happily ever after. escrita por unalternagi


Capítulo 36
Alimente-se com a esperança do seu peito


Notas iniciais do capítulo

Oooooooooooooi

Nossa, perdoem pela demora, de verdade, eu fiquei tão travada na história que se eu contar ninguém acredita, a quarentena matou meus neurônios, credo, eu que lute, mas enfim, eu voltei!

Juro que não vou deixar a fanfic inacabada, mas também não quero entregar capítulos meia boca para vocês apenas para não ficar sem postar...

Chega de falar! Espero que gostem.

Um beijão!



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Capítulo 36 – Alimente-se com a esperança do seu peito

|ALICE|

A sala ficou silenciosa por um tempo enquanto todo mundo escutava a notícia de Edward. Senti a felicidade me tomar, porque eu amei estar na Itália, e amaria levar todo mundo comigo e viver aquilo com a minha felicidade plena, porque com a tristeza em todos os meus músculos já tinha sido maravilhoso.

Foi quando reparei no silêncio da sala.

—Não gostaram? – Edward perguntou confuso.

—Claro que sim – Bella sorriu se levantando e o abraçado – Obrigada por isso, vida, vai ser maravilhoso – ela garantiu.

—Eu amei – falei rapidamente e sorridente.

—Vai ser muito divertido – Emmett concordou depois de pouco tempo.

Rosalie e Jasper permaneciam quietos, eles se entreolharam dividindo um sorriso, então Rose olhou para nós.

—Acho que será interessante – ela disse baixo e eu sorri para a encorajar.

—Claro que vai, Rose, estaremos todos juntos e vocês finalmente vão conhecer a Italian Pack, que são todos que moram na Itália, não apenas a banda. E a família da Bella e do Emm é maravilhosa, sério – falei certa daquilo.

O sorriso de Rose foi mais confiante daquela vez.

Todos os olhares foram para a face calculista de Jasper, então sorrimos entre nós antes de tentar passar aquela animação para ele também.

—Você vai ser uma celebridade por lá – garanti a ele que riu fracamente.

—Nossa, sim, a Allie foi para lá toda preocupada espalhando aos quatro ventos sobre seu desaparecimento, então imagina quando aparecer lá lindo, leve e loiro? – Emmett brincou arrancando gargalhadas de todo mundo.

Naquela noite, depois de Rosalie e Emmett irem para o apartamento juntos e um banho rápido conjunto – que eu tinha cansado de reclamar sobre – , Bella e Edward foram dormir e eu estava arrumando minha cama quando Jasper saiu do banheiro, sorrindo timidamente por algum motivo que eu não consegui entender. Era como se ele quisesse me pedir algo. Não dei atenção porque queria que ele criasse a coragem em seu tempo e pedisse apenas se quisesse. Não estava disposta a forçar nada nele.

—Pode ir se arrumar para dormir, eu termino para você – ele falou delicadamente e eu sorri agradecida, antes de ir tomar meu banho e me arrumar para dormir.

Quando saí do banheiro, Jasper estava sentado na minha cama já devidamente pronta.

—Aconteceu alguma coisa? – perguntei curiosa.

—Eu sei que ontem foi questão de necessidade, a gente não teve “opção” e dormimos na mesma cama – ele começou inseguro e eu sorri, escolhendo apenas assentir para sua o encorajar a continuar, garantindo que eu lembrava – Então, eu percebi... Por meses eu tenho tido um sono deregular e sonhos agitados, se durmo muito eu durmo mal, se durmo pouco eu acordo quebrado... Então dormi com você e a paz – ele suspirou mexendo a cabeça como se tentasse clarear suas ideias – Você se importa se eu dormir com você novamente essa noite? – perguntou inseguro e eu sorri de canto.

—Eu só me importo nas noites que você não dorme – falei docemente sentando ao lado dele.

Jasper sorriu me dando um selinho e então nos deitamos na cama.

.

Os dias que seguiram foram tomados por toda a leveza da notícia, o pós-aniversário de Bella foi recheado com nós lembrando de pequenos eventos da noite e rindo como condenados das imbecilidades um dos outros. Aidan estava nos endeusando porque, em cada pub que fomos, foi uma foto pedida para saber quem ficou até o fim e foi engraçado ver Aidan quase morto no quarto pub quando, no quinto onde ficamos apenas a junção Swan-Cullen-Hale original, estávamos todos plenos e sorridentes como se fossem nossos primeiros canecos de cerveja.

