Cupido, Traga Meu Amor escrita por Tricia


Capítulo 9
Noite de Filme


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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Se kwamis poderiam ouvir orações Marinette não fazia a menor ideia, mas mesmo assim ela tentou na vaga esperança de que o kwami negro pudesse saber uma forma de ajuda-la a voltar ou encontrar seu colar.

Se Plagg ouvira tudo o que dissera e escolhera ficar quieto, ela ficaria irritada.

Muito irritada.

Todavia, poder assistir um filme em uma TV com alguém sem o objetivo claro de apenas observa-lo e conhece-lo, ou, observar um encontro. Isso era novo, simples e agradável sem duvidas... mesmo que Adrien não fosse do tipo que conversava. Tudo era agradavelmente humano. Ser humana por um dia inteiro talvez ajudasse no futuro a entender ainda mais os humanos.

Tudo que fazia era em prol do aprendizado.

Mesmo que as coisas estivessem novamente saindo do controle.

— Isso esta me parecendo uma noite de filme, que bom que trouxemos a comida – Nino comentou colocando as duas caixas de pizzas e bebidas – Eai anjo de Kang.

— Ela tem um nome, Nino – o loiro pontuou ao longe.

— Marinette Dupain-Cheng – a bela mulher de pele chocolate e olhos castanhos atentos tomou a palavra se aproximando da cupido com um sorriso amplo em seu rosto – Eu sou a Alya, esse é meu namorado Nino e esse é o Ivan. Somos amigos do Adrien.

— Embora acho difícil você não conhecer esse cara – o que antes lhe era desconhecido comentou apontando para o DJ que apenas riu maneando a cabeça. De fato ela o vira no desfile. Ao longe viu Adrien contrair os ombros, era o que via fazer sempre que estava incomodado com algo que normalmente fugia de seu controle.

— Algum problema Mari? Podemos te chamar de Mari?

A cupido tornou a fitar o trio em torno de si, Alya aguardava uma resposta.

— Tudo bem me chamarem de Mari.

— O que vieram fazer aqui assim do nada? – Adrien questionou.

— Eu consegui agilizar algumas coisas e quis te trazer os papeis para você dar uma olhada.

— E nós viemos garantir que os papeis chegassem em total segurança até você – Nino completou a explicação de Ivan com um braço sobre os ombros da namorada que continuava sorrindo.

Adrien revirou os olhos e a cupido se segurou para não rir da mentira descarada.

Humanos.

— Me de os papeis logo.

Ivan estendeu a pasta para o loiro prontamente, entregar aquilo deixou o homem bem feliz a cupido pode notar. Se pudesse ficar invisível certamente o faria para saber do que se tratava afinal, Ivan não parecia ser do tipo que trabalhava com moda dado seu estilo despojado mais semelhante ao de Nino que o elegante de Adrien.

— Ivan, você e a Alya arrumam a comida aqui para nós enquanto eu procuro um filme para vermos antes que Adrien nos faça assistir aquele filme dos papas. Quer me ajudar, Mari?

— Eu vejo qualquer coisa – a cupido balançou os braços.

Sem saber bem o que fazer apenas olhou ao redor vendo Ivan abrir as caixas na mesa de centro, Alya transitar pela cozinha de Adrien com a naturalidade de estar em sua própria e o loiro lendo os papeis da tal pasta na mesa de jantar e digitar algo no celular.

Uma coisa comum entre amigos. Se trabalhasse bem no futuro haveria mais uma pessoa ideal nesse cenário desfrutando de uma noite de filme.

 Alguém humana.

Suspirou.

Antes que pudesse se conter já estava andando na direção do loiro. Ele levantou o olhar para si, os ombros não estavam mais contraídos.

— Isso parece ser importante.

— É só trabalho meu com aquele cara – justificou-o a pergunta apontando para Ivan.

— E se mexe com trabalho na noite de filme? – Adrien deu de ombros – A personalidade de vocês é bem diferente. Você é todo serio enquanto eles parecem mais...

