Cedo demais escrita por SerenaChan
Notas iniciais do capítulo
Queridíssimos leitores, tudo bem?
Aqui está o quinto capítulo de Cedo Demais! Feliz da vida em postá-lo!
Agradeço muito o carinho recebido, os favoritos, comentários e visualizações! Esse carinho não tem preço!
Espero que gostem, boa leitura e beijos aquarianos!!!
Capítulo 5
Reta final...
June entrara no sétimo mês de gestação. Tudo ocorria bem; as visitas ao obstetra ainda eram mensais, e confirmavam a saúde da mamãe e do bebê, para alívio do casal da 11ª Casa. A moça, nessa fase, ainda mais do que antes, andava muito sensibilizada... Camus quase teve uma síncope certa tarde, quando chegou em casa e a encontrou aos prantos: chorava emocionada diante de um vaso com rosas presenteado por Afrodite. “Cam... Olhe que rosas lindas...” – e chorava. Houve uma noite em que ela sentiu uma vontade incontrolável de comer uma típica macarronada italiana com almôndegas; desesperado, ao aquariano não restou outra opção a não ser se armar de coragem e pedir para Angello. Surpreendentemente, o canceriano apareceu na casa de Aquário duas horas depois com uma travessa cheia, a qual June comeu com gosto. E chorou enquanto comia, emocionada pelo fato de as almôndegas estarem tão redondinhas...
— Como diz o Aldebaran... Você está lascado, francês.
— Merci, Angello. Te devo uma!
— Vou cobrar!
Depois da consulta daquele mês, Camus e June almoçaram tranquilamente e, tempos após a refeição, o aquariano foi à arena para treinar. Hyoga e Isaak ficaram no templo para fazer companhia à loira, já que Camus, àquela altura da gravidez, decidira que a esposa não deveria ficar sozinha: “E se você estiver sozinha e cair? Passar mal? Mon Dieu, não quero nem pensar!”, dizia ele, zeloso, enquanto a loirinha distribuía beijinhos em sua face.
Os garotos estavam na biblioteca particular de Camus, colocando os estudos em dia, já que os vestibulares seriam dali a três meses. Saori decidira dispensar o russo de suas obrigações na fundação para que se dedicasse aos estudos; Isaak, por sua vez, obtivera permissão para permanecer sob a tutela de Camus durante esse período, já que, não sendo mais um marina, vivia sozinho em Helsinque em uma quitinete. Uma vida solitária, dividida entre o Ensino Médio e a realização de alguns bicos para levantar um dinheiro. Ali, entre seu amigo, seu mestre e a adorável amazona, sentia-se acolhido e feliz...
O silêncio na biblioteca é quebrado pela chegada de June, que trazia um lanche para os aplicados vestibulandos.
— Oi, rapazes! Trouxe algo para vocês – disse, gentil, depositando a bandeja sobre a mesa. – Não vão descansar? Treinaram de manhã e estão aqui desde a hora do almoço...
— Oi, June! – respondeu Isaak – Obrigado.
—Obrigado, June, sente-se conosco. Vamos fazer uma pausa, então. Como recusar um lanche tão gostoso, não é, Isaak?
— Com certeza, Hyoga! E como vai nosso irmãozinho do coração?
— Está muito bem! Querem sentir? Está mexendo – respondeu; e, depois, com uma voz infantil: - Diga oi para os meninos, Jean-Michel!
— Oi, escorpiãozinho! – disseram, enquanto pousavam as mãos sobre o ventre feminino – o Milo tá maluco com o “sobrinho” e pupilo, não é?
- Está, sim! – riu a etíope - Já presenteou o bebê com um carrinho de controle remoto, um móbile musical e dois bichos de pelúcia. Tem horas que ele enlouquece o Camus, mas é uma ótima pessoa e um grande amigo.
— Tem razão. Mas não é só ele, todo o povo do Santuário está esperando ansiosamente a chegada do Jean! Especialmente nós!
