Um sonho no Campo escrita por CM Winchester


Capítulo 3
Capitulo 2




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Sandra parou ao nosso lado e saltou do seu cavalo.
— Oi Sofia. É um prazer conhece-la.
— Oi. - Respondi.
Ela lançou um olhar desconfiado para nós depois encarou minha mão em Noturno.
— Fala serio. - Ela falou. - Noturno deixou ela acariciar ele?
— Sim. - Peter respondeu.
— Ainda to brava com você, maninho. - Ela o empurrou depois parou na minha frente. - Você ja dirige né?
— Hum... Moto sim.
— Nem pense nisso, Sandra. Mamãe nunca deixaria. - Peter falou e ela revirou os olhos.
— So moto?
— Sim. - Respondi.
— Decepcionante. - Ela falou antes de se afastar.
Lancei um olhar a Peter que sorriu.
— Ela quer mesmo ir nessa festa. - Falei.
— Vai ter um cara que ela gosta.
— É por isso que não quer leva-la?
— Não. So... Não quero ir.
— Não é de sair muito?
— Isso ai. - Ele respondeu se afastando.
Dei mais uma acariciada em Noturno depois me apressei para acompanha-lo.
— Eu perguntaria se você monta, mas como você nunca viu um cavalo na frente...
— Eu responderia que eu montava... - Ele me lançou um olhar. - Na moto. - Sorri maliciosa.
Vi suas bochechas ficarem vermelhas.
— Tem treino hoje a tarde. - Sandra falou nos alcançando.
— Eu sei. - Peter respondeu.
— Treino? - Perguntei.
— Nós participamos de competições de hipismo. Sabe o que é?
— Ja vi na tv. - Expliquei e ela assentiu.
— Agora vai ver ao vivo. Vamos participar de uma competição daqui 3 semanas. Você é solteira né?
— Sim. - Respondi confusa.
— Então vamos nos divertir muito. - Ela falou sorrindo.
Durante a tarde chegou a treinadora deles e junto dela uma garota. Ela chegou dirigindo rapidamente e tinha o som do carro mais alto que o possivel. Ela estacionou em frente a casa e saiu do carro indo abraçar Peter primeiro.
Ergui as sobrancelhas encarando a cena enquanto ela o abraçava.
— Essa é a Raissa. - Sandra respondeu depois levantou e foi abraçar a garota.
Nós estavamos sentadas nos degraus da casa quando ela chegou.
— E essa é nossa nova irmã. - Sandra falou.
— Você é a filha do Henry então? - Ela perguntou me encarando.
Continuei sentada a encanrando.
— Sim. - Respondi.
Ela não se apresentou e eu tambem não falei nada. Ela ficou me encarando como se me avaliasse. Eu estava com uma calça jeans, regata roxa, camisa xadrez de rosa, roxo, azul e amarelo e coturno preto.
Notei sua expressão fechar quando Peter sentou ao meu lado.
— Vai ver o treino?
— Sim. - Respondi. - Se eu puder. - Ele sorriu.
— Claro.
A treinadora nos chamou e eu os segui ate o campo onde eles treinavam. Olhei o treino deles por um tempo e Peter sempre sorria quando passava por mim.
Não era chato. Era ate interessante. Mas ficar em pé cansava.
Quando começou anoitecer eu voltei para a casa.
Ainda não conseguia acreditar que aquilo era real. Parecia um sonho. Na verdade outra realidade paralela.
Mas agora era minha realidade.
Os dias se passaram lentamente. Eu havia entrado na rotina deles. Como disse a Henry não precisava de nada. O quarto ate que era aconchegante. Claro que ele queria me dar mais que aquilo. Mas para mim estava bom so a cama, guarda roupa e uma comoda.
Eu sentia falta da cidade e dos meus amigos. Conversava com Harry sempre que podia e com os meus amigos tambem. No sabado acordei quase 8 horas. Todos acordavam cedo, mas disputavam o banheiro.
Então aprendi a acordar mais tarde e ter o banheiro so para mim. Vesti uma calça jeans, uma regata azul, uma camisa xadrez de rosa claro, azul e verde e calcei meu coturno. Desci as escadas enquanto amarrava meus cabelos em um coque.
Encontrei todos tomando café.
— Você poderia muito bem ir. - Ouvi Sandra falar assim que entrei na cozinha.
— Bom dia. - Falei me sentando com eles a mesa.
— Bom dia. Dormiu bem? - Elise perguntou.
— Sim. - Respondi pegando o cafe e me servindo.
— Peter! - Sandra chamou e ele a encarou.
— Não estou a fim de ir.
