Dramione | Seis anos depois escrita por MStilinski


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

oi gente!!

me desculpem pela demora por favor!! infelizmente minhas férias acabaram e veio tanta coisa pra fazer de uma só vez que não dei conta de me organizar pra sentar e escrever :(
me perdoem por isso, mas agora tudo já está entrando nos eixos e acho que vou conseguir criar uma rotina de postagem de novo!

também queria agradecer IMENSAMENTE as leitoras Nathalianath e Paola Lira pelas duas recomendações lindas, me sinto muito grata por vocês gostarem tanto dessa história!! muito obrigada mesmo mesmo, de coração ♥
e, claro, muito obrigada pelos comentários também, vcs são demais!!

agora sem enrolação que esse capítulo já demorou demais haha

boa leitura :)



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Quando Hermione abriu os olhos Draco não estava mais na cama.

Ela se espreguiçou devagar, sentindo o lençol de algodão egípcio macio abaixo de seu corpo nu e se aconchegando um pouco mais no cobertor para se aquecer. Fechou os olhos outra vez e respirou fundo sentindo o cheiro amadeirado com fundo de canela que era muito presente no quarto.

O cheiro de Draco.

Ainda de olhos fechados se lembrou da noite anterior. Se lembrou dos beijos, dos toques urgentes como se quisessem compensar o tempo perdido – o que definitivamente queriam. Se lembrou da eletricidade percorrendo seu corpo, de como o toque dele era o único que conseguia lhe dar tanto prazer. As memórias inundaram sua cabeça e ela simplesmente sorriu, porque agora tudo parecia definitivo. As coisas tinham sido esclarecidas, afinal. Tudo estava bem.

— No que você está pensando? – a voz dele surgiu, de repente se jogando na cama ao lado dela.

Hermione abriu os olhos e o encarou. Draco estava com o cabelo molhado e a pele quente de quem acabou de sair do banho e com um cheiro muito agradável de lavanda. Usava apenas uma calça cinza de algodão e se ajeitou nos travesseiros, puxando Hermione para perto. Ela deitou a cabeça no ombro dele e apenas suspirou, olhando para a porta da varanda do quarto que mostrava um dia ensolarado.

— Na noite passada. – falou.

— Ah. - Draco respondeu e puxou Hermione para um beijo – Posso repetir a noite passada agora mesmo.

Hermione riu e se sentou na cama, enrolando o cobertor ao redor do corpo.

— Talvez mais tarde. Estou faminta! – ela falou e saiu da cama.

Pegou suas peças de roupa espalhadas pelo quarto e as vestiu, ficando apenas com as roupas íntimas e com a blusa de Draco que agora era havia se tornado seu pijama.

— Sabe... – Draco falou, ainda deitado na cama, um braço atrás da cabeça como apoio, e com os olhos em Hermione – Podemos passar o dia na cama.

Ela franziu o cenho.

— Ah, sim, é uma boa proposta. – falou – Até porque, não temos Comensais querendo nos matar e nem uma Marca Negra tomando força. Temos todo tempo do mundo.

Draco apenas suspirou diante da ironia.

— Só estou querendo um dia tranquilo. – falou.

— Acredite, Draco, eu também. Vamos ter muitos dias tranquilos depois que acabarmos com tudo isso. – ele sorriu diante da fala dela – Além disso, você não deveria estar na sua empresa?

Draco arregalou os olhos e olhou para o relógio sobre o criado mudo ao lado da cama. Já passava das sete horas.

— Droga! – ele exclamou, ficando de pé e correndo para o closet – Eu me esqueci totalmente!

Hermione riu.

— Se esqueceu de que precisa trabalhar?

— Bem, é isso o que você faz comigo! Me faz esquecer que preciso trabalhar em plena quinta-feira e depois de um roubo!

Hermione riu outra vez e saiu do quarto, deixando Draco sozinho para se arrumar.

Ela desceu para a cozinha e começou a preparar ovos mexidos. Ela se sentia bem. Não conseguia parar de sorrir, porque agora tudo parecia caminhar do jeito que deveria ter caminhado sempre. Eles estavam resolvidos. Depois da conversa na madrugada, quando Draco simplesmente despejou toneladas de palavras sobre Hermione e ela entendeu de que nada havia realmente acontecido como ela pensava, ela sentiu um alívio inexplicável preenchê-la.

