Entre Extremos escrita por Bella P


Capítulo 53
Capítulo 52




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Até agora eles estavam com sorte, Dallas tinha que admitir isso. Assim como tinha que admitir que esperava que tudo a qualquer momento rolasse ladeira abaixo em um desastre após o outro. 

A estrada que seguia para Hogsmeade era tenebrosa, com árvores a ladeando e asfalto trincado até uma parte para, nos quilômetros finais, ser composta de barro batido. A sorte foi encontrada no fato de que Hogsmeade ficava em uma elevação, portanto havia uma ladeira que precisava ser subida para continuar o percurso e o desnível do terreno proporcionou a cobertura perfeita. Quem estivesse na entrada do vilarejo não conseguiria ver os carros escondidos na descida do morro. 

As três picapes GMC pararam no acostamento da estrada, ou no que poderia ser considerado acostamento, que nada mais era do que um trecho de grama úmida que servia como limite para o início da floresta. Dallas, Davon e Patrick desceram de seus respectivos veículos e convergiram ao pé da ladeira. 

— Ok. Seguimos dentro da linha de árvores, usamos os troncos como melhor camuflagem, e a borda da estrada como forma de orientação. — Davon repetiu o plano pensado mais cedo, e agora que via o verdadeiro cenário que enfrentariam, Dallas não fazia ideia de como eles seguiriam entre as árvores e usariam a estrada como guia para o vilarejo. A noite estava escura, de lua nova, tenebrosa e de pouca iluminação. Geralmente Hogsmeade tinha lanternas acesas à esta hora, Dallas cansou de ver os pontos de luzes ao longe pelas janelas da escola, quando tomava o caminho do Salão Principal para o jantar. Mas, naquela noite, nada iluminava os céus em tom alaranjado, espalhando-se de forma acolhedora e morna pelo chão e copas das árvores. — Dallas, você fica esperando nos carros. 

— Como é? — Dallas protestou. 

— Precisamos de alguém guardando a nossa única rota de fuga daqui. Se algum Comensal patrulhando o perímetro encontrar os carros e destruí-los, correr floresta adentro não será exatamente uma opção segura de fuga, não é mesmo? E estaremos em um grupo grande demais para aparatar ou usar chaves de portal. 

— Mas por que ela? — Patrick protestou o plano de Davon. Dallas não era indefesa, mas ainda sim a ideia de deixá-la sozinha, para trás, não o agradava. 

— Porque Dallas não tem remorso algum em causar estrago permanente em alguém quando o momento prova-se necessário. Você, Gordon, ainda está preso aos moralismos que nos é enraizados pela sociedade desde o dia em que nascemos. 

— Isto é por causa do meu chilique sobre a sua família ser fabricante de armas? Eu já pedi desculpas sobre isto.

— Não. — Davon respondeu, entregando a Dallas uma sacola de camurça onde havia algumas bombas caseiras. — Isto é porque você foi treinado por Aurora Gordon, primeira de sua turma na Academia de Formação de Aurores e que deve ter te ensinado um truque ou vários de como entrar e sair de um lugar sem ser detectado. — havia um tom de apreciação na voz de Davon, um elogio subentendido, um elogio que fez as bochechas de Patrick ficaram rosadas sob a luz fraca das estrelas, que fez Dallas dar um meio sorriso, divertida diante da vergonha do amigo, e concordando com as palavras de Davon.

Dallas deu as ideias loucas para as missões de resgate, mas Patrick foi quem as refinou de modo a diminuir a margem de erros quando a missão em si fosse colocada em prática, e geralmente não gostava quando os fatores eram alterados em cima da hora, como Davon sugerindo que Dallas ficasse para trás para vigiar e proteger os carros. 

— Ok. Relógios cronometrados? Temos vinte minutos para entrar e sair de Hogsmeade com os alunos. — Devon declarou e Dallas soltou uma breve risadinha.

— Ele está se achando o Rambo. — zombou e Davon rolou os olhos diante da piadinha cretina da amiga, e nem ao menos despediu-se dela, apenas tomou o caminho para a copa das árvores e esperou que Patrick fosse inteligente o suficiente para tomar este gesto como a deixa dele para começar a se mover.

