Com amor, Rosie escrita por brooke


Capítulo 7
VII


Notas iniciais do capítulo

oi, será que tem alguém aqui ainda? bom, honestamente, não sei o que dizer pra vocês, eu só passei por umas coisas que me fizerem ter um bloqueio enorme de escrita e qualquer coisa relacionada a romance, pelo menos por um tempo. ainda estou um pouco enferrujada nisso, mas eu queria tanto voltar a escrever e hoje a inspiração simplesmente surgiu do nada, e eu precisei aproveitar.

quero agradecer quem leu, acompanhou e principalmente a Lê Malfoy, Bruh, Victoria Rusher, LostMalfoy, Elladora, Alice e anaregio que comentaram no último capítulo, espero que ainda estejam aí, esse capítulo é de vocês ♡♡



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Rose não sabia se era um fato, mas sentia que o inverno inglês era consideravelmente mais gelado que o norte-americano. Seu corpo ainda se acostumava com a mudança repentina, o que a tornava mais preguiçosa e sonolenta naqueles dias, fazendo com que suas noites de sono se tornassem mais longas.

Já passava das onze da manhã quando despertou. Ficou uns minutos com os olhos fechados, apreciando o cheiro forte de café que parecia estranhamente próximo. Abriu os olhos devagar, ainda tentando se acostumar com a claridade.

Scorpius estava ao lado da cama, mas encarava a vista da janela, parecia alheio ao despertar da garota. Rose o encarou. Ele vestia uma calça escura, combinando com uma camiseta preta, que contrastava perfeitamente com sua pele e seus fios platinados, que pareciam mais claros ainda sobre aquela luz do dia. As mãos nos bolsos o deixavam com uma postura relaxada, como se realmente apreciasse estar ali.

Então como se algo o despertasse, ele se virou em direção da garota, encontrando-a com seus olhos verdes sobre si. Sorriu instantaneamente, e ali Rose teve a certeza que definitivamente precisava de um cardiologista trouxa, porque ficava cada vez mais frequente as vezes que sentia seu coração disparar, quase querendo sair do peito, perto do rapaz.

— Bom dia. — murmurou.

— Bom dia. — devolveu, ainda sentindo o coração disparado.
Scorpius sorriu, pegando a caneca de café em cima da mesinha de cabeceira e entregou-a. Rose o olhou sem entender, mas aceitou.

— Você disse que só bebia o chá da sua avó, então resolvi fazer um café. — a garota arqueou a sobrancelha, tentando conter a expressão surpresa pelo rapaz ainda se lembrar disso. — E fiz panquecas também. — acenou com a cabeça em direção a um prato com algumas panquecas cobertas de mel, que ela não tinha notado até então.

— Bom, não estou reclamando, mas posso saber o por que do tratamento especial? — sorriu, dando um gole no café.

— Ora, Weasley, não percebeu ainda que eu sou genuinamente um bom namorado? — arqueou a sobrancelha em diversão, fazendo-a rir.

— Você não é dos piores...

O rapaz levou uma mão no peito fingindo uma careta ofendida que arrancou ainda mais risos da garota.

— Certo, acho que não dá pra mentir pra você, não é? — resmungou ainda em brincadeira, quando os dois se recompuseram. Ele se sentou na cama da garota, que não se mexeu. — É a minha forma de te agradecer. — Scorpius a encarou intensamente, e, de alguma forma, a garota não conseguia desviar o olhar.

— Agradecer pelo que? — perguntou, realmente curiosa.

— Por ter ido no jantar ontem. — disse, desviando o olhar para as mãos. — Sei que envolver meu pai nessa história é errado, mas acho que eu realmente precisava de algum tipo de apoio naquela hora, e sou grato que tenha sido o seu. — olhou-a novamente, e a ruiva não conseguia encontrar palavras para respondê-lo, então ele continuou. — Você é a garota mais corajosa que eu conheço, Rose Weasley.

Aquela sensação. De novo. Como da vez que Scorpius a beijou e como quando suas mãos se tocaram no dia anterior, mas parecia que duas vezes maior. Rose estava ainda parada, e não recuou, na verdade, não quis recuar quando o garoto se aproximou.

Ele se aproximava devagar, como se pedisse uma permissão silenciosa para chegar mais perto. Mantinha o olhar fixo em seus olhos, mas em algum momento o rapaz desviou para seus lábios, novamente em um pedido mudo. A garota não recuou, sentindo o coração querer sair pela boca, fazendo-o abrir um sorriso singelo.

