Na luta da vida escrita por Bitz111


Capítulo 9
Capitulo 9


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei muito pra voltar, mas aconteceram varias coisas na minha vida e eu tive que dar um tempo. Mas agora não vou parar mais
Vou tentar postar de dois em dois dias
Espero que vocês gostem!!!



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Pov Anna

Acordei antes do despertador tocar, na verdade quase não dormi durante a noite. Acredite se quiser, é muito difícil dormir sabendo que uma mulher de tirar o folego está dormindo no quarto ao lado. Acho que pensei umas 1000 vezes em ir lá como quem não quer nada só pra dar de cara com ela, mas depois pensei que talvez fosse melhor me segurar até porque se eu desse de cara com ela não sei como reagiria.

Depois que as coisas acalmaram e eu deitei na cama, pude pensar nos acontecimentos com mais tranquilidade. Eu queria tanto aquele beijo outra vez, só que sem as lagrimas e sem a dor. Mas só pra vocês saberem, a boca daquela mulher é uma perdição e nem esses problemas estragam a macies daqueles lábios. O que só acaba com a minha sanidade já que eu passei a noite toda pensando como eu queria aquele beijo e muito mais...

Tomei um banho rápido e sai do quarto já vestida para o trabalho, chegando na cozinha dou de cara com um café da manhã pronto, mas nem sinal de quem o fez. Fui até o quarto do Vini para ver se ela estava lá e tudo estava arrumado e extremamente vazio

—- Luana?? – Perguntei entrando no quarto pra me certificar de que ela não estava lá e não obtive nenhuma resposta – Tem alguém no banheiro??

Não precisei de resposta, na hora que terminei de falar ela saiu do banheiro enrolada em uma toalha minúscula que, para o bem ou para o mal, não cobria muitas coisas. Na hora eu senti o rosto esquentar, na verdade eu senti tudo esquentar, era como se tivesse entrado em uma sauna só de olhar para aquela mulher.

—- DESCULPAA!! Eu não queria invadir eu tava te procurando e achei que tinha ido embora então sai entrando no quarto mas eu juro que chamei mas como não tive resposta eu sai entrando mas não queria te ver assim quer dizer até queria mas nãooo MEU DEUS!! O que eu to dizendo? Eu juro que não queria te ver assim....

—- ANNA!!!! – Ela falou alto se aproximando e rindo, mas pela cara dela eu devia estar parecendo uma louca – Calma, ta tudo bem, eu não me importo.

—-  Eu sei, me desculpa, não vai acontecer de novo...

—- Desculpa ter gritado mas não achei que você fosse para de divagar tão cedo – Ela tava rindo de mim!! Da pra acreditar? Ela surge de toalha, me deixa nervosa e depois ainda ri de mim... eu não consigo acreditar nessa mulher.

—- Vou te esperar na sala pra tomar café...

Assim que saí do quarto meu celular tocou e eu reconheci o número do hospital naval. Meu coração acelerou na hora, eles nunca ligavam à toa e no ultimo plantão eu havia deixado alguns pacientes muito queridos em estado crítico.

—- Oi Will, qual é o caso?

—- Urgente Anna!! Resumindo, a Jéssica deu entrada em estado crítico e PRECISA ser operada, mas ela só aceita se for você

—- PUTA QUE PARIU!! Quando ela deu entrada e porque eu não fui comunicada? Enfim, eu chego em 15 minutos.

Antes mesmo de desligar eu já estava com a chave do carro na mão, calçando o tênis na porta de casa prestes a sair.

—- Anna, o que aconteceu eu te escutei gritar?? – Luana veio correndo do quarto ainda sem ter se vestido completamente, ela estava de calça jeans e vestia um top de ginastica preto. Se eu não estivesse focada no trabalho teria babado um pouco mais naquele corpo invejável.

—- Uma paciente chegou em estado crítico, eu tenho que ir. Tem uma chave extra no porta chaves, pode ficar à vontade... eu tenho que ir.

Acho que ela respondeu alguma coisa mas deu pra ouvir, eu estava com muita pressa e nesses casos qualquer minuto é importante. Eu sairia correndo por qualquer um dos meus pacientes, mas a Jessica era especial, eu a acompanhava desde a faculdade, diagnostiquei o câncer no intestino dela em estágio inicial no último ano do curso e depois disso ela apostou todas as fichas em mim, mesmo todos falando que era loucura confiar mais em uma estudante de medicina do que em um médico formado e especialista.

O caso dela também me ajudou a confirmar o meu amor por essa área, acredite não é fácil lidar com isso, é preciso ter certeza. Eu já perdi alguns pacientes para a doença, mas só depois de muita luta. Eu não desisto de ninguém sem lutar até o fim.

Assim que eu chego no hospital e vejo os exames sinto o meu peito apertar. A situação está muito crítica e para piorar o meu estado sou avisada que a Jessica já estava na sala de cirurgia sendo operada por um médico que não sabe do histórico dela.

