Um sonho no Campo escrita por CM Winchester


Capítulo 7
Capítulo 6




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/781030/chapter/7

— Ué, o que aconteceu? - Elise perguntou quando entrei na casa.
— Peter vai sozinho. Ou sei lá. Não se preocupe com a moto. - Falei subindo as escadas furiosa. - E já sei. Nós saímos antes do meio dia. - Gritei já no corredor para os quartos.
Segui para o banheiro. Tomei um banho quente.
Estava muito furiosa que Peter pensasse realmente que eu era uma vadia. Vesti uma calça jeans rasgada nas coxas, regata roxa, camisa xadrez de lilás, branco e roxo.
No quarto eu calcei meu coturno preto desbotado. Tudo o que eu mais queria era sumir daqui. Pegar minha ducati e voltar para cidade.
Arrumei a mochila com algumas roupas e fiquei no quarto até quase 11 e meia foi então que desci com a mochila e encontrei todos se arrumando. Peter estendeu a chave da moto para mim que a peguei e guardei dentro da mochila.
Fui com Ian e Sandra até a competição que era em outra cidade. Ian dirigia o caminhão dos cavalos enquanto Henry, Elise, Raissa e Peter iam no ônibus que era uma casa.
Deixei Sandra ir entre Ian e eu e me concentrei em mexer no celular durante toda a viagem.
Chegamos no local da competição e já era de noite. Arrumamos nossas coisas e dormimos em barracas, já que o ônibus não abrigaria todos nós. Puxamos uma lona do caminhão até o ônibus fazendo um teto por cima das barracas.
Apesar da companhia de Raissa ser insuportável e o clima nada agradável entre Peter e eu, o lugar era diferente. Ian me mostrou a pista de provas.
— Você e Peter estão brigados?
— Ele acha que estou dando em cima de você. - Falei e ele arregalou os olhos.
— Peter não pensaria algo assim de você.
— Aparentemente ele pensa. - Respondi e ele pressionou os lábios.
— Dúvido que isso seja coisa da cabeça dele. Com certeza é coisa da Raissa. Ela deve ter destilado o veneno dela.
— Se é verdade ou não isso sobre a Raissa. Ele não tem o direito de acreditar nela e não em mim.
— Não se preocupe. Pela cara de cachorrinho que caiu da mudança ele deve estar arrependido. - Dei de ombros e Ian riu. - Vou falar com ele depois.
— Não precisa. Deixe ele pensar o que quiser.
Voltamos para o acampamento.
— São 3 dias de competição.
— Fala sério. - Falei.
— Por que você acha que viemos na quinta? - Ele debochou e eu balancei a cabeça o empurrando.
Na sexta observei a competição deles. Não era chato, até que era bem interessante.
Mas a maioria daqui era uns riquinhos mauricinhos. A noite nos reunimos no nosso acampamento.
— Começamos bem. - Henry falou abraçando Elise que sorriu.
Observei Peter com aquele roupa apertada e não pude resistir em morder o lábio. Apesar de estar brava com ele. Ainda o achava gostoso.
Todos começaram a ir andar pelo local. Já estava noite e eu precisava de um banho. Entrei no ônibus e fui até o banheiro, mas esbarrei em Peter.
— Ian veio conversar comigo. - Ele falou e eu fiquei em silêncio enquanto pegava a minha toalha. - Ele tem razão, acabei escutando Raissa.
— Bom para você.
— Estou tentando me desculpar. - Ele falou segurando meu braço e o encarei.
— Sim. Mas ainda estou magoada. - Larguei a toalha em cima da cama. - Ok. Você me conhece há o que? Duas semanas? Três? Mas achei que fosse o suficiente para saber como eu sou.
— Você de certa forma da em cima de mim.
— Por que estou a fim de você. E é reciproco. - Falei o óbvio. - Mas agora, achar que eu estou brincando com isso. Dando em cima de Ian já é demais para mim.
— Me desculpe.
— Vai correr atrás da Raissa! É isso o que ela quer. Me deixa em paz.
— Não é o que eu quero! - Ele puxou meu corpo para ele. - Quero você. - Seus lábios pressionaram os meus e me rendi.
