happily ever after. escrita por unalternagi


Capítulo 37
Coloque tudo em mim


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!

Demorei um pouco, desculpa, mas me diverti muito escrevendo o capítulo de hoje. Especialmente para quem estava com saudades de ler de Beward.

Não quero nem falar muito, quero que leiam e me digam o que acham...

Boa leitura!!!



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Capítulo 37 – Coloque tudo em mim

|ISABELLA|

—E como foi o seu dia de folga? – perguntei depois de deixarmos Aidan em seu dormitório. 

Normalmente, Edward e eu coordenávamos as nossas folgas para ficarmos juntos já que nossa rotina era corrida, mas Aro estava reclamando que Edward não saía da livraria/biblioteca para fazer nada, então o obrigou a tirar um dia de folga extra para abonar algumas horas do banco de horas dele – que era repleto de horas extras. 

—Entediante para um caralho – ele suspirou – Henri foi para a creche, Rosalie e Emmett quase não ficaram em casa e quando ficaram estavam estudando, daí o Jasper está completamente concentrado em artigos de psiquiatria e perda de memória e sei lá que, Alice passou a tarde toda na faculdade, você estava trabalhando e eu compus uma música para o Peter – ele contou dirigindo devagar para casa. 

Edward tinha uma quantidade de palavras que ele precisava usar diariamente, falando. Se ele não conversava o bastante ficava inquieto e falante no final da noite e eu estava desconfiada que aquele seria um daqueles dias. 

Eu tentava forçar o vidro a fechar, tinha uma frestinha minúscula que não deveria fazer diferença, mas fazia e eu estava congelando no carro. Vesti a touca que estava na minha mochila e afundei mais no banco, sabendo que não demoraria para que chegássemos em casa. 

Minha atenção voltou completa para Edward quando ele disse a última frase. 

—Eu deveria saber quem é Peter? – perguntei confusa e ele sorriu.

—Sim, pois estamos dividindo nosso apartamento com ele pelas últimas semanas. 

Fiquei olhando para o horizonte tentando entender a piada que Edward fizera. Normalmente, a gente era bom de pegar a referência um do outro, mas naquele momento, eu só achava que meu namorado estava fazendo uso de entorpecentes. 

—Amor? – indaguei ainda confusa e ele começou a gargalhar. 

—Eu achei que fosse ser engraçado, mas agora estou com vergonha de assumir para quem eu compus uma música – ele falou parando em um sinal vermelho. 

Ele se projetou para frente, segurando meu rosto entre suas mãos e deixando um beijo bom ali me fazendo esquecer por um tempo sobre o assunto. O resto do caminho foi feito em meio a conversas leves e a mão dele na minha coxa. 

—Jasper decidiu quando vai ir para Forks? – perguntei curiosa. 

—Provavelmente no começo de dezembro, daí ele volta para Nova Iorque com nossos pais e depois seguimos todos juntos para a Itália – Edward contou sorridente. 

—Que burro, ele vai morrer com a troca repentina e constante de fuso-horários – comentei pensativa e Edward riu.

—É só ser inteligente e escolher uma zona, a gente não vai dormir no avião, por exemplo, já estou desenvolvendo atividades – ele contou me fazendo rir.

Edward estava, visivelmente, animado para a nossa viagem e eu me sentia da mesma forma. 

A menção da viagem me fez lembrar da mensagem que Tina me mandou no final do expediente. 

—Ei, tem falado com os meninos da Italian Pack ultimamente? – perguntei curiosa.

—Normal, vida, a gente conversa bastante, mas tem uns dois dias que não trocamos mensagens, por quê? 

Nesse ponto ele já estacionava o carro na nossa garagem e eu agradeci porque sentia meus músculos duros de frio.

—Tina me mandou a seguinte mensagem mais cedo: – procurei pela mensagem no celular e quando achei, comecei a ler – “Oi, linda, está tudo bem? Sei que sim. Estamos com saudades, mas preciso que seja compreensiva. Lembra que você jurou me amar para sempre quando te substituí na banda? Então. Precisamos conversar o quanto antes.”

—Credo, que medo – Edward riu.

—Eu não sei o que isso significa, mas está tarde lá, então acho que só vou ligar amanhã para ela – dei de ombros saindo do carro. 

—Vida, não acha melhor mandar mensagem falando que você acabou de chegar em casa se ela quiser ligar? Pareceu sério – ele sugeriu com minha mochila nas costas e eu agradeci já que tinha esquecido de pegar. 

