Lúcifer's Legacie escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 3
Castelo do Terror




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/780091/chapter/3

P.O.V. Dimitre.

Ela realmente tinha cheiro de sonho. Fez a minha garganta arder.

—Cacete.

P.O.V. Charlie.

Ok. Isso é muito mais do que eu esperava. Nos trouxeram para um Castelo e o lugar estava explodindo com eles.

Isso não é meia duzia. É um exército.

—Estou sabendo.

Eles eram organizados, haviam guardas em cada porta daquele lugar. Estavam todos uniformizados. Isso não é um clã de vampiros normal. 

—Não parecem estar armados.

—Não estão. Mas, tem presas e força sobrenatural.

Nos levaram até uma espécie de salão Oval. Bem, salão Real. Para ver o líder.

Credo, parece aqueles filme porcaria de alienígena. Me leve ao seu líder.

—Então, vocês tem um líder. Eu não vi essa vindo.

—E aqui tem muita ira.

—Isso é bom.

—É um prazer conhecê-la Charlie. E você realmente cheira a algo com o que sonhei um dia.

—Como sabe quem eu sou?

—Alguém como você não é alguém que se encontra todo dia. Alguém capaz de deixar um dos meus melhores guardas inconsciente? Impressionante.

—Você quer alguma coisa. Estou chocada.

Ele veio correndo e eu puxei a adaga e coloquei na garganta dele.

—Eu não faria isso.

—Impressionante. Posso sentir a lâmina queimando a minha carne.

—Agora, eu quero que me dê um bom motivo para eu não te matar.

—Está em menor número.

—Eu aposto nas nossas chances. Ainda não me deu um bom motivo para eu não te matar.

—Acha que consegue?

—Não. Tenho certeza que consigo. Última chance.

Apertei mais a lâmina contra o pescoço dele.

—Jane.

—Dor.

Olhei para a loira baixinha e perguntei:

—Eu vou querer saber o que foi isso?

—Impressionante.

Um dos vampiros surtou e tentou vir pra cima da gente.

—Bianca, á esquerda! Fogo!

P.O.V. Aro.

Ver a garota lançar uma bola de fogo que incinerou o guarda foi chocante para dizer o mínimo.

—Incrível. Você e sua amiga não teriam interesse em juntar-se a nós?

—Vocês são uma praga que deve ser erradicada. Tio Magnus contou que haviam centenas de milhares de vocês, quase afogaram o mundo em sangue. O mundo mundano e o mundo das sombras. Eram uma ameaça tão real e tão perigosa que os anjos forçados á se envolver. Vocês são a razão do tio Raziel ter criado os Shadowhunters. Vampiros que eram fortes demais, resistentes demais. O universo não suportou tamanho desequilíbrio de poder.

A loira me virou e tocou a parte detrás da minha cabeça. Senti quando ela invadiu a minha mente. Tentei resistir, mas ela era muito forte.

P.O.V. Charlie.

Isso é horrível! Eu vejo o mundo queimar, eles destruindo tudo. Massacrando vilarejos inteiros, homens, mulheres e até crianças. Ele não fazia aquilo porque os aldeões o feriram ou não foram gentis, ou porque precisava se alimentar. Fazia por prazer. Ainda faz. Mata indivíduos de sua própria espécie.

Ele ama o medo que inspira nos outros. Mata por diversão.

Eu larguei e senti quando vomitei.

—Monstro. Abominação. Ele estava lá. Foi um dos poucos que sobraram. Os três estavam. Quase afogaram o mundo em sangue. E não fez porque precisava se alimentar ou porque foi ferido... fez por diversão.

—Cara, para ela vomitar... realmente você é ruim.

—Um mal deste tamanho, não pode existir. Você é oco. É vazio. Uma escuridão desta magnitude... não pode existir, não sem engolir tudo. Realmente é uma praga.

Eu tive que lutar com os guardas, mas para quem foi treinada pelo meu pai e pelo próprio diabo... foi fácil.

P.O.V. Alec.

Bem, ela é uma ninja. Era ela contra um batalhão dos vampiros mais poderosos, mais bem treinados, mais, mais e ela os matou a todos. Sabia golpes de karatê, judô, jiu-jitso, Krav-Maga, e modalidades de luta que nunca tinha visto.

Charlotte massacrou a guarda como se estivesse brincando. Ela atravessava as adagas nos guardas e eles explodiam. Se desintegravam.

—Vocês querem mais?! Vamos lá!

Um dos guardas agarrou a amiga dela.

—Pare ou eu vou quebrar o pescoço dela.

—É? É isso o que vai fazer? Pois eu vou mostrar um truque legal.