— Rose, vovó... — escutou uma voz a chamar, mas ela não reconheceu de imediato quem era. Ficou observando Scorpius, que fechou os olhos e soltou um suspiro, antes de se afastar e se virar para porta, ainda a figura de Albus encarava os dois. — Desculpe, não queria interromper.

— É claro que não. — o loiro resmungou baixo pra si mesmo, mas alto o suficiente para os outros dois presentes no cômodo ouvirem.

— Vovó pediu para te acordar. — Albus falou, encarando-a. Rose acenou positivamente.

— Já estou descendo. — sorriu nervosamente para o rapaz. Ele lançou um último olhar a Scorpius e sumiu pelo corredor.

Scorpius soltou o ar de novo e se levantou, colocando as mãos no bolso novamente e a encarando.

— Eu preciso ir.

— Onde você vai? — perguntou confusa.

— Tenho assuntos pra resolver sobre... você sabe.

Lembrou-se então da proposta do time. Era como se ele tivesse esperado algum tipo de autorização do pai para tomar aquela decisão, e se sentiu grata e feliz porque sabia que, de alguma forma, ela foi uma inspiração para ele. Não conseguiu conter o sorriso.

— Espero que eu seja a primeira que você conte quando... você sabe. — ele riu da forma que a garota o imitou.

— Você tem minha palavra, Weasley. — deu uma piscadela. — Eu realmente preciso ir agora. — murmurou, parecendo meio triste, ao observar o horário no relógio. — Aproveite seu café, e obrigado de novo.

Rose sorriu, e ele lhe lançou um último olhar antes de piscar novamente e sorrir, saindo pela porta.

{...}

Não sabe quanto tempo ficou ali, encarando o teto branco do quarto e refletindo os últimos dias, mas quando finalmente tomou coragem para descer, a casa estava vazia. Era costumeiro ver a'Toca cheia, e era uma das coisas que Rose mais gostava dali, mas era de alguma maneira, reconfortante aquele silêncio. Arriscava dizer que precisava daquilo, já que tudo em si parecia barulhento ultimamente.

Estava lavando o prato que Scorpius a levou pela amanhã — e fazendo a nota mental de o agradecer pelo café e pedir a receita das panquecas —, quando escutou um resmungo vindo da sala.

— Argh! — estranhou, caminhando até o local.

Seus olhos se arregalaram, sua cabeça tonteou e seu coração bateu rápido ao encontrar a figura de Albus. Sua perna esquerda sangrava e o rapaz mancava, com muita dificuldade para andar. Rose se apressou a ajudar o rapaz, passando o braço do rapaz pelos seus ombros e o levando até o banheiro.

A última vez que tinham conversado havia sido no Baile de fim de ano do Ministério, onde Albus a confrontou sobre suas cartas e Rose não soube como reagir. E depois Scorpius a beijou na frente de todos.

Mesmo passando aquele recesso no mesmo lugar, ela não esperava ter que lidar com o primo tão cedo; e só percebeu naquele momento que, desde então, não havia pensado no Potter uma vez sequer, e seus pensamentos passaram a ser povoados por outro alguém — mas é óbvio que nunca diria isso em voz alta. Albus, por outro lado, ansiava desesperadamente por respostas, porque precisava acalmar seu coração. Desde que recebeu sua carta, tudo parecia confuso e incerto; suas ações, suas relações e, principalmente, seus sentimentos. Amava Alice, não tinha dúvidas, mas não podia negar que as palavras da Weasley haviam mexido com ele. Era uma carta antiga, mas os sentimentos ali eram reais e recentes para ele. Rose não podia o culpar por querer respostas; seu sono, seu coração e seu relacionamento com Alice clamavam por aquilo.

Mas ele sabia que aquele não era o momento certo para discutir tudo o que aconteceu.

— O que aconteceu? — Rose perguntou, assim que o rapaz se sentou.

— Vovó pediu para James tirar alguns galhos da árvore e como ele foi em uma consulta com Dominique, resolvi fazer isso por ela. — suspirou. — Acabei me desequilibrando e caindo, devo ter batido em alguma coisa ou arranhado enquanto caia, quando me dei conta, estava no chão e a perna já estava sangrando e doendo muito. — contou, tocando levemente o machucado e não conseguindo conter a careta de dor.