—Ele está falando que a gente trapaceou – Bella contou enquanto caminhávamos junto com Aidan para a livraria de Edward.

Agora a caminhada de Bella e Aidan tinha duas paradas. Uma na farmácia que ficava entre a livraia e a cafeteria – que era onde eu estava trabalhando como caixa – e depois na livraria, daí Aidan voltava e eu, Bella e Edward seguíamos para casa.

—Como se trapaceia nisso? – ridicularizei.

—Não sei, o que eu sei é que não é possível que vocês aguentaram mais do que eu sendo que a Desajeito estava bebendo desde a casa da Columbia – ele bufou nos fazendo rir.

—Você é burro, enche seu cu de bebida até o fim, a gente tenta ficar um pouco sóbrio antes de recomeçar a beber – bufei revirando os olhos – Tudo tem a ver com a inteligência, querido, não nos culpe por ser afobado – eu ri quando ele me lançou um dedo do meio.

—Enfim, foi a melhor comemoração até agora e, caralho, que saudade que eu estava de juntar todo mundo daquele jeito – ele suspirou – Sério, eu não sabia até a sua festa, mas você e o Jasper são tudo o que eu sempre pedi para Jesus, vocês são a combinação perfeita, Bella, porque deixaram Alice e Edward se colocarem entre vocês dois? – ele perguntou quase ofendido fazendo a carranca aparecer na minha face e Bella rir.

Eu entendia o que ele dizia. Apesar de Bella ser a mais tímida entre nós, Jasper era o mais desinibido, a junção dos dois – ainda mais bêbados como tínhamos descoberto – era um casal de melhores amigos com zero noção que dançavam muito engraçado e super mega simpáticos, faziam todos ao redor ficarem mais confortáveis que nunca, ou seja, as verdadeiras “vidas da festa”. Eram uma excelente combinação mesmo, mas como os irmãos que eram, nada de casal.

—Vai se foder, garoto, os Cullen arrasam – falei o empurrando quando paramos no farol de pedestre.

—Sim, arrasam o meu ship. Basper para a vida – Aidan disse alto fazendo o sinal de hashtag com as mãos.

—Basper? – Bella indagou confusa.

—É o nome de vocês combinados.

—Eu entendi a referência, mas que porcaria – ela gargalhou.

—Jella não parece melhor – ele deu de ombros.

—Porque não é para ser, eles são irmãos e melhores amigos para a vida. Os únicos shipps possíveis são Alisper e Beward – falei começando a atravessar a rua quando o sinal abriu para nós, já no quarteirão da livraria.

—Nossa, muito melhor, supera, Dan, a Allie tem um ponto em dizer que o destino tratou de juntar que deveria com os nomes ideais de shipps – Bella falou enlaçando nossos braços.

—Eu vou voltando, bonitas, vocês estão praticamente entregues e eu sei que a bocuda ali vai contar para o irmão dela sobre meu sonho de criança em juntar você e Jasper e o Ned sabe ser chato quando quer... Sem tempo, irmão – Aidan falou antes de correr para voltar pela rua de onde tínhamos vindo.

—Ele... – Bella riu sem saber como terminar sua frase.

—Eu não o escolhi, ainda culpo o Edward por essa adição – falei risonha fazendo Bella gargalhar ao meu lado.

—Eu pensei mesmo que tinha escutado meu som favorito no mundo – Edward sorriu ao sair da livraria e nós paramos na porta.

Seguimos para casa ouvindo Bella rir alto de Edward e eu xingando Aidan pelo telefone.

Está vendo porque meu casal tinha que ser real? — Aidan falou alto.

Em casa, Jasper estava na cozinha olhando para uma panela com afinco e nós o assustamos quando entramos os três em casa falando alto.

—Estava fazendo o que de errado, soldado? – Edward perguntou brincalhão.

—Nada, tolo, é que eu estou terminando de cozinhar o meu famoso macarrão com queijo, estava concentrado – ele falou rindo e cheio de si.

Sorri chegando perto dele e, sem aviso prévio, ele puxou minha mão, abraçou minha cintura e depositou um beijo simples, mas cheio de significado na minha boca, fazendo-me sorrir ao nos separarmos.

—Boa noite, linda – ele falou acariciando meu rosto antes de Edward pigarrear.

—Desculpa, nossa, coceira na garganta – ele falou sentando na mesa fazendo Jasper e eu revirarmos os olhos.