Subimos de braços dados e eu tentando entrar dentro do casaco de Edward que estava tão quentinho. Enviei uma mensagem para Tina e então Edward e eu entramos em casa que tinha um cheiro bom de lasanha congelada.

—Eu coloquei no forno antes de sair – Edward falou cheio de si e eu ri.

—Edward! Isso é perigoso e se algo acontecesse com a gente e a lasanha queimasse?

—Claro, Bells, quem nesse prédio poderia desligar nosso forno já que a gente não conhece ninguém, certo? – ele falou com a face entediada e eu gargalhei. 

—Ridículo – bufei. 

Reparei no violão em nosso sofá e voltei a ficar curiosa. 

—Vida, me fala, por favor, quem é Peter? – pedi segurando as mãos dele e olhando dentro dos olhos que eu amava – Por favor, você sabe que eu sou curiosa – implorei com um bico formado no meu lábio, porque cada um lutava com as armas que tinha. 

Ele sorriu revirando os olhos. 

—Tão chantagista – ele suspirou.

Virou-me de costas para ele, me empurrando até a entrada da cozinha e apontou para o teto, no canto. Edward foi desligar o fogão enquanto eu tentava entender.

Franzi o cenho e então reparei na teia de aranha que tinha e entendi ali a referência. Peter Parker. Homem-Aranha. Não foi boa, mas não foi de todo o mal. 

Ri com a ideia de que ele tinha composto uma música para a aranha. 

—Primeiro de tudo, a gente tem que arrumar um tempo para fazer uma faxina geral nessa casa – eu falei séria e ele riu, concordando – Segundo, eu quero muito escutar a música que voc-

Meu celular tocou alto no bolso e alcancei vendo uma chamada de vídeo de Bobby. Sorri amplamente e eu e Edward nos jogamos no sofá, animados. 

—Oi! – atendemos sorridentes.

Há! Eu sabia, você vão ter que pagar a aposta depois— Tina avisou saltitante. 

A Italian Pack toda estava ali, incluindo Marco. Olhei no relógio tendo certeza que já eram oito horas da noite para mim o que significava que já eram duas da manhã para eles. 

Exatamente quem gostaríamos de ver— Lucca cantarolou – Como estão, casal?

Fizemos os cumprimentos perguntando se todos estavam bem e garantindo que nós estávamos também, falamos sobre Henri e que eles estavam sortudos porque aquela era uma das raras noites que eu e Edward estávamos sozinhos em casa.

—Gente, inclusive é bom que vocês ligaram, eu queria ridicularizar o Edward mesmo – falei quando o assunto foi morrendo e meu namorado me encarou. 

—Garota? – ele disse confuso com o cenho franzido.

—Ele estava de folga hoje – comecei, ignorando ele – e ficou tão entediado que compôs uma música para a aranha que está no canto da nossa cozinha, quieta, na teia dela – contei risonha.

O pessoal todo riu e falaram ao mesmo tempo então, depois de alguma insistência, Edward pegou o violão e nos tocou sua mais nova música. 

—Com vocês, “Aprender a dividir” – ele apresentou e nós aplaudimos, curiosos.

Reparei o caderno ali com a música, então meu namorado começou a cantar. 

Aranha, por que você está pendurada aí? Saia da cozinha, vá arrumar um emprego. Não é justo que você viva aqui. Pendurada por, praticamente, apenas um fio. Aranha, por que você está pendurada aí? Tire seus olhos dos meus Donuts, eu vou comer todos eles. Não é justo que você viva aqui. Vá para casa, você não tem uma casa? Acho que podemos aprender a dividir, pendurada no teto. Tentando aterrizar em algo atraente. Ligeira no início, mas sem antecipar um vento repentino do respiradouro. Pendurada por praticamente um fio. 

Ele finalizou com uma passada de dedo pelas cordas e eu comecei a rir, muito apaixonada por aquele garoto. 

VAI TOMAR NO SEU CU, MENINO— Tato falou rapidamente e foi aí que eu ri mais. 

Puta merda, é impossível, eu não aguento como você faz isso parecer fácil— Matteo bufou. 

—Eu estava com a melodia na cabeça, e quando vi a aranha ali... Eu só estava chateado que ela não paga aluguel – ele bufou colocando o violão de lado e eu abracei o pescoço dele. 

A porra de um gênio— Lucca falou quando pareceu sair de seu estado de choque. 

Eu amo nosso compositor sim e foda-se— Marco disse rindo. 

Ficamos falando da música dele e Tina falou que Bobby tinha feito um batuque legal para a música, que eles deveriam gravá-la em homenagem ao Peter. Edward riu concordando. 

