V E N U S - Origin (Segunda Temporada) escrita por badgalkel


Capítulo 5
2.4 Vênus


Notas iniciais do capítulo

Esse é o capítulo que eu mais ansiava por vocês lerem, onde finalmente eu introduzo a Vênus!!! Espero que gostem e odeiem ela na mesma proporção!!!
Boa leitura!



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No grande salão oval com tradicional decoração temática em cores dourada e branco estavam os anfitriões do conselho Soberano sentados em seus tronos majestosamente encarando o ser a sua frente com olhos confusos. Entre murmúrios abafados, comentários ácidos e indecentes Boland, a líder do conselho, bate seu cetro ao chão pedindo silencio aos demais membros e assim que ecoa por todo ambiente, ela pronuncia:

— Finalmente chegou a sua hora de brilhar, não nos decepcione.

A sacerdotisa respira fundo antes de disparar:

— O indivíduo de origem terráquea foi inicialmente criado para satisfazer os básicos requisitos de seu planeta. Sua evolução deu-se início pelo contato com resíduos cósmicos altamente tóxicos. A partir de então vem avançando física e mentalmente a cada instante. Graças a sua alta capacidade e habilidades imprevisíveis fomos obrigados a usar de um dispositivo altamente tecnológico que se acopla com as próprias células corporais e consequentemente o cérebro. Desta forma temos autonomia de acessarmos o hipocampo de maneira que possamos adicionar, alterar ou modificar qualquer acontecimento que o indivíduo já tenha presenciado.

Ela indicou o dispositivo apresentado em um dos painéis holográficos que lhes transmitia uma imagem ao vivo.

— E por qual razão isto é importante? – Um dos mais velhos anciões indagou.

— Desta forma o indivíduo pensará que é um de nós e por ventura passará a ter a responsabilidade para com o nosso povo, o que sempre fora o propósito. A potência do núcleo de poder do indivíduo foi triplamente ampliada, com o auxílio das nossas baterias...

— Ela absorveu a energia das baterias? – Félix interrompeu-a chocado.

— Tão facilmente quanto respirar. Agora que suas células se adaptaram e se fundiram umas nas outras, o seu corpo se tornou uma estrutura imbatível.

— E quando teremos o prazer de estar na presença desse indivíduo tão magnifico? – Boland quem questionara.

— Ela ainda está no estágio final da metamorfose. Amanhã de manhã já estará pronta para as atividades.

— Perfeitamente, sacerdotisa. Bom trabalho, por enquanto. Aguardamos ansiosamente.

Finalizada sua reunião com o conselho, Ayesha retorna imediatamente ao laboratório onde tem estado por meses.

— Como foi?

— Conforme o planejado, é claro. – Responde indiferente. – E como ela está?

— Pronta para sair do casulo.

— Perfeito. – Ela sorri maleficamente. – Ativem o dispositivo.

 Dito isso um dos súditos aperta alguns botões sob a tela de vidro e a cápsula reluz.

A equipe monitora os batimentos cardíacos enquanto outros observam ansiosamente as portas se abrirem vagarosamente e revelarem o ser maravilhoso.

— Ativando funcionamento solo dos órgãos vitais. – informou um deles.

— Sistema com funcionamento excepcional. – pronunciou outro. – Ela irá despertar em 3...2...1!

 O indivíduo respira fundo antes de abrir os olhos completamente. Estes ainda com a coloração castanha de origem.

Ayesha se aproxima e lhe oferece a mão.

O indivíduo a olha com dúvida, contudo, por fim, a segura para descer da capsula.

Calmamente ela olha ao seu redor e passa a olhar as próprias mãos, estas completamente douradas, e o corpo, coberto por um traje branco de riscas pretas que descavam seus músculos e curvas. Ao centro do peito um triangulo inverso sobressaia-se.

Enquanto o indivíduo checava seus próprios membros, pela tela do painel de controle os cientistas viam o que ela vê, certificando-se de que o dispositivo realmente funcionara.

Mesmo estando com a cor de pele originaria da terra, o indivíduo pensava ter a pele tão dourada quanto a deles. Pensava estar no meio de colegas de trabalho e, o pior, que devia servir fielmente à sua sacerdotisa.

— Vênus? – Indagou Ayesha hesitante.

— Sim, suprema sacerdotisa. – Ela responde ajoelhando-se aos pés da mulher, que sorri abertamente.

O laboratório entra em euforia.

 Havia dado certo.

—x-

2000. Luganenhum, arredores do Fim do Universo.

Stakar Ogord não é um homem de muitos hobbys e manias convencionais, podia se dizer que era um homem de muitas crenças e morais anormais das demais. No entanto, não se negava aos prazeres como uma boa bebida no bar na companhia de seu grupo de Saqueadores ao final de cada missão.