—Famoso? Eu não conheço – Bella perguntou sentando no colo de Edward.

—Famoso sim, Bebella, porque a partir de hoje vai ser a única coisa que vocês vão querer comer até o resto da vida de vocês – ele falou pretensioso, desligando o fogo.

A mesa estava posta, então ele apenas colocou a panela ali no meio da mesa e jantamos tecendo elogios para o esforço de Jasper, ele realmente tinha mandado muito bem com a nossa janta.

Normalmente, jantávamos no apartamento de Emmett e Rosalie, mas parecia que eles tinham saído com Henri e, bom, a gente tinha comida e cozinha em casa. Jasper falou que pesquisou a receita na internet e achou a melhor de todas e nunca a dividiria com ninguém.

Sentamos na sala assistindo uma série enquanto Bella estava no quarto concentrada em alguma coisa da faculdade. Eu estava bem, em ordem com minhas entregas e estudos, então me permiti aproveitar aquele fim de noite com meu irmão e Jasper. Dois ou três episódios depois, avisei que eu estava meio sonolenta, então Edward se levantou indo para o quarto dele para chamar Bella.

Os dois logo se trancaram no banheiro, mas logo saíram prontos para dormir, desejaram bons sonhos e sumiram no quarto deles.

Fiquei acordada na cama até Jasper se deitar ao meu lado, mas diferente do que o que eu estava acostumada, naquela noite ele não tentou me tocar ou abraçar como ele vinha fazendo todas as outras em que dormimos juntos.

Tomei a frente, colei meu nariz em seu pescoço inalando meu cheiro favorito e ele tratou de me rondar com seus braços.

—Você está desconfortável? – perguntei depois de um tempo.

Os braços que me cercavam apertaram-me um pouco mais forte, antes dele suspirar.

—Nunca estive mais confortável – ele garantiu.

Sorri respirando mais profundamente o cheiro que vinha direto de seu pescoço, seu odor único que poderia acabar com toda a guerra do mundo.

—Eu sei que está cansada, mas-

—Pode falar, Jazz – falei rapidamente.

—Amanhã é a sua folga, não é? – ele indagou baixo.

—É sim.

—Eu queria que fosse comigo na minha consulta na psiquiatra. Ela pediu para alguém me acompanhar e, pensei em falar com Rose, mas significaria muito para mim se você aceitasse ir comigo – ele disse e eu o abracei mais.

—Que horas? – perguntei sorridente.

—Por volta das três e meia ou quatro horas da tarde, se não for um problema para você e seus horários na faculdade – ele disse rapidamente.

—Eu te mando uma mensagem de texto amanhã com minha localização e você me encontra na faculdade no final do período – sugeri e senti um beijo no meu cabelo.

—Obrigado, Lili – ele falou baixinho.

Sorri sem precisar responder nada.

Não foi difícil fechar os olhos e deixar a inconsciência me tomar e minha noite foi longa, revigorante e sem sonhos. Não me importei com a falta deles, a realidade já fazia um excelente trabalho.

.

Estava andando apressada na rua enquanto desviava da manada que andava firmemente para um ponto, qualquer ponto.

Meu celular vibrou de novo na bolsa e eu bufei, era a sexta vez em um curto período de tempo, então resolvi atender, mas para isso, eu tinha que parar, achar ele na minha bolsa e tratar de não ser atropelada pelo fluxo de pessoas, então parei no canto da calçada, na porta de uma loja fechada e comecei a caçar o aparelho por ali.

—Garota? Quem está morrendo? – perguntei quando alcancei e vi uma foto de Rosalie brilhar na tela.

Que? Ninguém — ela disse confusa.

—Não, impossível, era a única explicação para o fogo que está no seu cu de não parar de me ligar... – falei séria e ela bufou alto do outro lado da linha.

Cala a sua boca— ela riu – Liguei para te perguntar sobre a consulta com a psiquiatra de Jasper, você quem ia com ele, não é?!

—Ah, vai te catar, Rose. Eu ainda não fui, isso é só a tarde.

E por que você demorou tanto para me atender?

—Porque eu estou na rua, maluca, já tentou andar... – levei uma cotovelada de lugar nenhum, virei confusa reclamando alto – AI! – quem quer que me acertou, não pediu desculpas.

Que foi?— Rosalie indagou preocupada.

—Alguém me cotovelou, provando meu ponto de que é um inferno andar nessa cidade preocupada com o telefone. Enfim, era isso? – perguntei – Eu vou com ele às quatro, ele vem me buscar na faculdade.

