oeste da Arca.
— Ta tudo bem loirinha. - disse o garoto acorrentado do outro lado daquele enorme espaço. - É bom te ver de novo.
— Cala a boca. - ela o ignorou e começou a chutar a enorme porta que os separava do restante daquela nave.
— Vai mesmo fazer isso toda fez? - ele insistiu em uma conversa. - Sabe que as portas tem um sistema super potente pelo qual tira os ecos de qualquer som que venha deste lado, não sabe? 
Clarke continuou o ignorando e deitava sobre o chão erguendo as pernas para cima, chutando por diversas vezes aquela porta como se aquilo pudesse descarregar toda sua raiva.
— Ta legal não vou insistir. - ele deu de ombros. 
— Droga! - finalmente Clarke parou e foi quando sua crise de choro se tornou mais forte do que sua fúria. - Eu odeio esse lugar. 
— Bem vinda ao clube. - disse o garoto ali apenas a observando chorar com a cabeça posta no chão. 
Alguns minutos depois da crise passar Clarke se ergueu, voltando novamente para sua maca. Encarou todo o espaço e seus olhos pararam exatamente nele, a encarando sem parar.
— Quem droga! - ela bufou. - O que fez agora para estar aqui de novo Murphy?
— Encontraram algumas latas de feijões no meu dormitório. Eu disse que não estava roubando, apenas estava com tanta fome e queria estocar um pouco.
— Deixa eu adivinhar? - Clarke soltou riso preguiçoso. - Chanceler te mandou para cá?
— É isso ai. - ele soltou mesmo riso.
— Eu odeio ele. - Clarke agora encarou chão. 
— E quem não odeia. 
Os dois ficaram em silencio por algumas horas e em outras pegaram no sono algumas vezes. A ala oeste era exatamente exaustiva para todos que ali ficavam, mas sua pior função era tornar o confinamento estressante e torturante para que assim, ninguém pudesse cometer nenhum ato que fosse contra as leis da Arca.
Clarke acordou depois de algumas longas horas ali e mesmo descansando seu corpo, parecia estar tão exausto e dolorido pela posição que estava. Encarou Murphy sentando e se aproximou puxando algo de seu bolso, fazendo o garoto pular de repente ao se defender.
— O que está fazendo? 
— Calma. - ela ergueu as mãos dando o sinal para confiar. 
A garota de alguma forma tinha duas pequenas chaves em suas mãos, e por sorte uma delas abriu as correntes que passavam pelos pulsos do garoto o soltando dali.
— Não acredito. - ele encarou suas mãos surpreso e ao mesmo tempo com raiva. - Estava esse tempo todo com as chaves e não me falou?
— Eu precisava saber se você era confiável, para depois saber se poderia te soltar aqui.
— Então ficou com medo de mim? - Murphy parecia surpreso por saber disso, e também parecia ter gostado.
— Não. - ela não o convenceu. - Ah e de nada.
— Espera ai. - ela a puxou pelo braço com força e Clarke arregalou os olhos. 
— O que foi?
— Valeu. - ele sorriu gentilmente por alguns segundo e logo depois um apagão surgiu.
Clarke abriu seus olhos e quando foi se mover estava algemada. Sua feição rapidamente mudou para espanto e encarou Murphy do outro lado da sala, mexendo em algo relacionado ao sistema de mecanismo da porta.
— Mais que droga é essa? - ela gritou
— Ah você acordou. - ele nem mesmo a encarou continuava concentrado no que estava fazendo. 
— Por que me prendeu aqui? Que droga, eu ajudei você.
— Primeira regra Clarke, nunca confie em alguém que acabou de conhecer. Segundo, não solte alguém que pode te matar e terceiro, eu vou sair desse lugar.
— Ah claro que vai. - ela bufou. - Vai desarmar um mecanismo criado exatamente para não nos deixar sair. E que por sinal te deixou exatamente aqui para não sair. O que pode dar errado nesse seu plano?
