Cupido, Traga Meu Amor escrita por Tricia


Capítulo 8
A hospede


Notas iniciais do capítulo

Olha quem resolveu dar as caras com um capítulo que já estava pronto, mas por causa de algumas coisas pessoais eu esqueci de postar, acontece, e peço desculpas, o próximo esta pronto e vou tentar postar na semana que vem certinho.

Boa leitura



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O carro esportivo vermelho estacionou em um lado da calçada e Adrien saiu deste com os óculos no rosto e as mãos nos bolsos, atravessando a faixa de pedestres de encontro ao homem grande e feliz vestindo roupas casuais parado do outro lado acenando. Ivan Bruel, outro amigo dos tempos de colégio.

Estranhamente seu circulo de amigos mais próximos era formado quase que completamente por eles.

— Você esta atrasado – Adrien não estava, mas não valia a pena tentar convencer Ivan quando este estava claramente ansioso apenas para aquilo que estavam fazendo a algumas semanas e só agora parecia estar de fato indo para frente a julgar pela reação do homem desde o momento que este o ligara – Ouvi que o desfile foi ótimo. Parabéns. 

O loiro maneou a cabeça olhando ao redor da rua composta em sua maioria de estabelecimentos comerciais e um prédio de poucos andares.

— Vamos falar de negócios, Ivan.

— Ok, vamos falar de negócios já que é o que move Adriana agreste – o homem comentou com humor enquanto andava com o loiro ao lado – Só para constar, deu um pouco de trabalho convencer o corretor a deixar a chave comigo então eu por acaso posso ter usado seu nome em algum momento rapidamente da conversa, ok?

— Claro que você usaria isso – resmungou. 

Ivan parou tirando um molho de chaves do bolso do jeans que vestia destrancando a porta de um estabelecimento comercial com uma placa de vende-se presa entrando logo e acendendo as luzes revelando um salão amplo, sujo e com um balcão quebrado próximo a porta para o loiro.

— Antes que você comece a criticar porque eu sei que você vai, sua língua deve estar coçando – Adrian ainda manteve as mãos nos bolsos da calça parda com uma das sobrancelhas erguidas – Tem que usar sua criatividade aqui; concordamos que está meio abandonado nesse momento, mas pode ficar perfeito no futuro, a localização não é ruim, o lugar é grande, a cozinha é ótima, tirando aquele fogão que deve ter sido inventado na primeira leva de fogões da historia, a gente troca sem sombra de dúvidas só que independente disso eu sinto que esse é o lugar Adrien – ele tinha uma bela convicção em seus olhos enquanto tentava convencer o amigo.

O homem abriu os braços para abranger todo o lugar, removendo os óculos do rosto e os segurando o loiro passou os minutos seguintes andando entre os locais dentro do estabelecimento. O fogão era realmente muito velho e o espelho de um dos banheiros estava trincado de uma ponta a outra para não lavar dos pisos.

Quando retornou ao salão principal Ivan tornou a abrir os braços enquanto aguardava que dissesse algo, positivo de preferencia.

— Justo esse? – era tudo que conseguia dizer. Haviam visitado um estabelecimento próximo ao centro muito mais cuidado e após a breve palestra do corretor Ivan prontamente o recusou após passar pela cozinha listando todos os defeitos da mesma para seus hábitos de trabalho. Havia sido um pouco divertido ver aquele pobre homem tentar explicar como aquela cozinha era boa para um chefe de cozinha experiente como Ivan.

Entrar em uma briga com o tópico culinária contra ele era algo que o Agreste jamais faria em sua vida.

O homem balançou a cabeça freneticamente com um sorriso em um claro "sim".

— Eu gostei desse lugar, Adrien.

O loiro maneou a cabeça.

— Não gostei daqui, mas vou confiar em você, se gosta tanto daqui então vamos fechar com o corretor e começar a mexer aqui o quanto antes. isso é decadente.

— É assim que se fala – Ivan empolgou-se o engolindo em um abraço de urso exagerado que evidenciava bem a diferença de porte físico dos dois homens. Ivan sempre fora mais robusto, musculoso e até mais alto.

— Queria conseguir ver o que você vê de tão maravilhoso nesse lugar – comentou quando finalmente conseguira se afastar olhando mais uma vez ao redor, Ivan repetiu o gesto.

 – Em breve acho que você conseguirá ver o que eu vejo agora, sócio.

— Ok, vamos almoçar e discutir mais sobre isso. Tenho que resolver um problema depois.

— Você não é do tipo de arrumar problemas – Ivan comentou enquanto saiam do lugar e Adrien agradeceu internamente por poder respirar ar puro novamente, seus pulmões bateriam palmas se tivessem mãos.

— Dessa vez eu que arrumei e agora tenho uma pessoa dormindo no me quarto de hospedes por causa de uma porcaria de colar.

O amigo riu o fitando com estranheza.

— Eu precisarei ouvir mais dessa historia.

 

Lisa, uma antiga empregada que agora cuidava de seu apartamento com o auxilio de outra que Adrien não lembrava o nome e quase nunca a via foi quem o recebeu quando passou pela porta no começo da tarde.

A senhora na casa dos 40 e tantos sorriu com amistosidade enquanto arrumava algo na gaveta de um dos armários da cozinha.

— Como estão as coisas por aqui?