Edward ganhava uma porcentagem de todo o lucro que eles faziam com as músicas que ele escrevia ou co-escrevia, não era muito, mas ele fazia mais por hobbie e paixão do que por qualquer outra coisa, então para ele qualquer centavo que ele ganhava fazendo aquilo era lucro. 

—O que vocês estão fazendo em uma quinta-feira, duas da manhã, juntos? – perguntei depois de um tempo, com uma careta de desaprovação. 

Reunião da banda, querida, foi disso que você se livrou— Matteo disse revirando os olhos e recebendo um peteleco de Marco. 

Olhei para Edward sabendo que, mais importante do que as coisas das quais eu “me livrei” o que de fato importava era a coisa que eu tinha recuperado. O pensamento me fez sorrir e Edward beijou meu rosto ao ver que eu o encarava. 

Eca! A gente ainda está aqui— Bobby reclamou e eu bufei. 

—Vai, gente, desembuchem! – pedi – O que querem de nós?

Tato abriu e fechou a boca, então franziu o cenho. 

Não é só porque queremos algo que nós ligamos— ele disse por fim nos fazendo gargalhar. 

—Não apenas por isso, mas esse é um motivo, desembuchem – Edward sorriu encarando o celular curioso. 

Certo, escutem— Tina suspirou – Eu e o Tato, ganhamos um concurso para ir num cruzeiro por uma semana inteira, tudo pago, open bar, a gente se cadastrou por brincadeira, mas ganhamos— ela contou animada. 

E, sério, é uma coisa de outro mundo, nível superior ao que poderíamos pagar, vai ser incrível... Se você toparem— Tato disse inseguro. 

—Toparmos ir no cruzeiro? – perguntei confusa. 

Não!— Tina riu – Sabemos que vocês vão estar aqui com a sua família, não faríamos isso... É que, bem...

Deus, quanta enrolação. Eu falo, porque vocês estão me irritando— Marco tomou a frente me fazendo rir – Tina e Tato irão para esse cruzeiro na semana entre o natal e o ano novo e, tudo bem, mas ao mesmo tempo essa é a melhor semana para divulgação da banda, eu estava tentando alguns shows, mas sem os dois não acontece... Então pensamos. Um casal, de cantores, que poderiam substituir o Tato e a Tina e ainda agradar nossos fãs?

Sorri quando os seis pares de olhos encararam a gente, ansiosos e pidões. 

Eu ri com o pensamento, virei para Edward que encarava a mim, a animação dele visível do outro lado do apartamento. 

—Se você quiser eu quero – Edward disse e eu ri. 

Não tinha muito o que pensar, eu amava cantar com a Italian Pack e com Edward a coisa só melhoraria. Sorri de canto e assenti para ele antes de virarmos para os nossos amigos que já tinham sorrisos amplos nos rostos. 

—Boa viagem, Tato e Tina, o garoto da praça e a americana estão indo derrubar Milão com a Italian Pack – Edward falou animado e eu ri. 

—Estamos dentro – concordei e meus amigos começaram a se abraçar. 

Edward e eu fomos para a cozinha ajeitar nossa janta quando lembramos da lasanha que estava gelando no forno já desligado. Enquanto isso ficamos conversando sobre setlist e ideias. Marco falou que separaria as fotos de Edward na frente da banda e depois algumas minhas e pediu fotos de nós dois e, se eu pudesse, um post no blog ‘garoto da praça’ para divulgação.

Entre muita animação e ideias voando de lá para cá e de cá para lá, nós ficamos por um pouco mais de uma hora no telefone com nossos amigos cuidando de todos os detalhes que poderíamos e depois Marco disse que conversaria sobre cachês e quantidade de shows já que ele tinha que ter certeza com os pubs se estaria tudo bem, mas os posts ele pediu para serem feitos os quanto antes. O dele lá e o nosso daqui. 

Depois de muito agradecimento e promessas, desligamos a ligação. 

—Isso vai ser muito legal – falei abraçando Edward ao sentar em seu colo. 

—Eu já estou ansioso – contou sorridente e eu gostei de ver ele tão animado com algo. 

Mais tarde naquela noite. Quando terminei de lavar a louça e depois do nosso banho, deitamos embolados na cama, eu estava vestindo meu pijama quente, mas Edward reclamava que eu era muito quente, então dormia só de samba-canção, mesmo no inverno. De qualquer jeito, estávamos embaixo do cobertor pesado, então abri o meu blog da forma que sempre fiz, nenhuma senha tinha mudado e sorri. 

