Na luta da vida escrita por Bitz111


Capítulo 8
Capitulo 8


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora!!!!
Eu entrei em época de provas e acabei sem tempo de escrever.



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Pov Luana

Merda, merda, merda, merda...... Como eu fui ser tão estupida e tão inconsequente? Eu não queria ter feito aquilo, quer dizer, até queria, mas não assim e não agora. Eu senti o meu corpo em piloto automático e quando vi a merda tava feita. “Caralho Luana!! Vai ser babaca assim na puta que pariu! Como tu pode fazer isso com ela?”

Eu realmente não queria ir pra casa do Felipe sem ele estar lá, eu sentia que se ficasse sozinha seria engolida por esse sentimento de solidão. Eu não esperava que a Julia fosse me expulsar da vida dela assim, eu queria terminar o relacionamento e não mandar ela embora da minha vida e nunca mais saber dela.

Eu não sei o que me fez beijar ela daquele jeito, enquanto nós subíamos para o apartamento dela de mãos dadas eu senti todo o meu corpo esquentar, ela meche comigo de um jeito que eu não consegui conter as minhas ações. Quando vi já estava beijando ela enquanto as lagrimas continuavam rolando. Eu sei que ela disse que não me odeia, mas pode acreditar que eu me odeio por ter feito isso, afinal quem sou eu pra sair beijando as pessoas assim? Dava pra ver o quanto ela ficou machucada depois do beijo, ela tentou segurar as lagrimas mas eu consegui ver o quanto eu tinha magoado ela.

O foda é que a gente nem é próxima, nós nos conhecemos um dia desses e eu já to aqui machucando ela e fazendo cagada. Não me admiraria se ela não quiser mais ter aulas comigo ou me expulsar da casa dela quando eu sair desse banheiro. “Puta que pariu!!!”, acontece que eu já estou trancada no banheiro da casa dela há umas 2 horas sem coragem de sair e encarar as minhas merdas.

Tem uma frase do discurso dela que não saí da minha cabeça: “Eu gosto de ti, de verdade, eu realmente gosto e desde quando eu te conheci eu queria aquele beijo...”. Ela gostava de mim e queria o beijo. Caralho, ela gosta de mim!!! E eu fiz merda. “HAAAA, pq eu não posso simplesmente apagar esses sentimentos desgraçados ?”

Deixa eu te fazer uma pergunta, é uma pergunta pra você mesmo leitor. Você sabe como é amar pra caralho uma pessoa, traçar todo um plano de vida, visualizar um futuro e de repente sentir esse amor indo embora e não conseguir fazer parar? Pois é, eu sei e se você não sabe deixa eu te contar. É uma grande merda...

—- Luana... tá tudo bem? – Ouvi ela me chamar pelo outro lado da porta.

—- He.... Ta sim

—- Você pode sair daí?

—- Eu to tentando

—- Eu já te falei ta tudo bem, você não precisa ficar aí dentro se martirizando. Vem logo, eu pedi pizza. Saí daí antes que esfrie... – Ouvi ela se afastar da porta e tomei coragem para sair.

Ela estava sentada na mesa da cozinha já de pijama e de banho tomado. Havia recuperado o ar tranquilo e sereno, na verdade ela parecia bem. Eu também já estava de pijama e tava rezando para que ela não decidisse me mandar embora agora, porque afinal, apesar da cagada que eu fiz, continuo não querendo ir pra casa ficar sozinha.

—- Eu já tava começando a achar que tu tinha fugido pela descarga.

—- Eu pensei seriamente em fazer isso.

—- Senta, vem comer

Eu me sentei de frente pra ela, com uma distância segura entre nós. Estava rezando pra que ela decidisse não conversar sobre o acontecido, mas não foi bem isso que aconteceu.

—- Então... Você sempre beija mulheres chorando ou eu deveria me sentir especial? – Aquilo realmente me pegou desprevenida.

—-Eu... hée... então

—- KKKKKKKKKK Pela sua resposta eu acho que vou me sentir especial. – Respondeu rindo pra caralho da minha cara e me deixando vermelha.

—- Pode se considerar. – Foi só o que eu consegui

—- Então, vamos fazer o seguinte. Eu faço uma pergunta e você faz outra, assim a gente se conhece melhor. Fechado? – Puta que pariu, ela realmente queria falar daquilo.

