Deuses de carne e osso escrita por Luiz Henrique


Capítulo 14
Oito




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No início da manhã, o hotel onde Kalik e Kanna estavam hospedados, recebeu uma enxurrada de novos visitantes. A maioria, é claro, eram nativos de Mouron, atraídos pela presença dos deuses, contudo, apenas um grupo, composto por seis viajantes, se mostrou merecedor de sua atenção.

— Ouvimos dizer que Ganese está passando por mudanças. Meus parabéns, rapazes. Vocês conseguiram! — Niara anunciou, enquanto se aproximava, com os braços abertos.

Diante da entrada do edifício, o tabelião recebeu todos os seus amigos, com um sorriso largo.

Áquila abraçou o pescador, erguendo-o no ar, o que o deixou envergonhado. Sua esposa, Nayeli, em contrapartida, apenas acenou de longe, como se estivesse tão desconfortável quanto o rapaz a quem se dirigia.

— Rizvan conseguiu um veículo para nos trazer até aqui, por isso eu pedi que viesse conosco. — Yandina explicou, tocando o ombro do amigo — Ele conhece muitas pessoas importantes, pode ser de grande ajuda para o que estamos realizando.

— Não sou eu quem deveria estar engrandecendo. — O rapaz desconversou — Mariam fez o mesmo trajeto de barco, apenas para pedir ajuda. Foi uma das atitudes mais corajosas que eu já testemunhei!

Quando ouviu seu nome sendo chamado, uma mulher alta, com a pele morena e o corpo quase totalmente coberto por longas camadas de tecido cor de rosa, deu um passo à frente. Ela não disse nada, mas era perceptível que não estava habituada ao cenário urbano a sua volta.

— Já que vocês querem tanto conversar, deveríamos ir para outro lugar. — Sugeriu Kalik, nervoso, enquanto analisava os arredores.

Os outros pareceram confusos e, ligeiramente, ofendidos com a afirmação, mas Kanna consentiu.

— Tem razão. Vamos para dentro, tenho certeza de que consigo convencer o gerente a não cobrar a sua hospedagem!

Assim que o tabelião fechou a porta do quarto, com duas camas, que estava dividindo com Kalik, cada um de seus aliados se acomodou em um canto. Ele se sentou no colchão, ao lado da irmã e de Simbo.

— Então, minha querida, que tal nos dar uma descrição mais detalhada de seu caso, para que Kalik e Kanna possam decidir o que fazer? — pediu Nayeli, amigável.

Mariam respirou fundo, o que fez o véu em seu rosto ondular.

— Fui criada no deserto, por uma família de nômades. Vivíamos viajando, para onde quer que houvesse água ou comida. — Era impossível identificar qualquer emoção em sua voz — Há alguns dias, eu e meu irmão fomos atacados por uma gangue. Eu consegui escapar, mas Jonathan não teve a mesma sorte...

— Como você fugiu? — indagou Simbo, curioso.

— Meus sentidos são mais aguçados, pude ouvi-los se aproximando, enquanto me banhava em um oásis. — Apontou para os olhos e para as orelhas, como se para ilustrar o que estava dizendo — Desconfio de que se não tivesse partido pelo mar, ainda estaria sendo perseguida. Certamente, não fomos suas primeiras vítimas.

O pescador estalou a língua.

— Tem alguma ideia de onde esses criminosos podem estar? E o que eles queriam, exatamente?

— Talvez ganhar dinheiro com o resgate. — Yandina sugeriu.

— Eu...não acredito nisso. — respondeu Mariam, comedida. Ela apertou os olhos e continuou a falar — Há muito tempo, meus pais negociaram com um homem da região... Seus dois descendentes, por uma dúzia de camelos...

— Ele vendeu vocês? — Nayeli se engasgou com a própria saliva. Estava revoltada.

A mulher, escondida pelo véu, se moveu no assento, desconfortável.

— Certamente, não sou a primeira moradora de Mouron, a passar por uma situação como essa. Alguns de nossos companheiros nômades, se mudaram para a cidade e tentaram conseguir ajuda da polícia, mas não tiveram sorte. Disseram não ser responsáveis pela nossa região.

— Nós vamos impedi-los! — a sacerdotisa determinou — A verdadeira questão é “como faremos isso”?

O cômodo ficou estranhamente silencioso.

Enquanto enrolava um fio de cabelo no indicador, Rizvan notou que Kanna o estava encarando.

Ele ruborizou.

— O que foi?

— Podemos enganá-los, com uma armadilha! — o tabelião bateu as mãos nas coxas — Rizvan, você tem quase as mesmas medidas que Mariam, se o vestíssemos com as roupas dela, tenho certeza de que não notariam a diferença!

