Uma canção de Sakura e Tomoyo: Vamo alla flamenco escrita por Braunjakga


Capítulo 2
Prólogo




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Madrid, Espanha

Agosto de 2042

 

Palácio flutuante da Ordem

 

O pôr do sol visto acima das nuvens era um espetáculo grandioso. O sol estava mais amarelo, como se fosse feito de ouro. Aqueles raios dourados refratavam nas janelas daquele salão circular e preenchia o ambiente com seu brilho. Graças à luz, até mesmo as pedras brancas do palácio pareciam ser feitas de ouro.

Mas, no meio daquele espetáculo de luzes, uma mulher, vestida com um vestido simples e elegante,  olhava para uma mandala no centro da sala em silêncio, com o rosto sombrio. Havia um primeiro homem vestido de armadura dourada ao lado dela, igualmente em silêncio e uma outra mulher com a mesma armadura dourada, só que com uma saia enorme em vez do saiote simples onde eram as pernas. Ela era a rainha.

A mulher fechou as mãos em torno de um pingente que levava pendurado no pescoço, trêmula. O homem em armadura dourada não se conteve e perguntou:

— Mãe, você sabe que eu não gosto desse seu silêncio, dessa sua tremedeira… Fala logo! Olha pro futuro e me tira essa dúvida! Eu nunca te pedi isso,mas… 

— Por que você fica pressionando a sua mãe quando a escolha é tão óbvia, hein? – A rainha empurrou levemente o primeiro homem para trás. – Seja homem e assuma suas responsabilidades! – A rainha agarrou o homem pela armadura, encarando-o. 

— Você já fez sua decisão, filho? 

— É isso aí, Sakura! Mostra pra ele quem manda! Tá vendo? Sua mãe tá do meu lado! – disse a Rainha, orgulhosa.

— O problema é justamente esse: você está aqui, do meu lado, você já sabe que eu fui o Interventor da Catalunha esse tempo todo… – disse o primeiro homem, olhando para a rainha. – Pensa que é fácil pra mim escolher entre você e a minha esposa? – disse o primeiro homem. Ele se calou. A rainha continuou:

—  Eu sei que não é, eu não tô te pedindo pra você largar ela, mas já vou logo te dizendo que eu te amo mais ainda, por saber que era você quem era o Interventor da Catalunha esse tempo todo! Você sabe muito bem que eu estou com a razão no meio dessa tentativa de golpe!

Sakura arregalou os olhos. O homem ficou vermelho, mas se manteve calado.

— E mais: já parou pra pensar que a Torre pode estar por trás disso tudo… – disse a rainha.

— O que você decidir está decidido, filho! – exclamou Sakura – Faz 15 anos que você tomou uma decisão que não quis… 

— Eu não me arrependo nenhum instante dela, mãe!

— Só que agora isso virou uma bola de neve de raiva e revolta! A gente ia ter que lidar com isso, rapaz, mais cedo ou mais tarde! – Sakura agarrou os ombros do filho e ficou olhando para os olhos dele. Ele desviou. A porta do salão se abriu. Dois outros homens em armaduras douradas entraram no salão. Outros e mais outros soldados em armaduras douradas dos pés os acompanharam:

— Desculpe, Sakura, mas eu escutei! Eu nunca vou admitir que meu irmão seja pressionando a escolher entre nossa rainha legítima e uma golpista! – disse um dos homens de armadura dourada, de olhos azuis e cabelos castanhos espetados. 

— Valeu, Iñigo! – agradeceu a rainha, animada.

— Não fala dela assim, ela é a esposa do seu irmão! – repreendeu a Cardcaptor, dando tapas nas ombreiras dele e olhando feio para a rainha.

— Me desculpa, Sakura, me desculpa! – Iñigo se aproximou do primeiro homem de armadura dourada, que estava ao lado de Sakura – Mas eu tenho que falar uma coisa com esse cara aqui! Você é o único que vai sair ganhando aqui! Querendo ou não, você sempre foi um príncipe, você sempre foi um rei! Assuma seu destino do lado da rainha legítima!

— Eu nunca quis ser princípe, meu irmão! 

— Mas agora você vai ter que ser! – disse Iñigo.

O primeiro homem abaixou a cabeça e continuou a não falar nada. Um terceiro homem de armadura dourada falou:

— Sakura, eu sei muito bem que meu irmão não quis ofender, mas é fato: a Ordem do Dragão não vai se curvar! Nunca! A gente já tem uma rainha! Você sabe disso, mano! 