Adrien sorriu juntando os papeis de volta dentro da pasta, olhando brevemente o trio de amigos interagindo entre si e voltando-se novamente para a cupido, cruzando os braços sobre a superfície da mesa.

— Sempre fomos assim, eles não se importam com isso. Essa é a vantagem das amizades, você não tem que ser parecido com alguém para ser amigos por tanto tempo.

— Ter isso deve ser bom.

O loiro levantou balançando a cabeça para irem para a sala, Alya servia os copos e Ivan ocupava uma das poltronas com uma fatia de pizza na mão.

— Deveríamos ter convidado o Nathaniel – Ivan comentou sendo prontamente respondido por Alya.

— Eu convidei, mas ele tá todo dedicado em um projeto novo que esta criando junto com um escritor que ele descobriu o trabalho a um tempinho.

A cupido sorriu com a informação ocupando um lugar no sofá ao lado do loiro. A voz do DJ soou animada enquanto dava o play na TV.

— O filme de hoje será de tiro, porrada e bomba pessoal. Gosta de filmes assim, Mari?

— Eu vejo qualquer coisa – tornou a repetir.

— Ela ainda não tem contato o suficiente conosco para opinar contra o Nino e seus filmes – Ivan comentou – Relaxa que daqui a pouco você vai até estar ofendendo ele.

Marinette abaixou a cabeça levemente constrangida e também um tanto incomodada.

A verdade é que nunca teria essa chance.

Nem se quisesse.

 

~&~

 

— Tikki.

— Waizyy – a kwami devolveu a saudação vendo o colega verde pousar ao seu lado no corrimão do andar de cima – O cupido-mestre foi se encontrar com a divindade do amor?

— Os relatórios são bastante satisfatórios.

— Que bom – os olhos de ambos voltaram-se para baixo onde podiam ver cupidos se movendo em seu trabalho, poderia facilmente comparar a uma empresa humana.

— Posso fazer uma pergunta?

— Você não viria aqui se não quisesse – os olhos azuis e grandes da kwami voltaram-se para seu colega de tantas décadas, a comunicação sempre fora mais fácil com ele, pois sempre sabiam colocar seus pontos sobre algo sem dar inicio a discussões por discordâncias desnecessárias – Vá em frente.

— O que acha da cupido Marinette?

A vermelha ponderou.

— Ela é mais lenta que os outros com suas missões, os observando por mais tempo e com isso acaba tendo muitas vezes melhores resultados que outros e possui um pouco de fascinação pelos humanos e seus hábitos. Ela acha que quanto mais entende-los melhor trabalhará.

— Isso soa como uma desculpa para passar mais tempo no mundo humano.

— Podemos dizer que sim. Marinette gosta deles no final das contas.

— Isso pode se transformar em um grande problema em um futuro próximo – o kwami pontuo.

— Diz isso por causa daquela missão?

O outro concordou om um balançar lento de cabeça.

— Quantas vezes uma missão com resultado ruim acabou sendo necessário afastar o cupido de fazer seus afazeres? Essa empatia que ela desenvolve por suas missões não é natural.

— Para Marinette é. Nunca vi uma missão satisfatória que não a deixou radiante.

— E em seu fracasso passou extensas horas no hospital com aquela jovem se culpando.

A surpresa fora algo que Tikki não soubera esconder.

— É a cara dela fazer isso – fora tudo que conseguira formular após alguns instantes. Institivamente olhando o piso de baixo atrás do kwami de olhos de gato irritante, ele saberia disso?

O kwami verde continuou.

— Reconheço que Marinette é habilidosa em seu trabalho, mas falha miseravelmente em não se apegar aos humanos e sejamos sinceros Tikki, quantos cupidos, anjos ou ceifadores tiveram bons finais quando decidiram se rebelar contra seus deveres e superiores? Não servimos aqui a divindade da misericórdia.

A colega concordou.