—- Há quanto tempo essa paciente está na sala de cirurgia? – Pergunto para a chefe das enfermeiras

—- Cerca de 3 horas Dra. Anna, eu tentei lhe avisar mais cedo da entrada da Sra. Jessica, mas o Dr. Carlos não deixou.

—- Esse desgraçado vai se ver comigo.

Faço a higiene e entro na sala de cirurgia sentindo a raiva tomar conta de mim.

—- Dr. Carlos o senhor pode sair da sala, eu vou assumir a partir daqui.

—- Não precis....

—- Dr. Carlos, peço que se retire. Eu tenho aqui o documento assinado pela paciente em que EU e APENAS EU posso opera-la, então para o bem da sua conta bancaria e da sua integridade física se afaste da minha paciente ou eu vou chamar a segurança.

Ele me olhou com puro ódio e saiu da sala pisando firme no chão. Me informei do que havia sido feito até ali e respirei fundo antes de começar o processo. Eram 7:30 da manhã e algo me dizia que eu não sairia daquela sala até a noite.

POV LUANA

Ela saiu tão de repente que eu nem consegui lhe desejar boa sorte. Eu estava meio acostumada com isso por causa do Felipe, mas ainda assim fiquei alarmada quando ela gritou. Encarei o café da manhã e percebi que não tinha mais fome, eu tinha imaginado tomar café com ela tranquilamente e ficar conversando, então coloquei várias frutas na mesa com a intenção de fazer o café durar o máximo possível.

Peguei uma xícara de café e comecei a rir lembrando da reação dela quando me viu sair de toalha do banheiro, parecia que ela ia explodir de tão vermelha que ficou. Na verdade, eu não me importo tanto em ficar com pouca roupa na frente de outras pessoas, como sempre frequentei os vestiários femininos das academias acabei me acostumando. E eu não tenho problemas com o meu corpo, as horas na academia e no ringue tem as suas vantagens.

Preciso confessar que fiquei aliviada quando me deitei e repassei o dia na minha cabeça, ainda não havia me perdoado por ter beijado ela naquela situação, mas o que aconteceu depois foi muito bom. Não conseguia para de sorrir toda vez que lembro dela dizendo que gostava de mim e que queria me beijar. Eu sei que acabei de sair de um relacionamento e que ainda não estou pronta pra isso, mas a minha vontade é me jogar de cabeça e pegar aquela garota pra mim.

E eu também sei que não vou fazer isso, preciso tomar cuidado para não assustar ela e muito menos magoar. Não posso ser uma escrota com ela de novo, então vou dar dois passos para trás nos meus desejos e oferecer só a minha amizade, sinto que as coisas vão se encaminhar depois.

Eu saí do apartamento da Anna logo depois do café e fui para a academia malhar e me preparar para o trabalho. Logo antes da primeira turma entrar aproveitei para mandar uma mensagem para ela.

“Ta tudo bem? Como foi a cirurgia? Se precisar de alguma coisa é só avisar”

Depois disso, entre uma turma e outra, eu ficava de olho no celular esperando uma resposta que não chegava. Quando a última turma foi embora eu vi ela ainda não havia nem lido a mensagem, pensei em ligar para o hospital e ver se ela ainda estava lá ou se já havia ido embora. O meu medo era ela não querer mais me ver, talvez estivesse me ignorando de proposito... Mas foda-se, vou ligar e ver no que dá.

—- Boa noite, Hospital Naval. No que posso ajudar?

—- Boa noite, eu gostaria de saber se a Dra. Anna ainda está no hospital.

—- Só um momento, qual é o sobrenome dela?

—- Eu... não sei, mas é Anna com dois N, não devem ter muitas certo?

—- Você é o que para ela?

—- Eu sou... prima dela? – Eu juro que foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça, depois de “uma garota que está muito afim dela”

—- A senhora está me perguntando?

—- Não, claro que não. Eu sou prima dela – Depois disso escutei a moça do outro lado gargalhar por um bom tempo, acho que não fui muito convincente mesmo.

—- Tudo bem, olha... pelo que eu estou vendo aqui nos registros a sua prima está em uma cirurgia desde de manhã.

—- Meu Deus, ela deve estar exausta. Você sabe se vai demorar muito?

—- Sinto muito mas não tenho essa informação, mas se você quiser fazer uma surpresa pra ela... TALVEZ, a cirurgia esteja se encerrando

—- Como você sabe? – Ok, eu sei que estava passando dos limites, mas a atendente estava me dando margem, parecia até saber que eu estava afim da Dra.

—- Querida eu já lhe dei muita informação você não acha?  

—- EJá sim, MUITO OBRIGADA!!! Como é o seu nome mesmo?

—- Não se preocupe, mas isso fica entre eu e você ok? Meu nome é Mercedes.

—- Relaxa Mercedes, eu estou indo para o hospital esperar por ela.

Assim que encerrei a ligação tomei um banho rápido e corri para o hospital, parando no caminho para comprar três caixas de chocolates, duas para a baixinha e a uma para a recepcionista que me ajudou. Imaginei que ela estaria super cansada depois daquela cirurgia então fui de uber para poder levar o carro dela pra casa depois.