Ah sim... Sim, era só isso. Promete me contar assim que sair de lá?— ela pediu.

—Outra ligação que poderia ser um SMS – eu ri – Claro que sim, eu te aviso. Agora eu vou...

Isso, vai para a faculdade e cuidado. Te amo, se cuida— ela disse.

—A vontade de te chutar... Te ligo assim que sair e, apesar de tudo, eu também amo você. Se cuida também – falei antes de desligar o celular.

.

Meu celular tocou enquanto eu conversava com um colega de turma e eu pedi licença para atender ao ver a foto que tinha ali.

—Oi, Jazz – atendi suavemente

Eu acho que eu estou aqui na frente da sua faculdade— ele disse parecendo confuso.

Sorri de canto procurando-o ao redor e eu vi ele parado no meio da calçada levando alguns olhares feios, mas parecendo não se importar enquanto olhava em seu entorno procurando por mim.

—Acho que eu te encontrei, não se mexe – pedi antes de desligar o telefone.

Me despedi do garoto com quem falava, prometendo que eu o mandava mensagem para ajudá-lo no trabalho de semestre dele.

Corri para a calçada e abracei Jasper o assustando, mas logo o senti relaxar em meus braços.

—Vamos? – perguntei sorridente.

—Sim – ele sorriu beijando meu rosto – Eu vim de táxi, então vamos seguir de metrô, ou...

—Eu vim com o carro da Bella e do Edward hoje – contei e ele assentiu.

Jasper ainda não dirigia, não se sentia completamente confiante o fazendo, apesar de nos garantir que se lembrava como e, Emmett o levou para treinar em algum estacionamento um dia desses, mas por enquanto ele ainda não tinha se arriscado pelas ruas.

Coloquei o endereço que ele mostrou e nós seguimos para sua consulta em silêncio, apenas apreciando a companhia. Com a coragem renovada por ele ter me pedido para ir com ele, entrelacei nossas mãos, beijando os nós de seus dedos e, por minha visão periférica, vi o sorriso abrilhantar seu rosto.

Logo chegamos no prédio e, antes que pensei ser possível, Jasper estava sendo chamado em um corredor. Ele entrelaçou nossas mãos, me guiando para a sala correta.

—Boa tarde, Jasper – uma mulher um pouco mais velha disse, seu sorriso era reconfortante e eu me vi sorrindo de volta – Por fim, quem você resolveu trazer? – ela pediu.

—Alice Cullen – ele sorriu me olhando.

—Sua noiva – ela comemorou fechando a porta e eu sorri.

—Na ver- – ele ia a corrigir, mas eu não queria que o fizesse, eu sentia saudade de ser chamada de noiva dele, então apertei sua mão e neguei rapidamente, dizendo que tudo bem ela me chamar daquela forma.

Jasper sorriu com a minha aceitação.

Sentamos no sofá enquanto ela escolheu a cadeira imponente a nossa frente. Coloquei nossas mãos entrelaçadas em meu colo, nervosa com tudo aquilo.

—Bem, Alice, eu te vejo inquieta, acho que Jasper não te falou porque você está aqui? – a doutora perguntou depois de um tempo anotando coisas.

—Ele só me pediu para o acompanhar – respondi incerta.

—Eu não soube o que dizer, Senna – Jasper falou – Com tudo...

—Não estou julgando, Jasper, fique tranquilo, eu apenas perguntei para saber como começar nossa sessão – ela sorriu e senti Jasper relaxar instantaneamente – Muito bem, Alice, eu quero te perguntar primeiro... O que você acha do desenvolvimento de Jasper nos últimos meses?

—Ótimo, ele tem se esforçado, eu posso ver. Ele se lembra de mais coisas e se respeita, sabemos que as memórias não vão voltar todas de uma vez e, claro, às vezes me frustra, mas é mais por conta do imediatismo do que por qualquer coisa. Tenho consciência que há coisas que podem nunca voltar – falei a olhando sem ter coragem de pensar na possibilidade daquilo enquanto encarava Jasper.

Uma coisa era ser racional com alguém racional, outra completamente diferente era tentar ser cem por cento racional com a pessoa que despertava o meu lado mais emocional.