—Quer fazer isso? – perguntei entregando o meu celular a Edward e ele sorriu dando um beijo em minha têmpora antes de pensar um pouco.

Edward escreveu o texto rapidamente e não ficou tão grande. Ele virou a câmera para nós dois e falou que deveríamos deixar uma prova visual de que éramos nós mesmos, eu ri e, apesar da cara de cansada, aceitei a foto.

Ele publicou e depois me mostrou como tinha ficado o post e eu sorri lendo o texto.

VENHAM NOS VER!

A atualização do nosso status é tão simples quanto verdadeira. Eu a “perdoei” no momento em que li o texto que ela me mostrou que tinha escrito antes de sair da Itália.

Vou fazer mais visual a história. Imaginem eu, depois de seis meses sem contato com o amor da minha vida, encontrá-la me esperando no portão de desembarque do aeroporto que me levava para casa no natal. Depois de três horas daquele momento, estávamos conversando e colocando as cartas na mesa no quarto dela. A verdade? É que eu juntava dinheiro para ir para a Itália atrás dela no momento que ela chegou em Washington atrás de mim. Foi rápido e simples, apenas correto. Temos sido melhores amigos por todos os anos de nossas vidas e namorados desde a “primeira vez” (tecnicamente, a primeira vez que nos beijamos foi em um jogo de “Sete Minutos no Paraíso”, mas isso não vem ao caso) em que nos beijamos. E ninguém nunca foi infiel, mesmo que não estivéssemos realmente juntos por um tempo dessa trajetória.

Sabendo disso, dois anos depois de deixar a Itália, Bella está voltando para passar o natal com a família dela e, como ela é minha família também, estou indo com ela.

A beleza de tudo isso? É que Tina e Tato irão tirar uma folga e, como os maravilhosos amigos que são, deixaram que Bella e eu tomássemos os vocais da banda para o final de ano (não natal, apenas ano novo) e a gente está muito feliz com a oportunidade e realmente ansiosos para tudo isso, mas para que tudo dê certo e Tina e Tato não se arrependam, precisaremos do apoio de vocês.

Por isso o pedido: VENHAM NOS VER.

Estaremos tocando com Bobby, Lucca e Matteo no final do ano e a gente promete que vai ser divertido, que daremos o nosso melhor e que não cantamos mal (vejam o novo post na página principal da banda para provas concretas).

Será um prazer dividir a virada do ano com vocês (e mais algumas datas, fiquem ligados no site principal da banda)

Vêm com a gente?

Com amor,

Edward e Bella

—Ficou perfeito – eu garanti a ele que sorriu beijando meu rosto.

Depois de avisar a Marco que o post estava feito, nós nos embolamos um no outro e eu dormi sem muito esforço.

.

Como todos saíamos em horários parecidos, fazíamos uma reunião geral para tomar café-da-manhã juntos. Hoje fomos para o apartamento de Alice e Jasper já que Emmett estava dormindo no dele e Rosalie disse que ele estava cansado, então Jasper se dispôs a ficar com o neném. 

—Achei que fôssemos melhores amigas, cunhadas e irmãs – Alice falou ao abrir a porta para mim. 

Franzi o cenho encarando Edward. 

—Eu não entendo essa menina – ele falou dando de ombros e entrando para fazer as panquecas, que eram a obrigação dele. 

Olhei para Alice com um sorriso meio estranho. 

—Eu não sei porque, mas... Me desculpa? – falei confusa e Rosalie apareceu no corredor com o neném. 

Dinha— a voz infantil clamou animada e eu sorri correndo para Henri e esquecendo Alice por um minuto. 

—Oi, amor da madrinha – sorri pegando ele do colo da mãe dele e beijando-lhe o rosto sem parar. 

—Eu realmente esperava mais de você – Rosalie falou indo para o apartamento de Alice. 

Eu fiquei com a cara pasma antes de seguir com Henri para lá. 

—O que eu fiz? – pedi.

—Vocês dois, na verdade – Rosalie disse e eu percebi que ela tinha acabado de dar um soco em Edward, já que ele esfregava o braço com a cara desgostosa. 

—Posso saber porque estou apanhando sete da manhã? – ele bufou. 

Jasper estava rindo de nós e veio falar com Henri e comigo, deixando um beijo em meu cabelo. 

—Você sabe? – perguntei e Jazz riu.

—Estou escutando desde ontem isso – ele contou baixo e eu revirei os olhos, lhe entregando Henri e indo atrás das duas malucas. 

