Um sonho no Campo escrita por CM Winchester


Capítulo 5
Capítulo 4




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Acordei com Sandra batendo na porta do quarto.
— Você dormiu?
— Oi. - Respondi indo abrir a porta. Abri apenas um pouco e espiei ela.
— Você tinha dormido! Vai querer ir mesmo?
— Sim. Só vou... Vou colocar uma roupa. Eu tenho quanto tempo?
— 15 minutos é suficiente?
— Depois do banho de quase uma hora que tomei antes, sim é suficiente. - Fechei a porta. - Eu acho. Que roupa eu iria?
Abri a porta de novo.
— Sandra?
— Oi?
— Que roupa eu coloco?
— A roupa que quiser. Pode ir de vestido se tiver algum.
— Ok. - Falei voltando a fechar a porta.
Procurei entre as roupas algum vestido. Eu me lembrava de ter um vestido vermelho em algum lugar.
O encontrei. Ele era decote fechado e acinturado, sem mangas e a saia não muito curta, mas alcançava as coxas. Vesti uma jaqueta de couro preta.
Catei em algum lugar uma sandália, mas so encontrei meu ankle boots cheio de tachas. Iria ser aquele mesmo. Arrumei meus cabelos rapidamente e desci as escadas.
Sandra estava ao lado de Peter que estava todo arrumado.
— Você precisa de dinheiro? - Henry perguntou com a carteira na mão.
— Não... Eu tenho. - Falei colocando a mão no bolso do casaco. - Sem problema.
— Mesmo? - perguntou.
— Sim. - Respondi.
— Mas se precisar é so pedir.
— Eu prefiro arrumar um emprego. Sempre gostei de ser independente. Não leve a mal.
Sandra gargalhou e nos viramos para ela.
— Coisa nossa. - Peter e Sandra responderam juntos.
— Ou eu posso te dar uma mesada pelo trabalho aqui na fazenda, como faço com Peter e Sandra. - Henry falou depois de um tempo de silêncio.
— Vale a pena essa mesada. - Sandra falou vindo para o meu lado. - Vamos?
— Vamos. Ian já está pronto?
— Ele já foi, eu acho. Peter vai nos levar. - Ela sorriu encarando o irmão que revirou os olhos.
Segui eles até a rua e fomos em direção a caminhonete de Peter. Sandra fez eu ir no meio, sentando ao lado de Peter que assumiu o volante.
Ele dirigiu até o local. Eu não reconhecia nada. Precisava urgentemente decorar os lugares aqui.
Peter estacionou e Sandra desceu.
— Vai ficar? - Perguntei para Peter.
— Sim. Resolvi vir. - Sorri antes de descer da caminhonete.
Nós entramos no local que estava lotado de pessoas. Já tinham algumas dançando e outras conversando. Era bem tranquilo a festa. Diferente dos lugares que eu frequentava na minha cidade.
Sandra me apresentou para todos. Notei que os garotos pareceram bem interessados. Alguns já foram conversar com Peter que sorriu de canto e me lançou um olhar.
Era desconfortável ser o centro das atenções.
Um garoto estendeu a mão para mim assim que bebi o primeiro gole de cerveja. Lancei a ele um olhar "?".
— Quer dançar?
— Mike não sei... Se ela sabe... Ela é da cidade. - Sandra respondeu por mim.
— Eu sei. - Falei lançando um olhar a Sandra. - Minha mãe me colocou em um curso de dança uma vez.
Agarrei a mão de Mike e larguei a cerveja. Começamos a dançar e eu entrei no embalo. Perdi a conta de quantas músicas dancei e quantas cervejas eu bebi. Claro que eu sabia a hora de parar, por isso já estava só na agua. Peter havia dançado com algumas garotas. Notei que quase todas elas que tiraram ele para dançar.
Começou a tocar um funk e Sandra puxou meu braço para a pista de dança. Eu fiquei meio envergonhada. Mas logo me soltei ao ritmo da música. Empinei a bunda e coloquei as mãos nos joelhos rebolando. Fiz o tão famoso quadradinho. Sandra gritou e acertou um tapa na minha bunda.
Ela estava bêbada e eu sorri balançando a cabeça.
Segui em direção ao bar para pegar uma água, mas meu corpo foi barrado por outro corpo. Encarei Peter que colocou as mãos na minha cintura.
— Acho que me deve uma dança.
— Devo?
— Você dançou com metade dos garotos dessa festa.
— Sim. Todos me convidaram para dançar.
— Então... Me deve uma dança. - Ele falou sorrindo.
Estava tocando um pagode e ele apertou o braço na minha cintura enquanto dançávamos. Tinham poucos casais dançando já que era um ritmo que poucas pessoas conseguiam dançar em casal.
Eu sentia o corpo de Peter pressionando o meu enquanto estávamos dançando.
— Sou discreto, como quieto e ainda pedem mais. - Ele sussurrou no meu ouvido.
Fiquei arrepiada. Continuou cantando no meu ouvido e acompanhei ele que não me soltou mais. Pelo resto da festa ficou do meu lado, seu braço em volta da minha cintura de forma possesiva.
Quando já eram quase 3 da manhã decidimos voltar para casa.
