Em Cima do Muro escrita por unalternagi


Capítulo 6
Para a parte de você que eu quero por perto


Notas iniciais do capítulo

Oie!

Polêmicas, estamos na reta final. Querem descobrir o que realmente aconteceu?



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Para a parte de você que eu quero por perto

Tia pegou Emmett pelo braço depois de um tempo, desgostosa com a irritabilidade do antigo parceiro, sabendo que ele estava muito mais próximo de uma explosão do que qualquer outra coisa e ela precisava conter aquilo porque a confiança que Rosalie tinha nele seria um ponto chave para que o plano todo se concretizasse.

—Eu preciso que você se controle – ela falou com o maxilar travado enquanto Edward estava com Isabella e Rosalie, conversando sobre as mais diversas amenidades.

Fazia poucos dias desde que os cinco estavam juntos, mas com certeza tudo parecia uma vida inteira, Emmett aprendendo mais no último mês do que nos últimos onze anos que trabalhou no caso.

—Olha tudo o que elas não falaram, não é possível que esteja escutando as mesmas coisas que eu, Tia, elas sabiam quem o homem era – ele falou angustiado.

—Elas foram abusadas a vida toda por uma pessoa doente, alguém que convenceu Rosalie que era o marido dela, que a amava, que o que viviam era certo. Você sabe quanto tempo demorou para fazê-la entender que ela era uma vítima? Tudo foi muito bem induzido, Emmett, o pós foi quase tão traumático quanto o tempo em cativeiro. Ela aprendeu que os pais tinham a dado como morta, que desistiram de a encontrar reforçando tudo o que o abdutor disse sobre eles não a amarem como ele, e ela o conhecia, por todo o tempo ela sabia com quem estava conversando...

Tia começou a se escutar enquanto falava e teve que sentar por um minuto. Não sabia como Rosalie estava indo com aquilo, era desestabilizador saber de tudo.

—Mesmo assim, mesmo com tudo isso, elas entenderam em dado momento, então por que não me procuraram?

—Porque estava tudo bem, Emmett, para que remexer em cicatrizes curadas?

—Porque era perigoso.

—Mas ninguém sabia disso. Rosalie com certeza relaxou quando soube da morte de Royce, pensa nisso e Marie estava ocupada demais tentando se desfazer do passado para poder viver o presente promissor dela.

—E Mary? – perguntei e ela suspirou.

—Essa é a grande incógnita de tudo – ela falou séria e Emmett se jogou ao lado dela no sofá.

—Eu vou enlouquecer, estou falando sério, não sei quanto mais eu aceito descobrir – ele falou sentindo as chamas do ódio queimarem por todo o seu corpo, toda a falta de humanidade presente naquele caso.

—Você tem que relaxar. Os documentos do Edward não podem levantar suspeitas então nos separei, eu vou com Edward e Bella e você vai com Rosalie, os documentos falam que são casados e, por isso, preciso que esteja bem com ela – a ex-policial demandou.

O agente anuiu em concordância com a parceira, mesmo que ele estivesse desestabilizado, Tia tinha razão, não era fácil conseguir a confiança de Rosalie, ele não poderia colocar tudo a perder por seu envolvimento.

Os dias começaram a passar apressados enquanto os detalhes da viagem se ajeitaram.

No portão de embarque para um voo direto para Washington - Port Angeles, Emmett pensava que nunca pensava que era daquela forma que ele iria visitar seu pai. Claro que não poderiam ficar em um hotel, por isso ele falou com Charlie e ajeitaram tudo para chegarem durante a madrugada e não chamar atenção nenhuma, todos ficariam na casa de Charlie em Forks.

Kellan Smith, ele viu escrito em seu passaporte, como explicaria para o seu pai os crimes que estava cometendo para resolver outro?

Talvez não precisasse. Ficaria quieto.

Os fins justificam os meios, era o que pensava.

Sentiu o celular vibrar em seu bolso e abriu a mensagem rapidamente ao perceber que era Tia. Para diminuir ainda mais qualquer desconfiança, eles se separaram de verdade. Edward, Isabella e Tia iriam pegar o voo na Alemanha, depois de andarem quatro horas de trem.

T: Chegamos. Está tudo bem, era a mensagem que Emmett já tinha lido antes.

