Cupido, Traga Meu Amor escrita por Tricia


Capítulo 14
Cupidos Podem se Apaixonar?


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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— Sim!

Ela poderia ter apenas dito em um tom normal, mas ela gritou com toda força que seu corpo poderia lhe dar a resposta para a pergunta feita pelo homem ajoelhada em sua frente no aeroporto onde ela pegaria um avião para outro pais pelos próximos meses.

 A passagem caiu no chão enquanto ele a erguia do chão ao som de aplausos dos transeuntes que assistiam a interação do casal apaixonado. Sentada em um banco Alix assistia com satisfação o desenrolar das coisas desde as brigas dos últimos meses ate este lindo momento que seria uma lembrança maravilhosa para as duas pessoas de personalidades difíceis e um amor resistente em seus corações, para não dizer teimoso.

 Eram o tipo de casal que cupidos de pouca paciência odiava pegar, mas Alix realmente gostava de lidar com eles.

— Meu trabalho aqui já esta concluído – declarou erguendo-se com os braços cruzados, estava pronta para ir embora se não fosse pela revista na mão de uma garota.

Pessoas liam revistas o tempo todo, mas a foto da pessoa que estampava uma das páginas acabara por fazer a cupido se aproximar sentando ao lado da jovem que se quer podia vê-la ali.

“Modelo Marinette Dupain- Cheng”

Isso não poderia ser uma coincidência.

 

~&~

 

— Coma um pouco dos doces que trouxe especialmente para você. Parece cansada – a modelo maneou a cabeça para o comentário do estilista coreano. Havia perdido a noção de quanto tempo estava tirando fotos há algum tempo, só sabia que seus olhos estavam doendo por causa dos flashes e estava incomodada por ter que trocar de roupa tantas vezes em um só dia.

— Estamos prontos para mais uma rodada – Vincent avisou, a cupido podia jurar que estava ouvindo o próprio corpo implorar para continuar no lugar que estava, paradinha, sem aqueles sapatos de bico apertado ou alguém passando mais camadas de maquiagem em seu rosto.

— Perfeito, Vamos meu amor – Kang chamou-lhe alheio a qualquer desconforto que estivesse sentindo. Maneou a cabeça novamente bebendo um pouco de água e pegando a mão que lhe era estendida pelo estilista que a conduziu de volta ao centro das luzes e câmera.

— Quando irá acabar?

— Em breve meu amor – o homem sorriu-lhe – Aguente um pouco. Eu sei que pode.

O em breve não chegou tão rápido quanto havia desejado, visto que havia precisado se trocar mais duas vezes e assistido as peças do canário que estavam usando ser substituídas. Kang havia lhe trazido alguns doces, eram bons, mas não afastavam o cansaço e estavam começado a ficar enjoativos.

Vincent com uma câmera se transformava em um rei dando ordens aos súditos que sem questionar obedeciam automaticamente, controle era algo que não faltava no homem.

— Segure os sapatos nas mãos e se vire um pouco, Mari – contendo um suspiro, fez o que o homem mandara. Os flashes vieram por três ou quatro minutos antes desde pronunciar finalmente – Acho que isso é tudo por hoje.

Uma pequena salva de palmas se iniciou ao mesmo tempo que o corpo da cupido caia no sofá caro.

Alguns objetos começaram a ser desmontado e a maquiador surgiu para tirar toda a maquiagem e trocar de roupa. Kang e sua assistente a aguardavam.

— Você trabalhou bem, meu anjo – o homem elogiou oferecendo uma nova garrafinha de água. A assistente e o maquiador se afastaram, desaparecendo como toda a equipe – Estou orgulhoso.

— Obrigada, senhor Kang.

— Descanse um pouco, depois vamos embora – ocupando um lugar no sofá fazendo um gesto para que o acompanha-se.

— Deve estar tarde, senhor Kang.

— Apenas sente-se um pouco, precisamos conversar – a contra gosto a cupido ocupou o outro lugar vago passando a garrafa de agua de uma mão para outra – Como deve saber o seu contrato é de curto prazo com a Gabriel, o que em minha opinião é um grande desperdiço de talento de uma jovem tão bonita. Esta feliz com isso? – o homem parou o movimento da garrafa que fazia segurando as mãos da cupido por cima da garrafa – Eu não me perdoaria se deixasse algo assim acontecer sem tentar mudar as coisas. O anjo de Kang é uma estrela que não merece ser apagada e esquecida no céu.

O homem tombou a cabeça para o lado lhe direcionando um olhar encorajador complementado por um repuxar de lábios formando um sorriso confiante. Era o tipo de sorriso que Adrien exibia quando algo saia perfeitamente como planejava.