Alguns não podem ser salvos nem mesmo pela Divindade da Misericórdia.

 

~&~

 

— Você não precisa limpar isso.

— Eu sei, mas eu quero fazer mesmo assim, é o único jeito que tenho de contribuir com hoje.

Com um sorriso a cupido voltou a juntar os copos para levar para á cozinha, logo atrás veio Adrien com as caixas de pizza vazias.

— O gosto do Nino é uma lastima.

— Não é para tanto. Foi bem divertido – contra argumentou a reclamação do loiro.

— O Nino não esta mais aqui, então você pode falar livremente.

A cupido riu do tom conspiratório usado pelo loiro. Adrien estava relaxado de um jeito que não havia visto antes, uma faceta bem-vinda.

— Foi bem divertido, tudo. Essa é uma experiência que quero muito guardar.

— Não participou de muitas noites de filmes com amigos, não é? – o loiro cruzou os braços encostando na geladeira, Marinette balançou a cabeça negativamente fazendo o homem continuar – Estou começando a ficar curiosos sobre sua família e seus hábitos e tradições importantes. Como você vive?

Instintivamente uma das mãos da cupido subiu abaixo do pescoço no local de seu colar, um habito bastante comum o loiro pudera perceber considerando que isso sempre acontecia quando a família da moça era citada ou quando provavelmente estava pensando neles.

— Eu vivo de acordo com as minhas ordens básicas. Pelo menos na maior parte do tempo. Vivemos pelos outros, para ajuda-los, então quando fazemos algo que seja voltado apenas a nós mesmos soa incomum.

Seria estranho demais dizer errado.

— Isso esta um pouco confuso para mim. Sua família tem um grupo de apoio ou algo do gênero?

— É por ai. Ajudar as pessoas a terem a chance de ser feliz é primordial para nós.

— Mesmo que isso signifique esquecer que no final vocês também são pessoas que merecem se divertir e serem felizes também?...

A frase “eu não sou humana” brilhou em letras grandes na consciência da cupido enquanto encarava os olhos azuis do homem carregados de avaliação com tons de preocupação misturados.

Por fim, soltara a única frase que poderia usar com a consciência limpa de não ser uma mentira.

Mais uma.

— É algo complicado de entender.

Um longo minutos se passou antes da voz do loiro voltar.

— Ok, tentarei acreditar em você sobre o que diz.

— Eu agradeço.

— Porem, amanhã acho que você não tem trabalho e seu colar acabara sendo encontrado logo, então por que não usa o seu tempo aqui para fazer algumas coisas que a divirtam um pouco.

— Algo que me divirta...

— Não estou dizendo que precisa sair por ai querendo pular de paraquedas ou algo do gênero, mas apenas algo que você queira fazer, que você ache que pode diverti-la, sem correntes.

— Uma das pessoas mais serias que conheço esta mesmo me aconselhando a ignorar minha obrigação de encontrar meu colar e apenas procrastinar por ai?

O loiro sorriu.

— Se alguém comentar sobre isso eu posso dizer que esta conversa jamais aconteceu.  É melhor eu ir dormir.

O homem se desencostou bagunçando os cabelos, tentou passar, mas a cupido segurou a ponta da barra da camiseta fazendo o loiro parar, voltando-se com um olhar confuso.

— Prometo que tentarei pensar bem sobre isso.


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Notas finais do capítulo

Sabem quando você tem uma rotina que não é lá muito organizada, mas funcional? É o que eu tinha a alguns dias antes de tudo explodir e agora eu estou tentando desesperadamente encontrar uma forma de fazer as coisas voltarem a funcionar enquanto me adapto as mudanças que aparentemente serão permanentes.
Então vou pedir para não ficarem irritados se por acaso eu demorar um pouco mais para postar.
A saga de Marinette entre os humanos não irá parar, agora ela tem apoio a incentivando. Isso abre um leque de possibilidades.
Bem, até o próximo
Bjs



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