Felizmente Patrick era inteligente e poucos segundos depois Davon o viu emparelhar ao seu lado em uma marcha apressada e silenciosa, graças as solas de borracha dos coturnos que usavam. A ideia era recorrer ao menor número de feitiços possível, para não correr o risco de ativar qualquer sistema de alarme que os Comensais implementaram ao redor do vilarejo. Portanto, calçados trouxas de combate e jaquetas e calças escuras para camuflá-los durante a noite foram as opções de vestimentas escolhidas para aquela empreitada. Dallas tinha razão, era quase como se eles fossem uma versão menos exagerada e mágica do Rambo.

— Pensei que, pelo que Dallas comentou, Montgomery tivesse um arsenal maior escondido dentro do apartamento dele. — Patrick sussurrou ao lado de Davon enquanto eles subiam a ladeira, a caminho da entrada do vilarejo. 

— Ele tem, mas não há como eu carregar todas as armas comigo, não sem auxílio de magia, não é mesmo? Ah, isto me lembra. — Davon puxou de dentro do cós da calça uma faca de caça seguramente guardada em seu suporte de couro, e a estendeu para Patrick.

— O que você espera que eu faça com isto?

— Se os feitiços falharem, atinja direto na jugular. — Davon explicou com um ar displicente e um encolher dos ombros. 

— Davon, eu não faço ideia de onde fica a jugular de alguém. — em teoria, era na área do pescoço, mas não era o pescoço inteiro, não é mesmo? Patrick não era exatamente o expert em anatomia humana. Davon rolou os olhos.

— Acerte onde der para acertar, o suficiente para nos dar brecha para escapar. — explicou e seguiram o restante do caminho em silêncio. Ambos sentiram a magia da barreira que cercava Hogsmeade acariciar a pele exposta de seus rostos quando a atravessaram, mas felizmente nenhum alarme foi disparado, ao menos não um que eles pudessem escutar. Poucos lampiões estavam acesos ao longo da rua principal, pequenos pontos de luz aqui e acolá pendurados nas portas de alguns estabelecimentos. Era tarde, mas até mesmo tarde um movimento deveria haver nas ruas, um gato vadio, uma nuvem de névoa passando por entre as casas, uma coruja piando ao longe, mas não havia nada. O que havia era um silêncio sepulcral e de arrepiar todos os pelos do corpo. 

O Cabeça de Javali era um bar de maior frequência dos moradores locais menos afortunados, e não tinha o ar charmoso e histórico para atrair turistas como o Três Vassouras. A sua localização era em uma viela estreita e escondida no meio do vilarejo, longe da rua principal que geralmente era o ponto de passeio dos alunos de Hogwarts. Achá-lo durante o dia já era complicado, a noite então, e sob uma escuridão quase completa, pior ainda. 

A placa do Cabeça de Javali pendulava acima da pequena porta de entrada, uma silhueta indefinida que foi a única fonte de identificação do local. Não havia luz pendurada no beiral da porta, a iluminação que existia na viela era fraca e vinha da rua principal, jogando alguns poucos feixe alaranjados sobre a imagem do javali esculpido na placa. Patrick deu três batidas rápidas e abafadas na porta e não esperou nem dois segundos para esta abrir e um rosto indistinto e a ponta de uma varinha surgir na fresta oferecida. 

— Estamos fechados. — uma voz grave e rouca declarou. 

— Viemos pegar as encomendas prometidas. — Patrick respondeu com calma e esta declaração foi o suficiente para a porta abrir mais um pouco, o bastante para deixar que Davon e ele passassem. Assim que entraram no bar, a porta fechou com um estalo e o rosto cansado de Aberforth Dumbledore foi iluminado pelo único lampião aceso no estabelecimento. 