— Acho que estou bem com o final do contrato. Não nasci para ser uma modelo, senhor Kang.

Definitivamente não havia.

— Eu discordo – o homem balançou a cabeça – se vier comigo posso mostrar para o mundo seu talento que tanto quer privar nesse momento e provar para você que esta errada, Marinette.

— Eu não posso ir embora.

— O que esta lhe prendendo, meu anjo? – o homem tirou a garrafa unindo as mãos e trazendo para perto ao se aproximar mais da cupido – Eu posso fazer muitas coisas sumirem. Você só precisa me deixar assumir o controle.

Uma das mãos do homem soltaram as da cupido para irem para a cabeça fazendo-a recuar um pouco para trás surpresa. Adrien havia tocado seu rosto, mas parecera mais natural, certo estranhamente. Com Kang não.

— Esta tudo bem, querida – o homem assegurou não se abalando – Pode confiar em mim.

— As coisas sobre mim são mais complicadas do que qualquer um pode imaginar.

— Coisas complicadas chamam a atenção de qualquer um, principalmente quando são bonitas.

Novamente fez menção de se aproximar mais do que o normalmente aceitável. Se cupidos pudessem desaparecer como fumaça como os ceifadores, ela certamente estaria usando esta habilidade sem se quer pensar nas consequências.

— Senhor Kang – sussurrou em alarde tentando se afastar e, impedida no ato.

— Esta fugindo de mim por causa do Adrien Agreste? Eu sei que foi Adrien que te trouxe para cá e por isso você pode estar hesitando. É natural essa reação – aqueles olhos pareciam querer lê-la ao mesmo tempo que a deixava desconfortável. – Ele não irá segura-la para sempre Marinette. Ele não pode.

Adrien não a estava segurando.

— Se tem alguém que esta me segurando neste momento não é ele, senhor Kang.

Os olhos azuis caíram nas mãos masculinas que seguravam as suas e logo subindo para o rosto do homem.

— Eu quero fazer o que é melhor para você.

— Me soltar neste momento é o melhor.

Com uma pequena ponta de hesitação o homem a soltou, sem pensar a cupido se levantou juntando sua bolsa.

— Eu irei primeiro. Até logo senhor.

Aqueles corredores se tornavam mais logos do que realmente eram à medida que tentava chegar o mais rápido que podia do lado de fora. O mais longe possível.

Não havia um caminho certo para seguir, mas de alguma forma seus passos acabaram por fim terminando em frente ao prédio do Agreste mais novo que lhe era tão conhecido.

Adrien não estava a segurando, estava mais para o contrario. E infelizmente isso não era uma boa coisa.

“Você pode violar alguns bons protocolos ao se aproximar dessa maneira da sua missão. A probabilidade de algo muito inesperado acontecer se torna muito grande nessas condições.

— Tipo...?

— Se apegar – havia uma seriedade no tom e ate no olhar do pequeno ser magico que Marnette poucas vezes vira – As coisas tendem a ficar complicadas quando isso acontece, Mari. Muito complicadas.”

Plagg não estava errado.

A cupido atravessou a rua, entrando no local encontrando para sua surpresa o loiro do lado de dentro da caixa de ferro em uma ligação com alguém aparentemente importante.

Ele segurou a porta fazendo um breve sinal para que entrasse logo. Ele estava irritado.

Uma resposta não parecia conseguir se formar na cabeça da cupido que só conseguia assistir com espanto a  porta a metros de onde estavam ser aberta bruscamente e por ela ele passar.

Um passo atrás seguiu o loiro pelo corredor até o apartamento. Com o telefone ainda no ouvido o homem foi para o escritório, se trancando com um baque da porta mais alto do que era necessário.

Pingos de chuva começavam a cair do lado de fora, a cupido se aproximou da janela.

Se fosse uma pessoa viva provavelmente estaria seriamente considerando a proposta de Kang depois de como ele sempre a tratava bem ou brigando para conseguir um lugar ainda melhor dentro da Gabriel como qualquer outra modelo.

O sucesso seria um desejo que poderia buscar com afinco em meio às dificuldades que encontraria no meio do caminho de sua vida.

E, em meio a tudo isso também poderia desejar ser amada por alguém bom com sigo.

Alguém como Adrien Agreste.

— O que eu estou fazendo?

Cupidos poderiam se apaixonar por humanos? 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, me contem o que acharam.
Eu tentarei postar o próximo mais rápido porque será que esta na hora de nossa cupidos começar a enfrentar os problemas de sua estadia no mundo dos humanos?
Bjs e até o próximo capítulo



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