Empurrei ele para sentar na cama e sentei no seu colo o beijando com vontade. Segurei a barra da sua camiseta polo começando a puxar para cima, mas ele segurou as minhas mãos.
— Rápido demais? - Perguntei e ele riu.
— Só um pouquinho. - Beijou minha bochecha. - Quero isso tanto quanto você. Mas não aqui na cama da minha mãe.
— Será que eles vão aceitar?
— Nós dois? - Assenti e ele riu.
— Acho que todos já notaram que está acontecendo alguma coisa entre nós. Minha mãe nunca tinha mandado eu buscar pão na cidade com alguém. - Ele riu antes de beijar meu pescoço.
— Mas eles vão aceitar isso?
— Não temos nenhum laço sanguíneo, Sofia. Pode relaxar. - Me beijou e eu sorri.
Os três dias de competição foram até que rápidos. Peter e eu estávamos juntos. SÓ que tínhamos resolvido não assumir por enquanto, apesar que todos já tinham notado nossa proximidade. Ele estava sempre segurando minha cintura ou com as mãos entrelaçadas a minha.
Quando voltamos para casa eles estavam felizes por ter o troféu e o prêmio. Peter e eu voltamos com Ian.
Parecia que eu tinha encontrado um lugar para mim. Com pessoas que gostavam de mim. E tinham tempo para mim. Estava distraída conversando com algumas amigas pelo notebook que não vi Peter bater na porta do quarto.
— Vamos dar uma volta? - Ele perguntou depois de entrar.
— Dar uma volta?
— Com quem está conversando? - Perguntou observando meu notebook onde duas garotas estavam sorrindo. – Ah, oi. - Ficou vermelho.
— Oi. - Camila falou sorrindo maliciosa.
— É ele? - Caren perguntou.
— É. Agora eu tenho que ir. - Desliguei a vídeo chamada e me virei para Peter. - Dar uma volta?
— São suas amigas?
— Sim. São loucas, mas não da bola. - Sorriu e segurou minha mão me forçando a ficar em pé.
— Andou falando de mim? - Perguntou sorrindo e beijando minha bochecha.
— Sim. Normalmente não escondemos nada umas das outras. São minhas amigas desde o primário. - Falei. - Agora pode me responder onde vamos dar uma volta?
— No campo. Quer conhecer melhor a fazenda?
— Se você liberar o Noturno para mim.
— Posso fazer esse sacrifício para você. - Beijou meus lábios.
— Eu sabia! - Nos afastamos para encarar Sandra parada na porta. - Eu sabia!
— Sandra. - Peter resmungou.
— Você sabe que não tenho nada contra. Na verdade ninguém tem nada contra vocês dois juntos. Mas poderiam ter contado antes. Pelo menos para mim.
— Ok. Agora você já sabe. - Ele falou. - Nós vamos dar uma volta. - Peter segurou minha mão me forçando a caminhar junto dele. - E não! Você não pode ir junto.
— Você é um estraga prazer.
— E você um castiçal.
— Você que sempre segurou vela.
— Sim. Agora trocamos. - Ele saiu da casa praticamente me arrastando.
Ele celou Noturno para mim e pegou outro cavalo para ele. Saímos cavalgando para o campo. Eu tinha razão sobre cavalgar. Era sentir liberdade também. Só que não tão veloz quanto minha moto.
— O que suas amigas queriam? - Perguntou.
— Está começando a chegar as cartas das faculdades. As delas já chegaram então elas queriam saber se eu já recebi as minhas. Mas não sei se vão entregar aqui.
— Então você se escreveu... Para a faculdade?
— Sim. - Respondi. - Minha mãe já deixou o dinheiro separado. Só estou esperando as respostas... - Me calei. - Peter você... Não se inscreveu para alguma?
— Não. Meu destino é a fazenda.
— Você não quer fazer isso para sempre ou quer?
— Gosto daqui. Gosto do trabalho daqui. E tem as competições.
— E quando eu tiver que ir daqui algumas semanas?
— Temos duas opções. Terminarmos e fingir que nunca nos conhecemos. Ou... A opção que eu prefiro. Você ir e eu te esperar aqui.