— O seu plano é me usar como isca?

— Sim, mas...eu e Kalik estaríamos por perto para protegê-lo se algo desse errado. E Nayeli poderia usar seu dom para assegurar que não iremos perder o rastro de seus sequestradores.

A sacerdotisa inflou o peito.

— Será uma honra acompanhar o Sol... — ela acrescentou rapidamente: — ...e a Lua, nessa missão!

— Nós...ficamos contentes pelo seu entusiasmo. — Kalik respondeu, sob os olhares cuidadosos de Áquila e Kanna.

Rizvan coçou a garganta, reclamando a atenção para si.

— Eu não disse que aceito! Isso parece arriscado demais!

— Mas você trabalhava em um hospital. — O tabelião ergueu a sobrancelha, surpreso — A sua função era cuidar de ossos quebrados e carne despedaçada.

— Eu nunca estive no campo de batalha, como vocês. Se houver outra coisa que eu possa fazer para ajudar...

Kanna percebeu que o seu desconforto era genuíno, e decidiu mudar de assunto.

— Tudo bem. Foi só uma sugestão, eu vou pensar em outra estratégia.

O estudante permaneceu quieto, por alguns minutos, então pediu licença, para verificar a previsão do tempo na cidade.

Ele caminhou até um balcão e pediu ao secretário para usar o telefone.

— Quero fazer uma ligação internacional.

— Desculpe, rapaz, mas isso não vai acontecer. Sabe quanto dinheiro gastaríamos por apenas alguns minutos ao telefone?

— Garanto que serei breve e posso arcar com o custo. — Ele retirou do bolso, uma carteira de couro e exibiu, sutilmente, uma porção de notas com o selo do banco nacional.

— Sobre o que deseja falar?

— Necessito de uma informação, para a missão dos deuses. É assunto confidencial.

O atendente endireitou os óculos de grau e se retirou, intimidado.

Rizvan discou um número, que lhe era muito familiar, e esperou até que a telefonista encaminhasse a ligação para um homem, que desfrutava as férias em um resort luxuoso.

— Oi pai. — Ele cumprimentou, tentando disfarçar a ansiedade.

— O que foi, Rizvan? — retrucou uma voz rouca e desgostosa — Ligou para pedir dinheiro?

— Não. Estou usando as minhas economias, da residência. — Ele mencionou, como se estivesse escolhendo as palavras — Acontece que eu fui convidado para participar de uma missão com os deuses...

— É mesmo? Excelente, meu filho!

— Também acho, mas pode ser perigoso...

— Bobagem! Essa é uma oportunidade única. Se eu e sua mãe estivéssemos em sua posição, não pensaríamos duas vezes...

Rizvan teria se justificado, se não tivesse sido interrompido.

— Seja ativo! Já está na hora de começar a construir o seu próprio legado! É por causa dessa sua forma de agir, que as outras pessoas pensam que podem se aproveitar de você. Tome o que aconteceu com Dominic, como exemplo.

O rapaz alisou o fio do aparelho, durante alguns segundos, e então soltou uma breve risada, infeliz.

— Você...está me culpando pelo que aconteceu? Eu estava me sentindo sozinho e nunca havia ninguém em casa, com quem eu pudesse conversar...

— Eu estou ocupado, Rizvan. Me esforcei a minha vida toda, para que você tivesse o que tem. Se está tão insatisfeito...

— Tem razão. Eu preciso me tornar mais independente. Quando tudo isso tiver terminado, farei o possível para deixar a minha marca no mundo e viverei em uma casa simples e confortável, diferente da que fui criado.

O homem bufou.

— O que quer dizer com isso?

Ele encaixou o telefone no gancho.

Quando retornou para o quarto, sua expressão era decidida.

— Vamos fazer isso!

Kalik se levantou.

— Ótimo! Então acho que nós quatro já podemos ir.

Yandina puxou o caçula pelo braço e cochichou algo em seu ouvido.

— Você tem certeza disso? — comentou Kanna, após ouvir tudo o que ela tinha a dizer.

— Absoluta!

O garoto deu de ombros e gesticulou para Niara, indicando que a garota deveria acompanhá-los.

Os cinco foram voando até um lago, rodeado por palmeiras, no meio do deserto.

Rizvan e Niara se agarraram aos braços de Kalik, tentando não olhar para baixo, enquanto o rapaz desafiava a gravidade.

Como não tinha a mesma força de sua contraparte, Kanna ficou encarregado de levar Nayeli, até alcançarem o seu destino.

— Há uma chance pequena de que encontremos garrafas perdidas no meio do deserto... Entende o que quero dizer? — o tabelião fitou Niara, com apreensão.