T: Caius me ligou, está ensandecido atrás de Rosalie, aparentemente algum dos seguranças bocas abertas contaram que ela não estava em casa, por favor, peça para que ela ligue para o pai e o acalme, preciso que ela minta. Eu falei que meu casamento estava próximo e ela vinha me encontrar.

T: Encontramo-nos em Washington, avisou enquanto Emmett ainda lia a última mensagem.

Emmett se virou para a mulher que lia um livro qualquer parecendo pacífica, muito mais do que ela poderia estar devido a tudo o que estavam revivendo ultimamente, mesmo assim, ele fingiu a mesma passividade.

—Que livro está lendo? – ele perguntou se abaixando para ler o título.

À Leste do Éden

—É o meu favorito – ela confessou, sorrindo de canto de boca para ele.

—É um bom livro – ele sorriu voltando a recostar – Preciso que fique calma, mas Tia pediu um favor – falou tranquilo, deixando Rosalie mais desconfiada que em paz.

—Pode dizer.

—Preciso que ligue para o seu pai, ele ligou ensandecido para Tia e quer saber onde você está, sendo assim, irá mentir, falar que está indo para o Egito, o casamento de Tia. Pode ser? Acha que consegue? – perguntou preocupado.

O rosto dela se manteve impassível por todo o tempo enquanto ele dizia aquilo. Quando fazia muito tempo que estava parada, ela pigarreou e assentiu, balançando os cachos dourados em sua cabeça.

—Claro, eu consigo – sorriu de canto.

Emmett abaixou alcançando um celular descartável. Rosalie não tinha celular, nunca teve, odiava a possibilidade de ser encontrada sempre, ficar refém de um aparelho não era algo que almejava.

Na verdade, refém de qualquer coisa era forte demais para ela.

—Papai – ela sorriu contida – Eu estou, me desculpe por isso, mas imaginei que estava ocupado no banco já que mamãe disse que não poderia falar comigo essa semana... Sim, é claro que eu sei, mesmo assim, sabe que não gosto de lhe incomodar com besteiras e nós já havíamos conversado sobre isso em um momento prévio. Lembra-se? – ela mordeu os lábios, ansiosa, enquanto escutava o sermão de Caius por sua displicência – Não vai voltar a acontecer, papai, não se preocupe com isso... São apenas alguns dias... É claro que não na América... É na África, Egito para ser mais específica – ela ouviu por um bom tempo, sorrindo sem graça para Emmett que a encarava sem tentar disfarçar – Papai, sabe que não gosto de falar disso... Não, eu não quero que venham se essa for a condição de vocês – ela revirou os olhos – Não vamos voltar a falar disso, Kate vem com Garrett e as crianças... Claro que não. Papai, meu voo foi chamado e, quando tiver um tempo, ligue para Tia, eu estarei com ela... Certo... Eu também – falou antes de desligar a chamada e devolver o telefone para Emmett.

Parecia estranho, toda aquela conversa vinda de uma vítima de abdução, mesmo que anos houvessem se passado, ela ficara mais tempo em cativeiro do que estava fora dele, como um pai poderia ser tão frio naquele ponto? E a mãe dela? Não estava preocupada? Não ligaria?

Emmett tentou criar um paralelo. Claro que Renée não poderia ser levada como parâmetro para nada, mas Emmett tinha uma certeza absoluta que era: caso fosse uma filha de Renée, Rosalie não estaria a mais de um metro de distância dela e isso depois de inúmeras palestras sobre “espaço pessoal” que a filha teria que ministrar para a mãe, mas ali não era o caso.

Despretensiosamente, Emmett começou a procurar sobre os Hale por sites na internet. Reparou que muito pouco se falavam das filhas de Caius e Athenodora Hale, mas muito sobre o casal na alta sociedade e Emmett teve que engolir o engasgo quando viu uma foto dele com o deputado Royce Sacramento – o pai do tal.

—Ei, o voo foi anunciado – Rosalie avisou parada de pé na frente de Emmett.

Ele levou um susto, mas logo assentiu, se levantando e pegando as malas de mão dos dois, entrelaçou as mãos nas de Rosalie mais por reflexo do que por qualquer treinamento pós-viagem que eles tinham feito com Tia. Tinham que aparentar ser um casal funcional.

O voo foi calmo e até que bem silencioso, mas a mente de Emmett não parava de funcionar.

