Edward estaciona o carro em frente ao único mercadinho dessa cidade, ele não é grande, mas supre bem as necessidades de seus moradores locais. Até porque se queremos algo melhor o jeito é ir até Port Angeles e isso são algumas horas de viagem, então temos que nos contentar com o que temos aqui. Permaneço no carro, a rua não está muito movimenta e isso indica que o próprio mercadinho também não está cheio. Nesse momento ainda estou parada porque preciso tomar coragem, e sei que Edward percebe minha hesitação em sair. 

—Se você quiser e preferir eu posso te esperar no carro, não tem problema mesmo eu te esperar. Leve o tempo que precisar eu te espero. - Ele sorri, quase como se ele pudesse ler minha mente, mas pelo tempo que nos conhecemos ele simplesmente sabe minhas reações e sou um livro aberto. Não consigo esconder o que me preocupa nem se eu quisesse. 

—Eu quero que você venha comigo, aliás qual é a graça de fazer compras sem uma ótima companhia. E você é útil carregando as compras. -Agora estamos os dois rindo, como velhos amigos e eu amo essa sensação. Agora está mais fácil ficar perto dele novamente e é esse clima que eu quero em nossas conversas mais leves. 

Dito isso saímos do carro, dessa vez não espero ele abrir a porta para mim. Caminhamos um ao lado do outro, as poucas pessoas na rua já olham e eu sei que mais uma vez seremos o tema dessa cidade incrivelmente minúscula e fofoqueira. No momento isso não me preocupa, na verdade o que me preocupa é o que meu pai vai achar de tudo isso. Ele saiu de casa dizendo que eu estava de castigo, mas eu sai porque estávamos precisando de suprimento ou então ficaríamos com fome. Fico pensando se não deveria ter perguntado a ele antes de sair e para piorar eu sai com o Edward, a última coisa que eu quero é o deixa-lo mais irritado com o Edward. Talvez seja melhor eu conversar com Charlie quando ele voltar para casa. 

Edward me acompanha, me ajudando a carregar o que eu preciso, a pegar os alimentos que estão no alto e como eu não alcanço ele faz a gentileza de pegar. 

—Viu, bem útil para uma dama. -Digo assim que ele pega a pasta de amendoim que está bem no alto. Ele vira para mim sorrindo, bem satisfeito com o comentário. 

—Desde que seja para esta dama em minha frente eu fico mais do que satisfeito em ser útil. -Ele completa e eu acabo ficando sem graça, ele sabe como me deixar envergonhada e isso nem é uma novidade. 

E assim continuamos as compras só trocando olhares e não sei até quando poderia aguentar essa distância física entre nós. 

Vou até o caixa e ele me ajuda a guardar tudo e enquanto eu pago ele segue até seu carro para guardar tudo e já partimos. 

—Então eles voltaram para a cidade, deve estar bem feliz, minha querida. -A senhora do caixa vira e fala como se tivesse a mínima intimidade para esse tipo de comentário. Que abusada. A olha incrédula, que audácia. 

—Voltaram sim, acho que isso a senhora já viu. Agora se eu estou feliz ou não, isso não lhe diz respeito. Tenha um bom dia. -Ela me dá o troco das compras e eu sigo até a saída, estou realmente aborrecida com esse comentário. Aonde já se viu querer se meter em minha vida.  

Entro no carro e me deparo com o Edward rindo, claro que ele escutou toda a conversa e sabe o que a senhora fofoqueira está pensando. 

—Está achando engraçado Edward? Você que deveria ter escutado essas coisas e não eu. Estou indignada de verdade, que fofoqueira. -Ele continua rindo de minha raiva e não aguento, começo a rir junto. - Para Edward, isso não tem graça! - Agora estamos os dois rindo muito e meu deus como isso é bom. Eu realmente estou feliz, mas aquela velha fofoqueira não precisa saber. 

—Impossível não rir, principalmente de como ela te deixou. Concordo com você que ela é bem fofoqueira, mas agora eu quero saber, você está feliz? -Ele me encara, me olhando nos olhos, ainda sorrindo, mas sei que está apreensivo com a resposta, e eu não sei como ele ainda pode duvidar de algo assim. 

—O que você acha? Estou muito feliz, como não estava a muito tempo. 

—Nem andar de moto te fazia feliz? Nem mesmo a presença de Jacob? -É claro que ele tinha que voltar nessa história, e ainda tinha de citar o Jacob. 

—Não Edward, nada disso me deixava feliz de verdade.  

—Me desculpa, acho que foi errado eu comparar. -Com certeza ele viu minha cara de insatisfeita com o rumo que isso estava levando. -Vamos esquecer isso, eu também estou bem feliz e devo dizer que a senhora não está nada satisfeita com sua falta de educação. -Antes que eu pudesse protestar ele completa. - Palavras dela, eu achei a resposta ótima, nem eu faria melhor. - E essa eu realmente duvido. Ele conseguiria responder mil vezes melhor e a senhora ainda pensaria o como ele é encantador e educado. Um verdadeiro Lord. 

Assim que ele estaciona na porta de minha casa ele mais do que depressa sai do carro a abre a porta do carro para mim, ele pega as compras aonde tinha guardado antes e eu abro a porta de casa, o mesmo entra carregando as sacolas como se fossem penas. Ele as deposita em cima da mesa. 

—Mais alguma ajuda, minha senhorita? 

—Não, obrigada. Agora é comigo caro senhor.  

Ele sorri, e continua me encarando e eu não vou aguentar a ficar no silêncio. 

—Então quais são os planos de vocês agora que voltaram?  

—Iremos voltar para escola, mas dessa vez só eu, Alice e Jasper já que tecnicamente Rosalie e Emmett já se formaram. Carlisle já conseguiu seu emprego no hospital de volta, eles ficaram bem felizes com o seu retorno. Ele alegou que Esme não se adaptou muito bem a outra cidade e que sentia falta daqui. O que não deixa de ser verdade, nós amamos essa cidade. -Essa última parte ele diz me olhando e eu entendo que ele não está se referindo exclusivamente a cidade. 

—Realmente, impossível não amar essa cidade. -E com certeza não estávamos nos referindo a cidade.