Cupido, Traga Meu Amor escrita por Tricia


Capítulo 12
Amores Desafortunados


Notas iniciais do capítulo

Voltando mais cedo porque este capítulo é bem importante por trazer um panorama do que esta acontecendo.
Espero que gostem
Boa leitura



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A noite havia caído em Paris, alguns cupidos estavam do lado de fora acompanhando encontros e fazendo seu trabalho. Absolutamente normal se não fosse pelo fato de estar com a impressão de que algo realmente parecia errado por ali. A kwami cruzou seus pequenos braços varrendo o local com os olhos inquietamente.

 Suas impressões não erravam.

As de Plagg sim.

Relatórios chegavam continuamente bem e estava vendo os cupidos trabalhando, com exceção de...  Marinette.

— O que esta fazendo ai? – o kwami negro pousou ao lado com curiosidade.

— Só estava pensando, faz algum tempo que não vejo a Mari por aqui. Ela não pediu minha ajuda para nada.

O pequeno ser ergueu-se.

— Ela tem a mim para ajuda-la. Eu sou tão competente quanto você.

— Esta se iludindo se acredita nisso, Plagg.

Ele obviamente poderia não ser tão dedicado quanto os outros kwamis, mas se tinha uma coisa que ele sabia bem ao contrário dos outros kwami, era desviar a atenção das coisas serias que importavam em tese e focar nas que realmente ele se importava.

Ele conseguiria proteger Marinette o máximo que pudesse seja lá onde ela estivesse.

 

~&~

 

Mais uma vez ele estava fazendo algo incomum, não era de seu feitio carregar pessoas, mas Adrien estava se dispondo a carregar a adormecida garota ainda sobre efeito do álcool até o quarto.

 As cortinas  meio fechadas permitiam ver o caminho o suficiente para não precisar fazer algum tipo de malabarismo para alcançar o interruptor da luz, mas ainda fora um pouco problemático puxar as cobertas para coloca-la sobre o colchão e, pior ainda para afasta-la.

Ajeitou o travesseiro embaixo da cabeça dela, os braços finos contornavam seu pescoço. Marinette era um verdadeiro coala grudado em seu corpo enquanto resmungava baixinho.

— Que bom que beber não é um hábito seu – resmungou enquanto tentava se soltar.

Um pouco desengonçadamente ela balançou as pernas para se livrar das sapatilhas, jeans não eram as roupas mais confortáveis para se dormir na opinião de Adrien, mas não havia muito que pudesse fazer pela garota, se ela se incomoda-se que levanta-se e trocasse de roupas.

Não que ele acreditasse que ela fosse levantar de qualquer maneira.

Com cuidado conseguiu remover um dos braços de seu pescoço, ela resmungo e por um momento pareceu que poderia acordar, mas não, ela apenas resmungou enquanto desabotoa o primeiro botão da blusa que vestia.

 Mau sinal, sua consciência gritou enquanto tentava se afastar.

— Não o puna por um erro meu – ouviu a garota sussurrar e se não estivesse tão perto provavelmente nem seria capaz de ouvir – Só eu errei.

Não deveria.

Não poderia se permitir isso.

Mas mesmo assim ainda se permitiu deixar ter o pescoço novamente enlaçado pela garota insistente, acomodando-se na cama ao lado dela. Até as penas prenderam seu corpo em uma questão de segundos após estar ali.

— Você não esta fazendo nada de errado – sussurrou próximo a ela passando os dedos para afastar alguns fios de cabelo da face serena.

O som da chuva que começava do lado de fora começava a ser a única coisa a se ouvir no quarto em que contrariando sua lógica e até princípios, o loiro continuou por mais tempo do que deveria a observando até que fosse tomando também pelo mundo dos sonhos.

 

— Não achei que as coisas que a Chloé estava falando iriam acabar fazendo aquela menina chorar.

A mulher em pé bufou e a criança se possível se encolheu ainda mais no sofá olhando para qualquer lugar que não fosse o rosto irritado da mãe. O pai era sempre tão ocupado com o trabalho, então sempre que fazia algo errado a bronca ou castigo ficava a encargo da mãe. Amelie Agreste sabia ser dura quando era necessário, embora não parecesse dado ao seu comportamento normalmente gentil e agradável.

— Antes de hoje você por acaso sabia o nome daquela menina? – com um balançar de cabeça lento a criança negou – Então como saberia o que faria e o que não a faria chorar, Adrien?

O menino atreveu-se a olhar a mãe agora parada especificamente em sua frente, os braços cobertos pelas mangas do vestido verde estavam cruzados e os olhos que tanto queria fugir estavam comprimidos, irritados, havia um julgamento velado ali.

 – Eu... não sei.

— Pessoas se magoam, Adrian. Aquela menina adorável se magoou hoje.

— Desculpe mãe.

— Não é para mim que você tem que pedir desculpas e sim para a Kyoko. Estamos entendidos?

— Sim, senhora.

— Ótimo – a expressão dura da mulher relaxou um pouco.

— A Chloé vai pedir desculpas para ela também?

Amelie suspirou, sentando ao lado do filho no sofá.

— Conhecendo a Chloé e os pais dela, provavelmente não, mas ela deveria. Não siga o exemplo dela, ok?