— Cala a boca Clarke. - Murphy estava tão concentrado que aquilo parecia ser muito sério. - Preciso saber se é fio verde ou vermelho. Pensa Murphy, pensa.
— Ah claro...
— Qual é? Você acha que só a loirinha ai que tem problemas aqui? - irritado ele parou de mexer nos fios e passou a encara lá. - Sabe quantas vezes eu fique preso nessa sala? Sozinho, por horas ou sei lá dias sem comer nada? Tudo por uma droga de comida enlatada? 
— Então por que não para? 
— Porque eu não quero morrer, ok?
Clarke encarou o garoto e sua expressão ficou tão perdida. Ela não entendia bem o que ele estava querendo dizer com aquelas palavras, mas também não poderia justificar seus atos criminosos. 
— Fala sério.
— Esquece. - ele se virou novamente.
— Espera Murphy. - Clarke tentou andar, mas se esqueceu das algemas que a puxaram de volta. - Do que está falando?
O garoto ficou parado por alguns segundos e depois se virou novamente, com sua expressão totalmente vazia. 
— Não estou aqui por causa só dos enlatados. 
— E por o que mais? - Clarke estava curiosa.
— Eu ouvi algo que não poderia então Chanceler me trancou aqui dia e noite, por um tempo determinado para ele fazer o que tiver que fazer, e assim se livra de mim.
— Como assim? O que você ouviu? - a garota ficou ainda mais apreensiva
— A arca não pode mais carregar tantos passageiros. - Murphy se levantou e foi até a garota sentando ao seu lado. - Chanceler se reuniu com o conselho e pareciam discutir o que chamam de "destino dos sobreviventes", e com isso querem enviar pessoas para fora da nave. Se livrar de metade delas, simplesmente flutuar metade de todos aqui. 
— Isso é loucura. - Clarke estava totalmente assustada. - 
Ele não pode simplesmente jogar pessoas em uma nave e as flutuar.
— Ele vai fazer isso. - Murphy parecia enojado ao falar. - Ele não se importa com as vidas aqui, nem mesmo com nós.
— Por isso quer fugir daqui? Para contar a todos? 
— Contar? - ele soltou riso sarcástico. - Eu não quero nada, apenas vou atravessar a ala principal, tentar chegar despercebido até as bases e dar o fora desse lugar. 
— Espera. - Clarke analisou com calma e o encarou indignada. - Quer fugir em uma nave sozinho?
— Isso. - ele deu de ombros. - Só preciso descobrir qual fio vai desarmar está porta sem disparar o alarme e darei o fora desse lugar.
— Ficou maluco? Como vai sobreviver? - a garota analisou por alguns segundos toda aquela conversa e então entendeu tudo. - Por isso está estocando comida? É para levar para você?
— Temos que pensar em tudo Clarke. E mesmo que pensem que pegaram todo meu estoque, eu já tenho plano b. 
— Você é idiota. - ela gritou tentando se soltar. - Jamais deixarei você fazer isso.
— Não entendi. - ele a encarou ironicamente. - Você não sempre diz que odeia esse lugar? Que não suporta o Chanceler? Que sua mãe é uma traidora? - ele ergueu a sobrancelha. - O que te prende aqui Clarke?
— Você acha que é certo fugir como um covarde e deixar todos aqui morrerem? 
— Quanto drama. - ele revirava os olhos e voltava a se concentrar. 
— Você é tão egoísta ao ponto de fingir que não se importa?
— Olha só quem está falando em se importar? A garota que vive dopada para se controlar de suas crises de raivinha.
Clarke tentou chuta ló mesmo estando longe demais para se quer acertar. Murphy apenas sorria pela sua tentativa falha, quando um som emitido da porta deixou os dois surpresos demais. O garoto se afastou tão de pressa que nem mesmo em segundo tão rápido Clarke, conseguiria notar que ele a soltou das algemas. 
— Clarke? - a voz de Abby ecoou 
— Mãe? - a garota arregalou os olhos e saltou em seus braços de uma forma tão surpreendente que Abby ficou feliz. - Graças a deus você apareceu. 