Assim que cheguei no hospital saí perguntando pela recepcionista Mercedes, que havia me atendido e pra minha surpresa ela era uma enfermeira e que eu não havia ligado para a recepção e sim para o setor da enfermagem... mas de qualquer jeito consegui acha-la  no hospital.

—- Oi, você que é a enfermeira Mercedes? Eu liguei a pouco para saber da Dra. Anna

—- Oi Querida, sou eu sim. Você que é a prima da Anna? – Ela já era uma senhora, devia ter cerca de 60 anos e estava muito conservada para a idade.

—- Sim... acho que sim – Respondi rindo percebendo que ela realmente não havia acreditado em mim – Eu trouxe uma caixa de chocolates para você, pela ajuda. Muito obrigada

—- Haa querida, não precisava!! Mas eu adorei, minha esposa vai amar essa caixa – Disse me dando uma piscada não muito discreta

—- Desculpe, o que a senhora disse? – Eu queria ver se tinha entendido direito, é sempre muito bom ver um casal lésbico mais velho e que provavelmente está junto há bastante tempo. Renova as esperanças

—- A minha esposa querida, ela ama chocolates. Eu sei que você não é prima da Aninha, da pra sentir pela sua voz a intenção

—- Como se sente a intenção pela voz?

—- Não sei querida, só se sente... pelo menos eu sinto – E novamente me deu uma piscadinha nada discreta me fazendo rir da situação.

Antes que eu pudesse responder vejo a Anna saindo por uma porta pisando firme e com um olhar tão mortal que na mesma hora eu rezei para não ser o alvo. Graças a Deus, não era eu e sim um médico que foi chamado pelos alto-falantes do hospital, provavelmente a pedido dela, porque assim que ele surgiu no seu campo de visão ela avançou para cima dele.

—- SEU IRRESPONSAVEL!!! Como você ousa assumir uma cirurgia de um paciente que não é seu, ou pior, assumir uma cirurgia que não é sua SEM ESTUDAR A PORRA DO PRONTUARIO??

—- Eu fiz o que tinha que fazer Anna, se acalme ... – Ele com uma cara de deboche para cima dela, tentava se aproximar para intimida-la, sendo que aquele homem devia ter quase 1.85 de altura, fora o porte musculoso. Era um filho da puta que achava que por ser grande podia fazer qualquer coisa. – Parece até que está na TPM

Algumas pessoas começaram a se aproximar e eu perdia visão deles, comecei a tentar chegar mais perto para ouvir o que estava acontecendo. Se ele tocasse em um fio de cabelo dela eu não me responsabilizo pelos meus atos.

—- A PACIENTE TINHA UMA DECLARAÇÃO SEU IMBECIL!!! SÓ EU PODIA OPERAR – Ela voltou a gritar chegando cada vez mais perto dele, para mostrar que não tinha medo

—- Você se acha a gostosona só porque é nova aqui. Mas deixa eu falar uma coisa novata, você é só mais “umazinha” que acha que sabe ser médica. Não chega aos meus pés e nem de nenhum dos médicos de verdade desse hospital, vai lavar uma louça que nisso tu deve ser boa. Se duvidar deve ter matado a pobre coitada lá.

Nessa hora eu já estava avançando para cima, quem ele pensa que é pra falar daquele jeito com ela ou com qualquer pessoa?? Machista escroto do caralho. Dei três passos para frente quando senti alguém segurando o meu braço, quando olhei para trás dei de cara com a Mercedes me repreendendo com um olhar.

—- Deixe que ela sabe se defender – Disse sem soltar o meu braço. Se eu quisesse poderia me soltar facilmente, mas aquela senhora parecia saber das coisas, então decidi contar até 10 e se continuasse, eu iria resolver. Voltei a minha atenção para os dois tentando respirar fundo e me segurar.

—- Eu só vou falar isso uma vez Dr. Carlos, então escute bem. Nunca mais fale comigo deste modo, porque eu sou muito melhor qualificada que você para fazer qualquer trabalho que me derem, tanto que mesmo sendo novata e sendo “umazinha”, como você disse, eu já tenho muito mais renome do que você jamais vai ter. Até por que depois desse fiasco na sala de cirurgia eu vou entrar com um processo tão pesado contra você que quando terminar tudo que você vai poder fazer para sobreviver é lavar louça. Então, eu que digo, é bom você começar a treinar e se despedir desse jaleco, porque você não merece. – Anna falou isso tão séria e tão calma que foi no mínimo assustador, mas uma vez agradeci não ser o alvo.

—- Filha da puta... – Foi tudo que ele falou antes de acertar um soco no rosto dela para que logo depois eu entrasse em transe... A última coisa que lembro era correr na direção deles e de ter muito sangue nas minhas mãos.


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Notas finais do capítulo

A situação esquentou!! O que vocês acham que vai acontecer??
Deixem a opinião de vocês!!!
Muito obrigada!!



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