— Iñaki, até você? – indagou o primeiro homem. 

— A gente já sangrou demais no passado, vamos evitar sangrar mais ainda, gente!

— Mas eu acho que ainda não se derramou sangue o bastante… – Um quarto homem de armadura dourada surgiu no meio deles. Um bastão negro saiu de sua mão e ele enfiou no pescoço de Iñaki. Os outros Interventores tentaram barrar, mas uma tempestade elétrica da mesma cor do bastão nocauteou todo mundo.

— Iñaki! – Sakura gritou desesperada, ajoelhando-se no chão!

— Iñaki!!! – A rainha ajoelhou-se também, chorando.

— Mano! – Iñigo sacou uma espada longa das costas e tentou arremessar contra o assassino. Em vão. O quarto homem jogou Iñaki para trás por telecinese antes que o acertasse. O primeiro homem de armadura dourada estava trêmulo, os dentes trincados de fúria e impotência.

— Você! – disse o primeiro homem! – Maldito! Você arruinou minha esposa, agora quer arruinar o resto da minha vida!?

— Vocês pensam pequeno pra quem quer dominar o mundo… Agora eu vou mostrar pra vocês o que é poder de verdade… – O corpo do assassino começou a mudar. Um par de chifres enormes começou a crescer onde eram as têmporas. Uma casca preta, escura como a noite, envolveu todo seu corpo. O quarto homem ficou com uma aparência monstruosa.

— Se você quiser me enfrentar, já sabe o que tem que fazer… 

O primeiro homem estava com tanta raiva que sua cabeça explodia. Seu corpo começou a mudar também. O círculo mágico de Sakura, com a estrela no centro, rodeado pelo sol e pela lua, apareceu debaixo dos seus pés. Uma crosta de diamante cresceu pelo seu corpo como gelo. 

— Filho! Não faz isso!

A rainha gritou desesperada o nome do primeiro homem. Tentou abraçar o rapaz, mas a mão do Interventor virou uma pata de dragão e agarrou a rainha. Sem ter a mínima consciência, ele começou a esmagar a mulher como se ela fosse laranja. A rainha vomitou sangue nas mãos recém transformadas em patas. 

Sakura e Iñigo gritaram o nome da rainha e correram para tentar livrar a monarca, mas ele levou uma rasteira da cauda do irmão. O primeiro homem já havia se transformado num dragão de diamante completo, da cabeça aos pés.

— Não tem outro jeito… – Sakura tocou na chave do lacre e ela virou o báculo da estrela. – Volte a forma humilde que merece! – A cardcaptor bateu o báculo na cabeça de dragão do filho e uma espécie de tornado apareceu na testa dele. O dragão de diamante bateu asas e começou a voar ao redor da sala circular. Aquele giro fez aparecer uma espécie de portal espaço-temporal no centro do salão. O dragão rugiu, soltou a rainha desfalecida no chão e voou para dentro da fenda que ele mesmo abriu.

— Iñigo! – disse Sakura. – O poder dele cresceu demais! Não dá pra controlar! Vai atrás dele e impeça que ele faça mais besteira!

— E eu vou deixar você sozinha com essa coisa! – disse Iñigo, apontando para o assassino em sua forma demoníaca.

— Eu só acelerei um pouco as coisas… Agora o dragão de diamante é uma força imbatível, incapaz até mesmo de vocês controlarem! – disse o Assassino.

— É pra calar a boca desse idiota que eu preciso que você vá! Vai, Iñigo! Salve seu irmão! Salve a rainha!

Iñigo chorava. Viu o corpo do irmão morto no chão, viu o corpo da rainha que nem sabia se estava morto ainda e viu aquele homem monstruoso caminhando com aquele  bastão imenso que matou seu irmão em direção à Sakura. O dragão de diamante, que era também seu irmão, voou para o portal e entrou. A fenda começava a se fechar.

— Eu vou ficar bem, eu juro! Vai dar tudo certo! – disse Sakura, com o báculo em riste, esperando pelo ataque do monstro.

— Aparezca Dragón! – Iñigo nem pensou e a armadura dourada saiu do corpo do irmão e colou no seu. Ele levantou a mão e a espada de duas mãos do irmão veio até às mãos dele. Ele correu, deu um salto e entrou no portal antes que ele se fechasse.

A última coisa que viu foi o báculo da estrela se chocando contra o bastão negro.

 

Continua… 


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