Presente Perfeito escrita por Ero Hime


Capítulo 4
Vésperas de um ataque cardíaco


Notas iniciais do capítulo

Diário de bordo: é 9 de fevereiro e Mayara atualiza fic de natal
Olá meus lindossss se você acompanha minhas outras fics, você tem um lugar no meu coração KSJFKDS e também deve saber de todo o azar que me acompanha desde o ano novo, problemas familiares, financeiros, amorosos, enfim, o pacote completo
Não tive tempo, nem disposição, para escrever nessa história, e por isso eu peço desculpas. Espero do fundo do coração que possam me perdoar, e não desistam dessa pobre autora. Obrigada por cada comentário, acompanhamento e visualização, significa O MUNDO pra mim
Eu escrevi o ultimo capitulo mas ficou grande KJASKJDAK empolgadíssima, por isso dividi em dois
Arrependida sim boazinha jamais
Espero que gostem desse, o último eu posto amanhã ;)
Está um chuchuzinho, uma fluffy gostosa pra aquecer o coração e esquecer os problemas da vida adulta (funciona comigo)



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A semana que antecedia o ano novo era sempre um limbo no espaço-tempo. Não era exatamente produtivo, pois o clima de festividades de natal ainda estavam presentes, mas também não era feriado, de modo que todos precisavam ir trabalhar, sem realmente querer.

Hinata teve o melhor natal em muito tempo. Ainda corava quando se lembrava da conversa tão casual com o temido Naruto Uzumaki, e suas mãos suavam apenas de recordar a sensação de ter tocado os dedos macios e quentes em um cumprimento cordial antes de cada um pegar seu próprio caminho.

É claro que ninguém soube daquele pequeno encontro. Suas amigas certamente arrancariam cada pequeno detalhe do fundo de sua alma, e Hinata não estava disposta a dividir aquele momento com mais ninguém – o que era absurdamente ridículo, porque ele era seu chefe, e possivelmente ela não voltaria a vê-lo, a não ser em alguma reunião semestral cujos relatórios ela jamais conseguiria entender.

Mesmo assim, sentiu que foi especial. A magia do natal proporcionava milagres, e, com a chegada do ano novo, não conseguia evitar que pequenas centelhas de esperança brotassem em seu peito.

Ainda não tinha encontrado o presente perfeito, para variar. Depois do dia 25, aproveitou a folga na parte da manhã para procurar em lojas de atacado e departamento ao menos alguma inspiração para seu presente. Naruto era simples, educado e cordial; embora fosse o CEO mais novo da costa leste, não aparentava querer receber uma gravata de fios de ouro ou uísque de duzentos anos e seis dígitos.

Não sabia o que dar. Depois da conversa que compartilharam, parecia errado comprar algo indiferente, embora lembrasse a si mesma, constantemente, que ele era seu chefe, e a relação estreita deles se limitaria a uma caneca de chocolate quente dividida por dois workaholics.

Frustrada e cansada, estava voltando para seu pequeno e insignificante quarto quando passou na frente de uma vitrine cheia de pôsteres adesivos colados, com tantos números de telefone e panfletos que era até difícil se concentrar. Um desenho em tons pastéis a fez parar, e, com os olhos arregalados, teve a ideia perfeita.

Só precisaria de algumas ligações.

 

 

— Eu daria tudo para estar me empaturrando com as sobras da ceia de natal, eu juro. – Sakura reclamou pela terceira vez enquanto ela, Hinata e mais duas secretárias caminhavam para a sala de café durante o intervalo entre um upload e outro.

A morena riu, pensando a mesma coisa. Embora gostasse de ficar trabalhando até mais tarde, durante o horário de expediente sua disposição caía para pontos negativos. Gostava da tranquilidade do escritório silencioso e deserto, ao contrário de toda aquela movimentação e desespero.

A máquina de café, louvada seja, aguentava com fervor a demanda do intervalo, funcionando a todo vapor e expelindo seu líquido escuro e amargo que literalmente salvava os assalariados daquele setor.

Faltavam dois dias para o ano novo. Ninguém trabalharia no feriado, então a confraternização aconteceria amanhã, dia 30. Hinata já tinha preparado tudo para seu presente perfeito, restava apenas a confirmação – que era, basicamente, tudo – e torcer para que o chefe gostasse; ou, pelo menos, não jogasse no lixo na frente de todo mundo. Hinata morreria de vergonha.

— Eu estou ansiosa para a festa da firma, amanhã. Tem sempre comida boa. – Ino comentou. Ela trabalhava no andar debaixo, nas repartições públicas, mas sempre tomava café com as secretárias porque ela e Sakura dividiam o apartamento.

— Já até separei minha roupa.

— É, com o meu sapato. – rolou os olhos – Já compraram os presentes do amigo-secreto?

