Cupido, Traga Meu Amor escrita por Tricia


Capítulo 7
Todos Querem Um Amor?


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/786077/chapter/7

Algo estava muito errado.

Era a única coisa que Adrien conseguia pensar enquanto via uma de suas modelos à beira do desespero por causa de um simples colar.

Um colar deveria ser tão importante assim?

Seja como fosse, o pensamento de que tudo aquilo era um grande exagero era compartilhado com os dois funcionários presentes que assistiam a garota revirar sem dó as caixas de joias, roupas espalhadas ou simplesmente qualquer mínimo espaço que pudesse vir a caber o bendito objeto.

Ela começaria a chorar?

Uma das caixas foi para o chão emitindo um ruído metálico desagradável. A modelo ajoelhou no chão quase que imediatamente para organizar a própria bagunça. Um dos homens que estava presentes se aproximou ajoelhando ao lado ajudando-a.

— É comum que algumas coisas se percam em desfiles pequenos e grandes – o homem comentou com um misto de empatia e dó. A garota soltou um grunhido lamurioso.

 – Eu não podia perder esse colar.

Ela realmente começaria a chorar?

— O nosso taxi chegou, Kevin – o outro que até então estava em silencio apenas assistindo se manifestou, estava incomodado. Adrien não o culpava por isso.

O tal Kevin o fuzilou com o olhar em resposta enquanto ainda tentava consolar o precioso anjo de Kang. Ela parecia ainda mais frágil do que todos haviam a pintado ate o momento.

— Pode ir, senhor Kevin – a garota apoiou com uma voz afetada que não combinava em nada com o pequeno sorriso tranquilizador que tentava sustentar no rosto para convencer o homem. Que coisa deprimente.

 – Vá com seu amigo Kevin, eu resolvo as coisas aqui com a senhorita Dupain-Cheng.

A contra gosto – ele não fizera questão de esconder – o homem se despediu da modelo com um longo abraço soltando um “vai ficar tudo bem, meu anjo” que fizera o amigo revirar os olhos.

No final alguma coisa tinha que acontecer para dar dor de cabeça.

 

~&~ 

 

Isso não era bom.

Nada bom.

O kwami preto bufou ao admitir para si mesmo que ficar em frente à porta dos cupidos para o mundo humano era inútil quando esta não estava abrindo e por ela passando Marinette. Muitas horas haviam se passado desde o momento que a cupido partira.

Ela demorava, mas não tanto.

Maneou sua pequena cabeça voando para longe dali passando por alguns cupidos e ate Tikki que mal lhe olhara por estar explicado algo para um cupido muito alto que a ouvia atentamente.

— Plagg.

Droga.

Parou, virando rápido o suficiente para ver o kwami verde voando em sua direção diretamente.

 – Olá, Wayzz faz tempo que não o vejo voando por aqui. Eu não aprontei nada.

— Realmente faz um tempo desde que não recebo qualquer reclamação de algum cupido dizendo que você o instruiu mal – o kwami comentou com um ar pensativo. A porta dos cupidos abriu atrás de Wayzz, instintivamente o olhar do kwami negro fora para a figura que passava por ela. Não era Marinette. – Algum problema Plagg?

Os olhos do kwami retornaram ao outro rapidamente.

— Não. As coisas andam bem paradas por aqui sabe. Esta difícil encontrar algo que possa me divertir. Ou alguém.

A expressão de Wayzz se contraiu em consternação um pouco ciente do que seu colega magico queria dizer, ou pelo menos ele acreditava.

— Não deveria fazer este tipo de coisa – o outro deu de ombros em resposta.

— Me deixe em paz Wayzz, que eu te deixo em paz e todo mundo fica bem.

Wayzz emitiu um suspiro balançando sua cabeça ao mesmo tempo que Plagg se virava para ir em embora, mas sendo interrompido novamente pela voz do kwami que servia o cupido-mestre diretamente ao citar o nome daquela que ele esperava.

— Como Marinette esta indo com a missão de Adrien Agreste?

— Bem.

O kwami verde voou ate o outro com suas patinhas cruzadas.