—E ai? – perguntei e Rosalie virou o celular para mim, mostrando o post que fizemos ontem no blog da Italian Pack. 

—O que é que tem? – perguntei ofendida. 

—Por que não contaram? – Alice demandou e eu ri. 

—Porque a gente descobriu ontem de noite, ficamos decidindo tudo até umas nove da noite, depois nos arrumamos para dormir e o Edward escreveu o post e aí a gente dormiu. Esse momento agora que estamos vivendo é onde a gente contaria, se vocês não tivesse dado um show – falei revirando os olhos. 

As duas se entreolharam e bufaram. 

—Põe ela de volta no grupo, vai – Rosalie disse a Alice e eu abri a boca. 

—VOCÊS ME TIRARAM DO GRUPO POR ISSO? – indaguei chateada. 

—Nós decidimos que, já que você não usa ele para nos contar as novidades, você não precisava estar lá – Alice disse dando de ombros enquanto mexia no celular. 

—Vocês têm um grupo sem eu e os meninos? – Jasper perguntou sentando na cadeira em frente à mesa posta, parecendo verdadeiramente ofendido. 

—Vocês também têm – acusei virando para as meninas de novo – Eu estou verdadeiramente ofendida – deixei claro. 

—As panquecas estão prontas e a Rosalie não pode comer – Edward avisou colocando o prato no centro da mesa. 

—Desculpa! – ela falou rapidamente abraçando meu namorado. 

—Problema é seu, não são para você – ele disse sem encarar ela. 

Eu ri da infantilidade rondando aquela cozinha. 

—Eu achei que vocês estavam nos escondendo as coisas – Rosalie explicou.

—Não foi o que fizemos, mas e se fosse? E se quiséssemos fazer uma surpresa? – Edward perguntou com as mãos na cintura. 

Jasper ria de nós, sem querer se envolver com a briga enquanto amassava as frutas de Henri. 

—Não seria justo, porque somos amigos – Rose disse rapidamente. 

—Mas é surpresa! – ele se defendeu. 

—Surpresa, tudo bem, mas quem tem que nos contar dela são vocês e não nos deixar descobrir através do site junto com mil fãs italianos – Alice bufou. 

—De qualquer jeito, como vocês viram tão rápido o post? – perguntei confusa. 

—Eu tinha as notificações do blog ativadas quando você estava lá – Rosalie comentou como se não fosse grande coisa e aproveitou a feição chocada de Edward para pegar uma panqueca do prato. 

—Espera aí, Hale, você sabia que ela me escrevia no blog? – ele acusou e Rosalie revirou os olhos sem dar muita força para a chateação dele. 

—Claro que sim – ela falou enfiando um pedaço da panqueca na boca. 

—E por que nunca me falou?  – ele acusou.

—Edward, faz dois anos – Alice bufou – E em nossa defensa, você que gritou para os quatro ventos que não queria saber nada o que a Bella fazia ou deixava de fazer na Itália. 

—Nossa, o drama que ele fez – Jasper comentou dando a colher de plástico para que Henri conseguisse comer sozinho. 

O encaramos surpresos por ele saber daquilo. 

—O que foi? Estávamos no nosso apartamento da Columbia fazendo a mudança e a Alice falou sobre algo da Bella e ele deu um ataque maluco com ela... Eu quase te bati naquele dia, lembra? – Jasper riu. 

Alice, Edward, Rosalie e eu dividimos um olhar sorridente, antes de lembrarmos que estávamos em uma discussão. 

—O caso é: tudo bem fazer surpresa se nós que contamos as coisas uns para os outros, mas descobrir por outras pessoas é uma afronte – Alice disse. 

—Ai, cala a boca – Edward brigou comendo seu café, realmente chateado. 

O clima ficou pesado na mesa depois daquilo, os únicos que falavam eram Jasper e Henri e, já quando acabávamos tudo, Jasper bufou se virando para nós quatro. 

—Chega! Parem de ser malucos. Bella e Edward estão com uma ótima notícia e, claramente, estão animados sobre ela então nós vamos ficar animados também sabendo que vamos fazer rodízio de pub os escutando tocar. Alice ficou super animada antes de lembrar que vocês não dividiram e Rose, claramente, está insegura com a nossa viagem, mas a gente vai fazer tudo dar certo e vai ser maravilhoso, porque nós estamos juntos – Jasper disse batendo a mão na mesa – Agora, você não pode ficar bravo com as meninas por segurar a informação sobre as cartas da Bebella porque primeiro: você quem nos impediu de falar o nome dela. Segundo, vocês já se acertaram e, claramente, precisavam do distanciamento para vocês pararem de serem idiotas e verem que luta de casal é junta. Por fim, o crime já rescindiu, dois anos é muito tempo. Todo mundo está absolvido de seus crimes – ele falou e se levantou tirando Henri da cadeira – Agora, louças na máquina e coloquem o que é de geladeira na geladeira, depois saiam logo porque vão se atrasar se não o fizerem e parem de brigar por idiotice porque vocês estão me estressando! – ele falou indo para a sala com Henri. 

