Um sonho no Campo escrita por CM Winchester


Capítulo 6
Capítulo 5 - Peter




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/781030/chapter/6

— Às vezes eu tenho vontade de esgana-la, Sandra.
— Desculpe maninho, mas não consegui segurar.
— Você tem o dom de assustar as pessoas. - Resmunguei tirando a cela de Noturno.
— É, mas ontem antes de eu ficar completamente bêbada você estava babando na bunda dela. E eu vi vocês dançando.
— E eu vi você beijando o Ian. - Rebati.
— Eu o que? Não! Que mentira.
— Não é mentira. Estava completamente bêbada, mas estava beijando ele.
— Não. Me fala que está brincando.
— Não estou brincando, Sandra. Diferente de você eu não fico debochando. Você estava aos beijos com Ian no final da festa. Pode perguntar a Sofia. Ou até mesmo ao Ian. Ele estava sóbrio.
— Deus. - Ela colocou as mãos na cabeça. - Eu não posso ter feito isso.
— Você fez. - Debochei rindo e ela socou meu braço.
Deixei Noturno na sua baia e fomos caminhando para a casa, mamãe e Henry já haviam voltado.
— O quanto você bebeu Sandra? - Mamãe perguntou.
— Pergunte ao Peter, ele que foi para "me cuidar". - Ela fez aspas com os dedos. - Mas ficou cuidando outra coisa lá.
— Tira o meu da reta. - Falei.
— Isso não deixa de ser verdade, Peter. Você foi como responsável dela.
— Ah, nem vem. - Respondi. - Ela já é grande o suficiente para se cuidar sozinha. Eu dei carona. Tem sorte ainda, se ela tivesse vindo com o Ian teria dormido na cama dele.
— O que? - Ian se afogou com o suco
— Vai dizer que não lembra? - Perguntei.
— Depende do que você está falando. - Devolveu encarando-me com olhar acusador. - Do quadradinho?
Era um sinal. "Se você contar, eu contarei também!".
— Que quadradinho? - Henry perguntou.
Lancei um olhar a Sofia que parecia desconfortável com o assunto.
— Não é nada. Ela bebeu o suficiente para uma noite. - Respondi.
Henry e mamãe nos olharam desconfiados.
— O que aconteceu nessa festa?
— Nada. - Sandra, Ian, Sofia e eu respondemos juntos.
Eles continuaram nos encarando.
— Pode passar as batatas? - Sandra perguntou para Sofia mudando de assunto.
Os dias passaram correndo. Noturno deixou Sofia montá-lo perfeitamente o que chamou a atenção de Raissa. Ele havia mordido ela de leve uma vez, mas era um claro sinal para ficar longe.
E é claro que eu me aproximei mais de Sofia. Ela não perguntou nada sobre o que Sandra comentou.
O dia da competição finalmente chegou e todos começaram a arrumar as coisas, arrumamos os cavalos para ir e arrumamos nosso caminhão. Raissa veio e deixou seu carro aqui para irmos juntos.
—  Você anda bem distante. - Ela comentou.
Estávamos arrumando os cavalos em suas baias no caminhão.
— Estou normal.
— Para com isso, Peter. Desde que aquela lá chegou você ignora todo mundo. Eu vi vocês na festa. Ela dançou com todo mundo. Depois dançou daquele jeito. E você ficou agarrado nela. Ela não passa de uma va...
— Não se atreva a falar isso. - Resmunguei parando na sua frente. - Ela é uma boa pessoa.
— Uma boa pessoa? Ela é uma aproveitadora. - Ela agarrou meu braço e fez eu a seguir para fora do caminhão. - Olha lá.
Olhei para onde Sofia e Ian estavam conversando enquanto ela ajudava ele a arrumar seu cavalo. Eles estavam rindo e se empurrando. Recuei para dentro do caminhão.
— Viu? - Raissa perguntou. - Ela é só uma va...
— Fica quieta, Raissa. Por favor. - Pedi. - Já arrumou as coisas aqui, agora vai procurar o que fazer.
Ela bufou.
— Depois não diga que eu não avisei. - Resmungou saindo do caminhão.
Encarei Noturno e respirei fundo.
Não conseguia acreditar que ela fosse assim. Era tão irreal. Todas às vezes que conversamos.