— Se quer saber sobre sua amiga, ela esta no quarto agora. Uma moça bastante educada e adorável que elogiou muito a minha comida por sinal – a senhora fechou a gaveta se voltando totalmente para Adrien – Ficou olhando um pouco para o lado de fora pelas janelas sem sair na sacada porque estava com medo de ser vista e causar problemas para você e depois foi pro quarto e ficou rezando.

— Rezando?... Tem certeza?

A senhora de cabelos escuros e pele pálida confirmou cruzando os braços.

— Ela acabou deixando a porta aberta e quando passei a vi ajoelhada na cama com as mãos juntas e ate a ouvir pedir ajuda para encontrar um colar logo.

— Francamente...

Ninguém merece que o anjo de Kang seja mesmo religiosa.

— Como essa moça veio parar aqui, Adrien?

— Tudo culpa desse colar maldito – o loiro respondeu enquanto saia da cozinha em direção ao quarto de hospedes. A porta estava mesmo meio aberta e a imagem de Marinette sentada na poltrona perto da janela era clama, a mão acima dos seios onde provavelmente o coração deveria ficar constantemente, em momento algum antes havia parado para reparar naquele pequeno e importante objeto que provavelmente sempre deveria repousar ali.

Bateu na porta algumas vezes para atrair a atenção da modelo que balançou a mão em um aceno.

— Olá senhor Agreste.

— Como esta Marinette? Esta confortável?

— Sim, esta tudo muito bom – a mão que buscava o colar abaixou repousando no colo junto com a outra, entrelaçando os dedos – O senhor conseguiu encontra-lo?

— Ainda não. Rose ligara quando o conseguir de volta, embora se tiver uma foto sua com ele acho que posso conseguir uma copia para substitui-lo temporariamente se quiser.

— Esse objeto não da para ser copiado, senhor.

Ele precisava tentar pelo menos.

— O que acha de fazer algo enquanto espera encontrarem? Não precisa ficar o tempo todo trancada aqui. Você não é uma prisioneira.

— Eu não sei o que posso fazer – as bochechas da garota ruborizaram levemente em constrangimento.

— O que acha de começar vendo um filme para passar o tempo? Você assiste filmes?

A modelo ponderou um pouco antes de responder com um sorriso incrivelmente doce e infantil. Emoções não parecia ser algo que a garota parecia saber esconder muito, o loiro constatou.

— Pode ser divertido.

Assistir filmes era uma das poucas coisas que fazia em seu tempo livre e a modelo iniciante se mostrou bastante interessada em sua lista de filmes, mesmo que isto os levasse a assistir um filme de 3 horas e meia sobre gângsteres.

— Ela parece meio diferente das garotas que você normalmente trás aqui – Lisa comentou quando voltou para a cozinha onde a mulher arrumava sua bolsa agora para ir embora.

— Não começa, Lisa.

A senhora sorriu com humor.

— Ok, até segunda então.

A mulher arrumou a bolsa no ombro batendo uma mão no ombro do garoto que ajudara sua antiga chefe a educar. A ouviu passar pela sala e se despedir de Marinette.

Depositou a bacia suja na pia e pegou um copo enchendo com água. Gabriel não havia mandado nenhuma mensagem com reclamações da noite anterior e havia evitado olhar qualquer noticia ainda, deveria estar lendo, mas não o fizera e se alguém reclamasse ele poderia atribuir essa culpa a Marinette e Ivan.

Quando retornou a sala os créditos estavam subindo na tela da TV e Marinette segurava seu celular que tocava o estendendo logo.

— Eu ia levar para você.

— Obrigado.

Estava demorando.

— Olá Natalie.

— Seu pai quer jantar com você hoje.

— Eu não posso ir hoje – respondeu enquanto assistia a garota se arrastar de seu lugar no sofá para pegar o controle e começar a olhar a lista de filmes do netflix com uma almofada no colo.

Ela escolheria mesmo um desenho sobre natal para assistirem?

— Ele almoçou com Kang hoje e voltou bastante satisfeito e quer comemorar com você, Adrien— a mulher tornou a insistir – Deveria vir, é importante para ele.

— Só o que é importante para ele que importa...?

Ouviu a mulher suspirar do outro lado e quase podia imagina-la contando até 10 como fazia quando era mais novo.

A atenção de Marinette voltou-se para si com uma expressão preocupada, o trailer do filme passava na TV sendo completamente ignorado.

Adrien...— o som da campainha soando fez com que se voltasse para a porta e a própria mulher do outro pudera ouvir visto que se auto interrompera – Você tem visita?

— É o que parece. Preciso desligar, Natalie.

— Devo me esconder no quarto? – a modelo questionou já se levantando do sofá as pressas pronta para correr.

— Adrien, você está ai dentro –  pudera ouvir do outro lado da porta.

Nino.

— Não.

Guardou o celular no bolso se dirigindo ate a porta a abrindo para dar de cara com Nino, Alya e Ivan do lado de fora.

— Eai irmão – Nino foi o primeiro a cumprimenta-lo com um de seus toques que Ivan descaradamente deu de ombros o copiando e entrando no apartamento sobrando por último Alya.

— Visita inesperada demais para você, Agreste?

— Porque esta fazendo uma pergunta da qual imagino que saiba a resposta?

A morena cruzou os braços entrando e abaixando o tom.

— Ivan nos contou de sua hospede e ficamos curiosos. Não tive a chance de falar com ela no desfile.

Seria uma longa noite.


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Notas finais do capítulo

Estamos entrando em um arco de descobrimento para nossa Mari enquanto esta entre humanos por mais tempo do que geralmente deveria. Vamos ver o que acontece?

Até o próximo
Bjs



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