Encarei os outros três pares de olhos que se encaravam e a mim, então comecei a rir.

—Ele sempre foi o nosso ponto de equilíbrio – defendi. 

—Estressadinho, né? – Rose comentou.

—Finalmente provas de que são gêmeos – Edward falou bem humorado. 

Alice parecia pensativa, então começou a rir descontroladamente do nada. 

—Estamos de TPM – ela avisou a mim e Rosalie e eu fiquei pensativa, percebendo que ela estava certa. 

Nossos ciclos sempre foi meio simultâneos, e a biologia explicava. Edward fez careta e Alice riu mais. 

—Eu não acredito que você entrou no nosso ciclo, maninho – ela disse o abraçando pelos ombros. 

—Cala a boca – ele bufou nos fazendo rir mais. 

—É a convivência, Ned, não se sinta chateado – Rosalie disse debochada. 

—Eu entrei foi na pilha de vocês duas, demônias – ele bufou desgostoso – Vamos logo que eu vou deixar vocês duas na faculdade e você no metrô mais adiante que eu conseguir, vou de carro hoje – ele contou se levantando e começando a tirar as louças. 

Eu e as meninas ficamos rindo de Edward sem graça e, depois de nos despedirmos de Jazz e Henri, seguimos para a faculdade em meio a conversas e planos para o final de ano. Eu não lembrava de estar tão ansiosa para algo desde o momento em que decidi voltar para Edward.

.

Quando chegamos no final de novembro eu estava certa de duas coisas: a primeira era que eu amava muito meu namorado e a segunda que eu o mataria até o natal. 

O fato de eu não ter o matado até aquele ponto era o que me provava o amor quase insano que eu sentia, porque eu juro a qualquer pessoa que, se fosse qualquer outro ser humano, literalmente, qualquer um. Fosse meu pai que estivesse agindo da forma irritante que Edward estava, eu teria chutado ele. 

—Não parece bom – ele bufou pela milésima vez cortando minha vibe na música. 

—Edward – eu rosnei tacando o microfone que eu usava nele. 

Tínhamos alugado alguns equipamentos e, em horário normal, ensaiávamos em casa mesmo, desculpem vizinhos, mas estamos nos esforçando para conseguir uma coisa legal. 

—Bella! – ele reclamou suspirando – Amor, temos que fazer funcionar, os meninos estão em sincronia e se nós chegarmos lá sem nem uma coisa funcionando entre nós dois...

—A única coisa que não está funcionando entre nós dois é você irritantemente pensando demais enquanto canta as suas partes – bufei – Qual é o problema?

Conhecíamos todas as músicas da Italian Pack e, além de obviamente estarmos nos preparando para tocar as músicas do EP deles – as quais Edward não tinha problema nenhum com elas, já que estávamos perfeitamente coordenados – Marco separou as músicas que Edward escreveu para a banda para tocarmos. 

Edward suspirou pegando algumas partes de seu cabelo, ansioso com algo que eu não entendia e isso me irritava ainda mais. 

—Fala comigo, amor – pedi me aproximando dele.

As minhas mãos queriam apertar o pescoço dele, mas no lugar de fazer isso e ser presa e ter muito sofrimento por matar o amor da minha vida – mesmo que ele não fosse minha pessoa favorita agora – eu apenas posicionei ambas as mãos com cuidado em cada ombro dele. 

Edward suspirou e levantou o olhar para mim, os olhos brilhavam algo que eu não entendia.

—Eu não quero cantar essas músicas, amor – ele murmurou – Não foi um período fácil, escutar minha voz cantando coisas que escrevi enquanto não tinha você aqui me deixa ansioso e machucado. Dói demais, Bella, eu não quero que um show com nós dois venha manchado com essas canções – ele disse passando o braço na minha cintura. 

Sorri de canto, afundando meu rosto no pescoço dele. Seu cheiro me acalmou e sua insegurança me fez mais calma.

—Por que não me falou antes?

—Porque até eu entendo que isso é ridículo – falou com a voz abafada no meu cabelo. 

