Cedo demais escrita por SerenaChan


Capítulo 6
A hora está chegando!


Notas iniciais do capítulo

Queridos e amados leitores, tudo bem com vocês? Espero que sim!
Com muita alegria, entrego o sexto capítulo desta história de amor com cheirinho de nenê! Espero que gostem!
Obrigada por todo o carinho que tenho recebido, isso é muito importante para mim. Fiquem à vontade para ler e comentar!

Vamos à leitura? Beijos aquarianos!



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Capítulo 6

A hora está chegando!

— Athena, Grande Mestre... Sejam bem-vindos à casa de Aquário.

Diante das duas maiores autoridades do Santuário, Camus ajoelha-se em reverência. Trajava a armadura dourada, conforme o protocolo exigia em audiências, mesmo as acontecidas fora do 13º Templo.

— Levante-se, por favor, Camus. – pede Athena, com sua voz gentil, e dirige-se à amazona de Camaleão, que se encontrava ao lado do marido. Por causa da barriga volumosa do final da gestação, a loira estava impossibilitada de trajar sua armadura, bem como ajoelhar-se. – E você, June, como está se sentindo?

— Estou bem, minha deusa, obrigada... Mas muito cansada, e principalmente ansiosa.

— Camus – interrompe Shion – O motivo pelo qual viemos aqui é de suma importância. Gostaríamos de conversar seriamente com você e com June.

O aquariano ficou apreensivo: “Deuses... Será possível que serei enviado em missão? Justo agora que June já está no nono mês? Não, não pode ser...” Conduziu os presentes à sala de jantar, onde se acomodaram em uma grande mesa. Nesse ínterim, Saga de Gêmeos adentra o cômodo amplo, prestando as devidas reverências. “O que Saga faz aqui também?”

— Com sua licença, minha deusa... Grande Mestre. Desculpe-me se me atrasei. Bom dia, Camus. Posso entrar em sua casa?

Bonjour, Saga. Permissão concedida.

— Em absoluto, Saga, está devidamente no horário para nossa reunião. Seja bem-vindo!

— Obrigado, Athena.

— Camus, o motivo pelo qual estamos aqui não tem a ver com missões ou algo parecido – iniciou Shion – Tem a ver com o nascimento de Jean-Michel. June já está no final da gestação, não é verdade?

— S-sim, Grande Mestre. – respondeu a ariana.

— Logo que soube da gravidez, comecei a procurar, no imenso arquivo do 13º Templo, por alguma documentação referente aos nascimentos dentro do Santuário. Leis, códigos, ou algo parecido. Passei um mês à procura, mas não encontrei nada a respeito... Afinal, os relacionamentos amorosos entre cavaleiros e amazonas eram praticamente inexistentes até o fim da última Guerra Santa.

— Entendo...

— Solicitei a Saga que me auxiliasse na busca, pois ele também possui um conhecimento muito amplo a respeito das documentações, leis e do acervo em geral. Mas nada foi encontrado... Um nascimento entre as fileiras de Athena é algo inédito. O primeiro caso conhecido, seguramente, é o de Jean.

— Camus – diz Saori – A chegada do filho de vocês é algo maravilhoso... Um verdadeiro presente nestes tempos de paz que vivemos depois de tantos sacrifícios. Mas vocês precisam de amparo.

— Exato. Saga, gostaria de ter a palavra? De dar a notícia aos seus companheiros de armas?

— Será uma honra, Grande Mestre! – dito isso, o geminiano apanha o livro de atas que lhe era oferecido por Shion. – Este é um documento formulado por Athena, por Shion de Áries e por mim, Saga de Gêmeos, após meses de estudos. Trata-se da legislação referente ao nascimento das crianças neste Santuário, a partir de hoje. Gostaríamos que tivesse a sua opinião e a de June também, antes de finalmente a registrarmos em cartório.

— Sim. Por favor, leiam tudo atentamente e sem pressa. – finalizou Athena.

Camus apanha a ata, com o coração tocado pelo empenho de todos ali em oferecer o amparo legal nesse momento tão importante. Ele e a esposa folheavam o documento, lendo cuidadosamente cada parágrafo, cada item listado daquele documento. Ao término da leitura, devolvem o documento a Shion, o qual, agora, tem a palavra:

— Bem... Como puderam verificar no documento: June, bem como as próximas gestantes que porventura habitarão o Santuário, terá direito a seis meses de licença-maternidade, durante a  qual estará dispensada do treinamento de aprendizes, das missões e rondas; no período de resguardo, estará isenta dos treinos na arena e, após tal período, poderá exercitar-se moderadamente, conforme avaliação e orientação médica.

— Grande Mestre... Isso é maravilhoso... – declara, emocionada – Me perdoem as lágrimas, estou muito sensível ultimamente... Mas não tem como não me alegrar!

