Em Cima do Muro escrita por unalternagi


Capítulo 5
Fazendo duvidar sobre o que fazer


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo hoje, andando nas investigações...

Espero que gostem



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Fazendo duvidar sobre o que fazer

O marido de Marie era um bom homem, Emmett ficou mais tranquilo quando reparou aquilo. O amor que sentia pela mulher transbordava por seus poros e, até mesmo o mais tolo conseguia ver que era verdadeiro. Emmett era um agente treinado, sabia como ler as pessoas e tinha tido uma afinidade com Edward Cullen, nada que o fizesse sair o abraçando e lhe contando segredos e planos, mas o bastante para deixa-lo ciente.

—Estava pensando – o agente comentou enquanto Edward lavava a louça que usou para fazer a janta – Você é médico não é? – perguntou casualmente.

—Pediatra – Edward falou e Emmett segurou a respiração de desgosto que queria soltar.

Não seria tão útil como Emmett pensara.

Edward estranhou o silêncio do agente, mas não foi até terminar com a louça que se virou esperando algo, Emmett parecia calculista.

—Conheço o bastante de medicina para cuidar de emergências – Edward falou entendendo o que o agente esperava – É sobre Mary, não? – o médico perguntou e Emmett assentiu.

—Ainda não sei como faremos isso nem em que circunstâncias a iremos encontrar, vai ser interessante ter alguém que pode deixa-la estável se assim for necessário – Emmett comentou, não queria assumir que, pela experiência dele, nesse momento Alice estava morta ou muito próxima disso.

—Posso ler algum material a mais, estarei preparado quando for necessário, poderão contar comigo – Edward falou sério.

Não muito tempo depois, a sopa que Edward preparava ficou pronta e, depois de comer na companhia silenciosa do agente, Edward o desejou uma boa noite e entrou no quarto de Marie com a janta dela em mãos.

Emmett ficou pensativo, só precisava ter certeza que ela estava bem. Bateu na porta um momento mais tarde e foi a própria mulher que abriu, o agente imaginou que Edward estava no banho já que não o encontrou em lugar nenhum do quarto.

—Está tudo bem? – ele perguntou a ela, reparando no rosto inchado e avermelhado.

—Estou bem, policial Swan – ela falou singelamente.

—Posso me livrar de Edward... – ele sugeriu e, com certa paz de espírito, observou os olhos dela se arregalarem em medo.

Ele teve certeza que Edward era de confiança.

—Não é necessário – ela falou rapidamente – A não ser que pense que ele pode nos atrapalhar em algo... – Marie tentou falar racionalmente, mas Emmett rapidamente negou.

—Só precisava saber se confiava nele – o agente explicou e Marie corou, abaixando o rosto.

—Com tudo o que tenho – ela disse baixo, mas ele havia escutado.

—Fico contente por você – Emmett disse e ela sorriu, agradecendo.

Depois de mais alguma conversa, Emmett se ofereceu de levar o prato dela para a cozinha e ela agradeceu, então se despediram e Emmett resolveu lavar a louça que estava na pia. Quando acabou, apagou as luzes da casa e se certificou que a porta estava trancada, então entrou em sua suíte. Depois de um banho calmo, ele olhou para o relógio em seu celular, eram onze da noite para ele e, menos as seis horas de fuso-horário, soube que Claire já deveria estar em casa.

Ansioso, Emmett discou o número no celular descartável que Rosalie o deu. De forma esperta, Tia tinha comprado muitos daquele para ela, Emmett não achava estranho que fosse tão difícil rastrear a senhorita Hale e aquilo o acalmava em níveis desconhecidos.

Alô— escutou a voz de uma de suas melhores amigas soar, então sorriu.

—Ang, sou eu – ele contou – A Claire está por perto? Gostaria de falar com ela.

Ó, Emm, isso é ótimo. Que bom que ligou, ela está tão chateada por esses dias, não pensei que você poderia nos ligar...

—Realmente não posso, mas estou com um número irrastreável.

E imagino que não poderá me contar onde está?

—Desculpe.

Estou acostumada, agora espere — ela falou sem tom de julgamento. Angela sempre foi muito compreensiva com o trabalho do ex-marido.

Emmett aguardava ansioso enquanto escutava Angela entrar no quarto de Claire e fazer algumas poucas perguntas antes de avisar que o telefone era para ela.

­-Olá?— Claire disse e Emmett quase chorou apenas por ouvir a voz dela.

Já fazia tempo demais que estava longe.

—É só isso o que um papai que está morrendo de saudades merece? – Emmett perguntou brincalhão e ouvindo o arfar surpreso da filha.