—Nada é ridículo se é o que você está sentindo e te causa aflição, meu amor, você mesmo sempre reforçou isso para mim, então quero essa cortesia de volta. Quando eu olho para você, sei que posso descarregar o peso dos meus ombros e eu esperava que você sentisse o mesmo comigo – falei chateada. 

Edward apenas me apertou mais forte, beijando atrás da minha orelha. 

—Eu sinto – murmurou baixo.

Fiquei com o coração pesado em saber que as músicas que me fizeram reconectar com ele e o reencontrar – e me reencontrar – fossem tão pesadas para ele, não era justo.

—Vida, olha para mim – demandei e ele suspirou se afastando de mim.

Com os olhos dele presos nos meus, o ódio se dissolveu por completo. 

—Não tem que tomar isso dessa forma, não são memórias boas, mas são necessárias, a gente cresceu muito e nunca foi sem amor, apesar de ser separados – falei certa daquilo.

Edward suspirou.

—Mesmo assim, não é o que eu quero passar para as pessoas, o sofrimento até nas músicas felizes – ele comentou e eu sorri. 

—Vamos escolher então as que a gente consegue cantar com mais animação, vamos fazer um show feliz, quem estiver feliz vai amar e quem estiver triste e com o coração partido vai querer superar tudo ou ganhar uma nova esperança – sugeri – Podemos cantar Falling, porque foi a música que você fez para contar para mim que estava apaixonado e deu certo – falei sorrindo animada – E então 30 days, porque vai ser época de natal e foi a música que você cantou na praça, a Italian Pack nunca gravou, mas podemos falar com os meninos – sugeri.

Ficamos um tempo conversando sobre músicas e, no final, consegui salvar quase todas as músicas das memórias pesadas de Edward. Contando o que eu sentia quando escutava, as frases de esperança no meio delas. 

Menos duas, dentro das sugestões de Marco. Big Jet Plane estava proibida no nosso meio junto com Feels Like We’re Only Going Backwards, não julguei.

Ao invés dessas a gente colocou Chateau que era uma ótima música do Matteo. E eu estava quebrando minha cabeça para achar outra. As italianas estavam fora da jogada porque Edward tinha dificuldade de acompanhar, mas então ele pulou do sofá.

—Eu tive uma ideia – falou de repente e correu para o quarto. 

Olhei para a sala vazia e suspirei, logo ele voltaria – espero. 

Sentei encostando no sofá e levantei minhas pernas para o amplificador. Era bom sentir o corpo relaxando e eu estava feliz que Edward parecia mais animado e menos irritante com toda essa história. A ideia de cantarmos juntos com a Italian Pack era para ser uma coisa divertida e não a razão para eu perder o meu réu primário. 

—Escuta essa batida – ele falou colocando o notebook no meu colo e dando play. 

Melodia para o Ed criar letra

Era o nome do arquivo que tocava e eu comecei a me mexer de acordo com a batida mais para a metade da música, sorri dando pause e assenti. 

—É ótima melodia, você tem letra?

—Ainda não, mas escuta o que eu pensei – ele sorriu animado, colocando o notebook para o lado – Vamos fazer uma música nova, uma música nossa. A gente compõe juntos e falamos com os meninos para cantarmos, vai ser ótimo para o Marco usar para divulgar os nossos shows, seu blog é bem visualizado-

Nosso blog – corrigi e ele sorriu, beijando minha boca. 

—Nosso blog é bem visualizado – ele ajeitou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e sorriu de verdade para mim – As pessoas torcem por nós dois – ele disse cheio de si e meu coração se encheu por completo com aquela colocação dele. 

Era verdade.

—Eu não sei compor música – falei rapidamente e ele riu. 

—Você escreveu, por meses, cartas de amor para mim e até com alguns pequenos poemas no meio delas, você sabe expressar seu sentimento através de palavras que rimam e eu sei as encaixar na melodia. A gente consegue fazer isso juntos – ele garantiu e então sorriu de canto – Faz isso comigo, Bella.

Fiquei pensando por um tempo, o quão especial seria aquilo. 

Por fim cedi e foi como a gente ficou o resto da manhã, pensando em possibilidades. Decidimos descansar um pouco a mente no almoço já que nada parecia realmente bom, tudo muito clichê e verdadeiramente horrível. 

—Talvez a gente funcione melhor separado – eu brinquei.

Edward estava terminando de lavar a louça, mas largou o copo ali quando falei aquilo e, com as mãos cheias de espuma, ele começou a andar até mim, como um caçador atrás de sua presa. 