Como o pai da vítima seria amigo do pai do agressor? Não havia sentido. E mais que aquilo, já dentro de seis horas naquele avião, uma ideia veio firme na mente crua de Emmett: por que Caius teria tamanho esquema de segurança rodeando Rosalie se ele sabia que o dito agressor estava morto?

—Ei, posso lhe fazer uma pergunta? – Emmett pediu distraindo Rosalie do filme que ela assistia.

A mulher pausou o filme e encarou o agente, concedendo a pergunta que ele queria fazer.

—Por que você tem tantos guarda-costas? Sabe, eu entendo o medo agora, mas antes você parecia estar bem e ainda tem Tia como sua sombra diariamente... Você tem tão pouca fé assim nela? – ele sorriu tentando fazer piada do assunto que, para ele mesmo, não teve graça alguma.

Rosalie endureceu, claramente também não encontrando diversão na insinuação do agente.

—Dorothea é a pessoa em quem mais confio nessa vida, não seja absurdo – ela falou fria e ele sorriu sem graça.

—Era uma piada.

—Não brinque com isso, eu a amo como uma irmã e ela tem cuidado de mim com tudo o que tem, o pensamento de não confiar nela é extremamente ofensivo e desconfortável para mim, mesmo que em uma piada, por favor, não brinque com isso – voltou a pedir e ele assentiu.

As mudanças de humor dela estavam cada dia mais intensas. Não era sobre ciclo menstrual que Emmett se preocupava, mas sim com a saúde mental da mulher em sua frente.

—Respondendo a sua pergunta – Rosalie começou se recompondo – Eu não acho que tenha muita necessidade também, afinal, vivo meus dias entre minha casa e a ONG e, obviamente, os sistemas de segurança são os melhores da Dinamarca, ou seja, não vejo o ponto, mas meu pai demanda isso e eu quero me salvar de brigas e proteger ele e minha mãe de preocupações desnecessárias e infundadas.

Claramente, infundadas não eram. Por que forçar pessoas na vida da filha quando ela mesmo enxergava a falta de necessidade daquilo tudo?

A não ser que, de fato, houvessem motivos para se pensar em um fundamento.

Um único e óbvio fundamento que fez o agente aproximar seu corpo da mulher ao seu lado quase que inconsciente.

Royce King II estava vivo.

—Emmett, quer que peço uma água para você? Está tão pálido. É por isso que queria conversar? Tem medo de avião? – ela perguntou debilmente.

Por que demoraria seis horas para o pânico rodeá-lo? Entretanto, certamente não era momento de ser hostil com ela, muito menos teria mente para desmenti-la, então ele optou por apenas assentir, sem deixar qualquer emoção transparecer em sua face gelada.

—Sem problemas, podemos pedir alguma coisa doce também – ela sugeriu chamando a aeromoça.

Educadamente ela pediu um doce e uma garrafa de água que lhe foram prontamente entregues, ela entregou a Emmett que comeu e bebeu sem realmente sentir o gosto de nada.

Sua mente girava atrás de apenas uma explicação plausível para seu questionamento:

Por que Caius Hale estaria sem saber sobre a morte de Royce?

.

Em Port Angeles as coisas foram menos complexas. Isabella usou uma carteira de motorista falsa que tinha feito na Austrália para alugar um carro e, juntos, os cinco foram para a casa de Charlie Swan em Forks.

Emmett sentiu a nostalgia lhe tomar o peito quando viu a casa branca e pequena de dois andares, estacionou o carro atrás da viatura de seu pai e sentiu um bolo em sua garganta ao pensar sobre tudo o que estava acontecendo naquele momento. Onze anos viraram onze minutos.

—Filho – Charlie sorriu ao abrir a porta de casa para seu primogênito e o mesmo sorriu amplamente para o pai.

Com um abraço forte eles se cumprimentaram e, ao se separarem, Charlie foi caloroso também com Tia, que tinha o policial como seu padrinho na profissão, um dos únicos homens que sempre lhe tratou com respeito e confiança.

Depois disso, no hall de entrada da residência do chefe Swan, os três adultos o encaravam com timidez. Rosalie se adiantou estendendo a mão para ele.

—Chefe Swan – ela cumprimentou firmemente, tentando ter controle de algo ao seu redor já que parecia que tudo era um carro desgovernado.

—É um prazer revê-la e tão bem assim, senhorita Hale, uma pena que as condições sejam tão extremas...

