Cedo demais escrita por SerenaChan
Notas iniciais do capítulo
Oi amados do meu kokoro, tudo bem com vocês?
Primeiramente quero agradecer a todos que lêem, comentam e favoritas essa história, muito obrigada mesmo! O apoio e o carinho de vocês faz toda a diferença!
Preparados para mais um capítulo e grandes emoções? Então, boa leitura!
Capítulo 4
Visitas inesperadas e... O sexo do bebê!
Arena de Treinos do Santuário, 17:30h
— Vai lá! Não baixe a guarda, Camus! – gritava Milo, enquanto treinava chutes altos, desferindo-os numa espécie de proteção que o aquariano empunhava em seus antebraços.
— Abaixar a guarda, peçonhento? Nunca! Faz-me rir!
Entre chutes precisos e defesas perfeitas, a dupla de amigos trocava algumas palavras:
— Então amanhã você e a June vão saber o sexo do bebê?
— Oui. Amanhã de manhã, pelo ultrassom morfológico; que também é fundamental para ver como ele está se formando e desenvolvendo...
— Cara... Se eu estou ansioso, imagino como você está!
— Não queira saber, Milo.
Milo riu de canto, ao mesmo tempo em que chutava com mais potência; ora, o Mago do Gelo não era tão insensível como lendariamente se apregoava. Era um pai de primeira viagem, afinal, entregue à espera ansiosa pelo primeiro filho... Ou filha.
Camus percebeu que Milo repentinamente suspendera os chutes, e olhava fixamente para a entrada da arena, a qual localizava-se naquele momento às costas do aquariano.
— O que houve, escorpião? Já quer parar?
— Olha lá. – apontou a entrada da arena com um aceno de cabeça. - Acho que você tem visitas!
Camus voltou-se e avistou a figura de um rapaz alto, com uma mochila num dos ombros, adentrando aquele local a passos firmes. Os cabelos longos e loiros brilhando sob o sol do fim da tarde...
— Mas é... Hyoga!
Entregou as proteções dos antebraços a Milo e foi ao encontro do seu amado discípulo, o qual não via há quase um ano. Hyoga acelerou os passos e, quando se viu a poucos metros do francês, correu até o dourado, abraçando-o com força. Quanta falta sentiu do seu estimado e admirável mestre!
— Mestre Camus!
Seu abraço foi retribuído, ambos sentindo um misto de apreço, saudades e admiração mútua. Ao desfazerem o abraço, Camus observou atentamente o cavaleiro de Cisne:
— Vejo que está mais forte, Hyoga! Pelo jeito, intensificou os treinos no Japão!
— Sim, mestre! Consegui conciliar muito bem os treinos físicos e de cosmo com meus estudos, além de auxiliar na Fundação Kido, junto com os outros...
— Estão todos bem?
— Sim, mestre. Inclusive mandaram lembranças ao senhor.
— Merci.
— Aliás, meus parabéns pelo casamento! E também pelo bebê que está a caminho! – disse o loiro, feliz; Camus sorriu timidamente. – Peço desculpas por não ter conseguido comparecer à cerimônia. Como o senhor sabe, este foi meu último semestre do Ensino Médio lá no Japão... Eu não pude me ausentar, esses seis meses me exigiram muita dedicação...
— Entendo perfeitamente e aprovo seu empenho, Hyoga! Você fez muito bem em buscar o término dos seus estudos com excelência. Estou orgulhoso de você!
— Fico honrado, mestre.
— Será meu hóspede, faço questão! June ficará feliz e...
— Mestre – disse o jovem – Desculpe, mas... Trouxe um amigo comigo, um amigo muito especial, com o qual reatei o contato há uns tempos. Gostaria de saber se poderia recebê-lo...
— Claro, Hyoga. Se é seu amigo, terei prazer em hospedá-lo também. Onde ele está?
O russo pulsou seu cosmo, como um aviso a outro jovem, o qual se encontrava oculto atrás das colunas que ornavam a entrada. Saindo por detrás da coluna larga, desenhou-se a silhueta de um outro rapaz, igualmente alto e forte, também portando uma mochila. Seus longos e revoltos cabelos balançando ao sabor da brisa...
— Aproxime-se, amigo. – pediu o loiro com um sorriso.
