Com amor, Rosie escrita por brooke


Capítulo 6
VI


Notas iniciais do capítulo

peço milhões de desculpas pela demora, mas minha mudou literalmente do dia para noite e eu precisava de um tempo para me adaptar a tudo de novo que estava acontecendo.

em um dia eu estava saindo com meus amigos e em outro eu estava há dez horas da minha cidade, matriculada em uma faculdade. depois de uma semana começou a pandemia e, enfim, muitas mudanças e sentimentos juntos que me fizeram precisar de um tempinho só pra mim.

de qualquer forma, como sempre, quero agradecer a vocês que estão acompanhando, favoritando e a Lê Malfoy, Alice, a Bruh, JuliaMiguel, a Ana Clara e a Elladora que deixaram comentários maravilhosos no último capítulo ♡♡

esse capítulo era para sair mais para frente, mas então lá estava eu, completamente seu inspiração e lendo as partes aleatórias de capítulos que costumo escrever, e percebi que trazer isso agora talvez fosse muito bom.

espero que gostem do capítulo, até breve ♡



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— Preparada? — Scorpius perguntou, a encarando.

Rose ainda não sabia como encarar Scorpius, relembrando do beijo toda vez que deixava seus olhos caírem sobre os tempestuosos do Malfoy. A cena se repetia como um vinil riscado, e ela sentia seu coração acelerar toda vez que sua mente traiçoeira a repetia.

Havia passado o dia todo o evitando, por isso, em uma tentativa — falha — de encurtar a conversa, ela concordou com o que o rapaz dizia, sem ao menos saber com o que estava concordando.

— Eu estava pensando e... — murmurou, enquanto ambos estavam no porão d'a Toca, procurando alguns enfeites antigos para decorar a árvore de natal.

Rose se assustou com a voz rouca do rapaz ecoando pelo porão repentinamente, derrubando uma caixa repleta de objetos decorativos natalinos. Xingando baixinho por ser tão desastrada, se abaixou para pegá-los.

Scorpius soltou uma risada divertida, talvez percebendo que havia sido o motivo daquilo. A garota estava o evitando desde a noite passada, onde ele a beijou na frente de todo Ministério. Mesmo antes de tomar a atitude, o Malfoy sabia que as coisas entre os dois mudariam depois que a beijasse. Era de Rose Weasley que ele estava falando, afinal. Não a culpava ou estava chateado, mas esperava que, pelo menos, trocasse mais do que palavras necessárias com ele.

— Desculpe por isso. — lançou um sorriso gentil, fazendo-a acenar positivamente com a cabeça. — Enfim, acho que...

A Weasley não escutou as palavras seguintes, sentindo tudo a sua volta congelar quando sua mão tocou distraidamente a do Malfoy. Seu estômago se revirou, seu coração acelerou e uma corrente desconhecida se alastrou por todo seu corpo. Tudo em questão de um segundo. Inconscientemente, lembrou-se da sensação que os lábios Scorpius causaram em si. Era a mesma sensação.

— O que você acha? — o rapaz se afastou, pegando e enfeite e guardando de volta na caixa. — Vou entender se não quiser, mas...

— C-claro. — murmurou, se levantando em súbito, tentando encurtar a conversa e todas as sensações que estar perto de Scorpius a traziam.

— Tem certeza? — a garota concordou freneticamente com a cabeça, e o rapaz sorriu, achando-a fofa. — Certo, hoje a noite então. Aparatamos às sete.

E então ali estava ela. Só sabia no que havia se metido quando abriu seus olhos e encarou os portões da enorme Mansão Malfoy. No mesmo instante, uma onda de nervosismo a tomou. Merlin, não conseguia encarar nem Scorpius direito, como encararia Draco Malfoy?

— Nem um pouco. — sussurrou, mais para si mesma do que para o rapaz ao seu lado.

Scorpius sorriu gentil, apertando sua mão levemente. Rose encarou as mãos entrelaçadas. Não sabia o que aquele gesto significava para Scorpius, ou se de fato significava algo, mas naquele momento ela não sentia mais o nervosismo tomar conta de si. Eu estou aqui, ele dizia.