Ele não havia a abandonado porque nunca a amou. Draco teve problemas e se sentia insuficiente para ela, algo que ela sempre soube e ainda sabia, que ele não era. Tirando toda a questão com a Marca Negra que ainda atormentava a ambos e que eles ainda precisavam resolver... Hermione sabia que agora eles ficariam bem. Não tinham por que não ficar, certo?

Ela colocou os ovos em dois pratos e começou a preparar um café quando Draco apareceu na cozinha.

— O que vai fazer hoje? – ele perguntou a ela enquanto dava um nó na gravata.

Hermione deu de ombros.

— Tentar preparar mais algumas poções. – ela o encarou – Precisamos testá-las no seu braço. E esperar alguma notícia do Ministério.

— É verdade. Vou mandar uma carta a Nott e pedir a ele que vá na empresa para saber se ele já entregou os documentos ao Weasley. – Draco se olhou no reflexo do vidro do armário e arrumou o cabelo. – Certo. Eu já vou.

Então ele pegou a pasta e saiu da cozinha. Hermione estava observando a chaleira com água fervente despejar seu conteúdo no filtro de café quando Draco voltou correndo, lhe deu um beijo e saiu correndo da cozinha outra vez.

Hermione riu e ficou observando o local por onde ele havia passado segundos antes, o cheiro de canela ainda intenso como se Draco estivesse ali. É claro que agora nada poderia dar errado.

 

 

Draco voltou quando já começava a anoitecer.

Hermione estava no porão, fazendo uma poção para febre para reabastecer o estoque de Draco, e levantou os olhos assim que começou a ouvir barulhos na escada.

— Oi. – Draco falou, parando do outro lado da mesa. Ele já não vestia mais o blazer, mas suava como se estivesse em um país tropical na beira da praia e em pleno verão.

Hermione franziu o cenho para ele, não entendendo o motivo de tanto calor – nem mesmo naquele porão, sendo um andar subterrâneo, com o caldeirão no fogo e a fumaça da poção, estava quente daquele jeito, do jeito que faz transpirar.

— O que aconteceu com você? Veio correndo até aqui? – ela perguntou.

Draco deu uma risada fraca.

— Não é nada. – falou e respirou fundo a fumaça que exalava do caldeirão – Poção para febre? Está se sentindo bem?

— Só estou reabastecendo seus armários.

Draco assentiu e então olhou para a mesa. Ao ver os ramos de macela – um tipo de flor que é um ingrediente essencial contra a febre, mas que ainda não havia entrado na poção, já que fazia parte da última etapa – Draco os pegou e começou a amassá-los no pilão de pedra. Hermione continuou com os olhos nele, observando como a respiração dele estava pesada e como ele suava a cada mínimo movimento que fazia para amassar as flores.

Depois de alguns minutos ele entregou as flores amassadas para Hermione e ela as colocou no caldeirão e mexeu toda a poção novamente uma última vez. Agora bastava esperar ferver e o líquido estaria pronto. Draco manteve os olhos no caldeirão e Hermione manteve os olhos nele, desconfiada.

— Consigo sentir você me olhando, Hermione. – Draco falou, parecendo um pouco irritado.

— Você não parece bem.

— Estou bem.

Hermione ficou em silêncio alguns segundos e deu a volta na mesa, parando ao lado dele.

— E como foi seu dia? – ela perguntou, passando a mão carinhosamente pelo cabelo dele.

Draco sorriu para ela e a abraçou.

— Contei os minutos para vir embora. – falou – Mas o dia não foi problemático. E com...

— Eu sabia! – Hermione exclamou, segurando o braço esquerdo de Draco com a manga da blusa levantada, a Marca Negra vermelha, como uma inflamação, agora visível.

Draco se afastou dela, segurando seu braço.

— Você realmente me enganou com um abraço para ver a Marca? – ele perguntou, a indignação clara na voz.

— Desculpe. Só sabia que você estava escondendo alguma coisa. – Hermione segurou a mão dele e Draco bufou, mas soltou o braço.

A Marca Negra em seu antebraço estava com alguns pontos pretos, como eles viram na madrugada, o desenho tomando forma aos poucos. Ao redor do símbolo, a pele de Draco estava vermelha e arranhada, alguns lugares já sangrando.

— Eles estão torturando você? – Hermione perguntou, voltando os olhos para ele.

— Não. Passei meu braço em um ralador.

Hermione revirou os olhos e Draco puxou o braço de volta, descendo a manga da camisa para tampar a Marca Negra.

— Pensei que ainda estivesse fraco. – ela disse – Como eles já estão torturando você?