Rose pegou uma toalha qualquer próxima, entregando ao rapaz.

— Pressione o ferimento, eu já volto.

Naquele momento Rose não se preocupou em estar evitando o rapaz ou coisas assim, tudo o que sua mente e coração gritavam era a mesma coisa: precisava ajudar Albus. Ver o rapaz machucado, embora não fosse um ferimento tão grave, a deixava em um desespero que até então ela não pensou que fosse capaz de sentir.

Talvez o amor causasse isso.

Voltou alguns minutos depois com uma maleta de primeiro socorros, e o Potter franziu a testa.

— Não é para tanto, eu estou bem. — resmungou rápido, fazendo a garota soltar uma risada.

— Você não muda, não é? — riu. — Ainda tem medo dessas coisas?

— Não é medo. — retrucou. — E eu posso fazer isso sozinho.

Rose o ignorou, se aproximando do ferimento e pressionando um pouco, sentindo o primo tremer com o toque.

— Desculpe. — resmungou, afastando a toalha da sua perna. Albus observou atentamente quando a ruiva analisou o ferimento por alguns segundos, em seguida pegando um algodão e molhando em algum líquido. — E me desculpe por isso também.

Sentiu Albus agarrar seu braço quando o algodão tocou a ferida, em uma tentativa de liberar a dor que estava sentindo. Rose sentiu seus músculos ficarem rígidos e sabia que era por conta da proximidade com o rapaz. Se perguntou se ele também sentiu a corrente elétrica que tomou seu corpo naquele simples toque.

— Não seja um bebê, e não se mexa! — ordenou, ainda limpando o ferimento.

Albus obedeceu, vez ou outra ainda se mexendo desconfortavelmente. Ele não sabia dizer se era pela situação, pela proximidade com a ruiva ou pela dor.

— Vou fazer um curativo, mas você precisa estar limpando regularmente. — a garota falou, vendo o rapaz acenar positivo.

— Onde aprendeu tudo isso? — perguntou, observando ela tirar uma pomada, uma faixa e uma fita da maleta.

— É o básico quando se mora sozinha. — contou rindo.

O rapaz a encarava com curiosidade, observando ela realizar o curativo distraída. Rose estava diferente de antes, e não era somente na aparência. Ele não sabia dizer ao certo o que era, mas algo na garota estava completamente diferente da garota que entrou pela porta poucos dias atrás.

Mas ele podia jurar que tinha algo haver com Scorpius.

— Acho que terminei. — comentou, observando o curativo. — Viu? Muito melhor!

— Obrigado por isso. — sorriu. A ruiva o encarou, retribuindo o sorriso.

E então tudo ficou silencioso. Tudo o que ouvia era seu coração batendo alto em seus ouvidos e não percebeu direito quando se aproximou lentamente da garota, hipnotizado em seus olhos. Rose não conseguia se afastar, queria se afastar, mas não conseguia.

Um barulho na porta da sala os afastou, fazendo finalmente a garota conseguir se mexer e se afastar com pressa.

— Meu deus, que escuridão. — escutou a voz de Dominique reclamar alto, logo em seguida de um grito. A ruiva se caminhou apressada para ver o que tinha acontecido, mas a prima não a viu. — Por Merlin Scorpius, eu estou grávida! Você parece uma assombração se esgueirando nas sombras, isso não se faz perto de uma gestante!

Só então percebeu a figura alta do Malfoy subindo as escadas, parecendo ignorar o surto de Dominique.

— Amor, não é pra tanto... — James começou.

— Você está me contrariando? — perguntou, o tom de voz da loira beirando entre a mágoa e a raiva.

— Não é isso, é que...

Rose geralmente achava divertido as discussões dos primos, mas naquele momento, tudo que ela queria era ir atrás de Scorpius. Ele tinha visto algo? Ok, eles não tinham nada realmente sério e ela muito menos devia algum tipo de satisfação para o rapaz... mas por que diabos então ela se sentia tão culpada?

— Rose, pelo amor de Merlin, você ouviu minha reclamação agora pouco sobre seu namorado? — pôde jurar ouvir um leve tom de ironia na voz da prima quando ela pronunciou a última palavra, enquanto subia as escadas apressada. — Isso não se faz! — gritou lá de baixo.

Caminhou silenciosamente pelos corredores, encontrando a porta do quarto que ele dividia com Albus meio aberta. Espiou pela fresta, vendo o rapaz de costas, já vestido com um conjunto de moletom cinza, enquanto dobrava as roupas recém tiradas.