Empurrou o portão e os dois caminharam lentamente, ainda de mãos dadas, pelo enorme jardim. A Weasley encarava tudo maravilhada, um sorriso encantador brincando em seus lábios. Algumas luzes, espalhadas estrategicamente, pelo gramado iluminavam as flores, arbustos e árvores deixando tudo ainda mais bonito — se é que era possível.

— Minha mãe amava o jardim — começou Scorpius, quebrando o silêncio. —, depois que ela morreu, meu pai continuou cuidando, uma forma de mantê-la sempre por perto, acho.

— Deve ter sido incrível crescer aqui. — murmurou, sem saber o que dizer. Scorpius deu de ombros.

Os dois não voltaram a falar até o fim do caminho, onde o Malfoy parou enfrente a enorme porta de madeira cara, respirando fundo e tomando coragem para abri-la.

Mas não foi necessário, visto que segundos após os dois pararem enfrente a porta, ela foi aberta, revelando a figura altiva de Draco Malfoy. Rose piscou os olhos atônita, surpresa com a semelhança entre o pai e o filho.

Draco mantinha as mãos para trás, em uma postura séria. Seus olhos tempestuosos ganhavam destaque por conta do terno preto que vestia, assim como seus cabelos claros e sua pele pálida. Era um homem muito bonito, e ali Rose percebeu que Scorpius possuía a beleza aristocrática da família Malfoy, embora nunca tivesse visto Astoria, a mãe do rapaz.

— Olá, pai. — Scorpius murmurou o que pareceu minutos depois.

A sombra de um sorriso surgiu no rosto do patriarca Malfoy.

— Scorpius. — e então ele virou-se para a Weasley, analisando-a. — Você deve ser a senhorita Weasley.

— Rose. — sussurrou baixo, fazendo o homem arquear a sobrancelha. — Rose Weasley.

Ele a encarou por mais alguns segundos, virando-se e sumindo para dentro da mansão. Scorpius bufou ao seu lado.

— Não fique nervosa, ele vai usar isso contra você. — sussurrou, fazendo-a arregalar os olhos. — Estou brincando, ele está de bom humor e está curioso para conhecer a garota que arrebatou o coração do seu único filho... ele irá te tratar bem. — sorriu.

Rose respirou fundo, acenando positivamente com a cabeça e tentando acreditar nas palavras do rapaz.

Draco Malfoy sentava-se na ponta da extensa mesa de madeira nobre, com Scorpius a sua direita e Rose timidamente sentada ao lado do namorado.

— Preciso contar algo a você. — Scorpius começou, cortando o desconfortável silêncio que fazia. Draco se limitou a dar um gole em seu vinho. — Estou perto de assinar um contrato com o Pittsburgh Hawks, mas queria sua opinião primeiro.

— Minha opinião? — o homem arqueou a sobrancelha. Rose escutava tudo em silêncio, concentrada em seu prato.

— Sim. — suspirou. — Se eu assinar o contrato de fato, serei obrigado a me mudar para a América, quero saber o que acha e como se sente sobre isso.

Draco enfiou uma garfada de batatas amanteigadas em sua boca, mastigando devagar enquanto entrelaçava sua mãos, em silêncio. Ele parecia refletir sobre a questão.

— Era imaginável que hora ou outra você se mudaria, já que sua namorada mora lá. — o homem encarou Rose. — Confesso que não gostaria de enviá-lo para longe, mas você já está crescido e creio que seja a hora de seguir seu próprio caminho. — Scorpius assentiu lentamente. — Mas qual a verdadeira razão do seu receio?

Rose arqueou a sobrancelha, ao mesmo tempo que o Malfoy mais novo suspirava derrotado ao seu lado.

De fato, não havia como esconder algo de Draco Malfoy.

— Eu não sei se estou pronto para seguir meu próprio caminho. — confessou, e Rose lembrou da conversa que haviam tido poucos dias antes, quando o garoto havia lhe contado sobre a proposta do time.

A Weasley se sentia uma intrusa ali, compartilhando uma conversa tão intima dos dois. Scorpius nunca demonstrava muito seus sentimentos, mas perto do pai ele era totalmente diferente, quase como se voltasse a ser um garotinho. Era como se ela enxergasse de fato quem era Scorpius Malfoy.