— Está tudo bem querida, está na hora de ir.
— Espera, mãe o.... - Clarke olhou para trás e observou dois guardas injetando algo em Murphy e o silencio a dominou. 
— O que ia me dizer? 
— É.... - Clarke a encarou novamente e viu a figura atrás de sua mãe parada. - O que ele está fazendo aqui? 
— Calma Clarke, está tudo bem. Chanceler autorizou que você voltasse para suas atividades normais. 
— Mãe, não você precisa me ouvir....
— Clarke precisamos ir agora teremos muito tempo para conversar e nos entender ok? - Abby a envolveu em seus braços, sabendo que a garota mal poderia ficar em pé.
Clarke foi vencida pelo cansaço novamente e apenas conseguiu olhar para trás segundos antes de apagar completamente, vendo o garoto ser deixado lá trancado.
Haviam vozes como zumbidos vindo de um fundo sonoro que trouxeram a consciência de Clarke novamente. Quando se ergueu sobre sua cama, observou sua mãe e o conselheiro Marcus parados na porta de seu quarto.
— Mãe? - a chamou com a voz sonolenta apoiando sua mão sobre a cabeça.
— Clarke. - Abby correu em sua direção a abraçando logo em seguida.
— Mãe na ala oeste....
— Eu sei. - Abby a interrompeu tentando se justificar. - 
Eu sinto muito filha por ter a deixado lá. Eu só queria que ficasse bem e entendesse que o que fiz foi para te deixar bem.
— Não Mãe, me escuta. - ela tentava lutar para falar.
— É claro filha o que foi?
— Chanceler.....ele... - Clarke continuava muito sonsa e sua mãe a encostou sobre o travesseiro. 
— Clarke, esqueça isso agora. Eu sei que está com raiva dele, mas entenderá que sua atitude foi apenas para ensina lá.
Mesmo tentando lutar para contar tudo que sabia sobre as pessoas que seriam flutuadas, Clarke novamente caiu sobre sono, pois as injeções aplicadas teriam sido tão fortes que a garota nem mesmo tinha forças para levantar.

10:41 Iniciação do Lançamento

Todo conselho estava reunido a mais de quatro horas na sala principal juntamente com Chancelar. Quando os membros começaram a sair, Abby procurava entre eles para encontrar com Marcus, já que ela sabia que algo estava acontecendo de errado.
Marcus saiu daquela sala como se seu mundo realmente tivesse parado. Quando Abby o segurou pelos braços, ele mal conseguiu ouvir o som de sua voz o chamando por diversas vezes, era como se um transe tivesse tomado conta de si. 
Assustada por seu estado a médica o levou até a enfermaria medindo sua pressão e verificando seu batimentos, quando Marcus finalmente retomou sua mente.
— Marcus, por favor, diga alguma coisa? 
— Eu não sei o que dizer.
— O que houve? Eu sei que tem algo acontecendo, estão todos cochichando teorias aleatórias por toda a Arca. Diga me o que aconteceu naquela reunião?
— Abby.... - Marcus a olhou diretamente nos olhos e carregados de lagrimas o mesmo apenas desabou. 
A médica correu pelos corredores tentando passar por muitos dos que estavam no caminho, já agitados com as noticias que se espalharam alguns minutos depois da decisão oficial.
Abby quase arrombou a porta do quarto de sua filha e quando não a encontrou lá, tentou questionar os guardas e os acusa-los de todas as formas possíveis mesmo suas atitudes sendo falhas.
A notícia se espalhou por todos os 2.597 habitantes que havia na Arca. A reunião emergencial do conselho foi apenas para concretizarem as decisões finais da suposta proposta para salvação. 
Abby correu até o grande salão e por lá estavam todos os conhecidos, amigos e pessoas pelas quais ela teria vivido ali desde a fuga do ataque na terra.