Os passos do moço que vinha em direção a eles estavam um tanto vacilantes no início, enquanto adentrava pela primeira vez o Santuário e encarava o homem alto e forte, e seus inconfundíveis cabelos lisos, num tom azul-petróleo profundo.
Quando Camus enfim distinguiu quem era o tal amigo...
— Mon dieu... Por Athena... Isaak!
— M-Mestre...
O visitante deixou de suprimir seu cosmo, abandonou a mochila no chão, e então correu. Correu para abraçar aquele cavaleiro dourado que guiou, protegeu e ensinou a dupla de pequenos aprendizes na imensidão gelada e isolada da Sibéria. Seu mestre, seu primeiro exemplo. Camus de Aquário.
Todos que ainda estavam naquela arena pararam o que faziam para observar os reencontros emocionantes. Quando o aquariano abriu seus braços e acolheu seu antigo discípulo, poucos foram os que conseguiram conter as lágrimas. Tampouco o cavaleiro de Aquário conseguiu segurar um choro de surpresa e felicidade.
Camus rompeu o abraço depois de longos minutos, e acolheu a face chorosa do jovem entre suas grandes mãos.
- Eu... Mestre, eu... – as palavras fugiam.
- Não precisa me falar nada, Isaak. Nada... Deuses, você voltou à vida! Por que não nos procurou antes?
- Poseidon também intercedeu por nós, junto a Zeus, e retomamos nossas vidas como rapazes comuns – falava com a voz embargada - T-tive vergonha, mestre... Vergonha e medo de encará-lo e de encarar Hyoga... Demorei muito para tomar coragem e procurar contato com ele por meio da Fundação. Peço perdão... E... Gostaria de saber se sou bem-vindo...
- Ei... Que mestre seria eu se não me alegrasse em ver meus dois pupilos junto a mim, felizes, maduros e transformados em homens honrados?
Os rapazes entreolharam-se, um sorriso iluminando os rostos juvenis. Ladeando Camus, rumaram às Doze Casas, onde, na casa de Aquário, teriam muito a conversar.
Camus contatou Shion via cosmo enquanto caminhavam. O Patriarca, cônscio de que nada de ameaçador havia naquela presença, autorizou a hospedagem de Isaak em Aquário. Os moços cumprimentaram os cavaleiros e aprendizes ali presentes e iniciaram, enfim, a subida das escadarias.
***
Casa de Aquário
— June?
— Camus, amor, já chegou? – a loira vinha ao seu encontro para recebê-lo, linda em um vestido rosa claro e soltinho, o qual evidenciava graciosamente a já acentuada barriga; parou ao observar que Camus trazia visitas consigo. – Hyoga! Há quanto tempo! – recebeu um abraço carinhoso do russo.
— Que saudades, June! Tudo bem com você? Puxa, sua barriga está grande mesmo!
— Hahaha, e vai crescer ainda mais, Hyoga! – logo se dirigiu ao rapaz de cabelos verdes. – E você, quem é? Não me lembro de já tê-lo visto...
— Olá, senhora June...
— Ju – adiantou-se Camus – Este é Isaak. Eu o treinei na Sibéria, juntamente com Hyoga; já devo ter lhe contado, não é?
— Ah! Sim, claro que me sim, Cam! Seja bem-vindo, Isaak! Camus me falou de você tantas vezes! E pode me chamar apenas de June, por favor!
— Obrigado, senh... Ops, June. – riu, tímido. - É muita honra conhecer a esposa de meu mestre.
— Hyoga e Isaak ficarão hospedados aqui, conosco, em Aquário.
— Isso é ótimo! Vou preparar o quarto de hóspedes para vocês, lá tem duas camas e poderão ficar bem acomodados!
— Não se incomode, June – responde o cavaleiro de Cisne. – Eu e Isaak nos encarregamos disso. Fique despreocupada!
— Certo, então... Sintam-se à vontade, tomem um banho e descansem. O jantar ficará pronto em uma hora.
Então os três dirigiram-se às suas acomodações; com os respectivos banhos tomados, todos apreciaram o delicioso jantar preparado pela amazona, enquanto compartilhavam as experiências referentes aos estudos.
Isaak e Hyoga confidenciaram o desejo de cursar uma faculdade. Nos meses em que se falavam à distância, notaram que, coincidentemente, ambos nutriam o anseio de trabalhar com algo relacionado ao bioma da Sibéria, a terra gelada que os acolheu por anos.