Draco se sentou e respirou fundo, parecendo cansado.

— Não estão me torturando. – falou – Não é... Não é como da última vez. Quando fugi, durante a Guerra, Voldemort usava a Marca para tentar entrar na minha cabeça, mas ele nunca conseguia, então a usava para me causar dor e para tentar me enfraquecer e conseguir usar da legilimência para entrar na minha mente. Eu era e ainda sou incrivelmente bom em oclumência e ele nunca conseguiu, mas dessa vez...Não tem ninguém tentando entrar na minha cabeça. Não tenho que impedir nada. Eu acho que o processo de retorno da Marca, a tentativa de fortalecimento, é o que está causando isso.

— Parece uma inflamação... Você acha que talvez o corpo esteja rejeitando a poção que eles estão fazendo?

— O que eu acho mais provável é que como eles não tem todos os ingredientes ainda, estão tentando encontrar alguma medida com os ingredientes que já têm e fazer uma poção que funcione. Acho que é isso que o corpo está rejeitando... essas poções falsas.

— Então eles precisam de absolutamente tudo?

Draco suspirou.

— Hermione, Voldemort era chato. E, mais do que chato, ele era um homem muito difícil. Acho que ele não aceitaria que passassem por cima de suas ordens mesmo estando morto. Se ele ordenou todos aqueles ingredientes, eles vão precisar de todos.

Hermione viu a poção ferver e então começou a passar o líquido da poção de febre para alguns frascos e depois os tampou.

— Isso é uma vantagem para nós. – ela falou, guardando os frascos na cristaleira que ficava no fundo do cômodo – Eles vão precisar procurar muito para achar os ingredientes que faltam.

— Bom, isso é verdade. Mesmo assim, não podemos contar com a sorte desse jeito. Você disse ontem que tinha preparado algumas poções para a Marca... Vamos testá-las?

Hermione assentiu. Pegou a seringa e os quatro frascos de poções que ela havia feito alguns dias antes, cada poção de uma cor: uma branca, outra laranja escura, uma marrom e uma azul fluorescente. Deixou as poções na mesa e Draco encarou os frascos com uma cara de nojo.

— Nada disso parece bom. – falou.

— Pense pelo lado bom: pelo menos você não vai beber. – Hermione disse, preparando o braço esquerdo de Draco para poder fazer uso da seringa.

— Mas vão percorrer o meu corpo do mesmo jeito. – ele disse e observou enquanto Hermione colocava o líquido azul fluorescente na seringa – Só não deixe mais cicatrizes.

Hermione inseriu o líquido na corrente sanguínea de Draco, a agulha espetando bem em cima de uma das manchas pretas que havia surgido no desenho da Marca e então se afastou, lembrando que da última vez que havia testado uma dessas poções Draco havia vomitado exatamente no lugar onde ela estava.

Esperou alguns segundos, pulando os olhos da Marca Negra para Draco, mas nada aconteceu.

— Ótimo. – Draco falou, parecendo irritado – Próximo!

Hermione colocou a poção laranja escura dentro do corpo da seringa e então injetou no braço de Draco. No mesmo instante em que afastou a seringa, a Marca Negra começou a ficar vermelha, como se queimasse, o que provavelmente estava acontecendo, porque Draco arregalou os olhos e começou a gritar desesperado.

Hermione pegou o jarro de água - que ela havia pegado na cozinha mais cedo para usar no preparo de suas poções - e derramou sobre o braço de Draco de uma só vez, molhando uma parte da calça dele e o chão. Draco parou de gritar, mas sua respiração estava ofegante e os olhos cinzas ainda arregalados de susto – ou de dor, Hermione não sabia dizer.

— Você está bem? – ela perguntou, notando que seu coração também estava acelerado devido ao pequeno desespero de segundos antes.

— Estava queimando! – Draco exclamou – Realmente parecia que meu braço estava no fogo!

— Desculpe. Mas olhe...

Hermione apontou para a Marca no braço dele quando reparou que algumas das pequenas manchas pretas que formavam o interior do desenho haviam sumido. A poção havia tido um mínimo efeito, mesmo que por segundos.

— Ah, que ótimo. – Draco falou – As poções que funcionam são as que me fazem vomitar e que fazem meu braço parecer em chamas. Definitivamente 25 anos não é a minha idade da sorte.