— Entendemos, June. Fique tranquila, pois terá todo o respaldo que precisar. Inclusive, destacaremos uma serva que ficará encarregada exclusivamente dos serviços na casa de Aquário durante toda a sua licença-maternidade; assim, poderá cuidar integralmente do seu bebê.

Athena dirige-se ao seu cavaleiro:

— Camus... Você estará dispensado de rondas e missões fora do Santuário a partir de agora, e inclusive durante toda a licença-maternidade de June. Sua licença-paternidade será de quarenta dias, para que possa acompanhar o resguardo da sua mulher...  Além disso, a Fundação Kido é uma das benfeitoras do Hospital Geral de Athenas, referência em saúde e serviços, possuindo inclusive uma UTI, o que nosso Centro Médico infelizmente ainda não dispõe; já entrei em contato com o diretor do hospital, e ficou acordado que a internação e parto serão totalmente custeados pela Fundação, bem como as consultas ao pediatra e ao obstetra. Você tem direito a acompanhar sua mulher e seu filho durante todo o tempo em que estiverem no hospital.

— Muito obrigado, minha deusa!

— Assim que June sentir os primeiros sinais de que irá dar à luz, devem encaminhar-se imediatamente a Atenas. Então... Estão de acordo? Claro que, posteriormente, caso haja necessidade, outros tópicos poderão ser acrescidos na lei. Ah, ia me esquecendo de dizer: as licenças serão remuneradas!

Camus e June, visivelmente felizes e satisfeitos, reiteraram o acordo com os termos da documentação. Os cinco presentes conversaram ainda um tempo, apreciando um saboroso chá com biscoitos oferecidos pela loira. Logo, Hyoga e Isaak deram uma pausa nos estudos e se juntaram ao grupo, compartilhando aquele momento inédito e tão marcante e significativo na história do Santuário de Athena.

***

Duas semanas depois...

June estava no quarto de Jean-Michel. Absorta em seus pensamentos, sentia a brisa daquele fim de tarde que adentrava o cômodo por entre as leves cortinas, enquanto começava a guardar algumas roupinhas no armário do bebê. Naquele dia, havia sentido umas colicazinhas leves, mas atribuiu-as ao tamanho da barriga, que havia baixado bastante e pressionava a região do seu assoalho pélvico. Os rapazes tinham ido até Áries, pois há dias Kiki, já um adolescente, pedia que os aquarianos fossem à primeira casa para conversar e jogar uns games novos.

Camus apareceu à porta do quarto infantil, já trajando sua armadura:

— Pelos deuses... Shion tinha que marcar essa reunião com os dourados justo hoje que Hyoga e Isaak não estão aqui para te fazer companhia?

— Calma, meu amor... – disse carinhosa, pousando as mãos no peito firme revestido pela couraça dourada – Reuniões burocráticas são necessárias às vezes.

— Demoram uma eternidade!

— Daqui a pouco a Shina e a Marin chegarão para ficar comigo. Não foi o que combinamos? – ao fim da frase, ambos sentem três cosmos se anunciando: as amazonas e Aiolia, que recentemente engatara um namoro com a Águia.

Obtiveram permissão do guardião da casa, e foram recebidos no salão principal.

— June! – se abraçaram – que delícia ficar aqui com você! Mas Geist está molto arrabbiata... A ronda de hoje à noite é dela, coitada!

— Tadinha...

— Tchau, Aiolia... Te espero aqui, tá bom?

— Até mais, Marin... Vou subir com Camus. Cuidem-se! – e beijaram-se com paixão.

Dio Mio, tanta doçura me deixa diabética! Andem logo!

As garotas foram com June para ajudá-la na tarefa de guardar roupinhas e fraldas. Viram, ao lado do berço, as duas malas de maternidade prontas: uma para ela, outra para o bebê. Tudo arrumado, aguardando o momento da chegada de Jean-Michel.

— Todo mundo já subiu, Ju?

— Acho que sim... Espera, Milo ainda não passou por aqui.

— Milo estava na arena dos prateados. Alguns aprendizes deles foram pegos fazendo arruaça na vila, e Shion pediu para o escorpião adverti-los e entregá-los aos seus mestres. Provavelmente, nem comparecerá hoje.

— Os arruaceiros então devem ter feito coisas graves, pois o escorpião sabe ser bem intimidador quando quer! – risos.

— Ai... Vou me sentar, minha barriga está pesando demais...

As amigas a ampararam prontamente, e trouxeram-lhe um copo d’água. Continuaram a conversa na sala após aqueles doces afazeres e, dali a dez minutos, a loira teve que ir ao banheiro... Coisa que mais fazia durante o dia e à noite, àquela altura da gestação.