O homem grande de porte musculoso era uma figura conveniente ao líder mais respeitado e temido de toda legião de Saqueadores, por isso, por onde andava, era aclamado e bajulado. Principalmente no bar do Starlin, seu velho conhecido.

Cercado de seus companheiros e xandarianas, quais os alegravam, ele se divertia como há dias não fazia. Tanto que era a pressão e tensão no cumprimento de suas tarefas.

Realmente estava pensando em solicitar alguma acomodação nos quartos da Lotus de Ferro e alugar uma xandariana que o satisfaça durante a noite para que se divertisse à moda dos velhos tempos.

No entanto, depois de horas de bebedeira o homem decide que é a hora de descansar. Anuncia aos seus seguidores que vai se retirar e caminha calmamente até sua nave, estacionada a algumas ruas de onde estava.

Enquanto marchava o homem cantarola o ritmo de alguma canção a qual ficara gravada em sua cabeça sem ao menos perceber e entra no beco escuro, atalho até a nave.

Na saída do beco, ao longe, ele pensa ver duas luzes pequeninas de coloração azulada reluzirem. Ele pisca, para focar os olhos, e se certifica de não era nada além da sua criativa imaginação.

Por precaução ele olha ao seu redor com a mão pousada na arma em sua cintura.

A lata de ferro com lixo á sua direita se mexe de repente e Stakar se assusta, puxando a arma e mirando-a para a lata numa velocidade impressionante.

— Apareça, maldito! – grunhi para o nada.

A lata volta a balançar e Stakar segura firme a arma em sua mão.

Antes que pudesse disparar, no entanto, um gato sai de trás da lata balançando o seu rabo graciosamente, como se não tivesse sido ameaçado de morte há segundos.

Stakar suspira aliviado e guarda a arma de volta na cintura, aos risos por ter se amedrontado com um gatinho indefeso.

Então ele continua seu caminho, atravessando o beco escuro. Quando foi dar sua primeira passada na direção da rua, sentiu uma rajada latente jogá-lo contra a parede do beco.

A coloração da rajada era azul e queimava sua pele.

Stakar gritou.

Mas não de dor, e sim pelo o que ele sabia que viria a seguir.

A mulher de colam branco e com o símbolo do triângulo invertido ao peito aterrissa na frente do homem com os olhos em chamas azuladas e um sorriso diabólico na face.

— Stakar. – ela anuncia, libertando-o das rajadas.

 Ele cai de joelhos à sua frente.

— Vênus. – ele sopra, recuperando-se, erguendo a cabeça levemente para mirá-la nos olhos.

— Fugindo de mim, por acaso? – ela indaga com uma sobrancelha arqueada.

— Jamais, ò grande soberana. – ele responde levantando-se vagarosamente.

— Corta essa. – ela rugi. – Não sou a Ayesha, pode parar de me bajular. Vamos direto ao assunto. – diz erguendo o homem pelo pescoço na altura acima da própria cabeça com uma só mão. – Onde está?

— Não...sei. – ele responde com dificuldade, sufocado.

A mulher aperta ainda mais o pescoço do grandalhão.

— Não minta para mim, saqueador. – disse calmamente. – Eu sei que você sabe de rumores sobre ele. Eu sei que estão tentando escondê-lo de mim.

— Eu...juro...

— Stakar, não me faça ter que cortar outra parte sua novamente. – ameaçou. – Aposto que a vida sem a outra perna é duas vezes mais difícil.

— Tudo bem... tudo bem...

Ela solta-o e ele cai novamente de joelhos no chão, tossindo.

— Então diga-me. – ordenou, com sua mão completamente carregada de raios cósmicos apontada em sua direção.

— Há algumas luas ouvi boatos de que a Tropa Nova estava à procura de um buraco negro ou um planeta fora de órbita para resguardá-lo . – admitiu aos gritos. A mão de Vênus se apagou.

— Por que?

— Eles sabem. – soprou. – Eles sabem que Ayesha planeja algo grande. Sabem que se caírem na sua mão o massacre está feito.

— Não podem escondê-lo de mim por muito tempo.  – ela ruge entre dentes. – Quando tê-lo em mãos, estes malditos serão os primeiros a provar toda a minha fúria.

— Bocas sussurram que os xandarianos serão apenas o começo...- incitou.

— Você acha que os soberanos se contentam com migalhas? – Vênus sorri daquela forma maléfica novamente e Stakar sente um arrepio na espinha.