A semelhança entre o homem e o falecido diretor era gritante e atordoou Patrick por um segundo, o suficiente para ele piscar, sentir um arrepio descer por sua espinha, sacudindo o seu corpo de forma leve e imperceptível, e então recompor-se. As encomendas os esperavam dentro da cozinha do Cabeça de Javali, amontoadas em um canto, um total de quinze alunos, de vários anos diferentes, usando as capas negras de Hogwarts, sem os emblemas das casas, arrancados sob a ordem de que eles precisavam usar de táticas trouxas para se camuflar na noite. Sob as capas, roupas escuras e confortáveis para aguentar uma caminhada e possível corrida em fuga, além do clima frio de início de outono da Escócia.

— Quantos aqui são maiores de idade? — Patrick perguntou para o grupo em geral. Ao menos uns oito alunos pareciam ser do sétimo ano, mas isto não significava muita coisa. Em tese, Dallas era do sétimo ano e ainda tinha dezesseis anos, sua maioridade foi conquistada a força e de forma ilegal. As leis do Ministério sob uso de magia por menor de idade em defesa própria em caso de risco de vida eram nulas no cenário atual, e a única certeza que tinham é que Você-Sabe-Quem com certeza estava usando do feitiço de monitoramento para ter controle das crianças bruxas dentro da comunidade. Mesmo com as varinhas em punho, o grupo não poderia arriscar que os menores usassem magia quando deixassem os limites do vilarejo, era uma garantia de serem capturados em dois tempos. 

Cinco alunos levantaram as mãos. Oito contra uma horda de Comensais não era lá uma grande vantagem. Patrick tinha plena ciência de suas capacidades de combate, que eram vastas, porque ele foi bem treinado por Aurora e Pietro. Davon tinha vários truques na manga e muitos deles eram de escalas destrutivas, e Dallas era um caso à parte. Dallas era um furacão que arrasava tudo em seu caminho quando contrariada. Mas aqueles cinco alunos? Patrick os conhecia de vista. E pelas expressões assustadas? Presumiu que fossem em sua maioria Lufa-Lufa. Não queria estereotipar, os lufas eram inteligentes e leais, mas não eram muito corajosos. A força deles estava em sua capacidade diplomática em tentar resolver tudo de forma pacífica. Sempre davam ótimos embaixadores e políticos. Corvinais? Os que voltaram para Hogwarts eram inteligentes o suficiente para ficar fora do radar dos Comensais e unir-se a resistência montada pelos estupidamente bravos grifinórios. E os sonserinos? Esses jamais estariam neste bando de fugitivos. Patrick não iludia-se achando que a casa da serpente estivesse segura pela maioria de seus integrantes serem parentes de Comensais da Morte, mas que de uma certa forma eles tinham privilégios e imunidade, isso eles tinham.

— Capuzes sobre a cabeça, vocês dois vem comigo cobrindo a retaguarda, varinha em punho, mas sem luzes, não queremos chamar a atenção. Vocês três seguem com Davon, mesma coisa. — Patrick ordenou, apontando dois rapazes mais ao fundo da cozinha, que informaram serem maiores de idade. Davon seguindo à frente do grupo era algo que eles tinham planejado desde Londres. O ex-sonserino tinha prática de caça com a família, incluindo caça noturna, portando a visão dele estava acostumada e treinada para ver qualquer pequena nuance sob a pouca luz, desconfiar de qualquer silhueta e sombra, permitindo assim a identificação de um possível cenário de perigo, o suficiente para lhes dar tempo de reagir.

O grupo seguiu as ordens de Patrick e cobriu a cabeça, ocultando os seus rostos com os capuzes. As despedidas à Aberforth foram curtas e feitas em um baixo murmúrio, e então todos saíram em fila indiana pela porta da cozinha, que dava para uma outra viela ainda mais escondida de Hogsmeade. Dallas e os carros estavam a sudoeste, disto eles sabiam, e a bússola que Davon carregava seria a guia deles naquele momento. O grupo seguiu em silêncio, Patrick via no rosto de alguns a vontade de falar, conversar, emitir qualquer ruído que fosse para aliviar a tensão. O vilarejo estava sendo patrulhado, era fato, a notícia de que Potter tornou-se o Indesejado Nº 1 já correu por toda a comunidade mágica e por alguma razão, Você-Sabe-Quem burramente acreditava que o grifinório apareceria em Hogwarts. Patrick não iria perder o seu tempo tentando entender a mente psicótica do Lorde das Trevas, a possibilidade era assustadora. 

