Lúcifer's Legacie escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 5
Pegos de surpresa




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P.O.V. Alec.

Foi fácil entrar. Câmeras de segurança, seguranças armados com revólveres e ainda assim... nada disso é o suficiente para parar um vampiro.

A cobertura era linda. Com uma enorme piscina, espreguiçadeiras, guarda-sóis. O imóvel estava espalhado por três níveis ligados por escadas internas e elevadores privados. E no sexto andar, na sala de estar enorme com sofá e poltronas de couro, piso de mármore carrara.

—Eu não tinha certeza se vocês iam aparecer. Porque demorou tanto Dimitre? Está perdendo seu talento?

Sim. O cheiro era igual ao que estava no salão dos Tronos, era ela.

—Como você sabe...

—Seu nome? Eu sei tudo o que há para se saber sobre você.

—É mesmo?

—É.

Ela começou a falar. E não é que ela sabia mesmo?

—Como descobriu isso?

—Eu invadi a mente do seu amado Mestre Aro. Eu vi cada atrocidade que ele já cometeu, cada vampiro que ela já transformou, incluindo você. Ai eu invadi a sua mente e a dele e a dela.

Ela se levantou e tinha uma espada?

—O que pensa que vai fazer com isso?

—O mesmo que fiz com os outros guardas lá do Castelo. Vou lhes dar uma chance de ir embora. Sejam espertos. Vão embora.

Jane tentou um ataque, mas fracassou.

—Já acabou? 

Santiago veio por trás e ela meteu a lâmina nele. E ele explodiu.

—Isso tá ficando chato.

—O que é isso?

—Isso é Adamas. Um metal encontrado somente num lugar neste plano, no solo de Idris, mas essa foi feita especialmente pra mim. Um presente do meu vô. A lâmina e a Adamas vieram diretamente da Cidade Prateada. Portanto é mais potente do que as lâminas serafins comuns.

—O que está fazendo aqui?

—Eu moro aqui! Pensei que um encontro numa casa num condomínio fechado e cercada de alas de proteção seria menos violento.

—A sua proteção fracassou.

—É o que você acha? Porque você não tenta sair querida? Eu inverti as alas, estão presos.

Jane tentou sair, mas tocou numa barreira que queimou sua mão.

—Ai!

—Viu? Vocês só entraram na minha casa, porque eu permiti. E só saem daqui vivos se eu quiser.

Ela estava tomando vinho numa taça de cristal e comendo cerejas.

—Eu até ofereceria, mas nós sabemos que vocês não são muito de comer.

—Você precisa dizer onde estão os Mestres agora.

—Você está partindo meu coração Alec. E mesmo se eu dissesse onde eles estão, vocês não conseguiriam resgatá-los. Duvido até que acreditassem em mim.

Disse a garota loira de olhos azuis que usava uma blusa creme de rendas e botões e calça jeans. No pescoço dela estava um cobra de cristais verdes e o brasão com o M.

—Morningstar, hein?

—Oh, você sabe alguma coisa. Estou chocada.

—Charlotte, eu não vou perguntar outra vez.

—Tá. Então, que tal nós não termos uma briguinha de casal na frente dos seus amigos?

—Casal? Apenas me diga onde eles estão.

—Não estão aqui. 

—Que tipo de jogo está jogando garota?

—Porque? Quer jogar comigo?

—Como posso jogar se não sei as regras?

—Sem regras.

O sol saiu.

P.O.V. Alec.

A violência não vai funcionar, tenho que jogar o joguinho dela até descobrir onde os Mestres estão. Então vi imagens na minha mente. Dela chacinando os guardas, dentro do Castelo.

—Você fez isso?

—Fiz.

—Porque?

—Não há nada mais irritante do que um vampiro vingativo, além do mais vampiros como você são uma praga sob a terra. São fortes demais, potentes demais, tudo demais. E a natureza não pôde suportar tamanho desequilíbrio de poder. Uma escuridão assim não pode existir neste plano sem engoli-lo por inteiro. Os seus Mestres e suas proles quase afogaram o mundo em sangue, sangue mundano e sangue submundano. Eram uma ameça tão forte e tão real que os anjos foram forçados a intervir diretamente. Tio Raziel criou os Shadowhunters. Humanos com sangue de anjo. Treinados para caçar e matar os membros da sua raça. Nos primeiros anos houve até uma aliança. Shadowhunters, feiticeiros, vampiros duma raça diferente da sua. Quando a maldade dos seus tornou-se muito grande para suportar... as facções se uniram para derrotá-los.

—E realmente acredita nessa besteira? Eu não.

—Acredite no que quiser, Alec. Mas, lá no fundo eu sei a verdade e você também.

—A verdade? A verdade é que você é uma vadia manipuladora, mentirosa e egoísta. Então, me diga onde eles estão ou eu te mato.

—Quer saber onde eles estão? Estão mortos. Estão no inferno, trancados em celas revivendo diariamente seu pior pesadelo particular. É lá onde estão. E você não pode salvá-los. Ninguém pode. Estão por conta própria agora.

Já chega disso. Eu agarrei no pescoço dela.

—Onde eles estão?!

Ela lançou uma rajada de energia que me jogou longe.

—Eu já disse. Estão mortos. Estão no Inferno e não há nada que possa fazer á respeito.

—O que diabos é você?

—Mãe Nephilim, vô anjo, pai Shadowhunter. Você e os seus amiguinhos não são, nunca foram e nem nunca serão, adversários pra mim. 

Os olhos brilhantes dourados, a rajada de energia. Tive uma sensação de Deja vú.