Papaizinho? Meu papai?— Claire chorou e Emmett se segurou para não fazer o mesmo.

Com calma e muito amor ele conversou por um tempo com Claire. Garantiu a ela, mais de uma vez, que ele estava bem e que morria de saudades, que mal podia esperar para vê-la.

Abraço tanto o Met que você deve estar ficando sem ar— Claire contou e o pai riu.

—Eu ando mesmo tendo umas falta de ar repentinas – brincou – Sabe, você também deve estar com certas dificuldades já que agora mesmo eu estou apertando Claire Bear no meu peito – Emmett contou, porque era exatamente o que fazia.

Claire começou a reclamar, dizendo que queria respirar e Emmett riu ainda conversando com a filha por bastante tempo, ela contou tudo o que o pai perdeu e foi como Emmett passou uma boa parte de sua noite, até Angela dizer que estava na hora de tomar banho e jantar.

Não quero mamãe, quero conversar mais um pouquinho com o meu papai— Claire falou manhosa, ameaçando chorar de novo.

Emmett também queria ficar, mas sabia que ela precisava fazer outras coisas e ele mesmo tinha que dormir.

—Amor do papai, obedeça a sua mãe, sim? Eu prometo que, logo quando puder, te ligarei de novo – ele falou e ouviu o muxoxo da filha – Não faça assim, ursinha, o papai precisa que seja boa e continue estudando, brincando e obedecendo a mamãe e o tio Bem. Quero escutar mais histórias divertidas da próxima vez que eu ligar, está bem?

Não foi sem reclamações, mas finalmente Angela conseguiu a fazer ir tomar banho e, depois de conversar um pouco com Emmett, ambos desligaram o telefone. Emmett prometendo que ia se cuidar e Angela prometendo que cuidaria de Claire.

Não foi difícil para o agente cair em um sono pesado e sem sonhos, ainda que sua mente fervilhasse em ideias e planos.

A manhã seguinte chegou e logo Emmett saia de seu quarto já trocado, banho tomado, pronto para continuar sua rotina com Marie e Rosalie. Edward estava na cozinha com Marie, os dois terminavam de preparar a bancada para que pudessem comer o desjejum antes de irem encontrar com Rosalie.

—Olá – o agente cumprimentou sentando-se em seu lugar na bancada.

Marie e Edward o responderam animadamente e logo os três comiam juntos.

—Essas panquecas... – Edward comemorou quando o silêncio foi demais para ele.

Era muito comunicativo, não gostava do silêncio e Marie sorriu de canto. O agente não deixou de reparar aquilo, o marido parecia ser o oposto dela. Enquanto o médico tagarelava sobre as mais diversas coisas, Marie apenas sorria, assentia e comentava para provar que prestava atenção no que ele falava. Foi uma manhã boa no ponto de vista de Emmett.

—Rosalie já ligou? – Marie perguntou e Emmett negou.

—Mas tínhamos combinado de ir para lá antes do almoço, acho que podemos ir? – ele disse meio inseguro.

Reparou no olhar que Marie lançou para o marido, ela desviou tomando o suco com calma e foi quando o agente reparou no aro dourado no dedo anelar da mão esquerda dela, um modelo idêntico ao que Edward usava.

—Vai conosco, Edward? – o agente perguntou.

O médico encarou Marie, não parecia que tinham falado sobre aquilo. Ela ficou mexida com aquilo, parecia nervosa.

—Quer ir? – ela perguntou ao marido que sorriu amplamente.

—Se você se sentir confortável com a minha presença, sim. Eu adoraria conhecer Rosalie.

Ela mordeu o lábio inferior, os dois homens a encaravam querendo saber o que ela diria, mas, por fim, não teria como negar aquilo.

—Eu adoraria que fosse – ela falou finalmente e Edward sorriu, maravilhado com a forma que Marie o deixava entrar na vida dela – Mas Rosalie não faz ideia que sou casada, e eu gostaria de avisá-la antes... – deixou a frase morrer, parecendo insegura.

—Por que não fazemos assim: eu tenho que pegar alguns livros na biblioteca, vou fazer isso e você conversa com ela, próximo ao horário do almoço eu passo em um restaurante, compro comida e levo para almoçarmos lá. Imagino que passem o dia todo com ela? – ele perguntou e Marie confirmou bem mais animada.

Emmett foi para o quarto pegar a carteira e o revólver que usava sempre. Voltou para a sala e, por fim, seguiram para o consultório/estúdio de Rosalie. Edward dirigiu seguindo o aplicativo de GPS, Emmett conversava com ele no banco de carona e Marie permaneceu o caminho todo quieta, imersa em pensamentos.