Hinata não pôde deixar de rolar os olhos, pensando em quantos problemas aquela brincadeira tinha lhe causado – as noites sem dormir ela não falaria para ninguém.

— Eu nunca mais deixo nenhuma de vocês me convencer a participar. – resmungou, bebericando a bebida quente e sentindo o amargor do café aquecer sua alma.

— Relaxa, Hina. – Sakura a abraçou pelos ombros – Imagina o presente que você vai ganhar!

— É isso que me preocupa, somos todas pobres. – elas riram, voltando ao trabalho.

Enquanto caminhava até sua mesa, Hinata não evitou olhar para as portas duplas de madeira maciça, que permaneciam tão fechadas e misteriosas quanto no começo da semana. Se repreendia todas as vezes que seu coração falhava uma batida quando ela enviava os arquivos para o servidor pessoal de Naruto. Era inevitável se sentir boba daquele jeito. Ele era realmente lindo, mas sua aura magnética era o que a deixava perturbada.

Com um suspiro, jogou-se na cadeira, massageando as têmporas. Faltavam apenas mais algumas horas. Se estivesse disposta, faria um pouco de hora extra, e jantaria uma boa xícara de chá para ajudá-la a dormir.

Até o fim do dia, não houve nenhuma movimentação suspeita, e, conforme as cinco horas chegavam, Hinata se despediu das colegas, compartilhando do ânimo para o último dia de trabalho do ano – mesmo não estando verdadeiramente animada. Finalmente, somente as luzes do seu computador restaram acesas, e ela rendeu mais algumas dezenas de relatório ao longo de duas horas.

Quando o trânsito, do lado de fora, acalmou, Hinata decidiu que já estava bom. Enviou seus dados para o servidor e recolheu suas coisas, afrouxando a gola da camiseta e não se incomodando em colocar o casaco, afinal, só restara ela na empresa. Estava satisfeita, porque o presente tinha dado certo, e talvez o dia seguinte fosse até bom.

Chamou o elevador, cantarolando, e entrou, apertando o botão do térreo. Esperou alguns segundos, e, quando a porta estava se fechando, ela ouviu:

— Segura!

Instintivamente, Hinata moveu sua mão para as portas, impedindo que o elevador se fechasse – uma reação automática movida pela dor que apenas os trabalhadores com pressa conheciam; funcionários deveriam se ajudar.

Contudo, assim que a pessoa se aproximou, ela teve certeza de que deveria ser um pouco mais egoísta de vez em quando. Permaneceu com a mão nas portas, agora unicamente por estar congelada, sem reação, paralisada, tela azul.

— Muito obrigado, Hinata.

Droga.

Naruto entrou naquele pequeno e ridículo espaço de metal, trazendo consigo uma nuvem de perfume masculino e toda a pressão atmosférica. Hinata mal conseguia respirar. Ele vinha afrouxando a gravata, exalando virilidade e intimidação. Quando seu nome deslizou pela boca dele, Hinata pôde ver, muito claramente, seu mal súbito.

— D-De nada. – garota?

Eram só vinte andares. Ela totalmente poderia sobreviver a isso. O jazz convencional preencheria o silêncio desconfortável, e duraria o que? Um minuto? Hinata se recusava a agir como uma covarde. O que ela era, um vegetal?

— E então, está animada para a confraternização?

Totalmente um vegetal.

— E-Eu? Totalmente! – sua voz falhou vergonhosamente, enquanto ela virava o rosto tão rápido que seu pescoço estralou. Tentou esconder o pequeno decote da camiseta aberta, porque o destino a odiava. Naruto vestia uma máscara perfeita de serenidade, com aqueles olhos azuis estúpidos e aquele maxilar definido – Sim, todo mundo está bem animado. Já comprou o presente do amigo-secreto? – ousou puxar assunto, porque nenhuma humilhação era demais.

Por algum milagre do feriado, ele se virou, olhando para ela com um sorriso de tirar o fôlego.

— Quase não tive tempo para isso, mas consegui comprar a tempo. – Naruto apenas tinha cara de quem contava piadas muito ruins o dia inteiro; Hinata não se importaria de ouvir. Sorriu de volta, sem nervosismo.

— Foi tão difícil quanto foi comigo? – arriscou, mal reconhecendo a voz baixa; Hinata, você está flertando com ele?

— Com certeza. – colocou a mão nos bolsos – Eu não conheço a pessoa, sequer posso imaginar o que ela gosta. Espero ter acertado.

— Eu também. – desviou os olhos, vermelha.

Cedo demais, o elevador parou no térreo, mas Naruto não se mexeu, e Hinata imaginou que ele iria para o subsolo. Apertou a alça da bolsa, rezando para não tropeçar enquanto saía.

— Nos vemos amanhã, Naruto. – despediu-se.

— Estou ansioso por isso.


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