Os olhos dela mudaram de cor, do azul para um dourado brilhante, mas não como o dos Cullen, era... literalmente um brilho. E ela fechou a mão em punho. O guarda caiu no chão. Berrando, os olhos sangrando.

Ela lançou uma rajada de energia no guarda. Igual a que lançou em mim, porém bem mais concentrada. Dava para ver e ouvir as ondas saindo da mão dela. O guarda ficou suspenso no ar e quando ela parou, ele voou longe atravessou a parede de pedra sólida.

Mas, isso é claro não o parou, então quando ele avançou ela fez de novo, mas desta vez, estalou os dedos e o guarda virou poeira. Literalmente.

—Não ameacem os meus amigos. Não ameacem a minha família. Não se sabe o que é bom pra vocês.

Os olhos dela voltaram ao normal. Ao azul.

—Vamos embora. Alguma objeção?

—O que é isso?

—Certo, eu quase esqueci. Vocês são todos tão cruéis, talvez sejam aqueles que mereçam ser punidos.

Ela matou Caius, Marcus e Aro duma vez. Com um aceno de mão. Eles viraram uma pilha de poeira.

—Porra, Charlie!

—Tem razão. Eu devia ter torturado eles antes. Espera ai, eu ainda posso. Nós duas sabemos para onde eles foram, não sabemos?

—Você acha que eles foram para o Inferno?

—Tenho certeza que foram.

—Mas, a sua mãe não destruiu o Inferno?

—Não.

—Então, foi a Izzi.

—Só uma dimensão. A primeira, a mais profunda. Eadon. As outras ainda existem. 

—E logo as celas vão ficar cheias de novo. E se eles tomarem conta, Charlie?

—Eles não podem. Aquele lugar foi projetado para que nenhum demônio, ou criatura demoníaca jamais pudesse governá-lo.

—E a Lilith? Asmodeus?

—Eles não governam nada. Lilith morreu. A Izzy a matou usando o fogo celestial. E destruiu Eadon.

—Inferno? Sério?

—Se acha que eu to brincando? Eu sou Charlotte Herondale, filha do melhor Shadowhunter do mundo Jace Herondale e da Hope Morningstar, a Nephilim filha do Diabo. Que por acaso é meu avô. Estamos no lugar mais alto desta cidade.

—Está pensando em descer agora?!

—Abre um portal, Bianca. Vai pra casa. Avisa minha mãe. Eu vou pegar eles.

—Um portal até...

E não é que a menina abriu um portal mesmo? E passou por ele.

—My love, my love, my fearless love, I will not say goodbye. Sea may rise, sky may fall, My love will never die.

Ela cantava enquanto subia os degraus para a torre mais alta. E matava os guardas que ficavam no caminho.

—Go on, go on, go bravely on... into the blackest night.

Sulplícia e Athenodora ficaram ofendidas quando ela simplesmente abriu a porta e entrou em sua torre.

—Como ousa? Contarei isso ao meu marido e...

—Seu marido está morto. Eu o matei. E o seu junto. Agora, eu vou acabar com o que sobrou das almas deles.

—Alec?

—Eles estão realmente mortos. Mas, não espera que eu acredite que estão no inferno e que você vai...

Bang! Ela tinha asas, asas com penas brancas e um brilho azul. Dava para ver aqueles fios de brilho azul que viajava pelas asas.

—Vejo todos vocês lá embaixo.

Então ela se atirou da torre, mas não voou e nem chegou no chão.

P.O.V. Aro.

Isso é horrível. Sou um mero aldeão, ninguém me conhece, ninguém sabe quem sou, sou humano, sou fraco e todo dia um de meus inimigos aparece para me surrar. Então, ela entrou pela porta.

—Continua acontecendo. Repetida e incessantemente. É como se eu estivesse no inferno.

—Não tem como nesta frase. Você está no Inferno. Na verdade, você e os seus irmãos o reinauguraram. Minha mãe redimiu todas as almas que estavam neste lugar. O esvaziou por completo, então meus parabéns Aro Volturi, você acaba de entrar para a história como novo primeiro morador do Inferno.

—O que é isso?

—Isso é uma tortura que você mesmo criou. Alimentada pela sua própria culpa. E depois de séculos de atrocidades inimagináveis... bem, aposto que você nunca vai sair daqui.

—Por favor, eu preciso sair daqui. Como eu saio?

—É muito simples. Basta se perdoar. No momento em que você parar de acreditar que merece... isso.  Ai pode sair. E a única pessoa que já fez isso sozinha foi o meu avô. Ninguém nunca saiu. Então, aproveite.

—Não! Não! Não pode me deixar aqui!

—Então, observe.

Ela abriu a porta, eu vi o lado de fora, tentei sair, mas não pude. Ela saiu e acenou para mim.