Pararam em frente a um belo casarão que deixou Edward surpreso.

—Ela mora aqui? – Edward perguntou.

—É onde ela atende mulheres que precisam de ajuda – Marie explicou e ele assentiu.

Se despediu de Emmett e Marie, prometendo que logo voltaria para se juntar a eles. Marie e Emmett seguiram lado a lado para o local que estavam passando quase toda sua estadia na Dinamarca. Marie tocou o interfone.

Estão atrasados — Rosalie comentou debochada do outro lado.

—Se não combinamos um horário, não há sentido no que acaba de dizer, senhorita Hale – o agente apontou.

A gargalhada foi ouvida antes do buzz que os deixava entrar no local. Escutaram os passos apressados na escada

—Policial Swan, espero que não seja sensível – Rosalie anunciou debochada quando apareceu já vestida para o treino.

—Eu até sou, mas não entendo do que está falando – Emmett disse brincalhão.

Rosalie e Marie já estavam de mãos dadas, como sempre faziam quando se viam. Rosalie as encaminhou para o local de treinamento.

—Somente espero que não se sinta trocado, mas achei que precisaríamos de alguém mais... Qualificada para nos ajudar – ela contou com o humor fazendo seus olhos brilharem.

—Mais qualificada que eu? – o agente perguntou se fazendo de ofendido, enquanto as seguia.

Rosalie riu e abriu a porta. Tia estava lá dentro também vestida para o treinamento.

Nos últimos dias, Emmett ajudava Rosalie e Marie a treinarem defesa pessoal enquanto não conseguiam nenhuma nova pista de onde poderiam começar. Charlie estava concentrado em Forks, juntando toda a documentação do caso arquivado que tanto tinha tirado da essência do filho.

—Um dia aprende que não manda em mim, McCarthy – Tia ridicularizou – Como se eu não fosse vir apenas porque me disse que não precisava – ela bufou e Emmett riu indo para o lado da mulher e a tomando em um abraço de urso.

—Você é uma descarada, mas senti a sua falta – ele falou e Tia sorriu, retribuindo o abraço do amigo – Vai ficar conosco?

—Benjamin pode se virar sozinho, eu já não aguentava mais desempacotar coisas – ela contou e Emmett riu.

—Então já se mudaram? – perguntou e ela assentiu – Que bom, eu fico contente.

Rosalie pigarreou.

—Acabaram? Podemos lutar agora? – perguntou debochada e ambos concordaram.

Marie foi reapresentada para Tia e foi tão introspectiva quando a policial se lembrava, logo ela foi colocar a roupa que havia trazido, parecendo animada com a animação crescente de Rosalie.

O final da manhã continuou bem animado com os dois policiais ensinando as duas vítimas como se portar e defender, torcendo para que elas não precisassem ter que fazer aquilo. Rosalie era bem resistente, treinava desde quando conheceu Tia, sua resistência física era invejável. No horário do almoço decidiram dar uma pausa, Emmett olhou para Marie querendo saber quando ela contaria para Rosalie sobre quem estava próximo de chegar.

—Vou buscar água para nós e aproveito para pedir nosso almoço... – a dona do local dizia ainda feliz com o fato de estar com tantos amigos reunidos.

Marie ficou tensa e Tia a encarou, curiosa, reparando na mudança na pose dela.

—Eu preciso falar com você – Marie disse e, como se fosse combinado, a campainha soou alta.

—Ah, só um minuto Marie – Rosalie falou apressada indo para a recepção.

Marie olhou assustada para Emmett que a incentivou a ir atrás de Rosalie.

...Isabella, por gentileza— foi o que os três escutaram ao chegar na recepção.

—Não há nenhuma – Rosalie foi cortada por Marie.

—Sou eu.

Desculpa, Marie— Edward falou do lado de fora quando o dedo de Rosalie saiu do microfone do interfone, surpresa e confusa com o que Marie tinha dito.

Rosalie franziu o cenho e, sem dizer nada, apertou o botão que liberava a entrada de Edward. Logo o médico apareceu com sacolas de mais nas mãos, Emmett achou graça e correu para ajuda-lo enquanto ainda se mantinha consciente da tensão entre Rosalie e Marie.

—Eu não soube pedir, acho que exagerei – Edward falou para o agente que riu dele.

—Isabella? – Rosalie conseguiu falar.

—É sobre o que eu preciso falar com você – Marie anunciou e Edward.

Os dois homens encaravam elas e Tia parecia igualmente confusa jogando o olhar para cada uma das pessoas que estavam na recepção.

—Que tal subirmos e irmos arrumando as coisas? Quando estiverem prontas vocês sobem, sim? – Tia sugeriu e Rosalie assentiu devagar.

