Uma canção de Sakura e Tomoyo: Vamo alla flamenco escrita por Braunjakga


Capítulo 3
Chegada




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Capítulo 1

Chegada

 

Uma faísca queima nos limites do meu coração

Sem aviso, se transforma em uma paixão ardente

Minha borboleta voa freneticamente na barriga

E lágrimas caem em suas mãos.

 

Eu estou envolvida pelos seus dedos,

seus lábios e sua a língua.

Mesmo se isso for uma coisa que não seja permitida, as chamas do meu amor ainda pulam alto dentro de mim

 

Quero te abraçar, quero que você me diga

Qu você não acha que isso é um erro

Quero que você me beije, quero que você me note

Quero me afogar nesse momento da sua atenção.

 

A cada momento, é difícil me segurar

Se isso é amor, quero marcá-lo no meu braço

Esse sentimento insuportável se torna uma ansiedade ardente

Pois eu iria com você até o fim do mundo.

 

Se meu coração se perder,

Seria uma saída muito fácil.

É como se a gente não tivesse tempo

para sentir carinho uma pela outra

 

Aquele sonho nunca mais vai voltar.

Esta é nossa realidade.

Se a gente se toca, sei que nunca mais seremos as mesmas, mas está tudo bem...

Você é tudo pra mim…

 

Passo a madrugada inteira ansiosa, chorando

Qunado você me disse "tá tudo bem",

será que eu também escutei

as lágrimas na sua voz?

 

Quero te abraçar, quero que você me diga

Que você não acha isso tudo um erro.

Quero que você me beije, quero que você me note

Quero me afogar na sua atenção!

 

Eu estou indo até você como um ímã

Mesmo se a gente se separar, a gente se encontra de novo

Eu já te toquei, eu nunca mais vou voltar atrás, está tudo bem,

Pois você é tudo para mim!

 

(Magnet, Hatsune Miku e Megurine Luka)

 

I

 

Tomoeda, Japão

18 de junho de 2007

 

Os corredores da escola Seijou estavam barulhentos. Havia uma multidão de gente conversando e falando. Era a hora em que todos aqueles estudantes de ternos azuis e calças, saias cinzas haviam saído para o intervalo.

Sentadas numa mesa da cantina, estavam Sakura, Naoko e Chiharu. Rika também se juntou à elas, vestindo um terno executivo verde com um lenço vermelho no pescoço.Estava a caminho do trabalho. Ela não estudava mais na escola Seijou, estava apenas de visita. 

— Já tá chegando as férias, né gente? Já estamos com 18 anos e já dá pra aprontar muito… — dizia Naoko, excitada, esfregando as mãos. 

— Eu não quero aprontar nada não! — disse Sakura, vermelha, entendendo o que a amiga de cabelos curtos quis dizer.

— Eu não vou ter muito tempo pra aprontar não, tenho que fazer um bico pra pagar o cursinho… — comentou Chiharu, desanimada.

— Olha quem fala! Justo a menina que passou a primavera inteira só no celular! — disse Rika, sorrindo.

— Pensa que eu não vi? Menina, toda besta com o novo namorado! — comentou Naoko, gargalhando. 

Chiharu começou a ficar vermelha como pimenta. Ela não se aguentou e respondeu:

 — Pera aí! E você, Naoko? Você abre a boca pra falar pra gente que transa com dois caras todo mês! E ainda troca ideia com eles! 

— Fala baixo, menina! — disse Naoko, dando um tapa no ombro da amiga.

— Ixi, Naoko, essa história não tou sabendo não! — disse Rika, dando risada. 

— Nem eu… Pra falar a verdade… Um pouquinho… — comentou Sakura.

— Vocês duas são umas duas virjonas que não sabem nada de aproveitar a vida! Hello-o? — Naoko estralou os dedos na cara de Rika. — Eu tenho 18 anos e vou aproveitar minha vida o máximo que der! Esse negócio de namorar a sério seu e de Sakura não é a minha praia! Vai que um doido aparece aí de novo pra acabar com tudo? 