— Mestre... Eu e Isaak tomamos uma decisão há uns tempos, e gostaríamos de compartilhá-la com o senhor. Iremos cursar biologia, eu no Japão, ele na Finlândia; depois, faremos juntos uma especialização na Rússia, referente à fauna e flora siberianas, estabelecendo-nos lá, onde estudaremos e lutaremos para a preservação das formas de vida tão peculiares e ameaçadas daquele ambiente.
— Isso é maravilhoso, rapazes!
— Ficamos felizes por ter apreciado nossa decisão, e... Gostaríamos de sua benção, mestre. – disse o finlandês, visivelmente alegre.
Camus emocionou-se e os envolveu em seus braços. Que garotos maravilhosos e que o enchiam de orgulho!
— Eu abençoo a decisão de vocês, meus pupilos. E saibam que sempre poderão contar comigo para qualquer coisa que precisarem!
Terminada a refeição, os rapazes fizeram questão de arrumar a cozinha e lavar a louça e, findos os afazeres, o casal e seus hóspedes conversavam animadamente na sala.
— Então, já sabem se é menino ou menina? – questionou o loiro.
— Ainda não... Vamos saber amanhã de manhã. Camus e eu iremos ao centro médico para fazer o ultrassom.
— O senhor deve estar muito feliz, mestre!
— Sim, Isaak. Feliz como nunca estive – disse o dourado, enquanto bebericava uma taça de vinho tinto. – e faço questão de acompanhar cada etapa da gravidez!
— Posso tocar na sua barriga, June? – pergunta Hyoga, um pouco tímido.
— Pode sim! Aliás, o bebê está animado, se mexendo bastante agora!
O jovem pousou delicadamente sua mão sobre o ventre da loira, e sorriu largamente ao sentir as “cambalhotas” do pequenino!
— Nossa, como se mexe! Que legal! Vem sentir, Isaak! – exclamou com brilho nos olhos.
— P-posso?
— Claro, Isaak! Dá sua mão para mim.
A camaleoa tomou-lhe a mão e colocou-a ao lado do seu ventre.
— Olha só! Está se mexendo mesmo! É um bebê forte, hein? – o olho único de Isaak também transparecia toda a emoção de seu ser. – Já escolheram os prováveis nomes?
— Sim – respondeu a futura mamãe – Se for menina, se chamará Vivianne; se for menino, será Jean-Michel!
Todos sorriam, felizes. Camus sentiu seu coração aquecer com aquela cena, em que os rapazes, os quais considerava como filhos do coração, acarinhavam o ventre que gerava o fruto de seu amor por aquela garota tão maravilhosa.
— Ele é nosso irmãozinho, ou irmãzinha! Oi, bebê! Quando você nascer, vamos brincar bastante!
— Sim! E vamos fazer muita bagunça e taquinagem por aí!
— Isaak! – todos riram, em uma felicidade imensurável.
***
A manhã seguinte estava fresca, mas ensolarada. Camus e os garotos foram os responsáveis por providenciar um farto café, em retribuição ao jantar delicioso preparado por June na noite anterior. Os garotos foram cumprimentar Athena e o patriarca, e depois sairiam em passeio pela vila de Rodório.
— Está pronta, ma belle?
— Sim, Cam. Podemos ir. Ai, não vejo a hora!
Apanhados os documentos e a chave do carro, desceram de mãos dadas. Cumprimentaram Shura e Aiolos; quando adentraram Escorpião, foram interceptados por Milo, arrumado como se estivesse de saída:
— Mas até que enfim, hein? Achei que vocês dois não desceriam mais! Vamos, está quase na hora da consulta!
— Onde você pensa que vai, Milo?!
— Ora, abominável homem das neves! Vou com vocês à consulta, para onde mais eu iria?
— O QUÊ? Por acaso ficou louco?
— Não vejo o motivo do espanto. Eu serei o mestre, tio e padrinho dessa fofura escorpiana que a June carrega tão graciosamente! – falou, abaixando-se para ficar em frente à barriga da loira, a qual não pôde evitar o riso. – Não é, bebê?
— Que história é essa de tio e padrinho? Por Athena, eu vou enlouquecer...