— Acha que não pensei nisso? Se trabalharmos juntos, poderemos superar qualquer obstáculo! — ela sorriu, convincente — Eu posso te garantir que a nossa primeira missão juntos, será um sucesso! Mal posso esperar para escrever sobre isso para Melina, quando retornarmos.

— Vocês estão prontos? — questionou Kalik.

— Eu...não sei. — Rizvan cobriu o rosto com uma peça do traje que estava vestindo.  

— Como não sabe? Você só precisa ficar perambulando pelo oásis até os bandidos chegarem! — o pescador suavizou seu olhar, tentando transparecer confiança — Não se preocupe! Nós não vamos permitir que nada de ruim aconteça com você.

— E se eles não vierem? — o estudante esfregou os joelhos, incomodado.

Nayeli sorriu.

— Tenha fé, garoto. Tenha fé!

Enquanto Rizvan se afastava, se sentando na beira da água com os pés submersos, a sacerdotisa e os outros acompanhantes, se esconderam entre as árvores, camuflados por uma miragem criada por Kanna.

Passaram-se horas, sem nenhum sinal dos bandidos.

Todas as vezes em que um andarilho ousava se aproximar demais, para lavar a poeira do rosto ou apenas saciar sua sede, o estudante sentia um calafrio percorrer sua espinha

Seus dedos já estavam enrugados, quando o dia se tornou noite. O ar ficou tão gelado, que todos, com exceção de Kanna, começaram a tremer.

— Vou aumentar a temperatura. — disse Kanna, que havia decidido se dedicar totalmente a sua nova tarefa.

Rizvan suspirou, aliviado, enquanto uma suave cortina de vapor se formava ao seu redor. Todavia, quando a tensão em seus músculos se dissipou, a sacerdotisa decidiu se pronunciar.

— Estou sentindo alguém se aproximando.

— Onde? — perguntou Kanna.

Um homem encapuzado, com a pele maltratada pelo clima extremo, se ergueu ao lado de Rizvan, emergindo da areia, como um espectro. Ele agarrou o estudante e retornou ao solo, levando-o consigo.

No mesmo instante, o tabelião se desconcentrou, desfazendo a ilusão.

Nayeli correu na direção oposta, para longe do oásis, há tempo de visualizar o criminoso atirando o corpo do estudante no banco traseiro de um jipe, há dez metros de onde estava. O motorista, que era uma figura delgada, com a face coberta por cicatrizes, acelerou para longe.

— Eles foram para o norte! — anunciou a sacerdotisa.

— Onde é o norte? — Niara resmungou.

A idosa acenou, indicando que deveriam segui-la.

— Meus informantes disseram que havia retornado, mas não imaginei que seria tão tola! — disse Razak, que estava dirigindo o veículo. Quando ele inclino a cabeça, um fio de borracha, estirado sobre o banco, envolveu os membros de Rizvan — Eu e Thiam cumprimos a nossa parte no acordo, está na hora de cumprirem a sua!

Rizvan arregalou os olhos.

Por onde passavam, os pneus do carro deixavam marcas profundas no solo, contudo, não tardou para que elas fossem apagadas pelo vento.

O rapaz sentiu o sangue gelar, quando Razak estacionou diante de uma enorme fissura, cercada por guerreiros mal-encarados. Em seu interior, se encontravam dezenas de indivíduos, com expressões cansadas, concentrados em garimpar os minérios da terra, que fora alagada.

— Suponho que já tenha se dado conta de que não vale a pena tentar resistir.  — o motorista sorriu, ardiloso, enquanto desfazia as amarras que havia criado — Nossos superiores querem ver o lucro, e é isso que estamos oferecendo. Tenho certeza de que não será preciso muito, para que você entenda que é esse o seu lugar!

Thiam arrastou Rizvan para fora, com grosseria, e o atirou na vala.

O estudante conseguiu deslizar sobre a superfície rochosa, entre tropeços, o que diminuiu o impacto da queda, entretanto, foi incapaz de evitá-la.

— Mariam! — gritou um sujeito maltrapilho, enquanto se aproximava — É você?

Assim que o olhou nos olhos, Rizvan soube, imediatamente, que se tratava do irmão da garota. Todavia, para sua infelicidade, Jonathan não parecia tão observador.

Tomado pela emoção, ele desceu os dedos pelo rosto do estudante, ignorando seus apelos silenciosos e retirou o véu que estava utilizando como disfarce. No momento em que suas longas madeixas escorreram pelas costas, um sentinela, no alto do monte, berrou:

 — É uma armadilha!

Uma saraivada de farpas derrubou o delator, contudo, também acabou por denunciar a localização dos invasores. Kanna, Kalik, Niara e Nayeli se materializaram no céu, prontos para enfrentar o pequeno exército que avançava contra eles.