Sai do caminhão e olhei na direção deles. Sofia abraçou Ian que a ergueu do chão. Empurrei com força a porta do caminhão e segui para a casa furioso.
No caminho eles vinham na minha direção.
— Já posso colocar ele lá? - Ian perguntou.
— Faça o que quiser. - Respondi de mau humor e Ian me encarou surpreso.
— Hey, tudo bem?
— Vai fazer as tuas coisas. - Retruquei e lancei um olhar a Sofia. - Você também. Não tem trabalho a fazer?
Ela lançou um olhar a Ian que se afastou levando seu cavalo.
— O que aconteceu? - Sofia perguntou e eu voltei a caminhar em direção a casa.
— Nada.
— Eu sei que aconteceu algo. Você nunca me tratou assim. - Ela se atravessou na minha frente. - O que aconteceu?
— Nada. Temos muito o que fazer. - Sempre que eu tentava caminhar ela barrava minha passagem. - Da para sair da frente?
— Qual a palavra mágica?
— Sofia.
— O que? - Perguntou. - Sabe que gosto quando você fala o meu nome?
— Eu ou o Ian também?
— Você está com ciúme?
— Me deixa em paz. - Revirou os olhos antes de sair do meu caminho.
Passei por ela e entrei na casa batendo a porta com força.
— Opa! O que aconteceu? - Mamãe perguntou. - Quem pisou no seu calo?
— Ninguém. Já arrumei as coisas lá fora.
— Elise? - Sofia entrou na casa e me encarou depois se virou para a minha mãe. - Tem problema se eu for de moto?
— Eu não sei.
— É que... Faz tempo que ela está parada. E antes eu andava direto nela. Tenho medo que estrague.
— Hum... Pode ser. Mas tenho uma tarefa para você... E você. - Mamãe me lançou um olhar. - Vão na cidade pegar pão e alguns mantimentos para mim. Henry está ocupado. E é uma boa corrida para a sua moto, pode ser?
— É... Sim. Pode ser. - Ela sorriu e se virou para mim. - Podemos ir agora?
Pressionei os lábios. Droga.
— Pode ser. - Falei e ela sorriu correndo para as escadas.
Logo ela desceu carregando dois capacetes e a chave da moto. Eu a segui até o galpão e ela sorriu passando a mão no tanque da moto. Ela subiu na moto e a ligou depois me encarou sorrindo.
— Tem habilitação? - Assenti.
Ela sorriu e deslizou para o banco de trás, dando-me o espaço de sentar à sua frente.
— Você quer que eu dirija?
— Vamos dizer que não gosto de carregar homens na garupa, não me leve a mal. Na verdade, não gosto de carregar ninguém.
Passei a perna pela moto e acelerei sem sair do lugar. Sofia passou os braços pela minha cintura.
— E assim posso abraça você. - Ela sussurrou no meu ouvido e olhei-a por cima do ombro.
— Está acostumada com isso? - Perguntei e ela franziu a testa.
— Acostumada com o que?
— Por ser carregada.
Ela desceu da moto parecendo furiosa.
— Você é a primeira pessoa que vai dirigir ela. Obrigada pela consideração! O que está acontecendo com você afinal? - Ela praticamente gritou, histérica e furiosa.
— O que você tem com o Ian?
— O Ian? Pelo amor de Deus, Peter. Ian gosta da Sandra.
— Mas não está com ela.
— Ele é um bom amigo. E eu estava dando dicas de como chegar em Sandra sem levar um pé na bunda. E eu não te devo explicações. - Ela largou o capacete no espelho. - Desligue ela e vá no seu carro.
A vi se afastar e saltei da moto rapidamente. Segurei Sofia pelo braço.
— Me desculpe. É que... Olha...
— Chega, Peter! - Ela falou. - Não quero conversar com você, ok? Me deixa em paz! - Ela puxou o braço e saiu do galpão.
— Ótimo Peter. Você acabou de bancar o babaca! – falei sozinho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N. B.: Aaaaaah, gente. Estou adorando essa fic, ta muito amorzinho, pra guardar no potinho hahahaha. E fiquei honrada de betar. Parabéns. Bjs, bjs. Fhany Malfoy
N.A.: Eu que agradeço por estar me ajudando e apoiando. Bjs.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um sonho no Campo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.