O homem era um lutador valente, eram poucas as coisas que o faziam temer por sua vida, e Vênus, a guardiã de Sovereign, definitivamente era uma delas.

Ninguém sabia por exato como ela surgira há anos atrás, mas desde então tem colocado o Universo de ponta cabeça. O nome Vênus era temido por 90% do Universo, por que os outros 10% sequer mencionavam o nome por medo.

— Você. – Vênus aponta para o homem que continua caído aos seus pés. – Faça o que faz de melhor, pesquise, procure, fofoque... apenas, descubra onde está!

— Como? – o homem indaga surpreso.

— Encontre-o e quem sabe eu não pense em poupar sua vida miserável. – ela se vira e começa a caminhar para longe dele.

— E quando localizá-lo? O que faço? – questiona.

Vênus vira metade do corpo para mirá-lo e dizer: - Eu saberei e virei até você.

Antes que o homem pudesse sequer refletir sobre o que lhe fora dito, a mulher sai voando, soltando as famosas rajadas cósmicas pelas mãos.

Já longe dos olhos de Stakar, perto da órbita de Luganenhum, estava a nave grande e dourada que Vênus usava rotineiramente. Vênus pousa e se direciona à sala de controle para acessar os comandos centrais da nave, partindo daquele lugar horrendo para de volta à seu planeta, Sovereign.

Seguindo por pontos de saltos estratégicos e a potência da velocidade da Luz, ela chega ao seu destino em questão poucos minutos.

— Identificação. – Hank, o guarda da órbita solicita através do comunicador.

— Sem gracinhas Hank, me deixe entrar logo. – respondeu ríspida.

— Só estava testando a nova aparelhagem. – pronunciou aos risos. – Vamos, entre.

Liberada a sua entrada, a nave desce graciosamente até o solo do planeta, parando no grande galpão que abrigava diversas naves.

Vênus desce e é recebida por Trevor e Gary, que trabalham na segurança, manutenção e controle de saída e entrada das naves.

— Rapazes. – ela cumprimentou.

— Vênus. – ambos disseram curvando-se cordialmente, como de costume.

Ela passou por eles e caminhou até seu veículo transportador, que a levaria até o tão conhecido laboratório.

Quando não estava fora de Sovereign em missões, Vênus ficava a maior parte do seu tempo no laboratório. Lá ela criava novas armas potencialmente catastróficas e fazia a manutenção semanal das próprias células.

Chegando lá ela encontra a equipe de desenvolvimento trabalhando em sua última criação e Callisto os supervisionando.

  - Vênus. – Callisto cumprimenta-a, chamando a atenção dos demais que não haviam notado a sua presença.

Assim que a notaram, todos abandonaram os afazeres para se curvar na direção da guardiã, que assentiu, permitindo que voltassem a suas tarefas.

— Como estamos por aqui? – ela indagou ao príncipe, observando o trabalho braçal dos demais.

— Em perfeita produção. – respondeu. – Os comandos subalternos foram calculados perfeitamente, portanto não tivemos problemas com a fusão da sua energia com o cobre do armamento R-20.

— Esplêndido. – elogia, para em seguida comentar: – Precisamos conversar sobre aquela G-518, acredito que preciso de auxílio no núcleo dela.

Callisto capta a mensagem e sorri anasalado.

— A hora que quiser, guardiã. – respondeu olhando-a diretamente nos olhos.

— Poderia ser agora. – Vênus sugere sem hesitar, piscar, nem corar.

Callisto sorri. Contudo, antes que os dois se retirassem da sala abarrotada de cientistas, Ayesha surge.

— Vênus.

— Suma sacerdotisa. – a guardiã se curva.

— Preciso que me passe o relatório da missão imediatamente. – Ayesha anuncia. E mirando Callisto, ao lado de Vênus, ressalta: - A sós.

— Como queira. – Vênus responde e vira-se para Callisto, murmurando: - Por favor, me aguarde por um instante. Não vai se prolongar muito.

Callisto assente enquanto observa a guardiã acompanhar a sacerdotisa até o lado de fora do laboratório de paredes de vidro.

Ayesha parecia demasiadamente ansiosa para não aguardar sequer chegarem à um ambiente fechado e longe dos olhos alheios. Callisto não se move e fica a observar os gestos e expressões das duas mulheres.

Em uma leitura labial muito duvidosa, ele pensa ter visto Vênus dizer “Tropa Nova”, assim como a sacerdotisa responder “Controlar o Universo” no meio de uma frase grande.

Callisto se assusta.

“O que?” - pensa.