Os três levaram as comidas para o andar de cima, Edward encarava tudo percebendo o bom gosto e cuidado de quem quer que tenha cuidado da decoração do local. Achou muito bonito o significado do nome do local.

—Dá onde é, Edward? – Tia perguntou curiosa para dissipar a tensão.

—Inglaterra, mas conheci Marie nos Estados Unidos – ele falou simplesmente.

—Entendo, e vocês moram lá?

—Não, moramos aqui em Londres – ele contou e ela assentiu.

—Conhece a história dela? – Tia perguntou sem filtro algum.

Emmett encarou Edward, curioso pela resposta do médico. Emmett quis pergunta-lo aquilo, mas não era tão descarado quanto Tia.

—Sim – o médico disse simplesmente.

Ela assentiu devagar, provavelmente ia falar mais alguma coisa, mas o celular de Emmett apitou.

—Meu pai me mandou os arquivos – Emmett contou e Tia correu para o lado dele.

Edward não sabia do que falavam, então permaneceu em seu lugar, sentado e quieto.

—Meu pai é o chefe de polícia de Forks, Edward – Emmett contou percebendo que ele parecia deslocado – Ele conseguiu digitalizar tudo sobre o caso delas – explicou melhor e Edward se aproximou deles com a curiosidade aflorada.

Tia correu para o escritório de Rosalie e voltou com um notebook. Logo ela e Emmett entraram onde tinham e, por fim, baixaram os documentos, olhando tudo o que Charlie havia mandado.

Emmett estava muito satisfeito com aquilo, resolveu ligar para o pai e Tia pegou um celular para ele. Não demorou para escutar a voz do chefe de polícia de Forks.

—Oi, pai.

Recebeu tudo o que te mandei?— perguntou o chefe, recostado em sua cadeira confortável na delegacia de Forks.

—Acabei de receber, obrigada chefe Swan – Emmett disse.

Emm, prometa-me que não me arrependerei por tê-lo ajudado nisso— Charlie pediu, com medo das coisas que aquilo podia trazer para o filho – Não se deixe envolver por completo, Emmett, tem que ter a distância para que consiga fazer o seu trabalho.

Será que um dia o chefe entenderia que Emmett estava enterrado até o pescoço naquele caso?

—Eu tento o meu melhor, pai, sabe disso – falou o que poderia falar.

Está certo, se precisar de mais alguma coisa você me avisa — o chefe pediu e Emmett concordou.

Marie e Rosalie apareceram de mãos dadas no andar de cima no momento que Emmett voltou a se sentar próximo a tia, Rosalie sorriu para Edward e, apenas aquilo, pareceu encher o homem de confiança porque ele se levantou sorrindo educadamente.

—Senhorita Hale, é um prazer conhece-la, Is-Marie falou muito sobre você – ele contou se forçando a aceitar o nome da esposa.

—Não é falta de surpresa, mas também estou feliz por te conhecer, Edward – ela falou e ele sorriu, feliz.

Marie foi para o lado do marido e entrelaçou os dedos nos dele. Rosalie sorriu para a cena antes de voltar sua atenção para Tia concentrada no notebook.

—O que estão fazendo? – Rosalie perguntou indo para o lado de.

—Vendo os documentos do caso – contou distraída.

—Ó, seu pai conseguiu? – Rosalie perguntou a Emmett que terminava de tomar água e concordou com a loira.

—Não é que tenha sido fácil, mas ele garantiu que é tudo o que existe.

—Certo.

As próximas horas foram gastas com Marie e Rosalie conversando entre si enquanto os outros três liam toda a documentação do caso, Edward os ajudou com os relatórios médicos de cada uma, Emmett e Tia não o impediram de ler todo o depoimento tanto de Rosalie quanto de Marie e ele se ofereceu para lavar a louça que havia sido suja no almoço, com certeza, mexido demais com tudo o que lera.

Uma coisa era pintar em sua mente tudo o que Marie lhe tinha contado, outra era ler e ver as provas de que tudo fora real.

A noite todos entraram no carro de Marie e Emmett, os homens na frente e as mulheres atrás enquanto conversavam sobre os treinamentos, Edward ficou animado com a possibilidade de começar a treinar também e Emmett se dispôs a ajuda-lo naquilo.

Marie parecia que estava vivendo uma experiência extracorpórea vendo Edward interagir com Rosalie que, não respondia diretamente, mas parecia se sentir mais confortável com ele a cada momento que passava. Tia ficou na casa de Rosalie com ela, Emmett com certeza se sentiu mais confortável com aquilo e, logo, os três chegaram em casa. Jantaram a pizza que pediram e Marie foi tomar banho, Emmett pediu para conversar com Edward.

