Cedo demais escrita por SerenaChan


Capítulo 4
Visitas inesperadas e... O sexo do bebê!


Notas iniciais do capítulo

Oi amados do meu kokoro, tudo bem com vocês?
Primeiramente quero agradecer a todos que lêem, comentam e favoritas essa história, muito obrigada mesmo! O apoio e o carinho de vocês faz toda a diferença!
Preparados para mais um capítulo e grandes emoções? Então, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/786165/chapter/4

Capítulo 4

Visitas inesperadas e... O sexo do bebê!

Arena de Treinos do Santuário, 17:30h

— Vai lá! Não baixe a guarda, Camus! – gritava Milo, enquanto treinava chutes altos, desferindo-os numa espécie de proteção que o aquariano empunhava em seus antebraços.

— Abaixar a guarda, peçonhento? Nunca! Faz-me rir!

Entre chutes precisos e defesas perfeitas, a dupla de amigos trocava algumas palavras:

— Então amanhã você e a June vão saber o sexo do bebê?

— Oui. Amanhã de manhã, pelo ultrassom morfológico; que também é fundamental para ver como ele está se formando e desenvolvendo...

— Cara... Se eu estou ansioso, imagino como você está!

— Não queira saber, Milo.

Milo riu de canto, ao mesmo tempo em que chutava com mais potência; ora, o Mago do Gelo não era tão insensível como lendariamente se apregoava. Era um pai de primeira viagem, afinal, entregue à espera ansiosa pelo primeiro filho... Ou filha.

Camus percebeu que Milo repentinamente suspendera os chutes, e olhava fixamente para a entrada da arena, a qual localizava-se naquele momento às costas do aquariano.

— O que houve, escorpião? Já quer parar?

— Olha lá. – apontou a entrada da arena com um aceno de cabeça. -  Acho que você tem visitas!

Camus voltou-se e avistou a figura de um rapaz alto, com uma mochila num dos ombros, adentrando aquele local a passos firmes. Os cabelos longos e loiros brilhando sob o sol do fim da tarde...

— Mas é... Hyoga!

Entregou as proteções dos antebraços a Milo e foi ao encontro do seu amado discípulo, o qual não via há quase um ano. Hyoga acelerou os passos e, quando se viu a poucos metros do francês, correu até o dourado, abraçando-o com força. Quanta falta sentiu do seu estimado e admirável mestre!

— Mestre Camus!

Seu abraço foi retribuído, ambos sentindo um misto de apreço, saudades e admiração mútua. Ao desfazerem o abraço, Camus observou atentamente o cavaleiro de Cisne:

— Vejo que está mais forte, Hyoga! Pelo jeito, intensificou os treinos no Japão!

— Sim, mestre! Consegui conciliar muito bem os treinos físicos e de cosmo com meus estudos, além de auxiliar na Fundação Kido, junto com os outros...

— Estão todos bem?

— Sim, mestre. Inclusive mandaram lembranças ao senhor.

— Merci.

— Aliás, meus parabéns pelo casamento! E também pelo bebê que está a caminho! – disse o loiro, feliz; Camus sorriu timidamente. – Peço desculpas por não ter conseguido comparecer à cerimônia. Como o senhor sabe, este foi meu último semestre do Ensino Médio lá no Japão... Eu não pude me ausentar, esses seis meses me exigiram muita dedicação...

— Entendo perfeitamente e aprovo seu empenho, Hyoga! Você fez muito bem em buscar o término dos seus estudos com excelência. Estou orgulhoso de você!

— Fico honrado, mestre.

— Será meu hóspede, faço questão! June ficará feliz e...

— Mestre – disse o jovem – Desculpe, mas... Trouxe um amigo comigo, um amigo muito especial, com o qual reatei o contato há uns tempos. Gostaria de saber se poderia recebê-lo...

— Claro, Hyoga. Se é seu amigo, terei prazer em hospedá-lo também. Onde ele está?

O russo pulsou seu cosmo, como um aviso a outro jovem, o qual se encontrava oculto atrás das colunas que ornavam a entrada. Saindo por detrás da coluna larga, desenhou-se a silhueta de um outro rapaz, igualmente alto e forte, também portando uma mochila. Seus longos e revoltos cabelos balançando ao sabor da brisa...

— Aproxime-se, amigo. – pediu o loiro com um sorriso.

