Na luta da vida escrita por Bitz111


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem.
Vamos ter só o ponto de vista da Lu nesse capitulo



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Pov. Luana

A última coisa que eu me lembro é de ver aquele desgraçado batendo na minha garota, tudo bem que eu sei que ela não é minha garota, mas naquela hora (e em várias outras) eu pensei nela como sendo. Depois disso eu entrei em modo automático, tenho certeza que acertei pelo menos dois socos nele antes de cair no chão e continuar socando até sentir mãos me tirando de cima dele.

No meio da briga eu devo ter arrebentado as minhas mãos porque agora elas doíam quando eu tentava mexer os dedos, mas fora isso eu estava bem. Me arrastaram para um consultório depois da briga e me deixaram sozinha lá. Trancada como se tivesse feito alguma coisa errada.

Tudo bem que sair socando a cara das pessoas não é o melhor comportamento mais adequado, principalmente quando se está tentando impressionar uma garota.

“PUTA QUE PARIU!!!! A Anna deve pensar que eu sou uma troglodita que não sabe se controlar”. Primeiro eu beijo ela do nada e depois apareço no hospital em que ela trabalha para bater em um médico. Ela nunca mais vai me dar uma chance, é capaz de não querer mais nem olhar na minha cara depois dessa.

Eu comecei a sentir o peito pesar e uma agonia surgiu, era como se eu não conseguisse respirar e fosse morrer ali mesmo. Tentei deitar na maca e respirar fundo mas não adiantou, era como se tudo ali me sugasse, a luz muito clara, o silencio ensurdecedor, a porta trancada e o ar indo embora. Eu nem percebi quando comecei a bater na porta implorando que me tirassem dali, até que a porta abriu e eu vi a Anna parada do outro lado.

Ela entrou rápido e trancou novamente a porta. Eu pensei seriamente em sair daquela sala e ir embora mas mesmo surtando não queria prejudicar ela. Acho que o meu estado estava evidente porque assim que ela sentou no sofá que tinha no canto ela começou a fazer perguntas.

—- Lu, você ta bem??

—- To – Não, eu não estava

—- Vem cá, senta aqui

—- Não precisa

—- Lu, por favor, senta aqui no sofá

—- Eu não quero Anna. – Comecei a me afastar ao máximo de onde ela estava e quando vi bati na parede do outro lado da sala.

—- Lu, me conta o que ta acontecendo... – Ela levantou e veio na minha direção.

—- PARA ANNA!!! SAÍ DAQUI... – Ela não devia estar se aproximando, eu não sou confiável, não posso machucar ela – Se afasta Anna... Vai embora

—- Eu não vou, deixa eu ver a sua mão, Lu – Ela estava cada vez mais próxima e eu já não conseguia segurar as lagrimas. Fui aos poucos escorregando pela parede até atingir o chão já aos prantos.

—- Eu não mereço... Me deixa sozinha, Anna.... Eu não mereço – Comecei a soluçar sem conseguir parar. Quando vi ela já estava ajoelhada ao meu lado.

—- Ta tudo bem!! Deita aqui no meu colo.... isso.... pode chorar, Lu – Ela dizia com uma voz calma e lenta enquanto me puxava para deitar no colo dela. – Não precisa prender o choro, põe tudo pra fora.

Depois de alguns minutos chorando copiosamente igual uma criança que levou bronca dos pais eu comecei a me acalmar mais.

—- As crises são frequentes?

—- Não... na verdade, eu não tinha nenhuma crise há anos.

—- Você faz acompanhamento?

—- Eu fiz por muito tempo mas parei

—- Porque?

—- Achei que não precisava mais

—- Obrigada – Ela disse depois de um silencio se instaurar entre nós. – Eu sei que não deveria incentivar agressões e eu acho que você não deveria ter se arriscado desse jeito, mesmo aquele canalha merecendo... mas, obrigada por me defender, Lu.

—- Eu sou um monstro – Eu não conseguia olhar nos olhos dela depois de ter perdido o controle daquele jeito, era como se toda uma parte minha viesse a tona justo quando eu achei que tinha me livrado dela. – Eu não mereço o seu agradecimento

—- Você não é um monstro, Lu... Você me viu levando o soco e quis me defender – “Quem dera fosse só isso” pensei. – Não tem porque se torturar, ele que começou a briga me batendo e eu já falei com a administração do hospital, ele vai ser transferido amanhã mesmo e não tem como prestar queixa contra você por causa das gravações. Mas eles acham que é bom a gente registrar um B.O. sobre a briga.