—Está bem?

—Eu estou.

—Sei que é complexo – Emmett falou e, com o suspirar de Edward, ele apontou o lugar vago no sofá para o médico se sentar – Encontrei Rosalie numa situação deplorável, Isabella mesmo não estava em seu melhor, mas ela ainda tinha uma vida de mentira para viver...

—Mas eu tenho a consciência que, quando tudo acabou, ela ainda sofreu muito. Depois de fugir de La Push ela foi abusada, batiam nela, machucavam, passou fome e frio, morou na rua... – Edward parecia transtornado – Ela não tinha que ter sofrido tanto, não merecia isso, ela... – Edward enterrou as mãos no rosto.

Emmett imaginava o quão difícil era aprender tudo o que ele vinha descobrindo em tão pouco tanto e de forma tão imediatista, mas não teria tempo para lidar com Edward se ele ficasse daquela forma toda vez que descobrissem algo, porque Emmett sentia que ainda tinha muito na história.

—Desde que as encontrei até o presente momento, não há um só dia que eu tenha dormido por oito horas à noite, não tem um só dia que eu não pense como isso é recorrente, como elas são sortudas por terem sido soltar, por terem uma à outra – Emmett falou e Edward encarou o agente – Mas não temos tempo de sentir muito, de pensar no que poderia ser diferente. Tudo já aconteceu e as outras coisas estão acontecendo e vão acontecer. Preciso fechar esse caso, Edward, eu preciso acabar com isso tudo, e eu sei que Rosalie e Marie sentem o mesmo. Então preciso que você seja firme, que trate isso de forma fria, eu sei que é a sua esposa, mas não foi Isabella quem sofreu nada, foi Marie, um passado que ela quis deixar no passado e, bem agora, preciso que trate isso dessa forma, porque sinto que você vai fazer diferença nessa resolução, uma mente fresca e “neutra”.

Edward assentiu devagar.

Foi uma conversa importante para os dois. Para Edward desabafar e para Emmett pedir o que necessitaria do médico. Então os dois dias que se seguiram foram muito produtivos. Os cinco se juntavam e treinavam, a tarde era divida entre conversas sobre o caso, sobre possibilidades.

—Eu não sei, Emmett, não me lembro de nada sobre a demolição da casa – Tia disse confusa.

—Como não? Por que a manteriam de pé? Era do governo aquela casa, eles interditaram e depois demoliram.

—Não tinha problemas na casa, Emmett, não físicos.

—Quem compraria? – ele perguntou ridicularizando a ideia.

E então um silêncio recaiu sobre o recinto quando todas as mentes se juntaram em um pensamento e apenas um: ele compraria.

—Vou ligar para o meu pai.

A ligação não demorou a ser atendida. Rosalie estava de mãos dadas com Marie e Edward abraçava os ombros da esposa, dando o suporte que ela precisava.

Tia digitava insanamente rápido no notebook pesquisando ela mesmo, tentando encontrar algo sobre aquilo, mas realmente foi tudo muito bem escondido e aquilo causava a ira da policial aposentada.

A cabana, Emmett?— perguntou Charlie confuso, entrando no site particular que usavam para encontrar proprietários – Sequer sei como pesquisar isso— Charlie confessou.

—Temos as coordenadas aqui...

Os minutos se arrastavam, Emmett não parava de falar, Tia de digitar.

James King— Charlie disse – Ele é empresário, Emmett, muito provavelmente ele comprou para derrubar e criar algo, sabemos que a localização é boa para pessoas que fazem trilhas e etc. Sei o que pensa, poderia ser ele, mas não é, ele é novo, não tem nem trinta anos ainda.

Emmett agradeceu ao pai, a ligação logo foi encerrada.

—Merda – Emmett murmurou.

—O que foi? – Tia demandou.

—A cabana foi comprada por um figurão, meu pai disse que ele deve tê-la transformado em algum point para pessoas que fazem trilhas ou algo do gênero...

—Qual é o nome dele? – Tia perguntou.

—Ele é novo demais, Tia...

—Qual é o nome? – Rosalie pediu.

—James King.

O agente reparou a pose de Edward e Marie ficarem tensas, Rosalie olhou para Marie com alguma pergunta escondida.

—Eu sei quem ele é – Marie falou simplesmente.


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Notas finais do capítulo

Quem é James? O que acharam da Tia de volta e, agora, bem mais próximos da Mary!

Espero que comentem, estou ansiosa para saber o que acham. A fanfic não está longe do fim. O próximo deve ser em "Entre Nós".