—É bom que tenha o pé no chão, mas Jasper e eu estamos bem confiantes com as coisas que vêm acontecendo, com os lapsos de memórias e, eu falei com ele, mas vou te explicar porque eu chamei você aqui – ela disse colocando a prancheta de lado e ajeitando sua postura – A mente humana ainda é uma incógnita, mas no caso do Jasper, eu venho percebendo certo padrão. Percebe que ele se lembra de Bella e Emm e do seu irmão? Mas duas pessoas continuam sendo difíceis de voltar à mente dele? Duas pessoas que podem ser consideradas como “as mais importantes” – ela disse fazendo aspas com as mãos – Eu entendo que os relacionamentos todos de vocês são únicos, Jasper me reforçou isso mais de uma vez, mesmo assim, a falta de lembrança de você e Rosalie veio nos rondando pela última sessão e, bom, acho que chegamos em um ponto crítico.

Jasper se remexeu no sofá e eu o encarei. Ele sorriu fracamente para mim e eu devolvi o sorriso, tentando passar mais força e confiança. Querendo que ele sentisse como eu confiava e amava ele, como acreditava em sua memória, nele, em tudo. Em resposta, a mão que estava em meu colo apertou minhas mãos e a outra passou pelas minhas pernas, me trazendo para mais perto. A mão descansou em meu joelho e ele suspirou.

—Achamos que há um motivo para vocês terem sido “esquecidas” – Jasper murmurou abaixando a cabeça – Senna pensa que pode ser o fato de, bom, talvez minha mente esteja forçando vocês para fora, as partes ruins, para que eu não sofra com o que perdi.

—Com o que perdeu? – repeti confusa.

—A gravidez de Rosalie, eu não estive com a minha irmã no momento em que ela mais precisou de mim, a deixei lutar sozinha contra meus pais e, teve você, que sem mim se apaixonou novamente...

—Jasper.

—Alice, por favor, não fala nada – ele suspirou – Não digo isso para ser rude ou para que se sinta mal, eu entendo que você me ama mais, mas... Antes de tudo isso, você amava somente eu – falou ainda sem levantar a cabeça, antes de mexê-la como quem tenta afastar coisas ruins de lá – E isso sequer importa, não é culpa sua, mas pode ser minha – ele explicou voltando a me olhar.

—Talvez, as lembranças se bloqueeiam porque ele sabe que quebrou promessas importantes para as duas pessoas com quem ele mais se importava, entende? – a doutora voltou a falar e minha visão embaçada se voltou a ela – E isso não é ruim, de maneira alguma, mas temos que trabalhar em cima disso. Há uma memória mãe que vai nos fazer desencadear tudo, temos fé nisso.

.

—Eu só quero que você entenda que não é a mesma coisa, nem parecido – repeti pela milésima vez e estava pronta para falar mais um milhão.

—Por favor, deixa isso de lado – ele pediu desconfortável.

—Jazz...

—Tem coisas que eu não preciso saber Allie, coisas que só vão me magoar, essas coisas não são necessárias – ele disse docemente acariciando meu rosto.

Estávamos sentados no carro estacionado em nosso prédio, conversando sobre Lucca, coisa que eu deveria ter feito há muito tempo, mas eu verdadeiramente não tinha ideia que ele vinha lendo os e-mails que recebeu em seu tempo longe. Ele disse que estava o ajudando.

—Tudo bem, não precisa escutar nada mais sobre... Lucca – falei e ele suspirou, sorrindo logo em seguida em agradecimento –, mas você tem que saber que é só você, Jasper. Eu amo você com tudo o que eu tenho – falei aquilo pela primeira vez desde que ele voltou e o sorriso com que fui presenteada me fez arrepender por não ter dito antes.

—Eu acho que eu amo você também, com tudo o que eu tenho, com as coisas que eu tinha e com tudo que eu quero recuperar – ele falou colando a testa na minha, a mão na minha nuca.

Sorri para os olhos verdes que eu mais amava na vida. Nossos nariz se acariciaram por um tempo antes de seus lábios colarem nos meus.

Foi um beijo calmo e doce, beijos que ele costumava me dar quando queria que eu soubesse exatamente o que ele havia acabado de me falar. Que ele me amava. E eu estava em casa de novo, depois de um longo longo tempo longe.

.

Como prometido mais cedo, redigi uma longa mensagem para Rosalie antes de sair da consulta com Jasper, enquanto ele usava os últimos trinta minutos de seu horário para conversar com a sua terapeuta.