—Aproveite a eternidade mané!

—Não! Não!

Vi e ouvi a porta fechar.

P.O.V. Alec.

Recuperamos o corpo e para todos os efeitos ela estava morta. Não tinha batimento cardíaco, os olhos arregalados. Então, ela respirou e reviveu.

—Isso foi bom.

—Você estava morta!

—Estava. Fiz uma visitinha para os seus Mestres. Ilusões interessantes. Aro é novamente um aldeão fraco e humano que ninguém conhece, com roupas surradas e velhas e todo dia uma de suas vítimas/inimigos aparece para espancá-lo, torturá-lo, etc. Marcus é forçado a ver a morte da esposa todo dia. E assistir impotente enquanto ela olha nos olhos dele implora por misericórdia e ai vocês matam ela. E quanto ao loiro, Caius... ao invés de ser o vampiro sádico que queima a todos, ele é o queimado. Ser desmembrado e queimado vivo. Todo dia. Mas, que experiência agradável.

—Espera, está me dizendo que... estava no inferno? E que os Mestres estão lá?

—Exatamente. Eles reinauguraram o Inferno. Os demônios gostaram de ter convidados novos com quem brincar. Dromos ficou animado. Ele é guarda cela do Aro. 

Meu mentor, a pessoa que me salvou, que me ensinou tudo o que sei está morto e no inferno.

—Sim, está. E você vai para lá em breve, á menos que encontre uma maneira de se redimir. Agora, eu vou pra casa e depois, arrumar o que comer e fazer compras. Arrivederci.

—Espera ai, você acaba de mandá-los para o inferno e vai fazer compras?!

—Mas, não os mandei para o Inferno. Eu não controlo quem vai pra cima ou pra baixo. Nem o meu avô.

—Então quem controla?

—Não é óbvio? Não. Imagino que não. Então, deixa eu colocar isso de um jeito que vocês entendam. O Inferno existe. Sim. E só quem controla quem vai pra lá ou não... é a própria alma. Cada alma, cada pessoa faz o seu destino. 

—E você tá bem com isso? Ir para o inferno e voltar?

—Tá. Vamos simplificar.

Ela respirou fundo e começou a cantar:

—Tenho ogires á carregadores, que nunca deixam as malas no lugar, taxistas considero malfeitores se sumissem, quem iria lamentar? Detesto ladrões, corruptos e também cantores de funk. Naturebas e gente da TV! Evito monges, professores e fanáticos torcedores e não sei bem o que eu acho de você! Tem um monte de pessoas horrosas que eu adoraria chicotear! Mas, o seu mestre mauricinho, da mamãe o queridinho, eu queria que os pombinhos em um gesto de carinho, eu queria que os pombinhos, afogassem no seu cacão!

Tinha até uma coreografia.

—O que?

—É uma boa ideia. Fazer o Aro se afogar em titica de pomba. Vou anotar isso para amanhã.

Ela pegou um bloquinho e anotou.

—Está dizendo que nós controlamos se vamos para o inferno ou não?

—É. E o meu avô tem um caçador particular. Um mundano que vendeu a alma e recebeu o espírito da vingança!

Ai ela deu uma risada maligna exagerada.

—Se está tentando nos assustar acaba de fracassar.

—Exagerei na risada né? Mas foi lindo não foi?

—Você é doida.

—Você provavelmente tem razão. Acho que é o tempo que eu passei com a Maze. To com fome. To afim de atum.

—Atum?

Ela saiu andando. A anjinha doida.

—Como pode existir alguém tão doido assim?

—Ou tão poderoso. Ela me deixou inconsciente, transformou os Mestres em pó, foi para o Inferno e voltou.

—E ela tem asas.

—E ela tem asas. E odeia um monte de coisas.

P.O.V. Charlie.

Odeio taxistas porque eles sempre fazem uma volta doida e ligam o taxímetro antes da hora para arrancar mais dinheiro da gente, mas eu adoro o Uber. Não tenho nada contra os carregadores, só coloquei na música pra rimar. Detesto ladrões e corruptos, mas quem não? Desprezo cantores de funk que nem sabem o real significado da palavra humildade e vivem usando. Humildade é a virtude caracterizada pelo conhecimento das próprias limitações, modéstia e simplicidade. E eles não possuem nada disso. Sempre com aquelas correntonas, se achando superiores aos outros.

Também não gosto de fanáticos em geral, torcedores, crentes, membros de cultos, eles tendem a ser violentos e intransigentes. Passei num restaurante e comprei um sanduíche de atum. Ai eu voltei pra casa.

—Charlotte! Estávamos quase indo atrás de você.

—Eu já voltei. Atum?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lúcifer's Legacie" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.