Uma sensação estranha... E ao olhar no vaso sanitário, viu que tinha expelido algo parecido com muco, de cor amarronzada.

— Meninas... Venham ver! – em questão de segundos, Marin e Shina estavam no banheiro e, assustadas, olhavam para aquela secreção.

— Mas o que é isso?

— É o tampão mucoso... O doutor explicou que ele é expelido um período antes do parto.

Cáspita! Precisamos chamar o Camus, então!

— Não é necessário. O parto pode demorar até dias depois da expulsão do tampão... “Ou não”.

— Então vamos levar você até sua cama, sim?

June se recostou, ladeada por suas amigas. As cólicas fraquinhas continuavam, porém bem espaçadas.

Já eram dezenove e trinta, e a reunião ainda não terminara. Isaak e Hyoga, pelo visto demorariam um pouco mais a voltar. As três jantaram e, agora, assistiam TV na sala; foi quando sentiram o cosmo de Milo, adentrando a casa de Aquário.

— Boa noite, meninas... Estava me sentindo sozinho em casa, então vim ver se você precisava de alguma coisa, June. Mas pelo jeito, já tem companhia!

— Boa noite, Milo. É muito gentil de sua parte! – diz a loirinha.

— Oi, Shina. Posso me sentar ao seu lado? – perguntou.

— P-pode... – a amazona corou, sentindo a proximidade do corpo masculino que se ajeitava ao seu lado no sofá. – Não está de armadura? Não vai à reunião?

— Fui dispensado por causa do incidente com os aprendizes. A propósito, prefiro dar uma coça num bando de moleques e de prateados relapsos do que me enfastiar numa reunião desse tipo!

— Não precisa se sentir sozinho, Milo... Quando estiver triste em casa, poderia convidar a Shininha para assistir um filme com você, o que acha? – a camaleoa alfineta, fazendo a amiga corar como um tomate – Gente, com licença, tenho que ir ao banheiro de novo.

— Vou com você para o caso de precisar de alguma coisa. Com licença, Shina e Milo...

— Eu adoraria assistir um filme na sua companhia, Shininha... – insinuou o grego. Ele notou que a italiana olhava, receosa, na direção que a etíope tomou. – O que foi, está preocupada?

— A June expulsou o tampão mucoso um tempinho atrás.

— O QUÊ? TAMPÃO, isso existe?! Que negócio de tampão é esse? O bebê vai nascer agora? Vou chamar o abominável homem das neves!

— Fica tranquilo! Não o deixe nervoso, a June disse que pode demorar até o trabalho de parto começar...

            ***

Depois de se aliviar, June caminha lentamente pelo corredor; mas de repente, sente uma dor mais aguda.

— Marin... Estou com dor... - nesse instante, a jovem gestante sente um líquido quente e abundante escorrer pelas suas pernas. - Acho que... A minha bolsa se rompeu...

 - Ju, se ampare em mim! Milo! Shina!

 Em uma fração de segundos, os dois já estavam no corredor.

 - A bolsa estourou! – exclama a amazona de Ofiúco, com as mãos nos lábios.

 - Vem, June. Vou te levar para o quarto – Milo rapidamente a toma nos braços, depositando-a com cuidado sobre a cama. Já estava na hora de avisar seu amigo, então o chamou por cosmo:

“Camus! Suma dessa reunião agora e corra pra casa. A bolsa da June estourou!”

“Por Athena! Milo, não saia daí! Estou indo!” – Grande Mestre, preciso ir, acho que meu filho quer nascer!

Retirou-se dali na velocidade da luz, sem se despedir e nem ao menos escutar os vivas e aplausos dos companheiros. Entrou esbaforido no quarto, vendo sua amada deitada e com expressão de dor, pois já começara a sentir as primeiras contrações; preocupado, sentou-se ao lado dela na cama e segurou-lhe as mãos:

Chèrie... Você está bem?

— Estou, Cam, mas... Tá doendo um pouco...

— Pinguim, tire essa armadura, vista-se e vamos logo para o Hospital. E nem tente me impedir, pois eu vou junto de um jeito ou de outro!

Io também vou!

— Certo, peguem as duas malas no quarto do Jean. Marin, ajude-me a dar um banho rápido na June e vesti-la. Por favor, amigos...

— Claro, Camus, mas deixe que eu cuido dela sozinha. Troque-se e pegue tudo que for preciso. Fique calmo!

E assim foi feito. Quinze minutos depois, já estavam os quatro saindo do 11º Templo para iniciar a longa descida da escadaria: o aquariano carregando a mulher, Milo com as malas e Shina com o enfeite de porta de maternidade decorado com ursinhos.

“Boa sorte, minha amiga”.

“Obrigada, Marin...”

***

            *molto arrabbiata: muito brava.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado... Aguenta, coração!
Beijos aquarianos e até a próxima!