Quando nós chegamos em casa, Rosalie nos esperava com uma mesa posta com coisas para comermos. Emmett, Bella e Edward estavam fora trabalhando e Henri dormindo, então sentamos nós três na mesa da cozinha de Rosalie enquanto assuntos leves passavam entre nós e falávamos baixo para não interromper ou atrapalhar o sono de nosso anjinho.

—Alice já te falou? – Jasper perguntou encarando Rosalie quando um silêncio recaiu sobre nós.

—Sim, nós já conversamos – sorri para ele.

—Jazz, por isso que estamos aqui agora – Rosalie suspirou, aproximando a cadeira dela na dele – Você acha que, de qualquer maneira, perdeu coisas e falhou conosco porque não cumpriu suas promessas? – ela perguntou docemente, mas Jasper não a olhou e nem respondeu, apenas suspirou abaixando a cabeça – Eu sei que sim, gêmeo, mas escuta o que eu vou te dizer agora: Você prometeu que estaria comigo o tempo todo, para tudo o que eu precisasse, que eu poderia contar com você sempre, que estaríamos juntos como tem sido desde que nos conhecemos no útero de nossa mãe – ela deu uma risadinha, segurando a mão livre de Jasper, já que eu apertava a outra – Você não falhou comigo, meu lindo, nunca o poderia fazer, porque você lutou tão bravamente pela sua vida, foi sedento atrás de seu passado, mesmo quando nada fazia sentido, mesmo quando nada lhe fazia lembrar, você estava me procurando mesmo sem saber, a mim e a Alice e a todos os nossos irmãos-amigos – ela falou enquanto eu já me desfazia em lágrimas – Você cumpriu sua promessa, porque não era só na gravidez de Henri que eu precisava de você, são todos os dias, constantemente, e você voltou para mim, Jazzy, mesmo com medo você ficou comigo, e isso vale mais que qualquer outra insegurança que você possa vir a ter – ela disse amorosamente e foi quando escutei soluços irromperem do peito do meu amor.

—Mas você quase perdeu o neném e se colocou no risco e Emmett teve um momento doloroso enquanto vocês pensavam que eu tinha ido e-

—E nada disso é a culpa sua, Jazz, entende isso – Rose contrapartiu rapidamente com a voz embargada – Foram forças maiores que trouxeram lutas para nós, mas a gente foi junto o tempo todo, Jazz, até quando não estávamos juntos fisicamente. Eu lutei por você, para manter pessoas atrás de você e você lutou para nossa felicidade se mantendo vivo e saudável e se trazendo de volta – ela suspirou – Você não falhou comigo – ela repetiu firme enquanto Jasper soluçava.

—Sobre mim – eu falei depois de um tempo quando encontrei minha voz e a coragem para expor tudo – Você prometeu me amar para sempre com todo o seu coração, voltar para se casar comigo e estar seguro e inteiro – falei sorridente – Você está inteiro e seguro. Ainda é você em essência e, a gente cuida do resto depois. Vai ficar tudo bem – prometi e ele sorriu de canto me olhando.

—Eu ainda te amo com todo o meu coração – ele sorriu.

—Então, você não falhou ninguém, a gente só tropeçou um pouco, mas estamos aqui, príncipe e tudo vai acontecer como e quando tiver que acontecer – sorri torto para ele que abraçou Rosalie e eu ao mesmo tempo.

—A gente te ama, língua torta – Rosalie falou nos fazendo rir.

Era o apelido dele de quando falava tudo errado e, depois de tudo, as memórias agora eram felizes para ele, então a artilharia pesada de nossas piadas contra ele tinham voltado e tudo parecia apenas correto e bom.

.

Não sabia o quanto Rosalie, Jasper e eu precisávamos ter aquela conversa até a termos. Tudo foi importante naquele dia e a melhora em meu melhor amigo depois daquilo foi palpável. Jasper estava sempre entretido com alguma nova atividade e ver a animação constante dele estava me dando um novo gás, ele começou a falar sobre cursos para fazer no ano que logo começaria e eu sorri amplamente quando ele falou sobre curso de piloto de avião. Ele falava com paixão das lembranças que tinha tido na aeronáutica enquanto eu me apaixonava mais ainda por ele, poucas coisas eram tão bonitas quanto ver a pessoa que você ama falar sobre algo que ele ama.

Era um dia na metade de novembro e eu estava saindo apressada da farmácia porque Bella disse que estava me esperando do lado de fora. Normalmente eu não corria porque ela estava acompanhada, mas Adrian estava de folga, então eu corri para minha amiga que sorriu amplamente quando me viu.