***
Naquele dia, Camus demorara mais que o costume para chegar em casa. Encontrou a esposa aflita, pondo a mesa do jantar.
— Cam, o que aconteceu? Por que demorou tanto, esteve treinando até essa hora?!
— Desculpe-me, June. – deu-lhe um selinho - Eu tive que ir a Rodório depois do treino, para comprar uma coisa muito especial...
— Coisa especial? O quê? Que eu saiba, os móveis do quarto do Jean-Michel e o enxoval já foram comprados e chegam no sábado.
— Não, não é nada para o bebê. É para você. Mas só vou entregar mais tarde. – a loira bufou – Não fique brava, é uma surpresa!
Os quatro jantaram e conversaram um pouco; como de praxe, os homens cuidaram da louça e, como era cedo, Hyoga e Isaak resolveram dar uma volta pelo Santuário e aproveitar a noite fresca.
June já estava recostada na cabeceira da grande cama, sentindo incômodo com os pés inchados. Vestia uma camisola curta, de cetim lilás clarinho. Camus entrou no quarto, tirou a camiseta, ficando só de bermuda, e sorriu apaixonado, contemplando a bela imagem da mulher que gerava em seu ventre seu filho já tão amado.
— Quer uma massagem, ma belle?
— Sim, amor... Meus pés estão me matando!
O cavaleiro buscou o frasco de óleo perfumado, com o qual June hidratava diariamente a pele da barriga e dos seios. Depositou uma porção nas mãos, esfregou-as para aquecê-las e iniciou uma massagem suave e reconfortante.
O apetite sexual da loira arrefeceu um pouco nas últimas semanas; sua barriga crescera consideravelmente, enquanto piorava o inchaço nas mãos e pés. Isso a incomodava, pois era difícil achar uma posição, tanto para dormir como para fazer amor.
Porém, a intimidade entre o casal se intensificava a cada dia. Camus era gentil e carinhoso, sempre preocupado com o bem-estar da mamãe e seu bebezinho. Esses momentos de carinho os uniam mais e mais, aquecendo o dia a dia de ambos.
— Está gostando?
— Sim, Cam... Está muito bom. Ah, eu precisava disso! Nem quero imaginar que provavelmente incharei mais até o Jean nascer...
— Não se preocupe com isso, Ju. Eu estou aqui com você, e vou te ajudar em todas as suas necessidades. Tem tomado bastante líquido?
— Sim, amor.
Camus sorriu. Com um olhar luminoso, acomodou-se mais perto da esposa; subindo as grandes mãos pelas suas coxas, levantou devagar a camisola, expondo a barriga redonda.
June corou quando Camus beijou-lhe vagarosamente a pele macia do ventre. Todos os dias ele beijava e acariciava aquele lugar sagrado que abrigava o fruto do amor dos dois, e ela sempre se sentia arrebatada pela onda de aconchego e carinho que emanavam daqueles gestos, presenteados com desvelo pelo homem da sua vida.
O aquariano novamente despejou uma boa quantidade de óleo nas mãos, e pôs-se a massagear suavemente aquela parte do corpo que tanto venerava em sua mulher, percebendo seu filho chutar e remexer sob seus toques.
Sentia-se exultante. Completo. Feliz e realizado, como jamais ousara sonhar que um dia seria.
A jovem admirava-o, com as faces afogueadas... Tão belo, másculo, cuidadoso. Via-se a si mesma como a mais afortunada das mulheres, por ser dona do coração e dos sentimentos daquele homem especial que, recostado ao seu lado, finalizava aquela amorosa massagem.
— Você é lindo, Camus.
O francês sorriu. Achegou-se e tomou os lábios femininos num beijo ardente e apaixonado. Depois buscou, em seu criado mudo, um embrulho caprichosamente elaborado, o qual escondera ali quando viera se banhar antes do jantar.
— Para você, minha querida.
June já estava emocionada ao receber aquele presente, e mais ainda quando viu a caixa de veludo vermelho ali contida. Abriu-a e não pode disfarçar seu encantamento...