— Eu não posso escolher por você, Scorpius. — o homem deu mais um gole no seu vinho. — Queria poder dizer que escolher qual caminho vai seguir é uma decisão fácil, mas estaria mentindo para você. É óbvio que não quero ver meu filho sofrer, mas eu e Astoria o criamos para que fosse livre para fazer suas próprias escolhas, independente de qual fosse, nós sempre o apoiaríamos. Eu sempre vou apoiá-lo, mesmo que não entenda muitas decisões suas. — os olhos cinzentos do patriarca Malfoy se desviaram para Rose, antes de voltarem para o filho. — O que pensa sobre isso, senhorita Weasley?

Rose encarou surpresa os dois. Scorpius a olhou tentando acalmá-la, enquanto Draco a encarava com algo indecifrável no olhar. Respirou fundo.

— Acho que ter medo de escolher um caminho é perfeitamente normal, e talvez isso signifique que está fazendo a escolha certa. — respondeu sincera.
Draco se recostou em sua cadeira, mais relaxado.

— Você também teve de fazer uma escolha, não é? — a garota assentiu. — Por que escolheu o mundo trouxa, senhorita Weasley?

Rose pensou um pouco, percebendo que nunca alguém havia realmente lhe perguntando aquilo, e por isso não tinha uma resposta pronta para aquela pergunta. Talvez era isso que Draco Malfoy queria, fazê-la pensar.

— Aqui, no mundo bruxo, eu sempre seria a filha de Hermione e Ronald Weasley, grandes heróis da guerra. Eu amo minha família com todo meu coração, mas não queria ser somente isso, viver na sombra do que meus pais um dia foram. Queria ser Rose, poder ser eu mesma, me recriar e ter a experiência de fazer isso em um lugar onde meu sobrenome não significasse algo grande.

Draco a analisou por alguns segundos, mas Scorpius esqueceu por um instante que o pai estava ali. Ele encarava admirado a garota e o brilho que seus olhos carregavam não passou despercebido pelo mais velho.

— Opiniões fortes. — disse simplesmente, e Rose sentiu suas bochechas corarem. Havia falado demais?

— Pai. — Scorpius murmurou. — Podemos conversar? A sós.

Draco concordou lentamente, limpando a boca com o guardanapo e se levantando. Scorpius fez o mesmo.

— Volto já, pode esperar na sala se quiser. — o rapaz disse, saindo logo em seguida.

Rose suspirou, depositando os talheres na mesa, terminando de comer. Ela era patética. Draco Malfoy nunca a acharia digna de seu filho e por alguma razão esse pensamento lhe incomodava.

Tentando afastar seus pensamentos, aproveitou para explorar os enormes corredores da Mansão Malfoy. Tudo ali era luxoso e majestoso, como sempre havia imaginado. Os móveis de algum material caro, os lutres de cristal, até mesmo as louças pareciam ser feitas de ouro.

Mas não foi os luxos da grandiosa mansão que lhe chamou atenção, e sim um quadro. Em cima da lareira, na imensa sala de estar, estava um retrato da família Malfoy. Astoria, Draco e um Scorpius de aproximadamente dez anos de idade estampavam a belíssima pintura.

Era a primeira vez que via a mãe de Scorpius, e estava admirada. O rapaz era, como sempre suspeitou, a cópia perfeita do pai, mas Astoria era linda, e acreditava que essa palavra ainda era pouco para definir a beleza da matriarca Malfoy. Na pintura, ela possuía longos cabelos castanhos e olhos tão verdes quanto a esmeralda que usava em seu colar. Mesmo no quadro, era possível ver quão elegante era a mulher, apenas pela maneira graciosa e sútil que sua mão repousava no ombro do filho. Ela sorria meigamente e Rose percebeu que talvez aquela fosse a única coisa que ele havia puxado da mãe; o sorriso.

— Possuo muitos quadros espalhados pela Mansão, mas esse é, sem sombras de dúvidas, o meu preferido. — escutou a voz séria, porém calma do pai de Scorpius soar atrás de si. — Scorpius já está vindo.

— Consigo imaginar o motivo. — sorriu meigamente, sentindo o homem parar ao seu lado, também admirando o quadro. — A Senhora Malfoy era realmente linda.

Draco sorriu contidamente, um misto de nostalgia e saudade.

