Um sonho no Campo escrita por CM Winchester


Capítulo 4
Capitulo 3 - Peter




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Vamos dizer que Sofia chamou atenção assim que a vi. Não era so a beleza ate por que nunca dei muita importancia para isso. Era algo mais. Ela não fazia o tipo que ligava para o que os outros pensavam. Nem queria agradar as pessoas por querer.
Ela era determinada e esforçada. Eu via isso a cada dia que passava.
Ela se ofereceu para ajudar na fazenda sem que ninguem pedisse algo a ela. Ajudava minha mãe mais que minha irmã na hora das refeições e na limpeza das coisas.
Fiquei observando ela caminhar em direção a casa toda molhada e suja. Nunca fui um cara namorador. E nunca havia sentindo aquele desejo por alguem. Não era o cara que precisava sempre estar com alguem.
Mas senti um formigamento em minha pele quando ergui Sofia nos braços. Era mais que desejo.
Caminhei de volta a casa ate por que teriamos treino mais cedo hoje por causa da festa de noite. Eu precisava trocar a camiseta por isso passei por Henry.
— Vai me dizer que caiu tambem? - Ele perguntou.
— Não. So ajudei Sofia a sair de dentro.
— Ela caiu mesmo? - Ele perguntou.
— Sim. - Respondi e ele balançou a cabeça.
— Você e Ian podem tirar aquele cocho amanha e esvazia-lo. - Assenti e entrei na casa.
Troquei a camiseta e fui pegar Noturno.
— É, meu amigo. Você tambem? - O cavalo bufou e eu sorri.
Ainda não conseguia acreditar que ele tinha deixado Sofia acaricia-lo. Eu tinha ficado com Noturno por que desde pequeno ele não deixava ninguem alem de mim chegar perto. Eu o domei e ensinei tudo. Eu conhecia a genetica. Seus pais. Vôs. E tataravôs. Nenhum tinha a indole indomavel.
Mas Noturno tinha. Ele era domado por escolha dele. E deixar Sofia se aproximar foi uma grande evolução dele. E isso me deixou feliz.
Encontrei com os outros no campo. Montei Noturno e parei ao lado de Raissa.
— Oi para você tambem.
— Oi. - Falei e ela sorriu.
— Vai a festa hoje?
— É claro que não. - Sandra debochou do outro lado dela. - Não conhece meu irmãozinho?
— Na verdade eu vou sim. - Respondi.
Raissa sorriu e Sandra arregalou os olhos.
— O que? - Sandra falou. - Mas você... Você é um canalha mesmo! Depois que eu tive que aceitar a carona do Ian você decidiu ir.
— La vem ela falando como se minha carona fosse ruim. - Ian resmungou ao lado dela.
— A carona não é. O problema é a companhia. - Sandra resmungou.
— Foi você que convidou a Sofia.
— Não estava falando dela, seu idiota! - Sandra retrucou dando um tapa na cabeça dele.
— Ah ela vai? - Raissa perguntou e Sandra assentiu.
— Claro ela tem que conhecer as pessoas dessa cidade minuscula. So quero ver. Vai ser como chegar com carne nova. - Ela revirou os olhos. - Bando de idiotas. Aposto que vão cair matando em cima dela.
Aquilo me incomodou. Me incomodou bastante e foi por isso que decidi ir.
É claro que os garotos da cidade iam cair matando em cima dela. Era ela nova e bonita, alem de bonita tinha um corpo que dava inveja. Era o tipo de garota com o corpo perfeito. Nem gordinha, nem magra demais.
— Claro que ela vai adorar tudo isso. - Raissa resmungou. - Ja vi que ela adora se achar.
— Muito pelo contrario. - Ian rebateu. - Ela é uma garota bem simples pelo que vi ate agora.
— É Raissa. Não julga sem conhecer.
— Mas como conhecer Sandra? Viu como ela me tratou aquele dia?
— Ela não gostou de você é obvio. - Ian falou rindo. - Pelo menos não fingiu como você.
— Cala a boca idiota! Eu não fingi nada.
— Claro que fingiu. Dava para ver que estava sendo forçada a se apresentar. - Ele revirou os olhos. - Entre outras coisas. - Ele deixou no ar, mas me lançou um olhar.
É claro que Raissa não gostou da minha aproximação com Sofia. Ela tinha colocado na cabeça que eu tinha que ser dela e eu não tinha conseguido tirar isso da ideia dela ainda.
Fui muito gentil dizendo que não sentia o mesmo. Acho que gentil demais por que ela não perdeu a esperança e não deixava as garotas se aproximarem de mim como se eu fosse uma propriedade dela.
Era insuportavel para falar a verdade.
Depois do treino deixei Noturno no galpão e segui para a casa, mas Sandra correu para me alcançar.
— Maninho. Maninho. - Ela cantarolou e eu a encarei.
— O que?
— Você quer ir a festa por causa dela né?
— Seja mais especifica Sandra. - Pedi caminhando apressado.
— Por causa da Sofia é claro. - Eu a encarei.
— Não. É so para cuidar de você.
— Pare de inventar desculpas. - Parei a encarando abertamente.
— Não estou.
— É claro que esta. E esta de quatro por ela. Todo mundo ja notou. - Pressionei os labios. - Não é crime maninho. Ela não é nossa irmã. - Ela sorriu voltando a caminhar e eu a acompanhei.
— Tinhamos que trata-la como uma. - Falei e ela riu parando na porta da casa.
— Então avisa pro seu amiginho ai se controlar.
— Você sabe que não é so isso. - Resmunguei e ela ficou me encarando.
— Não sei se fico feliz ou chateada.
— Chateada por que?
— É que... Agora que eu tinha arrumado uma amiga de verdade pra curtir comigo.
— Não é como se eu fosse namora-la do dia para a noite, Sandra. E você nem sabe se ela sente algo. - Sandra revirou os olhos.
— So você não viu ainda o clima que tem entre vocês. - Ela deu um tapa no meu ombro e entrou na casa.
Fiquei olhando para a porta por um segundo depois balancei a cabeça. Entrei e fui direto para o quarto arrumar a roupa ja que Sandra estava trancada no banheiro.
Depois que Sandra liberou o banheiro fui eu a entrar. Tomei um banho rapido e vesti rapidamente a calça jeans preta e uma camisa azul claro. Sai do banheiro e entrei no quarto. Vesti um casaco cinza e um tenis nike preto com azul.
Ouvi os gritos de Sandra no corredor e abri a porta. Ela estava falando com Sofia.
Arrumei meus cabelos e coloquei um perfume. Desci as escadas e mamãe ergueu as sobrancelhas.
— Você vai ir?
— Alguem tem que cuidar da Sandra. - Falei e ela riu.
— Eu acredito. - Ela falou sorrindo antes de seguir para a pia.
Sandra desceu as escadas junto de Henry. Estavam conversando sobre Sofia.
— Não se preocupe Henry. Não é como se eu fosse deixa-la ser abusada por alguem. - Sandra revirou os olhos. - E o meu irmão vai estar junto. Sabe como é. Com ele sem diversão alguma.
— Era você que queria que eu fosse. - Lembrei.
— So pela carona. - Ela falou e Henry revirou os olhos.
Alguns minutos depois Sofia desceu as escadas e eu jurei sentir minha boca se abrir em um "O" perfeito.
— Quer um pote? - Sandra perguntou e eu a encarei confuso. - Para a baba que esta escorrendo.
— Cala a boca. - Falei e ela gargalhou.
Todos nos encararam.
— Coisa nossa. - Respondemos juntos.


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