Uma belíssima corrente em ouro amarelo, com a trama graciosamente trabalhada. Um pingente em formato de coração, cravejado de brilhantes, ornamentava com perfeição a joia tão delicada e de bom gosto.
— Cam, obrigada! Eu amei... Deuses, ele é maravilhoso! – exclamou, chorando, enquanto seu marido abotoava a corrente em sua nuca. Levantou-se e admirou-se em frente ao espelho do closet – Lindo!
— Você é linda. Esse presente apenas acentua sua beleza e sua delicadeza... – ergueu-a no colo, como se fosse uma pluma - Je t’aime, June...
— Também te amo, Camus... Você é um homem maravilhoso! – sussurrou, enquanto era carregada até a cama.
Beijaram-se com querência. Há dias não se amavam, mas, naquela noite, foram arrebatados pela paixão e pelo desejo; com carinho e doçura, o cavaleiro tomou-a em seus braços e a fez sua, com todo o amor que inflamava seu peito...
***
Sábado de manhã
O futuro quarto de Jean-Michel já estava quase pronto; as paredes foram caprichosamente pintadas de azul-claro e, na parte de baixo, um belo papel de parede com listras em diferentes tons também de azul, e barrado de ursinhos. Tudo feito por Camus, Hyoga, Isaak e alguns cavaleiros que se ofereceram para ajudar.
Shina, Marin e Geist encomendaram as cortinas e tapetes como presente, enquanto a poltrona branca de amamentação e os jogos de cama e banho formam ofertados por Athena.
Naquele sábado de manhã, Camus e seus pupilos estavam montando o berço, o guarda-roupa e a cômoda com trocador; tudo lindo e branquinho!
— Fala aí, família congelante! Tá difícil a coisa?
— Bonjour, Milo!
— Chega mais, Milo! Vem ajudar a gente a montar os móveis! – pediu Hyoga.
— É pra já!
June estava na cozinha comendo algumas frutas, quando recebeu, com um grande sorriso, a visita das suas amigas amazonas, as quais correram para abraçá-la e paparicar sua barriga.
— Ai, Ju, você está tão bonita! Olha seu cabelo! – exclamou Geist.
— Sim, a gravidez está lhe fazendo muito bem! – Shina, simpática.
— Estão brincando, né? Estou gorda e inchada. Tenho a impressão que vou explodir a qualquer momento!
— Não exagere, June. Isso é normal, daqui a pouco o Jean nasce e verá que nada disso tem importância. E, após o resguardo, você poderá aos poucos retomar os treinos. – declara a ruiva, enquanto ajeitava com cuidado os longos cabelos loiros da amiga.
— E o homem das neves, como tem se portado?
— Ah, Geist... Camus tem cuidado de mim, vai a todas as consultas... Sempre carinhoso... Ah, olhem o presente que ele me deu essa semana!
— Que corrente mais linda, Ju! – exclamaram.
— É, pelo jeito aquele coração não é feito de gelo, como todos daqui julgavam – dizia a amazona de Cobra, quando fora interrompida por sons de marteladas e vozes masculinas. – Cáspita! Que barulho é esse?
— Camus, os garotos e o Milo estão montando os móveis do quarto do bebê.
— Eh... M-Milo está aí também? – gaguejou e sentiu as faces ficarem vermelhas, enquanto as amigas riam de sua reação. – Per che estão rindo, hein?
— Nada, Shinoca. Meninas, me ajudam a fazer um suco de laranja para eles?
***
No quarto de Jean-Michel, os trabalhos estavam quase finalizados. O aquariano irradiava um pouco do seu cosmo gélido para refrescar o ambiente, pois o dia estava quente demais.
— Com licença, rapazes! Trouxemos um suco para vocês! Nossa, está ficando tudo maravilhoso! – exclamou June. As quatro garotas adentraram o local, cumprimentando-os. – Sirvam-se!