—Desculpa a demora – falei rapidamente, ajeitando a bolsa em meu ombro.

—Não demorou, nem se preocupe – Bella sorriu enlaçando o braço no meu.

Estávamos começando a sentir o inverno se que aproximava, então andamos abraçadas até a livraria. Edward nos esperava já na esquina com um sorriso brilhante.

—Boa noite, lindas mulheres da minha vida – ele falou galante e eu sorri para o meu irmão.

—Você é muito emocionado – eu ri.

—Eu não posso ser apaixonado pelas melhores pessoas que eu conheço? – ele brincou se colocando entre nós duas e nos abraçando pelo ombro.

Naturalmente, Bella e eu nos encolhemos no peito de Edward e eu ri, amando que era natural nossa relação, que – para nós – tudo bem andar todos amontoados na rua.

—Tudo bem ser apaixonado, mas quando fala muito sobre isso começa a ser meio que um mico sério – falei brincalhona.

Bella gargalhou escondendo o rosto no peito dele quando paramos num farol e ele bufou.

—Eu não sei porque ainda tento ser fofo com vocês – ele murmurou.

—A gente também não sabe, vida – Bella respondeu rapidamente e foi minha vez de rir.

Chegando em casa eu suspirei ao ver que Jasper não estava lá, de novo, parecia estranho que agora ele sempre estava ocupado e-

—Ei, eu preciso mostrar algo para vocês – Emmett disse entrando como um furacão dentro do apartamento.

Franzi o cenho, mas Rosalie pegou Henri o enrolando em um cobertor enquanto ele babulciava palavras para a mãe.

—Não precisam de casacos, só vêm – Emmett sorriu pulando e eu foi quando eu fiquei mesmo confusa.

Subimos um lance de escada e, do lado contrário ao que nossos apartamentos ficavam, Emmett andou até uma porta, apontando.

—Quem quer ir primeiro? – ele perguntou achando algo que eu não entendia engraçado.

—Estou com fome – Edward reclamou.

—Não podemos voltar outra hora? – Bella complementou.

E foi quando as coisas começaram a parecer ainda mais estranhas, porque eles não pareciam eles mesmos, nós seis éramos curiosos como o inferno, e sempre odiamos isso um no outro, mas também, era a forma que sempre soubemos de tudo o que nos acontecia, era quem éramos e, do nada, o desinteresse de todos me mostrou que eu estava de fora de alguma brincadeira.

—Eu acho que... – fui calada quando uma música começou a tocar dentro do apartamento em que Emmett apontava.

Ele mordeu o lábio inferior, escondendo muito mal o sorriso.

—Então? – Rose sugeriu sorridente, apontando a cabeça para a porta e eu neguei com a cabeça.

—Vocês mentem mal – os deixei saber antes de andar até a porta e a abrir.

E, tudo bem, eles mentiam mesmo, mas eu nunca – em meus melhores sonhos – pensaria que encontraria o que eu encontrei.

A decoração do apartamento era simples e graciosa, ao menos eu achava que sim, eu não conseguia ver direito porque a sala estava iluminada apenas por velas e eu senti meus olhos encherem de lágrimas ao ver Jasper parado no meio de tudo. Mary do Kings of Leon tocava baixinho dando um clima bom ao lugar e eu sorri, deixando algumas lágrimas escaparem.

—Eu sei que parece estranho, ainda mais se a gente considerar, e eu penso que realmente deveríamos considerar, o fato de que não, linda, eu não me lembrei de mais do que você sabe, mas também não é do passado que se trata o que a gente sente – ele sorriu se aproximando de mim – Somos nós mesmo que eu não me lembre, porque o teu coração é tão profundo quanto meu e em cada centímetro dele eu clamo por você, desde quando acordei depois do coma no acampamento no deserto – ele sorriu.

O momento pareceu acontecer em câmera lenta.

—Eu preciso resolver umas coisas, a gente conversa já sobre tudo, mas antes de tudo de qualquer colocação, eu quero saber que você é prioridade e, por isso, se quiser, podemos nos mudar para esse apartamento – ele contou e eu sorri, realmente surpresa – Não vou te pedir esperar sem que você tenha certezas, por isso...

A mão dele alcançou o bolso de trás da calça dele enquanto eu sentia minhas batidas de corações ressoarem em minha garganta. A caixinha verde oliva que eu já conhecia foi mostrada e eu ri nervosa, negando devagar com a cabeça, chocada demais para fazer sentido.