Hermione riu diante do comentário, mas logo colocou a outra poção – a de cor marrom – no interior da seringa e então a inseriu no braço de Draco outra vez, apesar da pele ao redor da Marca Negra no braço dele estar de um vermelho intenso. A poção entrou na corrente sanguínea de Draco e, como na primeira vez que testaram, com a outra poção, o sangue dele se tornou preto e visível sob as veias e começou a fazer o caminho até o seu rosto. As veias da face de Draco ficaram dilatadas e com sangue negro e então ele vomitou no chão outra vez, mas dessa vez Hermione já estava afastada e ele não precisou empurrá-la para longe, como havia feito antes.

Draco continuou com a cabeça baixa, tossindo e depois de alguns segundos tossiu e sangue saiu de boca – um sangue negro que, antes mesmo de tocar o chão, ainda no ar começou a evaporar.

Hermione usou a varinha e limpou o vômito de Draco antes que o cheiro impregnasse no ar e então se agachou na frente dele, segurando o rosto de Draco entre as mãos.

— Você está bem? – ela sussurrou, olhando para o rosto brilhante dele devido ao suor.

Draco assentiu e tossiu de novo. Algumas gotículas de sangue negro apareceram no canto de seus lábios, mas logo evaporaram novamente.

— Você está vendo isso? – Draco falou, tocando sua boca, mas o sangue negro já havia virado vapor.

— Estou. Acha que pode ser essa?

— Tem chances altas, não acha?

Hermione olhou para a Marca Negra e as manchas negras estavam mais fracas, quase desaparecendo.

— Posso fazer mais dela amanhã. – ela voltou a olhar para Draco – Está sentindo alguma coisa?

— Queria poder dizer que não, mas estou. Cheque minha temperatura.

Hermione fez isso, colocando uma das mãos na testa de Draco e outra em seu pescoço e ele queimava, como brasa.

— Você está ardendo em febre.

— Então foi uma boa decisão você ter abastecido meu armário.

Quando Hermione ficou de pé e foi até a cristaleira no fundo do cômodo para pegar os frascos de poção para febre, Draco já estava se encolhendo e tremendo como nunca.

Ela lhe deu dois frascos da poção de uma só vez e Draco quase vomitou outra vez, mas por fim ele conseguiu engolir. A tremedeira foi diminuindo aos poucos, assim como a temperatura corporal dele, mas Draco ainda ardia como um caldeirão de estanho depois de ficar no fogo por várias horas.

— Vamos subir. Vou te colocar no banho.

— Você vai vir junto? – Draco disse, a voz dando pausas diante dos tremores.

Hermione deu uma risada fraca.

— Arrisca aparatar? – ela perguntou a ele.

Draco negou com dificuldade.

— Vamos andando então.

Hermione passou o braço ao redor da cintura de Draco e ele colocou seu braço ao redor dos ombros dela e assim eles foram subindo a escada do porão e depois a escada para o segundo andar. Demoraram cerca de vinte minutos para realizar um trajeto que normalmente seria feito em menos de dois, mas por fim Hermione conseguiu levar Draco ao banheiro da suíte dele e tirar o seu excesso de roupas e depois colocá-lo embaixo do chuveiro que derramava uma água morna, nem tão fria e nem tão quente.

Draco apoiou a cabeça na parede enquanto a água caia por todo o seu corpo, os olhos fechados e a respiração pesada. Hermione ficou encostada na parede ao lado do box, com uma toalha nas mãos para ser usada quando ele saísse, apenas observando Draco, preocupada. Seus olhos caíram diretamente no braço dele, na região da Marca – algumas das manchas negras, fruto da poção de fortalecimento que os Comensais estavam tentando preparar, com certeza haviam sumido e outras estavam mais fracas, contudo a pele ao redor estava ainda mais vermelha e arranhada e agora contava com algumas bolhas de sangue de diferentes tamanhos e totalmente negras, repleta do sangue envenenado que nutria a marca de Voldemort. Estava pior do que antes, mesmo com as manchas sumindo ou enfraquecendo, e parecia totalmente dolorido.

— Está com dor?

Draco negou.

— Draco...

Ele suspirou.

— Talvez um pouco.

Hermione deixou a toalha de lado, tirou o suéter e os sapatos e entrou no box com ele, ainda com uma camiseta e calça. Ela o abraçou e Draco retribuiu, pousando a cabeça no topo da cabeça dela e dando um suspiro cansado; ele nem mesmo abriu os olhos.

— Se essa poção aumentar muito a sua temperatura... Sabe que não podemos usá-la. – Hermione falou, a água do chuveiro molhando todo o seu cabelo e rosto.

— Eu sei. Mas ela parece a certa.