Ele desconfiava há anos que Ayesha não tinha apenas a intenção de proteger Sovereign, assim como os seus habitantes, quando ordenou que Vênus dizimasse a metade da população Kree. Todos os Soberanos comemoraram a “vitória” de uma batalha, que aos olhos de Callisto, havia sido um completo banho de sangue. Vênus ao menos deu-lhes a chance de lutar.

Em seguida Ayesha ordenou que Vênus ameaçasse os Skrull, uma raça que nunca havia interferido em suas rotinas, e então eles desapareceram.

Depois, com a queda dos Gigantes de Gelo, Ayesha convencera o povo que eles precisavam de auxilio braçal, uma vez que cada indivíduo de Sovereign é considerado superior aos demais indivíduos do Universo e que tarefas braçais não condiziam com sua capacidade.

Assim Vênus os sequestrou e obrigou-lhes a viverem escravizados. Era comum vê-los em casas realizando os serviços domésticos ou na cozinha do palácio, nas fazendas, como soldados e até babás.

Anos depois, quando os Krees já estavam restaurados, Ayesha fez com que Vênus os ameaçasse novamente, obrigando-os a estabelecer um tratado de paz com Xandar de que não voltariam a intimidar qualquer raça do universo novamente.

Ainda assim, dentre as milhares de missões secretas que Ayesha manda Vênus ir, as poucas situações que ele passa a ter conhecimento são para tarefas destruidoras e sanguinárias. E este era um fato que o atormentava dia e noite, uma vez que fora coagido a transformar a humana em Vênus e consequentemente ser responsável por todas essas catástrofes.

Mal percebera que se perdera em pensamento quando Vênus retorna e estala os dedos à frente de seus olhos.

— Dormindo em pé? – ela indaga.

Ele balança a cabeça em negativa.

— Vamos? – a guardiã sugere.

— Sim. – ele concorda, seguindo-a.

 Eles seguem por um corredor secundário quando Callisto pigarreia um pouco antes de indagar, fingindo desinteresse: - Por que Ayesha estava tão ansiosa?

— Assuntos de missões secretas, desculpe. – ela responde com um meio sorriso.

— Tudo bem. – ele reponde, dando de ombros.

Vênus nunca, jamais, compartilha assuntos secretos e governamentais que dizem respeito às missões e tarefas que Ayesha a convoca. É um erro fatal para ela, óbvio, uma vez que o próprio Callisto programou sua mente para que fosse assim, dentre outros pontos estridentes da nova personalidade.

Ele sentia falta da honestidade, espontaneidade, inocência e moral de Harriet, além do quanto ela era justa e sensata.

 Vênus podia habitar o mesmo corpo, mas era um ser completamente diferente. Ela era calculista, sedutora, estrategista, soberana, egocêntrica e fria porque fora programada para tal. Ayesha não queria que nada nem ninguém pudesse fazê-la perder o foco de suas missões.

 Ainda que Callisto, as escondidas, tivesse configurado um pouco de empatia, otimismo, desejo, e amor na humana, em consideração à própria Harriet, nunca seria o mesmo. Harriet estava presa aquele corpo e Callisto se arrependia amargamente por não ser tão corajoso quanto ela e enfrentar o próprio povo e ir contra seu legado.

Se tivesse se negado, se tivesse evitado...

Não era certo. Nunca seria certo o que faziam com a humana.

 E Callisto se doía toda vez que a via completamente transformada. Principalmente quando tinham seus momentos íntimos.

Ambos andavam lado a lado em silêncio pelos corredores da central de análises laboratorial quando Vênus o empurra através de uma parede falsa, levando-os diretamente ao depósito de suprimentos.

Lá, longe de testemunhas, ela pôde se desfazer da pose de durona e enlaçar os braços ao redor do pescoço de Callisto como queria desde que o avistara no laboratório. Não se demorou em grudar seus lábios e dançar com a língua pela boca do rapaz.

Quando ofegantes, separam-se minimamente para mirarem os olhos um do outro.

— Senti sua falta. – Vênus admite com os olhos brilhando.

— Também sinto a sua. – Callisto responde e Vênus sequer desconfia do duplo significado que consistia ali.

Ele precisava fazer alguma coisa antes que fosse tarde demais.


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Notas finais do capítulo

Olá, caros leitores!
Como estão?
Espero que todos estejam em casa, usando bastante álcool gel e cuidando de suas famílias neste momento tão crítico para todos nós!!
Decidi fazer essa dupla atualização em prol de ajudar, nem que for um pouquinho, no entretenimento dos meus leitores nesse período de quarentena!
Se cuidem e, por favor, fiquem em casa!
Vamos lutar contra isso todos juntos e, lembrem-se, isso vai passar! Vamos ficar todos bem!

Beijos, amo vocês!



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