—É o que tem que ser – ela o cortou rapidamente, não querendo se sentir acolhida por ele, não queria se sentir segura, ela desabaria se aquilo acontecesse.

O chefe fechou a boca em uma linha reta embaixo do bigode grisalho, encarou o último casal que tinha para cumprimentar e o sorriso tímido acompanhado por bochechas rosados da mulher o levou para a garota amedrontada que uma vez conheceu.

—Marie Uley – ele falou nostálgico.

Ela quase foi aquilo mesmo, mas o destino teve algo mais bonito para ela, mesmo depois de tantos tropeços e machucados, mesmo sob as cicatrizes mau curadas de um trauma antigo, e ela queria que o chefe soubesse daquilo, de modo inconsciente, ela esperava que Charlie gostasse de seu marido como Emmett fazia.

—Isabella Cullen soa melhor agora, chefe – ela falou o ofertando um sorriso amplo.

Charlie ficou surpreso com a colocação e virou-se para o homem parado ao lado dela. Reparou a pose ereta e como o mesmo parecia tão sério e calculista, como se estudasse o chefe, querendo ter certeza que o mesmo não era uma parte desconfortável do passado da mulher ao seu lado.

—Você está ótima, querida, realmente bem – ele falou aliviado – Tenho certeza que Sam e Emily...

—Pai, agora não – Emmett pediu e o chefe assentiu, balançando a cabeça como que para esquecer aquilo.

—Peço desculpas, é só que... Parece estranho, quase irreal.

—Gostaria que conhecesse uma pessoa, chefe Swan – ela falou e Edward pareceu que iria rasgar seu rosto quando a mesma pegou sua mão o trazendo para mais perto – Esse é Edward Cullen, meu marido – ela anunciou com o orgulho escorrendo em cada palavra.

Emmett pensou que Edward poderia morrer naquele segundo com toda a felicidade que deveria estar sentindo.

—É um imenso prazer, chefe – Edward falou solenemente, mesmo com a expressão boba no rosto.

Charlie cumprimentou os dois e então foi explicar a divisão.

—Pensei que as garotas poderiam dormir no seu quarto, Emmett, e você e Edward aqui na sala em seus antigos sacos de dormir ou no sofá.

—Nossa, a hospitalidade – Emmett falou sarcástico e Charlie riu.

—Eu durmo no sofá se quiserem dormir na minha cama – o chefe deu de ombros.

—E arriscar suas costas velhas? Melhor te preservar mais um anos de boa saúde física.

O chefe revirou os olhos e, por fim, todos se despediram querendo que o dia seguinte começasse logo.

Contra todos os pedidos de Charlie, os cinco iriam à cabana no meio da floresta para que pudessem ver com seus próprios olhos o que quer que tivesse para ver. Charlie os seguiria com alguns policiais logo depois, como já tinha combinado com Tia e Emmett e, só não iriam todos juntos, porque ele tinha que fingir haver um chamado, Emmett queria ter certeza que não era uma busca em vão.

—E se não encontrarmos nada na cabana? – ele escutou Edward perguntar na penumbra da sala de estar da casa de seu pai.

Revirando-se em seu saco de dormir, Emmett escutou a sua angústia na voz de Edward.

—Eu mando soltarem Jasper e abro uma investigação real, não poderemos fazer nada mais debaixo dos panos porque não vou arriscá-los mais – Emmett contou e Edward assentiu, mesmo que o agente não tivesse visto.

—Estou nervoso – Edward confessou e Emmett riu.

—Não precisa ficar, vocês vão ficar do lado de fora até termos certeza que as coisas são seguras do lado de dentro, você só tem que estar preparado caso a coisa lá dentro não esteja por completo boa.

—Certo – Edward murmurou.

Os dois começaram a conversar assuntos mais leves, a insônia pela antecipação não deixou que os dois pregassem os olhos até ser tão tarde que já tinham que levantar e assim o fizeram.

Na cozinha Edward fez panquecas e fritou ovos e bacon, Emmett fez um café forte. Charlie foi o primeiro a aparecer.

—Caíram da cama, rapazes? – perguntou brincalhão, apesar da tensão óbvia que sentia já vestido em seu uniforme.

—Algo assim – Emmett sorriu.

—Bom dia, chefe – Edward respondeu colocando o prato de panquecas na mesa.