—-  Fechado

—- Você e a Julia estavam juntas a quanto tempo? – Puta que pariu, ela já foi direto na ferida

—- A gente namorou por dois anos, mas se conhece há uns sete anos

—- Porra!! Vocês se conheceram na faculdade?

—- Sim, mas é minha vez de fazer perguntas. Como você veio parar na casa do Vini? – Confesso que a minha curiosidade estava me matando.

—- Eu to transando com ele pra pagar o aluguel.

—- O QUE ???? – Juro que tentei segurar a reação, mas só percebi a cara dela rindo quando já tinha dado um pulo da cadeira.

—- Calma!! É brincadeira. Na verdade, naquele dia que nós fomos pro bar o Vini comentou que queria uma pessoa pra dividir o apartamento e quando eu passei meio mal por ter bebido além da conta, ele me trouxe pra cá. Aí eu meio que me apaixonei pelo lugar.

—- Entendi, mas não rolou nada entre você? – Eu juro que estou tentando segurar essas pontadas que estão surgindo no meu estomago.

—- Minha vez de pergunta, mas não, não rolou nada entre a gente. Na verdade o Vini me lembra o meu irmão mais novo. Como você foi parar dando aula de boxe?

—- O meu pai era lutador amador, mas sempre sonhou em ter um filho que virasse lutador profissional. Acontece que ele só teve filhas mulheres e eu era a mais velha, então todo dia de manhã bem cedo ele me levava pro ginásio onde ele treinava e me ensinava a lutar escondido da minha mãe. Depois de um tempo eu percebi que era isso que eu queria fazer da minha vida, no ringue é o meu lugar sabe. É onde eu me sinto viva, sinto o sangue circulando e vejo tudo em câmera lenta. Aí eu comecei a lutar e ganhar dinheiro com isso, mas a minha mãe disse que eu só podia seguir essa vida se fizesse faculdade, então cursei educação física e juntei o meu sonho com o dela, mas no meio do caminho percebi que amava mais ainda dar aula do que lutar.

—- Que lindo...

—- Eu sei, bem melhor do que se eu falasse que gosto de bater em pessoas né?

—- Muito melhor mesmo. Sua vez de perguntar.

—- Com o que você trabalha mesmo? Eu não sei se já perguntei em outra ocasião

—- Eu sou médica na marinha. Me mudei pra cá por causa disso, recentemente eu fui realocada.

—- Por essa eu não esperava, mas até que faz sentido.

—- Como assim?

—- O seu quarto é extremamente organizado, desculpa eu vi quando estava indo pro banheiro.

—- KKKKKKK A organização é meio que uma exigência.

—- Eu sei, por isso nunca me alistei. Porque foi fazer medicina?

—- É minha vez de perguntar.

—- Droga...

—- Eu vou responder só porque sou legal. Eu tive uma melhor amiga de infância, nós nascemos e crescemos juntas, mas um dia ela passou mal na escola, nós tínhamos 16 anos. Ela desmaiou e foi para o hospital, lá eles descobriram que ela tinha câncer de mama. Já estava em um estado um pouco avançado e ela começou a fazer tratamento. Durante esse tempo eu me senti completamente impotente, vendo a minha melhor amiga morrer do meu lado e eu não poder fazer nada. Foi aí que decidi seguir para a medicina, acabei decidindo que não deixaria isso acontecer de novo.

—- Isso sim é lindo! – Eu já não estava conseguindo segurar as lagrimas e ela também já estava chorando. – Ela se curou? A tua amiga?

—- Sim, foram cinco anos muito difíceis, mas ela se curou. Na verdade, ela também decidiu fazer medicina e se forma no fim do ano que vem.

—- Graças a Deus. Mas depois dessa história e dessa pizza eu acho que já vou dormir.

—- Eu também, pode deixar a louça aí que eu lavo de manhã.

Nós levantamos e eu fui me encaminhando para o sofá, quando algo que eu realmente não esperava aconteceu. Ela me abraçou. Foi um abraço tão apertado e tão genuíno que eu comecei a chorar de novo, mas dessa vez ela também chorou.

—- Obrigada por não me odiar – Eu disse tão baixo que achei que ela nem escutaria

—- Obrigada por mais coisas do que você pode imaginar!!


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Notas finais do capítulo

Eu espero que vocês gostem!! Deixem comentários pra eu saber o que vocês estão achando da história



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