—- Eu não conseguia para Anna, se não tivesse me arrancado de cima dele eu teria matado aquele canalha. Eu sou professora de luta, não posso me descontrolar, eu ensino os meus alunos a não se descontrolarem independentemente da situação. Mas quando eu vi ele te socando, eu perdi o controle, foi como se estivesse em modo automático, sem controle nenhum.

—- Lu...

—- Não deixa eu terminar, eu vim aqui disposta a lutar pra te conquistar do jeito certo, mas você não merece isso Anna, você merece um príncipe ou princesa que vai surgir em um cavalo branco. Eu sou só uma bruta que não merece salvar a princesa na torre.

—- haa Lu, cala a boca antes que tu fale mais merda. “príncipe ou princesa”, “cavalo branco”, “princesa na torre”??? Que porra é essa?? – Talvez eu tenha estressado ela agora – Sério Luana, de onde veio essa porra??

—- Anna... deixa eu explicar, é que...

—- “É que” porra nenhuma!! – Ela levantou e quase bateu a minha cabeça no chão, já que eu estava no colo dela – Eu venho aqui na maior boa vontade te ajudar e você me vem com esse papo como se eu fosse uma donzela indefesa. Eu não preciso que me salvem de torre nenhuma Luana, eu sei sair dessa merda de torre sozinha, luto com o dragão e ainda saio no meu próprio cavalo branco. Agora, me dá a porra da tua mão pra eu cuidar que tu já me estressou demais por hoje.

—- Desculpa... eu me expressei mal – Eu não sabia nem onde enfiar a minha cara, de onde eu fui tirar que ela era uma donzela indefesa?? Afina, estava claro que naquela sala eu era a que mais precisava ser salva.

—- Se expressou mesmo! Agora fica calada que eu já to puta, cansada, com fome e com sono.

Ela fez o curativo nos meus dedos na velocidade da luz  e sem nem olhar na minha cara, enquanto eu pensava em como reverter aquela situação. Quando ela terminou de enfaixar as minhas mãos ela puxou as duas e deu um beijo em cada uma, me deixando com cara de besta e sem entender nada.

—- Anna...

—- Eu ainda to puta, Lu. Bora que a gente vai pedir um uber pra casa.

—- Pra casa?

—- Você vai dormir lá em casa né? – Ela perguntou como se fosse um negócio obvio

—- É claro.. – Dica de vida meninas, se uma garota estiver puta com você e te olhar com um olhar mortal perguntando se você vai pra casa dela, sempre concorde e acene.

Ela nem me esperou falar mais nada e foi saindo. Como eu não sou besta e nem suicida, fui atrás dela. No uber ela respirou fundo e apagou quase instantaneamente desabando no meu ombro.

Ela desvia estar muito cansada, afinal tinha ficado o dia inteiro em uma cirurgia e depois foi se meter em uma briga com um babaca daquele. Sem contar que nós fomos dormir tarde na noite anterior, isso se ela dormiu alguma coisa durante a noite, porque eu mesma não preguei os olhos.

Nós chegamos no apartamento e eu não quis acorda-la, paguei o uber e carreguei ela pra dentro. Não faço ideia de como a garota não acordou no caminho, mas dei graças a Deus por isso.

—- Anna...

—- humm

—- Acorda, você precisa trocar de roupas pra dormir. Tudo bem??

—- Me deixa dormir...

—- Mas você..

—- Me deixa dormir Lu...

—- Tudo bem – Me dei por vencida. Tirei os sapatos dela, liguei o ar condicionado e fui tomar um banho.

Depois de tomar banho, comer alguma coisa e refazer os curativos na minha mão (os quais ficaram péssimos porque eu não sei fazer curativos em mim mesma). Eu decidi ir ver como ela estava e percebi que ela ainda estava do mesmo jeito que havia deixado, porém toda encolhida de frio.

Me aproximei para cubri-la e fui pega de surpresa

—- Dorme aqui

—- Eu achei que você já estivesse dormindo

—- Eu to meio lá meio cá

—- Entendi

—-Dorme aqui

—- Acho que é melhor não

—- Não me deixa sozinha

—- Tudo bem

Dei a volta na cama e me deitei do lado dela que me abraçou quase imediatamente e apagou de novo. Eu sei que não deveria me aproveitar porque provavelmente ela estava dormindo mais do que estava acordada, mas ela pediu tão fofa que eu não resisti. Essa garota é completamente doida, ainda agora ela estava gritando comigo e agora me pede pra dormir com ela. A sorte dela é que eu já estou muito afim, porque se não...

se não nada, acho que ia ficar afim de qualquer jeito. Ela é apaixonante justamente porque é meio doida.


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Notas finais do capítulo

A Anna está mostrando o seu lado mais independente e forte
E a Lu ta mostrando o seu lado um pouco mais frágil
Me digam o que vocês estão achando!!



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