— Só pode me dizer isso, Plagg?

Foi a vez do kwami negro bufar.

— Ela esta em um evento humano importante sobre o trabalho dele que ela esta usando como uma ótima oportunidade para aproxima-lo de seu futuro amor. Satisfeito...?

O kwami verde mirou-o parecendo verdadeiramente mais pensativo para o desagrado de Plagg, Wayzz estava mesmo ponderando se aquilo era de fato satisfatório para ele.

— Parece uma boa ideia. Talvez ela tenha sucesso.

— Ela terá.

 

~&~

 

— Certo, me avisem assim que encontrarem. É importante.

Adrien afastou o aparelho do ouvido deixando-o sobre o balcão da cozinha, podia ver do lugar em que estava a modelo asiática que tanto lhe dera trabalho em encontrar sentada no sofá, encolhida, desconfortável ousaria dizer, e não a culparia porque estava também com a decisão de traze-la para o próprio apartamento. Fora uma escolha impensada demais quando parava para pensar depois de já ter feito.

Juntou as duas canecas se dirigindo ate a garota.

— Ei tome um pouco desse chá de ervas, pode acalma-la mais.

— Obrigada senhor Agreste – ambas as mãos rodearam a xícara – Desculpe por todo o incomodo que estou lhe causando nesse momento. Eu não deveria estar aqui.

— Beba um pouco do chá – ela o obedeceu – Esse colar parece mesmo muito importante, foi presente de algum namorado?

A cupido balançou a cabeça ponderando como explicar.

— É mais como um presente familiar que ganhamos sempre depois de nascer e sempre temos que usar. Não costumamos perder.

— É importante então – o loiro concluiu afundando no sofá, tomando um pouco do seu próprio chá – Não pensei que um colar de coração fosse ter todo esse valor.

Ou dar tanta dor de cabeça.

— O coração é o maior símbolo do amor conhecido, e o amor é muito importante para nós – Adrien limitou-se apenas a manear a cabeça admitindo que se alguém a ouvisse dar tal explicação reforçaria ainda mais o titulo de anjo que a garota ganhara – Ele não é importante para o senhor?

— O amor?... Acho que é algo superestimado.

O ceio da cupido franziu.

— Por que acha isso?

— Em tese pode parecer algo bonito para se desejar ter e ficar buscando, mas quantos realmente o terão verdadeiramente? E, se o tiverem quanto tempo irá durar? – o tom amargurado na voz do homem não passara despercebido pela cupido.

— Mesmo que possa durar pouco tempo, ter a chance de amar alguém e ser amado de volta é maravilhoso.

 Os olhos do homem a miraram com algo ali que a cupido não soubera bem identificar.

— Você já amou alguém assim?

Um silencio desconfortável se instalou no cômodo, os dedos da cupido apertaram mais a xícara enquanto tentava ao máximo sustentar o olhar contra o inquisidor do homem.

Cupidos amam ajudar pessoas, certo?

Isso poderia contar?

Todavia, antes que tivesse conseguido formular de fato uma resposta digna, a voz do homem tornou a surgir e ele quebrara o contato visual passando a fitar o teto.

— “Todos merecem conhecer pelo menos um amor na vida”, minha mãe costumava me dizer isso. Ela foi o amor do meu pai e vice-versa, mas ela morreu e ele ficou sozinho e amargurado por anos, porque pessoas mudam quando tem amor e mudam mais ainda quando perdem ele – os olhos verdes tornaram a mira-la – Não é agradável. Se eu pudesse escolher, eu não amaria ninguém. Jamais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como estão nessa pandemia, estão lembrando de se cuidar? Espero que sim.
Confesso que este havia sido um dos capítulos que gostei bastante de escrever e to muito ansiosa para saber o que acharam dele. Estamos caminhando para uma aproximação da nossa cupido com o mundo humano ainda mais agora que ela não pode voltar para casa, o que acham que pode acontecer?
Me contem. E obrigado aos que comentam, isso me ajuda muito a saber se estou no caminho certo ou não.
Até o proximo
Bjs



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cupido, Traga Meu Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.