— Deve haver outras combinações.

— Não é assim que funciona, Hermione. Combinações sem todos os ingredientes e que dão certos são finitas. Um número bem pequeno, se quer mesmo saber.

Hermione suspirou.

— Bom, é um número maior que um. Já é alguma coisa.

Draco deu uma risada fraca.

— Tudo realmente tem uma solução com você. – ele falou.

— Com certeza. Você tem pomada de ostras aqui?

— Pomada de ostras? A mesma que você passou no meu braço quando eu te beijei pela primeira vez?

Hermione sentiu suas bochechas esquentarem quando a memória passou pela sua cabeça.

— Sim. – respondeu, um pouco sem jeito – Ela cura feridas de pele ime...

— Imediatamente. – Draco completou – Tenho. Está no armário embaixo da pia.

— Vou pegar. – ela começou a se desvencilhar dele, mas Draco a apertou mais forte contra seu corpo, de um jeito que ela não conseguia se afastar.

— Fique mais um pouco. – ele sussurrou, descendo a cabeça para o ombro dela e ficando com o rosto ali, os olhos ainda fechados – Eu senti sua falta.

Hermione sentiu uma parte de si derreter como sorvete de limão no sol. Por Merlin, ela também sentiu a dele... E como. Sentiu saudades por seis anos mesmo com tanta mágoa e raiva guardada, a saudade era a coisa que mais se sobressaltava, apesar de ela não admitir. E durante todo o dia de hoje, durante todas as horas que eles passaram afastados um do outro depois de se resolverem na noite anterior, foi quase como tortura.

— Tudo bem. – Hermione falou e começou a fazer um leve cafuné no cabelo loiro molhado dele.

Ali, juntos, embaixo de uma água que começava a parecer mais fria do que quente, Hermione notou o quanto aquilo – os dois, juntos – parecia certo. Não parecia que nada de errado e perigoso estava acontecendo ao redor deles, porque eles estavam juntos e isso parecia ser a solução para todos os problemas do mundo. Hermione parecia nem conseguir se lembrar como havia conseguido deixar de pensar em Draco durante seis anos, porque agora tudo o que ela fazia era pensar nele e querer ficar perto dele. Não queria e não precisava estar em nenhum outro lugar. Não fazia mais sentido ela estar em outro lugar.

Ela já havia perdido a noção de quanto tempo eles estavam ali, mas então Draco voltou a tremer e Hermione disse:

— Vem, vamos sair.

Ela saiu primeiro, enrolou Draco em uma toalha e então pegou uma toalha para se secar. Tirou as suas roupas molhadas e vestiu a blusa de Draco e depois enrolou a tolha no cabelo. Draco já havia se secado por inteiro e então vestiu a sua calça de pijamas cinza que estava pendurada em um gancho de metal ao lado do suporte para toalhas.

— Preciso dormir. – Draco falou e saiu praticamente se arrastando para o quarto, parecendo que ia cair no chão a qualquer instante.

— Tem certeza de que não quer nada para comer? – Hermione perguntou, preocupada.

Ele negou e então caiu na cama, praticamente ocupando ela por completa. Então se ajeitou, colocando todo o corpo de um lado do colchão e fez um gesto com a mão para que ela se aproximasse.

— Venha deitar. – ele falou.

Hermione riu.

— Eu estou com fome. Venho mais tarde.

Draco murmurou algo que ela não entendeu, porque ele já estava dormindo. Hermione se aproximou, cobriu Draco com a coberta mais fina e então voltou ao banheiro para pentear seu cabelo. Estava quase terminando de pentear a última mecha do cabelo castanho quando ouviu um barulho estranho vindo do quarto.

Hermione saiu do banheiro e então descobriu de onde vinha o som – uma coruja de penas cinzas e brancas estava no chão da varanda do quarto, batendo com o bico no vidro da porta repetidas vezes. Hermione foi até lá, abriu a porta e então a coruja voou e deixou uma carta nas suas mãos e então saiu voando noite adentro.

O envelope pardo era pequeno. Hermione o abriu e pegou o pequeno pedaço de pergaminho que havia ali dentro. A caligrafia desajeitada era claramente de Rony, apesar de o bilhete não ter assinatura. Dizia poucas coisas:

“Kingsley demitiu o garoto das cartas. Agora ele está procurando por você. E acho que sabe onde você está.”


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado!
e mais uma vez, obrigada pelos comentários e recomendações, me deixam feliz demais!! ♥

até mais :)



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