—Você cozinha, garoto? Marie foi sortuda em te laçar – ele sorriu mordendo um bacon crocante.

—Não penso que alguém tenha mais sorte nessa história do que eu – Edward confessou, completamente apaixonado sem vergonha para assumir.

Emmett riu e balançou a cabeça.

—O chef cuca aí é um apaixonado de primeira. Nossa garota está bem cuidada – Emmett brincou e Edward sorriu, assentindo rapidamente.

Charlie, Emmett e Edward ficaram conversando até céu começar a clarear, foi o momento em que Bella, Rosalie e Tia desceram, já vestidas em roupas escuras, quentes e confortáveis.

O clima na cozinha era ameno e os homens dividiam uma risada.

Depois dos cumprimentos e o desjejum geral, Edward foi ao banheiro se arrumar e depois Emmett. Com tudo pronto, os cinco marcharam para fora com um rádio de Charlie, um GPS, armas para os policiais, vestes a prova de balas para os cinco e, por fim, uma mochila bem equipada com material médico para Edward.

—Vamos torcer para o GPS não perder o sinal – Tia sorriu de canto, tentando amenizar o clima do carro.

Emmett dirigia com o maxilar trincado e os três adultos no banco de trás estavam completamente sérios.

—Não precisamos de GPS – Isabella falou com a voz cortante.

Rosalie respirava por arfadas e Edward suspirou, no meio das duas, se virou para Rosalie sério.

—Posso segurar tua mão? – ele perguntou e ela ficou surpresa, mas consentiu – Tudo ficará bem, sim? Eu não deixarei mais ninguém machucar vocês, juro – ele sussurrou e ela sorriu grata pelo novo amigo.

Com as mãos nas das garotas, Edward observou a estrada por matas fechadas até que Emmett estacionou o carro embaixo de uma árvore qualquer.

—Aqui está bom? – perguntou olhando pelo retrovisor para Bella que assentiu.

Desceram do carro pegando tudo o que tinha reunido para levarem. Edward foi ajudando Bella enquanto Tia se encarregava de Rosalie. Apesar de precisar de apoios, Isabella quem guiou o caminho todo com um rosto grave sem nunca demonstrar dúvidas e Edward sentiu seu peito comprimir no pensamento de quantas vezes ela havia feito aquele caminho no escuro e sozinha.

Às seis e meia, os cinco adultos pararam do lado de fora de uma cabana que fez o coração de Rosalie perder um par de batidas antes de fazer eco dentro de sua caixa torácica.

—Somente se eu consentir – Emmett falou baixo, mas sério.

Os três assentiram e ele e Tia foram silenciosamente para a casa.

Edward, Rosalie e Bella estavam escondidos em árvores, numa parte mais fechada da mata. Edward ficou atrás das duas que se abraçavam como se as vidas dependesse daquilo, concentrado em sua missão de mandar o sinal para Charlie caso algo desse errado.

Rosalie estava abraçando Bella que devolvia com o mesmo imediatismo de ter certeza que ela estava bem.

Emmett foi pela porta traseira e Tia pela frontal. Com um assovio combinado, eles abriram as portas dando de cara um com o outro em razão do extenso corredor, paredes haviam sido derrubadas dentro do local fedido.

Não puderam pensar em mais que isso quando ouviram um tiro disparado.

Que se dane o que Emmett acha no que manda, Rosalie pensou antes de soltar Bella e correr para onde Tia estava, Edward pegou o rádio, com as mãos vacilantes.

—Problemas em Forks, chefe - foi o que ele conseguiu falar antes de correr com Bella atrás de Rosalie.

Ao chegar na porta, os três viram Emmett e Tia apontando a arma para um ponto onde Isabella, Rosalie e Edward não conseguiam ver o que acontecia.

—SOLTE A ARMA E SE AFASTA – Emmett voltou a repetir, passado com a cena a sua frente.

Antes de apresentar qualquer resistência, a pessoa viu, perto da policial mulher, outra mulher e tudo mudou em sua cabeça. As coisas correram em zigue-zague por sua mente antes da calmaria toma-la.

Edward agarrou Isabella para ela não entrar na mira de quem quer que fosse, mas, claro como cristal, eles escutaram a voz emocionada soar ao mesmo tempo em que Rosalie tampava sua boca com as duas mãos.

Mamãe.


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Notas finais do capítulo

FOGO NO PARQUINHO.

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