— Astoria foi a mulher mais linda que já conheci, e sempre será. — Rose admirou em silêncio aquelas palavras, pensando que aquele homem não parecia nada com o Draco Malfoy que seu pai contava em suas histórias. — Ela teria gostado de você.

— Teria? — perguntou surpresa, desviando o olhar para o homem.

— Teria. — afirmou. — Ela era mãe, e elas costumam ter um sentido aguçado para essas coisas. — Rose arqueou a sobrancelha, em confusão. Draco encarou-a. — Não é preciso de muito para saber que Scorpius está apaixonado, até mesmo eu, um pai infelizmente não muito presente em sua vida, consigo notar que ele está feliz e que há tempos seus olham não brilhavam como fazem quando estão com você.

Rose sentiu suas bochechas corarem e seu coração acelerou. Que sensação era aquela?, se perguntou. Em seguida, sentiu seu coração apertar ao perceber que aquilo era tudo mentira. Scorpius era realmente tão bom ator a ponto de enganar o pai? Ele não estava apaixonado, apenas cumprindo um acordo e que logo aquilo se acabaria.

— Scorpius tem olhos muito bonitos. — começou, sem saber muito o que falar e tentando fugir do assunto anterior. — Iguais ao do senhor, se me permite dizer. — sorriu.

O homem desviou novamente o olhar para pintura, com um sorriso mínimo nos lábios.

— Costumam dizer que Scorpius é minha cópia perfeita, mas posso lhe afirmar que aqueles que dizem isso, nunca conheceram de fato Astoria. — ele encarava a figura da mulher, parecendo perdido em suas próprias lembranças e pensamentos. — Ele pode ter meus traços fisicamente, mas a personalidade o faz a cópia perfeita da mãe.

— Como ela era? — perguntou, curiosa. — Scorpius não costuma falar muito sobre esses assuntos...

Ele ficou em silêncio, parecendo refletir sobre as últimas palavras da nora.

— Scorpius é... livre e extravagante em tudo que faz, chegando às vezes a ser exagerado. — soltou uma risada baixa, e Rose o acompanhou. — Mas quando se trata dele mesmo, costuma ser sempre contido, talvez seja o medo de se machucar ou parecer fraco diante dos outros. Minha esposa era assim, costumo dizer que Scorpius tem o que há de melhor de mim e Astoria. Ele herdou muitas qualidades e defeitos dela, mas sua principal herança é seu grande coração. — mais uma vez, admirou aquelas palavras em silêncio. — Astoria e Scorpius possuem um coração genuinamente bom, e sempre estão disposto a ajudar o próximo, esquecendo muitas vezes de si mesmos. — ele desviou o olhar para a Weasley. — Por isso, Rose Weasley, eu peço que me prometa que não partirá o coração do meu filho.

Novamente sentiu seu coração apertar dentro do peito. Como prometeria algo que não tinha a certeza se iria cumprir? Na verdade, como prometeria algo para Draco Malfoy que não possuía a menor chance de acontecer? Scorpius não estava apaixonado por ela e, dessa forma, não havia como ela quebrar seu coração. Respirou fundo.

— E-eu não seria capaz. — se xingou mentalmente por gaguejar e desviou o olhar novamente para o quadro, incapaz de encarar aqueles olhos tão parecidos com Scorpius naquele momento.

Draco encarou a garota calado. Hermione Granger havia criado a sua cópia perfeita, de fato. Esperta, respostas diplomáticas... talvez a única semelhança da Weasley com o pai eram seus cabelos ruivos, as sardas e os olhos azuis.

— Lembro como se fosse ontem da vez em que Scorpius me enviou uma carta, ainda em Hogwarts, pedindo conselhos porque estava apaixonado. — o homem soltou uma risada nostálgica, voltando a admirar o quadro. — Ele não sabia como agir ou demonstrar, então disse que acabou a perdendo.

— Scorpius se apaixonou em Hogwarts? — Rose arqueou a sobrancelha, encarando surpresa com essa nova revelação.

— Todos nos apaixonamos em Hogwarts, senhorita Weasley. — o Malfoy sorriu, os olhos tempestuosos brilhando em... diversão?

— O que o senhor disse a ele? — perguntou, não conseguindo conter a curiosidade.

Mais uma vez um sorriso nostálgico, embora contido, brincou nos lábios de Draco Malfoy, enquanto encarava a pintura bela de sua esposa.