Vi a insegurança nos olhos do tolo garoto enquanto ele abria a caixinha e meu anel estava lá, parecia mais brilhante e eu sorri, maior do que já sorri em minha vida toda. Jasper então começou a ajoelhar e, antes mesmo de seu joelho tocar o chão, meu coração explodiu de amor e respingou as palavras que eu estava louca para dizer de novo.

—Eu aceito, sim, eu quero casar com você e morar com você e ser só sua, sem mais empecilhos – falei e ele riu.

Voltando a se levantar.

—Nada foi mais Alice e Jasper do que esse pedido – eu escutei Rose dizer emocionada atrás de nós.

—Então vem pegar o que nunca deixou de ser seu – Jasper pediu com a voz embargada.

Corri para ele me jogando em seu abraço e, depois de um bom beijo, ele posicionou o anel no dedo o qual ele nunca deveria ter saído e eu chorei como se o mundo houvesse voltado a girar no sentido que deveria, tudo em seu lugar. Exatamente onde deveria estar.

—A gente vai jantar, vocês descem quando quiserem – Edward anunciou antes de escutarmos o baque surdo da porta.

—Eu não acredito que você quer mesmo isso – falei chorando e ele riu, limpando minhas lágrimas.

—Eu não acredito que você acha que em algum momento eu não o quis – ele sussurrou antes de me beijar.

Verdadeiramente me beijar.

Ficamos apenas os dois nos curtindo por um tempo. Apagamos as velas para não causar um incêndio, então ele acendeu as luzes da casa para me apresentar cada cômodo. Era a mesma disposição do apartamento de Bella e Edward e eu sorri.

—Eu amei – falei sincera.

—A gente pode procurar um mais perto da sua faculdade se preferir... É só que Marcus comentou desse apartamento e eu-

—Não, eu gosto desse prédio e nossos irmãos estão aqui. Eu gostaria de ficar aqui – falei e ele sorriu, animado, antes de ficar sério de novo –, mas antes de dar sua resposta final.

—Eu não vou mudar de ideia – jurei o fazendo sorrir de novo.

—Escuta antes de prometer as coisas – ele riu – Preciso ir para Forks – contou.

E foi só naquele momento que eu o soltei.

—Calma, não é permanentemente e eu já paguei o aluguel dos três primeiros meses, então não se preocupe com isso – ele sorriu tomando minhas mãos de volta nas dele – Quero ir porque meu pai vai dar entrada ao processo contra minha base militar aqui de Nova Iorque que por informações precipitadas quase causou um aborto em Rose – ele bufou – E eu quero também tomar um tempo antes de irmos para a Itália. Eu estava contente em ir para Forks no fim do ano, mas como nossos planos mudaram, sinto que preciso ir antes. É só questão de sentir minhas raízes, entende? – ele perguntou e eu sorri assentindo.

—Gostaria de ir com você, mas não posso deixar a faculdade e o empre-

—Eu sei, princesa – ele sorriu acariciando meu rosto – Está tudo bem, eu só vou ficar uns dez dias. Vou logo depois de nos mudarmos, quando você estiver bem aqui em casa.

Escutar ele dizer “em casa” fez algo em mim acender em felicidade da mais pura.

—Está tudo bem – garanti.

—Obrigado por ser tão compreensiva, Lili, eu te amo – ele jurou.

Abracei meu noivo e sorri com o fato de poder pensar na palavra noivo de novo.

—Eu amo você, Hale, obrigada por ter feito dois pedidos de casamento surpresa nas duas vezes que me abandonou por um tempo – brinquei e ele arregalou os olhos – Ai, Jasper, é brincadeira, pelo amor de Deus – eu ri e ele relaxou.


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Notas finais do capítulo

E aí??????? Surpresa né, Jazz ainda esquecido, mas ao menos entendeu o porquê e o que acharam dessa viagem que ele vai fazer?

Em um comentário distante, eu adoro o Aidan hahahahaha

Espero que tenham gostado, comentem para me deixarem saber se ainda existe uma alma nesse lugar.

Ah, mudei meu user do twitter, agora é: @unalternagi, coisa de quarentena, sei lá.

Espero não demorar mais tanto que nem dessa vez, acho que reencontrei meu caminho aqui e, é isso. Acho que agora são apenas refrescos?

Um beijo ♥



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