— Credo, Naoko, arrepiei! — comentou Chiharu.

— Não vem me dizendo que eu sou virjona não e não sei aproveitar a vida, tá? — disse Rika, cruzando os braços, fechando os olhos e virando a cara.

— Sei… Até a gente descobrir com quem você perdeu a virgindade! — disse Naoko, provocando. 

Todas as meninas na mesa gargalharam. Agora era Rika quem estava vermelha. Ela se levantou e deu um puxão de orelha na amiga quatro olhos.

— Naoko, que foi aquilo hein? Pegando o pro… — Sakura resolveu entrar na brincadeira e, antes que terminasse a frase, Rika agarrou a cabeça de Sakura e tapou a boca dela.

— Agora vou brincar também! Acho que você é a única virjona daqui, né Sakura? Confessa!

Agora todo mundo ria de Sakura até a barriga doer.

— Rika-chan! — disse a Cardcaptor, gaguejando.

— E eu achando que a Sakura, quando ia pra Osaka, era pra alguma coisa mais séria! Eu jurava que ela já tinha se adiantado, bem antes da gente! O Touya fazia um carão quando a gente contava isso pra ele! — disse Naoko. — Não sei qual de vocês dois é mais lesado! 

— Para com isso, Naoko! Vamos mudar de assunto, vamos falar do festival que a gente tem que montar na escola! Estamos atrasadas! — gritou Sakura, mudando de assunto.

Um panfleto estava nas mãos de Naoko. Rika pegou emprestado e começou a ler em voz alta:

— "Festival de cultura espanhola do colégio Seijou. Com apresentações de grupos de dança e música direto de Sevilha". Nossa, gente, que chique! A professora Tsutsumi se superou esse ano!

— Esse pessoal da música é todo mundo amigo da professora, ela conheceu numa viagem. E você nem pra repetir de ano pra ajudar a gente, hein? — comentou Chiharu. — Sabendo que a Sakurinha tava sofrendo pra passar em medicina! 

— Eu acho louvável da parte de vocês repetir de ano com a Sakura pra entrar na faculdade juntas. Mas eu vou lembrar pra vocês que eu também não prestei vestibular ainda! Se não fosse meu dinheirinho suado, não era da mão dos amigos da professora que aqueles alaúdes viriam, não é meninas? — repreendeu Rika. 

— Tá, Rika, a gente não tá falando que você não tá ajudando! A gente tá falando de calor humano… Sabe como é que é… Tá junto com a gente nos rolês, você nem tempo mais tem pra isso! — explicou-se Naoko.

— Eu já expliquei, né? E outra: o tempo que eu tenho eu procuro passar com vocês… — Rika percebeu que uma das amigas estava distraída e chamou-a pelo nome. — Sakura?

Rika olhou para o lado e viu a amiga olhando para o panfleto, a mente longe, longe. Ouvindo a voz de Rika, a Cardcaptor despertou e disse:

— Hoe? O que cês estavam falando, hein?

— Nada de mais não, vamos deixar você aí pensando na morte da bezerra, ou melhor, na morte espanhola! — disse Chiharu, levantando-se maliciosamente da cadeira. 

— Ah, é mesmo, a espanhola… sei… — disse Rika, entendendo a situação.

As outras meninas também abandonaram a mesa uma por uma.

— Por que você não olha nas cartas Clow pra ver quando ela volta pra gente? — perguntou Naoko, com a mesma malícia no olhar. — O Kero não te ensinou a olhar a sorte com as cartas? Já que você não quer ver o futuro com seus poderes, é uma opção… — Todas as meninas deram risadas da cara de Sakura. Foi só assim que ela se tocou do que estavam falando.

— Peraí! Eu não tou pensando naquela feiosa não! — gritou Sakura. 

— No fundo, no fundo, era nisso que você tava pensando, né? — perguntou Rika.

Sakura calou-se, colocando a mão no peito, ficando com os olhos tristonhos, preocupados.