— Quero que todos fiquem calmos. - Chanceler Jaha tomou a frente de um pequeno palanque no centro e chamou atenção de todos ali. - Sei que ouviram coisas, sei que todos estão assustados. Mas, quero pedir a calma e a compreensão de todos para que os minutos e as horas que nos prosseguiram daqui em diante tudo ocorra bem.
— Cadê nossos filhos? - alguns perguntavam
— Acalme-se. - ele parecia tão sereno para liderar todas aquelas pessoas. - Há mais ou menos 2 meses descobrimos uma falha em grande parte dos nossos sistema de operações da Arca. Nossos fazendeiros e especialistas estavam trabalhando duro para amenizar os danos que causaram perca quase da metade de todo nosso oxigênio da nave. - 
Ele observou os rostos de todos ficarem assustados com suas palavras. - Então me reuni com meu conselho e trabalhamos em um plano, para que tudo fosse resolvido e que nossa sobrevivência na Arca não fosse afetada. Infelizmente os resultados ao passar do tempo não foram satisfatórios, e continuamos a perder suprimentos básicos, e a solução em base de cálculos absolutos foi de que a Arca conseguiria suprir as necessidades de seus habitantes se apenas, um parte dela ainda estivesse aqui. 
— Ai meu deus.... - Abby colocou as mãos sobre seu rosto e encarou Chanceler com desespero. 
— Prezamos muito por todos vocês e somos uma grande comunidade de amigos e familiares. Para que um sacrifício fosse feito sem ser em vão, selecionamos criteriosamente 100 jovens da nossa Arca para entrarem na nave em partida para Terra. 
O espanto parecia tão grande entre a população da arca que rapidamente a manifestação contra as decisões de Chanceler, surgiu e todos começaram a mostrar sua revolta por esconder todas essas coisas por tanto tempo. Os pais começaram a se perguntarem sobre seus filhos, e como ele poderia os enviar para morte em uma terra devastada. 
— Como pode sacrificar jovens?
— Como pode levar meus filhos sem minha autorização?
— Isso é um crime. 
A voz do povo começou a deixar Jaha bastante incomodado e rapidamente a ameaça parecia estar bem diante de seus olhos. Seu povo não parecia confiante em suas decisões, e o sacrifício de jovens parecia ser algo assustador demais. Chanceler desceu do palanque e assustado não sabia como reagir a tantos questionamentos. Pela primeira vez viu sua posição como um líder ameaçada por sua próprias atitudes.
— Meus amigos. - de repente uma voz conhecida por todos chamou atenção sobre palanque. - Quero que todos vocês saibam que nossa decisão não foi apenas baseadas escolhas qualquer. 
Chanceler encarou o grande homem que ali estava, e com total confiança sobre sua posição deu o sinal para que Marcus pudesse liderar o povo. 
— Os 100 jovens escolhidos passaram por analises criteriosas durante esses meses, e por algumas ações os escolhemos porque confiamos em suas capacidades de sobrevivência. - ela agora apontava para uma mulher em meio a multidão. - Nossa orientadora de confiança por todos aqui, descobriu em satélites de alta capacidade que a terra pode haver uma chance de ser habitada. Se os mandarmos para lá e realmente concluirmos isso, podemos retornar para nosso lar e assim não precisaremos depender mais de oxigênio da Arca.
Todos começaram a tagarelar entre si e muitas dúvidas surgiram dali. Alguns perguntavam sobre o possível satélite, outros sobre os testes feitos nos jovens. O principal efeito ali era dar esperança de que todos poderiam voltar ao seu antigo lar, e que o sacrifício dos jovens poderá ser a única forma de isso acontecer.
— Meus amigos. - Marcus retomou. - Vamos nos unir em força e torcer pelos nossos jovens. Seus filhos, amigos, guerreiros e fortes o bastante para qualquer coisa. - por um segundo desviou olhar para Abby e pode notar a expressão de decepção em seu rosto a vendo partir dali segundos depois. 
— Que nos encontremos de novo! - dizia Chanceler Jaha em um grito como um hino entre eles.
— Que nos encontremos de novo! - toda população da Arca disse em um lindo coro de esperança.


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