— Aff! Como você é dramático! June, querida, eu estou muito ansioso. Veja, veja nos meus olhos toda a ansiedade que está me matando!
— Para mim, isso tem outro nome: curiosidade, infantilidade, xeretice e falta de bom senso. – replicou o francês. – Esse é um momento meu e da June!
— Você é impiedoso. Que belo melhor amigo eu fui arranjar!
— Pois eu digo o mesmo!
— Amor, tadinho do Milo, ele está mesmo muito nervoso!
— SIM, SIM! Não sei se eu tenho algum problema cardíaco, porque, se eu tiver, sou capaz de cair duro aqui mesmo! E a culpa será sua, pinguim!
— Sacrè coeur! Quantos anos você tem, sete? Oito?
— Camus, é melhor levarmos o Milo...
— ARRGHHH! Vamos então, seu peçonhento manipulador! Mas se você abrir a boca para falar alguma besteira, eu o coloco dentro de um esquife de gelo eterno!
— Fica frio, amigão. Trocadilho infame, não é? Desculpe...
***
Na sala de espera, todos os olhares iam para os dois belos homens aflitos e apreensivos, que ladeavam a amazona; sentados, esperavam a hora do nome da gestante ser anunciado pela recepcionista. Balançavam as pernas sem parar, bufavam enquanto passavam as mãos pelos cabelos longos e já tinham tomado vários copos de água.
— Querem parar? – sussurrou ela – Parecem mais nervosos que eu!
— Senhora June? – chamou a atendente – É a sua vez, o doutor a espera.
Camus ajudou June a se levantar e rumaram à sala de consultas, seguidos pelo cavaleiro de escorpião!
— Você não vai entrar, Milo!
— Mas... – nem terminou a frase. Camus lançou-lhe o olhar mais ameaçador, fulminante e terrível já visto, seguido por uma elevação do seu cosmo congelante, que esfriou imediatamente a sala. Desencorajado, restou ao grego sentar-se e esperar pacientemente.
— Acho que vou chamar o técnico para verificar o ar condicionado. Não toquei em botão algum e a temperatura despencou! – admirou-se a atendente.
Na sala, o obstetra pesou June, mediu sua pressão arterial e fez várias perguntas. Em seguida, ajudada pelo cuidadoso marido, deitou-se na maca e foi preparada para a realização do ultrassom morfológico em 3D com doppler.
— Vamos ver... Ah, muito bom. O fluxo de sangue pelo cordão umbilical, órgãos e demais vasos e artérias está excelente. Os membros já estão perfeitamente formados, e pelo que pude avaliar, o bebê também engordou e está com boa estatura, ao passo que você, June, vem ganhando peso sem exageros. Estou muito satisfeito! – declarou, para alegria dos papais de primeira viagem. – Olhem... Os dedinhos das mãos... As orelhinhas, os olhos...
A cada imagem visualizada, mais emoção tomava conta do casal.
— Vocês querem saber o sexo?
— Sim, doutor, por favor! – pediu a loira, cuja mão Camus não largava.
— Têm preferência por menino ou menina?
— Non. Apenas que venha com muita saúde!
— Eu lhes asseguro que é um bebezinho totalmente saudável. Pois bem... Então vamos lá! – mais alguns movimentos do aparelho e, finalmente, a revelação – Olhem só, veem? Parabéns, é um menino!
— Um... Menino! Cam, você ouviu? Teremos um menininho! – exclamou June, entregue às lágrimas.
— Meu filho... Meu menino! – Camus chorava copiosamente – Eu já o amo tanto, filhinho!
— Seja bem-vindo, nosso bebê... Nosso amado Jean-Michel!
Minutos depois, o casal dá a notícia ao “tio” e futuro mestre Milo. O qual, é claro, não se furtou a rir, chorar e tocar o ventre da ariana.
— Farei de tudo para ser um bom mestre para ele, Camus; eu prometo!
— Eu sei, meu amigo, eu sei. Tenho certeza disso! – e abraçaram-se novamente, aplaudidos por todos os presentes!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Nhaiiii eu simplesmente amei escrever este capítulo! E vocês, o que acharam?
Essa família do gelo é só amor!
E muitas emoções ainda estão por vir, aguardem!
Um grande beijo aquariano para todos e até a próxima!