Davon andava em passos curtos, guiando a fila. Vez ou outra erguia o punho fechado acima da cabeça, causando a parada de todos, encostava contra a parede de uma construção e com um gesto largo de mão pedia para todos fazerem o mesmo e de forma tensa eles aguardavam sob o manto da escuridão da noite os Comensais fazendo a ronda passarem. Um minuto de espera e assim que os Comensais sumiam em uma esquina, voltavam a caminhar. 

O percurso seguiu desta forma vagarosa, em passos lentos e silenciosos, em paradas e esconderijos. Na ida, Patrick e Davon gastaram no mínimo uns oito minutos para chegarem da base do monte até a Cabeça de Javali. A volta estava sendo feita quase com o triplo do tempo, mais do que eles tinham planejado, mas, felizmente, sem incidentes. As picapes eram quase invisíveis na escuridão da noite e a localização delas só foi possível porque Dallas estava recostada contra a lataria do último carro da fila, com a sua atenção voltada na direção do vilarejo. O corpo dela relaxou em claro alívio quando viu o grupo surgir na margem da floresta e em sussurros eles dividiram os alunos em pequenos grupos de cinco e os distribuíram entre os carros. Quando todos estavam acomodados e seguros, os motores ronronaram baixinho no silêncio da noite, a partida foi igualmente vagarosa e sob baixa velocidade eles foram afastando-se do vilarejo, com os olhos sempre voltando para os retrovisores para garantir que não estavam sendo seguidos, até que, quando estavam a uma distância segura, aceleraram o suficiente para sumirem dali o mais rápido possível. 

— Essa foi fácil. — a voz de Patrick soou no rádio do carro de Dallas, assustando alguns alunos diante desta interrupção brusca do silêncio que havia dentro do veículo. 

— Você chama isso de fácil? — Davon resmungou a resposta e Dallas recolheu o rádio, enquanto mantinha um olho na estrada a frente e outro no retrovisor, para tecer a sua opinião sobre o assunto. 

— Fica quieto para não azarar a situação. — entoou, porque isto poderia acontecer. Esta primeira missão havia sido relativamente fácil. Sem encontros diretos, sem confrontos com os Comensais, eles entraram e saíram do vilarejo sem serem percebidos e conseguiram salvar quinze vidas. Em Londres, Aurora os esperava, comunicada naquela manhã sobre a arriscada empreitada, para executar a segunda parte da missão que era tirar os alunos e as suas famílias da Inglaterra. E assim foi feito.

E esta missão bem sucedida geraram outras, mais os boatos de que havia um grupo que resgatava bruxos e bruxas perseguidos por Você-Sabe-Quem, que começou a correr pelos becos escuros e vielas da comunidade mágica da Grã-Bretanha. Em dois meses e sete missões bem sucedidas depois, Dallas viu, durante um dos resgates, cartazes espalhados por Hogsmeade oferecendo recompensas para quem denunciasse os chamados “Receptadores”, e quase riu ao ver que havia tornado-se um calo incômodo no pé do Lorde das Trevas, ou uma unha encravada bem dolorida. 

Uma rede de contato começou a ser criada, com várias pessoas envolvidas, todas pertencentes à Ordem da Fênix, que dividia-se em enfraquecer as defesas do Lorde das Trevas e salvar quantas vidas fossem necessárias. Obviamente que houve alguns protestos dentro da própria Ordem, pois algumas pessoas consideravam desperdício de tempo e mão de obra desviar os poucos recursos que tinham para resgatar bruxos e bruxas que preferiam fugir a lutar.