O pescador aterrissou primeiro, com Nayeli, logo atrás. Ele se posicionou em frente a sacerdotisa e fixou os pés no chão, com os braços estendidos.

— O que você está fazendo? — ela resmungou, agarrando um pedregulho.

A mulher observou, com irritação, enquanto dez de seus opositores se aproximavam, sedentos por sangue. Antes que pudessem representar qualquer ameaça, uma dúzia de gazelas surgiu no horizonte e atropelou os inimigos.

— Pensou que poderia se defender com uma pedra? — Kalik alfinetou.

— Até parece que nunca me viu lutando!

Há alguns metros, Kanna moldou a luz, na forma de uma grande esfera e a atirou na direção de uma fileira de inimigos. Os guerreiros foram forçados a recuar, quando o solo diante de seus pés fervilhou, se transformando em uma plataforma de vidro polido.

Niara moveu as palmas e a superfície translucida implodiu. Engenhosamente, a garota começou a manipular os estilhaços para abrir cortes superficiais nas juntas de seus dois oponentes, o que os impedia de convocar seus poderes, bem como confrontá-la em um embate direto.

Razak se voltou para seus subordinados e apontou para Rizvan.

— Ataquem-no! E eu os recompensarei com um lugar de prestígio em minha fábrica!

A maior parte dos trabalhadores permaneceu imóvel, como se seus cérebros fossem incapazes de assimilar o que estava acontecendo. Todavia, cinco brutamontes, que há muito, deveriam ter sido quebrados por dentro, afastaram Jonathan, atirando-o contra um rochedo e cercaram o estudante.

Kanna tentou correr em seu socorro, mas Thiam barrou sua passagem. Ele empunhou um graveto e atravessou a madeira pelo estomago do rapaz.

O tabelião sentiu quando o objeto recuperou a rigidez, em seu tórax, e o gosto de sangue inundou sua boca.

Nas profundezas da mina, Rizvan foi encurralado. Mas ele não recuou.

Mesmo nervoso, cerrou os punhos e se preparou para receber o primeiro soco.

Quando ele veio, o agressor desmaiou, afetado por uma dor entorpecente.

Tão rápido quanto, uma mulher robusta, que desferiu um chute em suas costelas, cambaleou para trás, sentindo o efeito do próprio golpe, com o dobro da força.

Era aquele o dom de Rizvan, afinal, o controle das sensações.

Ao longe, após ter derrotado todos os seus adversários, Kalik girou o pulso e o objeto que perfurava Kanna, voou para longe.

Thiam tentou acompanhar seu trajeto com os olhos, mas a madeira se esgueirou por suas costas e então se aproximou de uma vez, levando-o a nocaute.

Liberto de seu empecilho, o tabelião conseguiu se curar e abateu o mandante com o cenho marcado, emitindo um clarão ofuscante.

— Parece que não vai ser preciso combinar nossos poderes... — o pescador se voltou para Rizvan, que ainda estava de pé, com cinco figuras caídas ao seu redor.

Nesse momento, os joelhos do garoto cederam e ele desabou.

Kanna flutuou até o amigo e o carregou, com delicadeza.

As fraturas e hematomas que percorriam sua pele, brilharam e desapareceram, de um minuto para o outro. Quando abriu os olhos, percebeu que havia outras pessoas ao seu redor.

Niara, Kalik e Nayeli sorriram, orgulhosos.

— Admito que fiz um julgamento ruim sobre você. — disse a garota — É bem mais do que um rostinho bonito!

— Eu não! — a sacerdotisa vangloriou-se — Sempre soube que escondia algo grandioso!

— Sinto muito. Eu deveria ter te protegido. — Lamentou o pescador.

Kanna respirou fundo, permitindo que Rizvan se erguesse sobre os próprios pés.

— As coisas não saíram tão bem quanto planejamos...

— Mas poderia ter sido bem pior. Eu estou bem! Sei que fizeram o seu melhor. Nada que fizermos vai mudar o que aconteceu, então vamos apenas... — o estudante ponderou — ... tentar tirar uma lição disso.

Kalik estendeu a mão para Kanna, desviando seu olhar para os cativos inocentes, que agora se viam completamente desorientados.

— Nós somos o Sol e a Lua... — discursou o pescador — ...E entendemos que essa situação não pode ser normalizada. Podemos pressionar as autoridades para que seus agressores sejam, devidamente, punidos e suas necessidades, atendidas. Se aceitarem a nossa ajuda...

A multidão uivou, concordante. Até mesmo Jonathan, que havia acabado de recobrar a consciência, irradiava determinação.

— Eles vão ficar bem! — afirmou Kalik, tentando soar otimista — Todos nós vamos.


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