— Temos que ir. - Peter sussurrou no meu ouvido depois depositou um beijo atrás de minha orelha. Fiquei arrepiada.
— É.
— Onde está a Sandra?
— Ali. - Apontei para a garota agarrada a Ian aos beijos. - Ela está bêbada.
— Completamente. - Ele riu segurando a minha mão antes de ir até eles.
Conseguimos convencê-la de que estava na hora de ir. Peter praticamente a carregou no colo até a caminhonete. Colocamos ela no meio para sua própria segurança. E nossa também.
Chegando em casa Peter carregou ela para o quarto. Tirei seus sapatos e a embrulhei, ajeitando o cobertor corretamente.
Verifiquei se não tinha nada que pudesse apertar ou machucar ela de noite.
Saímos do quarto e caminhei até o meu quarto com Peter ao meu lado, paramos em frente a porta e nos encaramos.
— Boa noite. - Falei me aproximando e beijando o canto de sua boca.
Abri a porta do quarto e entrei sorrindo feito uma boba.
Troquei a roupa pelo pijama e me joguei na cama. Estava bem cansada. Mas ao mesmo tempo estava alerta. Meu corpo estava alerta.
Peter havia me deixado excitada. E ao mesmo tempo acho que tinha outra coisa também. Outro sentimento ali, sondando.
Aquilo era assustador.
Acordei eram quase 10 horas e saltei da cama correndo. Não era para ter dormido tanto.
Fiz minha higiene matinal e vesti uma calça jeans, uma regata preta e uma camisa xadrez de azul claro, azul escuro e cinza. Calcei meu tênis all star e desci as escadas.
Estava tudo vazio. Procurei alguma coisa dentro da geladeira.
— Bom dia. - Olhei por cima do ombro para Elise.
— Bom dia. - Murmurei. - Onde estão todos?
— Henry está com os meninos cuidando de algumas coisas no campo. E Sandra está dormindo. Me diga, quanto ela bebeu?
— Hum... Acho que... O normal para uma adolescente. - Respondi e ela riu.
— Isso quer dizer que foi bastante.
— É, mais ou menos. - Expliquei e empurrei meu cabelo para trás do ombro. - Eu sinceramente não quero responder nada. Quando ela acordar você pode perguntar para ela. - Ela sorriu.
— Ok. Eu vou até a cidade com Henry a tarde. Não acho que ela acorde antes disso.
— Ok. - Falei assentindo.
Como Elise acreditava, Sandra não acordou antes deles saírem. Almoçamos e eles foram para a cidade e eu me vi sozinha com Peter.
— Me diz uma coisa. - Ele falou de repente e eu o encarei assustada tirando os olhos da tv. - Quer aprender a montar?
— Eu já sei montar, Peter. - Debochei sorrindo e ele ficou vermelho.
— Acredito. - Ele entrou no flerte e se aproximou de mim. - Estou falando de andar a cavalo.
— Eu topo. - Falei e ele sorriu.
— Vamos. - Ele segurou minha mão e puxou meu corpo.
Esbarrei nele assim que fiquei em pé e ele encarou meus olhos.
— Está brincando com fogo. - Murmurei passando por ele em direção a porta. - Quero o Noturno!
— Noturno não vai deixá-la montar.
— Quer apostar? - Perguntei lançando um olhar por cima do ombro.
— Não. - Falou sorrindo.
Ouvi as instruções e segurei a cela de Noturno. Respirei fundo. Peter se aproximou e agarrou minha perna.
— Um. Dois.
— Ai meu deus! - Falei ao mesmo tempo que ele falava "Três" e me embalava para cima.
Passei a perna por cima da cela e me agarrei firmemente. O encarei de cima e ele sorriu.
— Fácil?
— Não. É alto.
— Tem problema com altura?
— Um pouco. - Respondi.
— Quer continuar?
— Sim.
Ele puxou Noturno pela rédea e eu o acompanhei no embalo. Era legal. Peter me deu dicas e deixou as rédeas comigo. Dei algumas voltas no cercado e Peter ficou observando.
— Eu não acredito. - Olhei na direção da voz de Sandra que estava parada ao lado de Peter. - Esse traidor nunca me deixou montá-lo. - Parei na frente deles. - Ele me derrubou uma vez acredita.
— Claro, você montou nele sem que ele quisesse. - Peter respondeu.
Mas Sandra estava me olhando impressionada depois lançou um olhar a Peter.
— Eu não acredito.
— O que? - Perguntei. - É tão difícil assim acreditar que Noturno gosta de mim?
— Não é isso. - Sandra falou.
— O que é então?
— Um dia eu debochei que se alguém montasse em Noturno, Peter iria casar com ela. - Peter ficou vermelho.
— Não dá bola para o que ela fala. - Peter falou. - Só sai bobagem da boca de Sandra.
— E agora a garota que ele está afim montou em Noturno.
— Cala a boca Sandra!
— É um sinal Peter. - Ela falou e ele revirou os olhos.
— Não dá muita importância. - Peter falou segurando as rédeas de Noturno.
Desci facilmente e comecei a rir.
— Vocês são os irmãos mais estranhos que já conheci. - Debochei tentando aliviar a tensão que tinha ficado.
Virei as costas e segui para a casa. Meu coração pulando freneticamente.


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