Shina levava a bandeja com os copos; ela mal prestara atenção nos móveis. Seu olhar detivera-se tão somente num belo escorpiano de longos cabelos azuis, que também a fitava com seus olhos intensos.
— Olha lá, Isaak... A Shina e o Milo! – sussurrou o loirinho. - Senti um clima...
— Sem dúvidas!
O grego esperou todos se servirem, só então aproximou-se da italiana para pegar seu suco. Em frente a ela, tirou a camiseta vermelha, puxou um sorriso de canto e disse:
— Calor hoje, né Shina? – tomou o copo de suco de laranja da bandeja, a qual a moça mal sustentava. Todos ali quase engasgaram com a bebida, e Geist precisou tapar a boca com as mãos para sufocar o riso.
— Não sei... Quer dizer... S-Sim... “Per Athena! Ma che bello!”
“Deixe de ser ridículo, peçonhento!” – Camus se comunicou com o amigo, via cosmo.
“Não estrague o clima, abominável!”
— Hhum-hhum! Bem, acho melhor irmos conversar na sala.
— Isso mesmo, Marin. Preciso colocar os pés para o alto...
— Obrigado pela gentileza, meninas! – disse Isaak.
As amazonas se retiraram. Mas, antes de sair, Shina deu uma última e rápida conferida nos músculos perfeitamente entalhados do tórax de Milo, recebendo uma piscada em resposta.
Os adolescentes riram sem se conter, quando as garotas se foram:
—Aêêê, Milo!!!
Camus deu um tapa na nuca do amigo:
— Mais respeito dentro do quarto do meu filho!
— Qual é, Camus! Eu gosto da Shininha! Atchim! Mas essa casa é um pedaço da Sibéria, por acaso? Atchim! Atchim!
— Bem feito! Exibido!
***
Oitavo mês...
Jardim do 13º Templo
Naquela tarde de domingo, numa parte sombreada do jardim ao fundo do Templo, ouviam-se as vozes alegres de várias garotas. Ao redor de uma mesa repleta de guloseimas e refrescos, acontecia o esperado Chá de Fraldas. As quatro amazonas, Saori e Arethusa, sua serva pessoal, mais Minu, Shunrei e Eiri (que vieram do Japão com viagem paga pela deusa para participarem do evento e passarem uma semana como suas hóspedes), riam, conversavam e se serviam das guloseimas.
— Vamos lá, meninas! É hora da brincadeira! – chamou Athena.
Colocaram June sentada numa cadeira confortável e a vendaram. Os grandes pacotes de fraldas estavam embrulhados e começaram a ser entregues à loira, que deveria adivinhar qual das amigas havia comprado cada um.
— Esse aqui... É da Minu?
— Acertou! – a venda foi retirada, e June rabiscou umas listras de batom no rosto da japonesinha. Depois foi vendada novamente. Acertou os presentes de Saori, Eiri, Arethusa e Shunrei, pintando narizes de palhaço, e corações na testa das três.
— Você está usando o cosmo, camaleoa!
— Não estou, não! – risos. – Agora esse... É da Marin?
— Errou! É meu! – gritou Geist. – Dá esse lápis de olho aqui! – e escreveu na coxa direita de June: “Eu boto fogo no homem de gelo”.
— Garanto que é besteira, né? Agora esse pacote... É da Shina?
— Sim! – gritaram. Então June escreveu no braço da italiana: “Cuidado com o ferrão do escorpião!”
— Haha, engraçadinha! Agora o último pacote!
— Huumm... É da Minu?
— Não! A Minu já foi! – riu Marin – É meu! - E escreveu na barriga enorme da amiga:
“Jean-Michel, te amamos! Chega logo!”
Então cada garota pegou um batom ou lápis de olho, e, radiantes, encheram a barriga de June de muitos coraçõezinhos!
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Alguém duvida de que Jean-Michel é o bebê mais esperado do mundo? Papai e mamãe o amam, se amam e são cercados de amor!!!
Se puderem, deixem seus comentários, vou adorar ler e responder a cada um!
Obrigada e até o próximo capítulo!