— Vai conseguir conviver com isso?
— Sim. - Ele falou sorrindo. - Você não?
— Nunca namorei a distância. - Falei.
— Eu também não. Mas você tem que seguir seus sonhos. E ao mesmo tempo não quero terminar isso.
— Vamos conseguir. - Ele assentiu.
Cavalgamos mais um pouco e depois voltamos para a fazenda. Sandra estava na frente nos esperando com o celular na mão.
— O que aconteceu? - Peter perguntou.
— Um tal de Harry ligou para Sofia.
— Harry? O que ele queria?
— Só disse que era assunto com você. - Ela respondeu e eu saltei de Noturno facilmente antes de seguir até ela.
Peguei o celular e retornei a chamada. No segundo toque ele atendeu.
— Sofia?
— Sim, Harry. Tudo bem?
— As cartas das faculdades chegaram no meu endereço. Tomei a liberdade de abrir.
— E ai?
— Você foi aceita em todas, Sofia.
— Eu não acredito. Ótimo! Maravilhoso! - Praticamente gritei me virando para Peter. - Passei.
Ele sorriu. Mas claro que não era um sorriso completamente feliz.
— Passou? - Sandra perguntou.
— Na faculdade. - Falei animada e ela me abraçou.
— Parabéns! - Ela falou.
— Que presente. - Murmurei. - Harry você pode arrumar as coisas para mim?
— É claro. Feliz aniversário, Sofia. Você merece. - Ele desligou.
— Aniversário? - Sandra perguntou. - Por que não nos contou?
— Não era importante. E não queria que vocês pensassem que eu vou embora.
— Mas você vai para a faculdade.
— Mas eu vou voltar nas férias, Sandra. Vocês são minha família agora. - Ela sorriu e me abraçou.
É claro que Sandra contou aos outros que era meu aniversário, então Elise fez um bolo elaborado e eles cantaram "parabéns" para mim. Estava perfeito.
Menos Peter. Ele foi se deitar antes de todos.
— Vai falar com ele. - Elise falou.
— Vocês se importam?
— Que você esteja namorando o Peter? - Ela perguntou e fiquei vermelha. - Claro que não. Fico muito feliz. - Lancei um olhar ao Henry que sorriu.
— Não poderíamos desejar coisa melhor aos nossos filhos. - Ele falou e eu sorri.
— Obrigada.
Entrei no quarto e Peter estava sem camisa somente com uma calça de pijama. Ele me encarou enquanto arrumava a cama.
— Você ficou triste. - Falei.
— Não. Eu estou feliz que você passou.
— Mas está triste que eu vá embora.
— É claro que estou. Mas não se preocupe eu me acostumo.
— Você pode ir me ver. - Ele riu sem humor algum.
— Você sabe que isso é meio impossível.
— Não é não. Uma das faculdades fica a meia hora daqui. - Respondi. - Mesmo que eu vá morar lá você ainda pode me visitar.
Ele ficou me encarando então sorriu e abraçou meu corpo fortemente.
— Não quero ficar longe de você.
— Não vai. E mesmo que fique é por pouco tempo.
— Eu te amo. Parece irreal que seja tão forte assim com tão pouco tempo de convivência. Mas eu te amo.
— Eu sei. - Murmurei. - Também me sinto assim. - O encarei nos olhos. - Se isso for capaz de suportar a distância pode saber que é forte. - Ele sorriu antes de me beijar.
O empurrei para a cama e subi em cima dele já o beijando.
— Os outros. - Peter falou.
— Relaxa. Eu tranquei a porta. Só temos que tentar não fazer muito barulho. - Ele sorriu antes de me beijar.
Ele nos virou na cama ficando por cima.
— Vai ser um pouco difícil. - Ele murmurou antes de me beijar.
E de fato foi difícil não fazer barulho.
Peter era o tipo de garoto que eu gostava. Aquele tipo envergonhado, mas que na hora H toma a iniciativa e faz tudo gostoso.
Perfeito.
Os dias que passaram foram de alegria. Nunca pensei que pudesse ser tão feliz na vida.
Mas aquela família mostrou isso a mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um sonho no Campo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.