O menino concordou com um manear de cabeça.

— Ela disse que quando crescêssemos ela seria como à senhora e iremos nos casar e viver em uma casa bem grande como essa.

Uma risada seca deixou os lábios da matriarca Agreste.

 – Eu definitivamente não quero estar viva para ver este casamento acontecendo.

— Por que, mãe? A Chloé é sempre legal comigo.

A mulher tornou a suspirar pegando uma das mãos do filho.

— Pode parecer que eu esteja sendo má com a Chloé ou ao te dizer isso sobre a sua melhor amiga, mas eu realmente não acho que Chloé seja a menina certa para você, querido.

— E como é a menina certa para mim, mãe? – os olhos verdes do menino estreitaram-se aguardando uma resposta.

— Especial – a suavidade tomou completamente a face da mulher que fitava agora o filho curioso de apenas 9 anos – A mulher ideal para você terá algo muito especial, para os outros ela pode ser uma pessoa completamente normal, mas para você sempre haverá algo diferente que o atrairá para ela e fara seus olhos brilharem sempre que a ver.

— Os dela também brilharam quando me ver?

— Com certeza. Você será muito especial para ela também – Amelie sorriu com carinho.

— E quando eu irei encontra-la?

— Isso pode demorar um pouco para acontecer, mas quando acontecer você saberá que há algo especial nela logo de cara.

— Você promete?

— Sim, eu prometo que isso acontecerá.

 

Lentamente os olhos do loiro abriram em meio à escuridão do quarto.

A chuva ainda caia do lado de fora. Ele ergueu-se o suficiente para alcançar o celular desbloqueando a tela. 2h 45min. Fazia muito tempo que não tinha qualquer sonho ou lembrança da mãe.

Os olhos voltaram-se para a figura que estava ainda do lado, Marinette dera um jeito de encaixar a cabeça em seu pescoço e segurava o colarinho da camisa com uma das mãos, encolhida contra si como uma criança que tinha que tinha medo de ser abandonada.

Como alguém assim poderia estar fazendo coisas erradas?

 

 

~&~

 

Trajando um vestido vermelho de mangas longas e um colar com um coração, a divindade acomodou-se ainda mais enquanto saboreava um pouco da bebida em sua taça. Divindades eram excepcionais em criar bebidas, mas precisava admitir que alguns humanos também possuíam suas habilidades nesta arte.

— Já faz algum tempo que não te via.

Os lábios da mulher repuxaram formando um sorriso contido enquanto via a colega se aproximar e ocupar a cadeira próxima. Ofereceu a outra taça que estava vazia, mas com um aceno sútil a outra recusou.

— Você é alguém bem ocupada.

A outra deu de ombros.

— Como a divindade do amor, você também é bem ocupada Gal.

— Eu tenho meus cupidos – pontuou com humor levando a taça aos lábios – Deveria experimentar ter ajudantes também.

As coisas jamais poderiam acontecer assim quando se tratava das obrigações da divindade da misericórdia. A sabedoria que essa pessoa deveria ter era algo que muitos não conseguiriam, nem mesmo Gal poderia se dizer capaz de fazer o que a colega sempre fizera.

 Saber levar o amor já era difícil o bastante, mas saber quando deveria ser misericordiosa era ainda mais difícil.

Apenas Nana poderia fazer isso.

— Eu estou bem da maneira que estou.

— Lembro-me que há algum tempo você me pediu um favor, fiquei bem surpresa porque são sempre os outros que lhe pedem favores, nunca o contrario – Gal encheu sua taça contornando a borda com um dos dedos em movimentos circulares – Não era grande coisa, mas também não era pequena.

— Realmente – Nana odiava pedir favores.

— Não esperava que fosse ficar surpresa com esse assunto mais uma vez.

— Aconteceu algo?

— Acho que sua menina curiosa esta um pouco enrascada no momento. Irá ajuda-la?

— Não – uma das sobrancelhas da Gal arquearam, os movimentos na taça cessaram. Nana limitou-se a lançar lhe um sorriso gentil – Isso incomoda você?

Alguns poucos instantes se seguiram em silêncio enquanto observava a colega fitar a garrafa, ponderando até decidir-se por pega-la e despejar uma quantidade bastante pequena do liquido vermelho na taça para si.

— De forma alguma. Acredito que terei um peça de amor nova para assistir – a cabeça da divindade do amor tombou para o lado – Os amores desafortunados são os meus favoritos.

— Eu sei.


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Notas finais do capítulo

O que dizer de Plagg além de "eu preciso de alguém como ele na minha vida" para me ajudar quando me meter em problemas.
Eu sei que a historia esta se desenvolvendo de forma bem lenta e originalmente não seria assim, mas há algum tempo enquanto escrevia eu percebi que não daria para faze-la como planejei e isso me deu uma dor de cabeça medonha enquanto estruturava as coisas até chegarem aonde eu queria porque eu não conseguiria seguir bem enquanto via algo bom desmoronar na minha frente, pelas minhas mãos.
Enfim, espero que tenham gostado deste capítulo que eu considero muito importante, mas eu prometo que vocês provavelmente sorriram muito no próximo capítulo, esse é importante e tal, mas o 13 tem um lugarzinho no meu coração.
Bjs e se cuidem



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