—Eu não quero brigar, Alec. Eu só quero que me deixem em paz. Tenho um lar e uma família. Matei os Mestres por terem atacado a minha amiga e pela chacina de proporções inimagináveis que eles realizaram.

—Eu estava lá.

—Não. Não estava. O que aconteceu este ano, o que provocou a morte dos seus Mentores, foi sobre ódio, rancor e feiura que nasceram e ocorreram muito antes de você e muito antes de mim. Acho que é ver par crer não é? Então aproveite o show. 

Senti quando ela pegou na minha cabeça, tocou a base da minha nuca.

—Tilata Ulas, tilata Ulas.

—O que está fazendo?

—Se não ficar quieto e perto de mim pode se perder lá dentro. Tilata Ulas, Tilata Ulas...

Eu comecei a ver, imagens.

—O que é isso? Eu não me lembro disso.

—Não é sua memória. É minha.

Estávamos num lugar sombrio e horrível. O lugar tinha cheiro de morte, carroças, cavalos, estrume e fogo. Tudo estava em chamas. Havia um exército, todos vampiros. Eles estavam botando fogo no vilarejo, se alimentando da população descaradamente, estuprando mulheres, matando crianças. E no centro de tudo aquilo... no comando, estava Aro.

Ele estava se divertindo com aquilo. E havia este Castelo. Ficava no topo duma montanha. Era algo sombrio, não haviam janelas, as torres eram altas, estilo gótico para dizer o mínimo.

—Reino após reino o exército de Aro massacrou e destruiu tudo no caminho. E todo e qualquer um que tentou resistir teve um destino terrível. E isso que está vendo aconteceu antes da ascensão do Império Chinês. Antes da Grécia antiga, antes de tudo. Estamos em Kemet. O Egito, antes de ser o Egito.

—E como pode se lembrar disso?

—Uma das vantagens de se ser Nephilim. Ele agora era Imperador de todo o mundo conhecido, de tudo o que existia. Aro, seus irmãos e seu exércitos quase dizimaram a vida na Terra. Eles queimaram cidades até o chão só por diversão, os humanos? Matam a maioria. Escravizaram os que sobraram, forçando-os a trabalhar até a morte. Quando estavam mortos ou eram inúteis ele os enterrava sob a grande piramide que estavam construindo.

—Quando sua maldade tornou-se muito além do suportável, Deus mandou o Anjo Raziel interferir e ele criou os primeiros Shadowhunters.

Vi o anjo, suas asas brilhantes e um Cálice dourado. Ele alimentou quatro humanos com seu próprio sangue, eles beberam de dentro do Cálice.

—Ele sabia que os vampiros eram velozes, fortes e invulneráveis á quase tudo. Então deu aos Shadowhunters, as runas. Runa de velocidade, de força, de fogo, de ocultação, entre outras e os equipou com armas forjadas no céu com um metal celestial. Adamas. Que queimava toda e qualquer criatura demoníaca da pele até o osso.

Eu vi o confronto. Os vampiros vs os Shadowhunters. Os humanos com sangue de anjo massacraram o exército de Aro com a ajuda de outros seres com poderes mágicos.

—Com a ajuda dos anjos e dos Submundanos, o exército de Aro caiu. Ele e os irmãos fugiram, pensaram que haviam matado todos. O Castelo na montanha, foi queimado até o chão. Saqueado antes. O Reinado do seu amado Mestre foi tão venenoso que levou muito tempo para a terra voltar a dar frutos.

Então, voltamos á realidade.

Pisquei algumas vezes.

—Eu não tenho estômago fraco, Senhor Volturi. Eu já vi muita coisa ruim, mas ver  atrocidades desta magnitude me fez vomitar. E eu não vomito fácil. Meu avô me ensinou a estripar um homem antes de eu fazer seis anos. Eu sou Charlotte Morningstar Herondale, a herdeira do Diabo. Por isso sei que a única verdadeira diferença entre um herói e um vilão... é só quem está contando a história.

Disse ela entrando na casa.

—Alec? Alec?

—Eu vi. Foi horrível. 

—Descobriu onde eles estão?

—Estão mortos, J. Estão mortos.

—Como assim, estão mortos?

—Mortos, mortos, mortinhos.

—E como eles morreram?

—Charlotte os matou.

—Então temos que matá-la.

—Não podemos. Eu já fiz coisas terríveis, mas não teria coragem de matar um anjo.

—Um anjo? Está louco irmão?

—Não estou louco Jane. Estou sendo literal. Charlotte Herondale é um anjo. Um daqueles divinos e com asas. É por isso que ela cheira tão bem. J, ela é divina.

Depois de meses do ocorrido, tivemos que botar o Clã Volturi em ordem. Quando as esposas souberam da morte de seus maridos, quiseram vingança, mas elas não retornaram de sua cruzada.

Fui até a Mansão, no condomínio e eu a vi na sacada. Sentada numa das poltronas brancas, apoiada na mesa de vidro escrevendo num caderno. Os cabelos loiros amarrados num coque frouxo, estava usando uma blusa regata azul céu e um casaco, um cardigã branco. Short jeans e all-star.

P.O.V. Charlie.

Odeio trigonometria. Porque tenho que encontrar o X? De que isso vai me servir?

—Tentando encontrar o X?

—Nate!

—Sentimos a sua falta na escola hoje.

—É que as coisas ficaram meio complicadas. E tenho muito para correr atrás.

—Vai ser moleza. Tem o conhecimento do multi-verso na cabeça.

—E você também. Nathaniel Grigori.

—Você empacou não foi?

—Como sabe?

—Sempre mastiga a caneta quando empaca.

—Tá bem, sabichão. Vou fazer uma pausa ou o meu cérebro vai fritar.

 


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