— Ninguém é obrigado a lutar! — Remus Lupin declarou em uma reunião, com o rosto cansado e mais magro do que de costume. Tonks estava no meio de uma gestação cujo parto teria que ser obrigatoriamente em casa, pois o St. Mungus não era mais uma opção de socorro segura, e trazer ao mundo uma criança diante do atual cenário era de deixar os nervos de todos à flor da pele.

Dallas, Davon e Patrick usualmente não participavam das reuniões da Ordem, mas foram eles três que começaram estas operações de fuga, e entre os protestos de alguns mais arrogantes que os consideravam crianças demais para tal função, e a defesa de vários outros que achavam louvável e brilhante a estratégia e coragem deles, o trio começou a ser convidado para participar dos poucos encontros que eram possíveis ser realizados em meio ao conflito e ao caos. 

— Ninguém é obrigado a lutar. — Lupin repetiu. — E a saída de vários bruxos e bruxas da Grã-Bretanha nos traz vantagem. 

— Em que ponto? — um agente quem Dallas nunca se deu ao trabalho de decorar o nome, perguntou. Ele tinha a cara amarrada, era um auror, e foi um daqueles que protestou sobre gastar recursos importantes para missões de resgate de civis. Obviamente não era um bom auror, para ter reclamado tamanho absurdo. Se Dallas não se enganava, aurores faziam um juramento quando formados de proteger as pessoas, não simplesmente largá-las a sorte e criticá-las porque elas estavam assustadas demais para arriscarem as suas vidas e a de seus entes queridos em uma guerra contra um psicopata altamente perigoso e extremamente poderoso. 

— Se Você-Sabe-Quem não tiver quem governar, isto enfraquece as forças dele, não? — Aurora concluiu e Dallas concordou com ela. O que é um rei sem súditos? Ou um tirano sem gente para controlar? Apenas um maluco sentado em um trono gritando ordens para o vento. 

As picapes GMC foram adaptadas ao longo do percurso, pois Dallas lembrou-se de seu segundo ano e do Ford Anglia que trombou contra o Salgueiro Lutador ao trazer Weasley e Harry para Hogwarts. Aquilo foi a prova de que magia e tecnologia trouxa conseguiam ser misturadas, com muito cuidado e com precisão cirúrgica. Dallas passou madrugadas em claro alterando mínimos detalhes dos carros para conseguirem o máximo de uso deles. Fez o seu sistema elétrico imune a interferência mágica, adicionou sistema de camuflagem, silenciadores no motor, não os fez voar porque era imprático, mas deu à eles a flexibilidade que era famosa no Nôitibus Andante, outra prova de que a fusão de magia e tecnologia trouxa era possível. Os dias deles eram gastos na cozinha da Mansão Winford, sobre mapas e anotações e panelas borbulhando com misturas químicas perigosas para carregar as bombas trouxas, planejando como, quando e onde seria próximo resgate. As noites eram dedicadas a encontrar os grupos de fuga, vários espalhados pela Inglaterra e Escócia, todos desesperados e com rostos pálidos e olhares assombrados pelos terrores que já presenciaram. 

Em três meses de atuação, Dallas aprendeu a construir bombas caseiras com Davon e a aperfeiçoar a sua mira no tiro também. Com Patrick praticava duelos e combate corpo a corpo, o seu tempo era gasto mais na estrada do que sob o teto da Mansão, dormindo nas noites quentes na caçamba da picape, sob a camuflagem mágica que agora esta tinha, mirando estrelas e procurando por constelações. Nas noites frias, dormia dentro do carro que agora tinha aquecimento mágico, ouvindo a estação clandestina de rádio-bruxo que dava as notícias sobre a guerra, e sorria quando o locutor listava os desaparecidos que todos achavam terem sido capturados por Você-Sabe-Quem e mortos, quando na verdade Dallas e cia. os resgataram e os tiraram da ilha. E entre ouvir o rádio e planejar a próxima incursão a Hogsmeade ou qualquer lugar que fosse para salvar alguém, ela abria o livro de registro de Hogwarts somente para atestar que o nome de Harry J. Potter ainda estava ali, firme e forte, com a sua data de nascimento e nenhuma data de morte.


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