 

II

 

Aeroporto de Narita, Tokyo, mesmo dia.

 

Aeroportos são lugares cheios de gente por definição, mas em meio as malas na esteira, fazendo check-in, uma multidão de mais de trinta pessoas se destacava e atraía a atenção de todos que passavam no local.

Estava todo mundo de calça branca, camisa amarela e um gorro vermelho na cabeça. Algumas mulheres usavam um lenço, cobrindo todo o cabelo. Marchavam como um exército unido pelo portão de desembarque. Alguns deles carregavam uma bandeira amarela com quatro listras vermelhas e uma estrela num triângulo azul. Estavam animados e cantavam cânticos nacionalistas. 

— Mas que droga chegar aqui em Tokyo e não ter um hotel pra gente! Poxa, Quim, seu pai é o president da Generalitat! — disse um rapaz.

— Meu pai é o president, mas não tem que ficar luxando com o dinheiro do povo da Catalunya! Até parece que não temos oposição no parlament pra ficar descendo a lenha na gente! — respondeu Quim.

— O Marc tá certo! A gente é delegação internacional da Generalitat! A gente podia ser tratado com mais atenção! — reclamou uma garota, concordando com o primeiro rapaz.

— Pra que você ficam reclamando aí, Marc, Núria? Tomoeda fica só a meia horinha de trem de Tokyo. Fora que não tem espaço pra praticar os castells…  — disse uma garota.

— Tomoeda é cidade do interior, tem espaço, fora que o pessoal não vai ficar dando uma de curioso pra cima da gente, a Laura tá certa… — disse um rapaz.

— Você quem pensa, Quim! — disse Núria — Esse pessoal do interior é tudo curioso com coisa de fora. Aliás, a gente tem uma menina de olhinhos bem puxados que conhece esse povo melhor que ninguém, não é? — A moça apontava para uma mulher na frente deles, com cabelos ondulados e compridos, escuros como a noite. Ela apresentava nesse instante o passaporte espanhol para o agente do aeroporto.

— Tomoyo Daidouji, né? Seu nome é muito parecido com os nomes daqui! Que coisa! tem parentes no Japão? — comentou o oficial.

— Até onde eu sei, eu sou espanhola! — Sorriu a moça, de olhos fechadinhos, sem dar mais explicações. Aquele sorriso deixava a menina mais parecida com a multidão de japoneses que passava pelo aeroporto.

— Ah, mas eu ainda acho que você tem parentes por aqui! — Brincou o guarda, devolvendo o passaporte. Os companheiros de Tomoyo, logo atrás, perceberam a situação.

— Hey, Tomoyo, você é da República Catalã! — disse Marc, mostrando seu passaporte para o homem. O oficial retirou a capinha dele, revelando os detalhes dourados em baixo relevo do documento.  

— Nada de passaportes de países imaginários por aqui, rapaz! É o terceiro que eu pego hoje! 

— Esses japas não dão moleza mesmo! — disse Marc, frustrado. Tomoyo gargalhou. O resto do povo daquele exército de camisa amarela e calça branca também tirou a capinha do passaporte antes que desse problema.

Assim que passou pelo controle, Núria chegou perto de Tomoyo e perguntou:

— Faz tempo que você não visita o Japão, não é?

— Cinco anos, acho que ninguém aqui se lembra mais de mim… 

— Mesmo assim, você ainda sabe o caminho de casa, não é? — perguntou Núria. Tomoyo não respondeu, preferiu virar o rosto, ficar olhando com os olhos grandes e sorridentes que tinha para um vazio qualquer que uma janela do saguão do aeroporto oferecia. Núria agarrou a mão dela e puxou a moça. — Vamos! Você precisa me mostrar mais desse mundo aqui! — As duas garotas correram, adiantando-se ao resto daquela tropa. 

— Eu também preciso entender mais sobre como esse mundo mudou nesses cinco anos… 

— Hey, espera a gente! — gritou Quim, correndo logo atrás. 

 

Continua… 


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