Os passos do moço que vinha em direção a eles estavam um tanto vacilantes no início, enquanto adentrava pela primeira vez o Santuário e encarava o homem alto e forte, e seus inconfundíveis cabelos lisos, num tom azul-petróleo profundo.

Quando Camus enfim distinguiu quem era o tal amigo...

— Mon dieu... Por Athena... Isaak!

— M-Mestre...

 O visitante deixou de suprimir seu cosmo, abandonou a mochila no chão, e então correu. Correu para abraçar aquele cavaleiro dourado que guiou, protegeu e ensinou a dupla de pequenos aprendizes na imensidão gelada e isolada da Sibéria. Seu mestre, seu primeiro exemplo. Camus de Aquário.

  Todos que ainda estavam naquela arena pararam o que faziam para observar os reencontros emocionantes. Quando o aquariano abriu seus braços e acolheu seu antigo discípulo, poucos foram os que conseguiram conter as lágrimas. Tampouco o cavaleiro de Aquário conseguiu segurar um choro de surpresa e felicidade.

     Camus rompeu o abraço depois de longos minutos, e acolheu a face chorosa do jovem entre suas grandes mãos.

      - Eu... Mestre, eu... – as palavras fugiam.

      - Não precisa me falar nada, Isaak. Nada... Deuses, você voltou à vida! Por que não nos procurou antes?

     - Poseidon também intercedeu por nós, junto a Zeus, e retomamos nossas vidas como rapazes comuns – falava com a voz embargada - T-tive vergonha, mestre... Vergonha e medo de encará-lo e de encarar Hyoga... Demorei muito para tomar coragem e procurar contato com ele por meio da Fundação. Peço perdão... E... Gostaria de saber se sou bem-vindo...

        - Ei... Que mestre seria eu se não me alegrasse em ver meus dois pupilos junto a mim, felizes, maduros e transformados em homens honrados?

     Os rapazes entreolharam-se, um sorriso iluminando os rostos juvenis. Ladeando Camus, rumaram às Doze Casas, onde, na casa de Aquário, teriam muito a conversar.

  Camus contatou Shion via cosmo enquanto caminhavam. O Patriarca, cônscio de que nada de ameaçador havia naquela presença, autorizou a hospedagem de Isaak em Aquário. Os moços cumprimentaram os cavaleiros e aprendizes ali presentes e iniciaram, enfim, a subida das escadarias.

***

Casa de Aquário

— June?

— Camus, amor, já chegou? – a loira vinha ao seu encontro para recebê-lo, linda em um vestido rosa claro e soltinho, o qual evidenciava graciosamente a já acentuada barriga; parou ao observar que Camus trazia visitas consigo. – Hyoga! Há quanto tempo! – recebeu um abraço carinhoso do russo.

— Que saudades, June! Tudo bem com você? Puxa, sua barriga está grande mesmo!

— Hahaha, e vai crescer ainda mais, Hyoga! – logo se dirigiu ao rapaz de cabelos verdes. – E você, quem é? Não me lembro de já tê-lo visto...

— Olá, senhora June...

— Ju – adiantou-se Camus – Este é Isaak. Eu o treinei na Sibéria, juntamente com Hyoga; já devo ter lhe contado, não é?

— Ah! Sim, claro que me sim, Cam! Seja bem-vindo, Isaak! Camus me falou de você tantas vezes! E pode me chamar apenas de June, por favor!

— Obrigado, senh... Ops, June. – riu, tímido. - É muita honra conhecer a esposa de meu mestre.

— Hyoga e Isaak ficarão hospedados aqui, conosco, em Aquário.

— Isso é ótimo! Vou preparar o quarto de hóspedes para vocês, lá tem duas camas e poderão ficar bem acomodados!

— Não se incomode, June – responde o cavaleiro de Cisne. – Eu e Isaak nos encarregamos disso. Fique despreocupada!

— Certo, então... Sintam-se à vontade, tomem um banho e descansem. O jantar ficará pronto em uma hora.

Então os três dirigiram-se às suas acomodações; com os respectivos banhos tomados, todos apreciaram o delicioso jantar preparado pela amazona, enquanto compartilhavam as experiências referentes aos estudos.

