P.O.V. Hope.

Estou preocupada com a Charlie.

—E quanto aos vampiros?

—Não se preocupe, eles não se lembram de nada. Mas, eu lembro. Tem um monte deles. São organizados, de certa forma civilizados e tem poderes inacreditáveis. Se dividem em Clãs. Alguns são solitários. Chamam de nômadas.

—Eu tenho que ir para a galeria. Vai ficar bem?

—Claro que vou.

—Pedi ao Magnus e á Bianca para reforçarem as alas de proteção.

—Tudo bem.

P.O.V. Charlie.

Minha mãe é uma artista. Ela tem uma galeria de arte muito importante.  A Arte Celeste. O tempo tava ruim.

Estava um tempo de chuva, e aquela garoa. Odeio garoa, é aquela chuva fina e parece que é mais gelada do que uma chuva normal.

P.O.V. Hope.

Eu estava mostrando uma peça para um cliente quando eu vejo aquela pessoa. Um homem loiro, pele pálida que usava um terno Armani. Eu sabia quem ele era, o que ele era. Charlotte havia me mostrado.

—É um belo quadro.

—Obrigado.

—O que quer que pense em fazer, não faça.

Falei num tom bem baixo, inaudível para um ser humano. Ele chegou perto do quadro como se o estivesse admirando.

—Eu nunca achei nada que não pudesse encontrar. Sou um Rastreador, encontrar pessoas é o que eu faço já a muito tempo. E alguém com quem eu me importo sumiu.

—E o que está fazendo aqui? Quem quer que seja esta pessoa, não tenho nada com isso.

—O cheiro estava no local. Cheiro de sonho, e o meu faro me trouxe até aqui. Até você. 

—Bem, parece que o senhor se enganou. Eu não fiz nada a ninguém.

—O cheiro é parecido, mas não é igual.

—Então, parece que o senhor se enganou.

—Você é uma artista incrível, senhorita M.

P.O.V. Dimitre.

Era como ela assinava os quadros. Hope M. E o M, parecia uma gravura de brasão.

—Obrigado.

A mulher de cabelos loiros presos num coque bagunçado fixado com um palito prateado, usando um terninho feminino. Um blazer azul. O palito no cabelo dela mais parecia uma ponta de flecha. 

—Algo me diz que você sabe exatamente o que aconteceu com os meus entes queridos.

—E como poderia? Sou dona de uma galeria de arte, mas se eles estão desaparecidos vá informar a polícia.

—Vou encontrar os meus Mestres.

—De alguma forma eu duvido. Eu não me incomodaria em procurar, eles estão muito fora de alcance.

Ela sabe de alguma coisa. Acaba de me provar isso.

—Me diga onde eles estão e eu te forneço uma morte rápida.

Ela riu.

—Você é só um garotinho brincando de vigilante. Acha mesmo que pode me matar? Menino, você não tem chance. Seja inteligente e siga em frente. Você nunca vai encontrá-los, posso te prometer isso.

Ela continuou trabalhando e me ignorou. Vi o colar no pescoço dela era o mesmo M.

Voltei para o Castelo.

—Não os encontrou?

—Não. Mas, encontrei uma pista. 

Desenhei o M num papel e procurei a dita cuja no Google.

—Hope Herondale. Filha de Charlotte Clark e... Lúcifer Morningstar?

—Lúcifer Morningstar?

—Explica o M. Casada com Jonathan Christopher Herondale desde 2007, o casal tem uma filha... Charlotte Morningstar Herondale. Isso já é alguma coisa.

Os nossos contatos conseguiram encontrar o endereço. Elas moram em Milão, na região da Lombardia. Numa cobertura de quinhentos metros quadrados. Via Harar, número 7, no Condomínio San Siro.

—Vamos fazer uma visita.