— Tentei dizer o que Astoria diria. — contou. O homem estendeu a mão, tocando carinhosamente na figura da mulher. — Em outros tempos, seria a ela que Scorpius recorreria. — sorriu triste. — Astoria acreditava veemente em almas gêmeas e como, independente do tempo ou circunstância, sempre os destinados a ficarem juntos de encontrariam; foi o que disse ao meu filho.

— Gostaria de tê-la conhecido. — murmurou sincera, refletindo as palavras do homem.

— Rose. — a voz rouca de Scorpius a chamou, fazendo-a virar junto de Draco. — Tenho algumas coisas para pegar no meu quarto, pode me acompanhar? — a Weasley olhou o mais velho, pedindo permissão, que assentiu levemente com a cabeça. — Não demoramos, pai.

A garota o seguiu, subindo às escadas e entrando no cômodo, depois do rapaz.

O quarto de Scorpius era totalmente diferente do que imaginava. As paredes eram cobertas de um papel de parede grafite, embora esse já tivesse meio desbotado. Havia uma cama enorme de uma madeira também nobre, mas claramente velha. No canto oposto, Scorpius mexia em uma cômoda do mesmo material.

— Isso é... — começou, sem saber o que dizer.

— Velho? — Scorpius soltou uma risada.

— Bom, eu não queria usar essa palavra. — sorriu, acompanhada do rapaz, se sentando confortavelmente na cama.

— Quando meus pais descobriram a gravidez, meu pai comprou uma casa na praia. Acho que ele não queria que eu crescesse com as memórias que essas paredes carregam, ou talvez ele próprio queria fugir delas. — contou, pegando algumas roupas. — Passei boa parte da minha infância lá, mas então meu avô adoeceu e meu pai teve que voltar. Esse quarto costumava pertencer a ele, quando era adolescente, não foi mexido em nada.

Rose não respondeu, sem saber o que dizer como sempre acontecia quando o Malfoy contava mais sobre ele. Ela não conhecia Scorpius como gostava de dizer que fazia. Mas ali, ela resolveu que queria conhecê-lo, de verdade.

— Você já se apaixonou, Scorpius? — perguntou, antes que pudesse segurar sua língua. O rapaz desviou o olhar da mala, encarando-a.

— Por que quer saber? — murmurou, voltando sua atenção a mala.

— Não consigo imaginar você apaixonado. — admitiu.

Ele soltou uma risada nasalada.

— É claro que não. — sussurou, mais para si mesmo do que para Rose, mas ela o escutou. — Já.

— Foi recíproco?

— Em algum momento, talvez.

Rose tentou lembrar dos casos que o rapaz costumava ter em Hogwarts, tentando imaginar qual delas havia sido a garota que havia feito Scorpius Malfoy se apaixonar.

— Como ela era? — questionou.

O rapaz respirou fundo, empurrando a mala para o lado e se sentando ao lado da Weasley. Ele ficou quieto por alguns minutos, pensando no que dizer.

— Ela é... a garota mais linda que já conheci. Corajosa, inteligente, leal e tem uma personalidade forte, embora não demonstre muito. — murmurou. — Acredito veemente que ela vai mudar o mundo algum dia, mas não sei se ela sabe disso. — soltou uma risada nasalada. — Apesar dos muitos defeitos, acho que ela é tudo que torna o mundo bom.

Os olhos do Malfoy estavam presos aos azuis da Weasley, e os dois se encaravam próximos. A respiração de ambos se misturava e Rose tentava acalmar seu coração que mais uma vez tinha ele acelerado perto do rapaz.

— O que houve com ela? — questionou em um sussurro, ainda presa nos olhos do rapaz, que alternava o olhar entre seus lábios e os olhos da garota.

Rose prendeu a respiração lembrando-se da noite passada e da sensação dos lábios de Scorpius, de tudo que ele causava. Por um instante, desejou que ele tomasse atitude e acabasse com aquela torturante distância entre os dois.

— Se apaixonou por outro.

— Sinto muito. — murmurou, e um sorriso moldou o rosto bonito do Malfoy, se afastando. Rose soltou o ar que até então não sabia que havia prendido, sentindo-se murchar, mas tentou não demonstrar.

— Não sinta. Eu ainda vou reconquistar ela, Weasley.


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