Senti meu coração acelerando e sorri para o sorriso sexy demais que ele me lançava. Ele certamente seria o meu fim. 

Encostei as costas na geladeira fria e foi quando ele me alcançou, ainda com calma. 

Edward me prensou contra a geladeira, senti todos os seus músculos contras os meus, suas mãos foram instantaneamente para o meu quadril e, ainda com o olhar preso em mim, ele foi subindo lentamente a mão direita pelo meu corpo, tomando um tempo um pouco mais longo no meu seio, então parou no meu pescoço e virou o rosto para nos encaixarmos em um beijo intenso. Como se cada movimento de sua língua expressasse a forma que éramos melhor juntos. 

Esfreguei minhas pernas uma na outra quando senti sua animação crescendo contra mim e foi quando Edward quebrou o beijou, me lançando um sorriso malicioso. 

—Pode repetir o que disse a pouco? – ele pediu altivo, os olhos preenchidos com desejo.

—Que você me completa como ninguém? – sugeri com um fio de voz e ele sorriu.

Voltou a depositar beijos em meu rosto, seus lábios desceram para a minha garganta enquanto ele depositava beijos de boca aberta ali, misturados com fracas chupadas e algumas mordidas leves. 

—Muito melhor, amor – ele murmurou e eu gemi ao sentir sua mão passando em mim com desejo. 

Perdemos todo o estresse ali mesmo, na cozinha, contra a geladeira, e eu agradeci por ter quebrado o enfeite que ficava no topo dela no dia anterior, porque senão o tivesse feito, ele teria quebrado na gente. 

Apenas vestida com a camiseta dele, enquanto eu o assistia terminar de lavar a louça só de cueca, eu sorri de canto para uma ideia que abrilhantou minha mente. 

—A gente não precisa cantar literalmente sobre amor para falar de nós dois – falei e ele colocou o último copo no escorredor se virando para me encarar. 

—O que quer dizer com isso?

Levantei indo até ele, beijando-o com tudo o que eu tinha. Logo senti ele parado entre as minhas pernas e eu com o bumbum molhado já que ele me sentou na pia, me afastei dele devagar e sorrindo. 

—Sabe o que é mais maravilhoso em dividir tudo com você? – perguntei retoricamente e percebi seus olhos brilharem esperando que eu dissesse o que pensava – Que eu sei que mesmo quando eu tento ser forte e meus “demônios” me tomam, eu posso me escorar em você. O mundo às vezes é pesado demais, todo mundo sente o mesmo. Rose e Emm, Lice e Jazz, a gente sabe disso, mas ter alguém para dividir melhora... Entende? Lembra o que o Emm disse para a Rosalie quando ela descobriu a hiperemese? 

Edward sorria amplamente e assentiu para mim.

—Que ele carregava ela se precisasse, que eles iam juntos – Edward disse eu sorri. 

—Exatamente, e é isso, amor, às vezes as coisas não são contos de fadas, mas quando você não conseguir ir sozinho, despeje suas coisas em mim, eu estou aqui sempre que você precisar – falei sinceramente e Edward me abraçou forte, me tirando da pia e girando pela cozinha antes de me colocar de pé no meio da cozinha e começar a me beijar desesperadamente. 

—Eu te amo tanto, eu te disse que você seria boa nisso – ele riu – Vem, vamos escrever nossa música – ele disse exultante.

Naquela tarde Edward e eu compusemos a música mais linda de todas, a música mais nossa e foi lindo porque fizemos juntos. Como fazíamos tudo e eu sorri com aquele pensamento. 

Há dois anos eu deixei a Itália para aquele momento, para aquele sentimento, para aquela pessoa. 


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Notas finais do capítulo

E então? Quem estava com saudade do nosso casal?

Bella e Edward são força nas partes difíceis, eles se entendem por serem sempre melhores amigos, ainda mais que os outros casais. Vimos um pouco de Lice e Jazz juntos na casinha deles e, faltou um pouco do Emm, mas eu resolvi deixar ele dormir porque ele sempre está ocupado, tadinho hahahaha

O que acharam da discussão mais infantil dos últimos tempo entre as meninas e Beward? E o que acharam do Jasper colocado moral em todo mundo? hahahahahaha

Bella e Edward compondo juntos ♥ amo meu casal sim!

Espero que tenham gostado, hoje é uma data especial, aniversário da Kristen, então quis trazer esse presente de tranquilidade para vocês.

Não se esqueçam de comentar, vou adorar saber o que vocês estão achando de tudo!

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