Isaak e Hyoga confidenciaram o desejo de cursar uma faculdade. Nos meses em que se falavam à distância, notaram que, coincidentemente, ambos nutriam o anseio de trabalhar com algo relacionado ao bioma da Sibéria, a terra gelada que os acolheu por anos.

— Mestre... Eu e Isaak tomamos uma decisão há uns tempos, e gostaríamos de compartilhá-la com o senhor. Iremos cursar biologia, eu no Japão, ele na Finlândia; depois, faremos juntos uma especialização na Rússia, referente à fauna e flora siberianas, estabelecendo-nos lá, onde estudaremos e lutaremos para a preservação das formas de vida tão peculiares e ameaçadas daquele ambiente.

— Isso é maravilhoso, rapazes!

— Ficamos felizes por ter apreciado nossa decisão, e... Gostaríamos de sua benção, mestre. – disse o finlandês, visivelmente alegre.

Camus emocionou-se e os envolveu em seus braços. Que garotos maravilhosos e que o enchiam de orgulho!

— Eu abençoo a decisão de vocês, meus pupilos. E saibam que sempre poderão contar comigo para qualquer coisa que precisarem!

Terminada a refeição, os rapazes fizeram questão de arrumar a cozinha e lavar a louça e, findos os afazeres, o casal e seus hóspedes conversavam animadamente na sala.

— Então, já sabem se é menino ou menina? – questionou o loiro.

— Ainda não... Vamos saber amanhã de manhã. Camus e eu iremos ao centro médico para fazer o ultrassom.

— O senhor deve estar muito feliz, mestre!

— Sim, Isaak. Feliz como nunca estive – disse o dourado, enquanto bebericava uma taça de vinho tinto. – e faço questão de acompanhar cada etapa da gravidez!

— Posso tocar na sua barriga, June? – pergunta Hyoga, um pouco tímido.

— Pode sim! Aliás, o bebê está animado, se mexendo bastante agora!

O jovem pousou delicadamente sua mão sobre o ventre da loira, e sorriu largamente ao sentir as “cambalhotas” do pequenino!

— Nossa, como se mexe! Que legal! Vem sentir, Isaak! – exclamou com brilho nos olhos.

— P-posso?

— Claro, Isaak! Dá sua mão para mim.

A camaleoa tomou-lhe a mão e colocou-a ao lado do seu ventre.

— Olha só! Está se mexendo mesmo! É um bebê forte, hein? – o olho único de Isaak também transparecia toda a emoção de seu ser. – Já escolheram os prováveis nomes?

— Sim – respondeu a futura mamãe – Se for menina, se chamará Vivianne; se for menino, será Jean-Michel!

Todos sorriam, felizes. Camus sentiu seu coração aquecer com aquela cena, em que os rapazes, os quais considerava como filhos do coração, acarinhavam o ventre que gerava o fruto de seu amor por aquela garota tão maravilhosa.

— Ele é nosso irmãozinho, ou irmãzinha! Oi, bebê! Quando você nascer, vamos brincar bastante!

— Sim! E vamos fazer muita bagunça e taquinagem por aí!

— Isaak! – todos riram, em uma felicidade imensurável.

***

A manhã seguinte estava fresca, mas ensolarada. Camus e os garotos foram os responsáveis por providenciar um farto café, em retribuição ao jantar delicioso preparado por June na noite anterior. Os garotos foram cumprimentar Athena e o patriarca, e depois sairiam em passeio pela vila de Rodório.

— Está pronta, ma belle?

— Sim, Cam. Podemos ir. Ai, não vejo a hora!

Apanhados os documentos e a chave do carro, desceram de mãos dadas. Cumprimentaram Shura e Aiolos; quando adentraram Escorpião, foram interceptados por Milo, arrumado como se estivesse de saída:

— Mas até que enfim, hein? Achei que vocês dois não desceriam mais! Vamos, está quase na hora da consulta!

— Onde você pensa que vai, Milo?!

— Ora, abominável homem das neves! Vou com vocês à consulta, para onde mais eu iria?

— O QUÊ? Por acaso ficou louco?

— Não vejo o motivo do espanto. Eu serei o mestre, tio e padrinho dessa fofura escorpiana que a June carrega tão graciosamente! – falou, abaixando-se para ficar em frente à barriga da loira, a qual não pôde evitar o riso. – Não é, bebê?

— Que história é essa de tio e padrinho? Por Athena, eu vou enlouquecer...