— É um saco não ter uma habilitação. - Ela resmungou cruzando os braços. - E é mais saco ainda vocês serem um nojo. - Ian ao meu lado revirou os olhos.
— Eu te levo. - Ian falou.
— Não quero. - Ela respondeu.
— Vai entender né. - Ian resmungou. - Ela reclama se não a levam, ai eu me ofereço ela se nega. - Ele revirou os olhos. - Mulher é bicho triste mesmo. Não tem como facilitar?
— Se eu facilitasse seria facil demais. - Ela resmungou depois me lançou um olhar. - Sabe dirigir carro?
— Como eu falei. So moto.
— Qual o problema do carro?
— Não me da liberdade. - Respondi.
Ela parou um segundo depois assentiu.
— Sim. Como quando eu cavalgo com Dama da Noite. Sinto liberdade.
— Isso mesmo. - Respondi.
— Você não quer ir junto?
— Você não tem quem leve. - Respondi. - Quer dizer, tem, mas não quer.
— Mas você quer ir? Podemos ir junto. Eu aceito a carona do Ian.
— Eu não vou te estuprar garota! - Ian retrucou. - Era so uma carona.
— Ian cale a boca. - Ela mandou depois se virou para mim. - Quer ir junto?
— Ok. - Respondi.
— Eu não devia leva-las, mas vou por que sou gente boa. - Ian falou.
Lancei um olhar a Henry que sorria.
— O que o Ian é de vocês? So empregado? - Perguntei a Peter enquanto arrumava as coisas para ir ajuda-los.
— Sim. Ele cresceu aqui. Sua mãe era empregada e morreu ha alguns anos de cancer. E ninguem sabia se ele tinha pai. Henry o acolheu e vive com nós ha 5 anos. Sandra e ele vivem em pé de guerra. Na verdade mais ela do que ele.
— Isso se chama paixão recolhida. - Ele gargalhou.
— Tipo isso.
— E você não vai ir mesmo?
Ele me encarou e passou a lingua nos labios.
— Acho que vou sim.
— Sandra vai enloquecer com você. - Ele riu.
— Ja estou acostumado.
Ri baixinho antes de pegar as esponjas e um balde com agua e sair do galpão. Eu prometi ajudar eles no que precisarem então Henry me deu algumas tarefas. Limpar os cochos isso implicava os de dentro das baias e os do campo. E cuidar do estoque de ração.
Não era grande coisa. Apesar que limpar cocho por cocho daquele lugar levava a tarde inteira.
O que eu menos gostava era o maior deles. Era tipo uma caixa de agua rendonda e grande. Eu poderia caber ali dentro. Como eu era baixinha levava um tempo para conseguir abrir a tampa para esvaziar. O bom era que eu não precisava limpar ele todos os dias. So quando fosse muito preciso.
Tirei a camisa e enfiei o braço dentro da agua procurando a tampa, fiquei na ponta dos pés e para minha grande infelicidade perdi o equilibrio. Cai dentro do cocho de agua. Me debati um tanto assustada por que não conseguia me estabilizar.
Uma mão alcançou meu braço e eu fui erguida para cima. Estava molhada com agua ate a cintura. Tentei limpar o rosto para conseguir ver Peter. Ele havia me salvado.
— Foi um tombo e tanto. - Ele riu e eu o encarei furiosa.
— Que graça. - Falei. - Me ajuda aqui?
Ele prontamente me ergueu nos braços e eu o encarei assustada.
— Você é forte. - Murmurei e ele riu.
— Você esta bem?
— So um arranhão no braço. Nada demais. - Falei. - Você ja pode me largar no chão se quiser.
Ele me soltou, mas suas mãos continuaram na minha cintura. Me afastei dele e fiz careta.
— Estou fedendo e gosmenta. Eca! - Ele sorriu e eu virei as costas voltando para a casa.
— O que aconteceu? - Henry perguntou quando ia chegando a casa.
Lancei um olhar para ele que estava ao lado da treinadora dos meninos, de Ian e para minha infelicidade Raissa.
— Eu cai.
— Você ta bem?
— Sim. Foi no... Naquele cocho do fundo...
— Vou mandar tirar ele de lá e esvazia-lo.
— Não, é que...
— Não se preocupe. Ele não vai fazer grande falta.
Abri a boca para discutir, mas assenti e entrei na casa.
Tomei um banho demorado. Foi uma meia hora para tirar toda aquela inhaca de mim. Os cabelos eu tive que lavar três vezes.
Depois do banho fiquei no quarto deitada mesmo. Estava com um pouco de sono.
E saudade. Muita saudade da minha antiga vida.


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