— Aff! Como você é dramático! June, querida, eu estou muito ansioso. Veja, veja nos meus olhos toda a ansiedade que está me matando!

— Para mim, isso tem outro nome: curiosidade, infantilidade, xeretice e falta de bom senso. – replicou o francês. – Esse é um momento meu e da June!

— Você é impiedoso. Que belo melhor amigo eu fui arranjar!

— Pois eu digo o mesmo!

— Amor, tadinho do Milo, ele está mesmo muito nervoso!

— SIM, SIM! Não sei se eu tenho algum problema cardíaco, porque, se eu tiver, sou capaz de cair duro aqui mesmo! E a culpa será sua, pinguim!

— Sacrè coeur! Quantos anos você tem, sete? Oito?

— Camus, é melhor levarmos o Milo...

— ARRGHHH! Vamos então, seu peçonhento manipulador! Mas se você abrir a boca para falar alguma besteira, eu o coloco dentro de um esquife de gelo eterno!

— Fica frio, amigão. Trocadilho infame, não é? Desculpe...

***

Na sala de espera, todos os olhares iam para os dois belos homens aflitos e apreensivos, que ladeavam a amazona; sentados, esperavam a hora do nome da gestante ser anunciado pela recepcionista. Balançavam as pernas sem parar, bufavam enquanto passavam as mãos pelos cabelos longos e já tinham tomado vários copos de água.

— Querem parar? – sussurrou ela – Parecem mais nervosos que eu!

— Senhora June? – chamou a atendente – É a sua vez, o doutor a espera.

Camus ajudou June a se levantar e rumaram à sala de consultas, seguidos pelo cavaleiro de escorpião!

— Você não vai entrar, Milo!

— Mas... – nem terminou a frase. Camus lançou-lhe o olhar mais ameaçador, fulminante e terrível já visto, seguido por uma elevação do seu cosmo congelante, que esfriou imediatamente a sala. Desencorajado, restou ao grego sentar-se e esperar pacientemente.

— Acho que vou chamar o técnico para verificar o ar condicionado. Não toquei em botão algum e a temperatura despencou! – admirou-se a atendente.

Na sala, o obstetra pesou June, mediu sua pressão arterial e fez várias perguntas. Em seguida, ajudada pelo cuidadoso marido, deitou-se na maca e foi preparada para a realização do ultrassom morfológico em 3D com doppler.

— Vamos ver... Ah, muito bom. O fluxo de sangue pelo cordão umbilical, órgãos e demais vasos e artérias está excelente. Os membros já estão perfeitamente formados, e pelo que pude avaliar, o bebê também engordou e está com boa estatura, ao passo que você, June, vem ganhando peso sem exageros. Estou muito satisfeito! – declarou, para alegria dos papais de primeira viagem. – Olhem... Os dedinhos das mãos... As orelhinhas, os olhos...

A cada imagem visualizada, mais emoção tomava conta do casal.

— Vocês querem saber o sexo?

— Sim, doutor, por favor! – pediu a loira, cuja mão Camus não largava.

— Têm preferência por menino ou menina?

— Non. Apenas que venha com muita saúde!

— Eu lhes asseguro que é um bebezinho totalmente saudável. Pois bem... Então vamos lá! – mais alguns movimentos do aparelho e, finalmente, a revelação – Olhem só, veem? Parabéns, é um menino!

— Um... Menino! Cam, você ouviu? Teremos um menininho! – exclamou June, entregue às lágrimas.

— Meu filho... Meu menino! – Camus chorava copiosamente – Eu já o amo tanto, filhinho!

— Seja bem-vindo, nosso bebê... Nosso amado Jean-Michel!

Minutos depois, o casal dá a notícia ao “tio” e futuro mestre Milo. O qual, é claro, não se furtou a rir, chorar e tocar o ventre da ariana.

— Farei de tudo para ser um bom mestre para ele, Camus; eu prometo!

— Eu sei, meu amigo, eu sei. Tenho certeza disso! – e abraçaram-se novamente, aplaudidos por todos os presentes!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Nhaiiii eu simplesmente amei escrever este capítulo! E vocês, o que acharam?
Essa família do gelo é só amor!
E muitas emoções ainda estão por vir, aguardem!
Um grande beijo aquariano para todos e até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cedo demais" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.