Bateu duas vezes na porta. Scorpius não precisou se virar pra saber quem era.

— Weasley. — cumprimentou. Seu tom de voz parecia diferente, mas ela não sabia dizer o quê.

— Posso? — perguntou. Ele apenas acenou com a cabeça, então a garota entrou e se sentou na cama que sabia ser de Albus. — Como foi?

— Como eu achei que seria. — disse, ainda sem olhá-la. Rose percebeu que ele demorava tempo demais dobrando a mesma peça de roupa.

— Então você já é oficialmente um jogador profissional na América? — tentou brincar, mas parecia receosa.

— Tenho umas coisas ainda pra resolver...

Rose não disse nada, apenas o observou. Tentava criar coragem para perguntar se ele tinha visto algo, mas as palavras simplesmente não saiam. Abriu e fechou a boca várias vezes, sem sucesso.

— Rose. — ele a chamou, fazendo-a encará-lo. O Malfoy soltou um suspiro, finalmente se virando para a olhar. — Você tem a intenção de esquecê-lo?

— O-o que? — perguntou, mais para dar tempo de pensar em uma resposta do que outra coisa.

— Você realmente quer tentar esquecer Albus? — seus olhos estavam em um cinza escuro, e Rose se perguntou como era possível as cores do olhar dele variarem tanto.

— Eu quero. — murmurou, com uma falta de confiança que não passou despercebida pelo Malfoy.

Ele suspirou novamente.

— Você se lembra quando eu disse que você era cega e não notava os sentimentos alheios? — perguntou, e ela só conseguiu assentir. — Eu pensei que estava finalmente conseguindo fazer você perceber isso, mas eu estava errado. — Rose abriu a boca pra contestar, mas ele apenas fez um gesto, indicando pra ela ouvi-lo. — E eu não culpo você, pra ser honesto, a culpa é toda minha. Tenho me esforçado pra tentar te ajudar, tenho tentado te mostrar que pode confiar em mim, mas eu sei que você não está ainda se doando totalmente nisso, e é culpa minha, por ainda não ter parecido digno suficiente da sua confiança. — ele se sentou, encarando as mãos. — Sei porque você está aqui, e a resposta é sim, eu vi vocês quase se beijando. — novamente a ruiva tentou falar, mas ele a cortou. — Mas não estou bravo com você, se é essa sua preocupação. Acredite, Weasley, sei melhor do que ninguém como é difícil tentar esquecer alguém e como, às vezes, a gente nunca é bem sucedido nisso. — encarou-a.

“Eu sei como é estar perto de alguém que você quer muito se afastar, mas tudo que consegue fazer é se aproximar mais, mandar a razão se foder e seguir o que seu coração está gritando. Bom, como alguém com muita propriedade de fala, eu só posso dizer que viver assim dói — Merlin, você não tem ideia do quanto. E eu não quero que você passe por isso. Mas eu não posso escolher por você, e seja lá o que você quiser escolher, quero que saiba que eu vou respeitar e apoiar...”

Rose não sabia o que sentir, o que dizer, como agir. As palavras, mais uma vez, pareceram ter sumido e ela só sabia retribuir o olhar intenso que o Malfoy lhe encarava, sem conseguir desviar e sentindo cada palavra dele ecoar dentro de si.

Scorpius continuava com a mesma essência de antes. Os mesmos sorrisos, as mesmas brincadeiras, mas algo nele realmente estava diferente. Talvez ele tenha sido o que mais cresceu nesse tempo, e não ela.

Scorpius ainda amava alguém, que amava outra pessoa. E o que mais do que um coração partido pra fazer você crescer sem querer?

— Scorpius... — começou.

— Vou tomar banho. — anunciou se levantando rápido, pegando a toalha que estava em cima da cama e jogando pelo ombro, se encaminhando para porta.

— Scorpius, eu... — insistiu, se levantando para o seguir.

— Rose. — ele chamou baixo, sem se virar. — Eu não quero ouvir o que você tem pra falar, não agora, não ainda. A única coisa que posso te dizer nesse momento, é o que já disse antes; realmente espero te ajudar com isso, e espero que me deixe te ajudar. — se virou para trás repentinamente, agora com um sorriso brincalhão nos lábios, totalmente diferente da áurea séria de minutos atrás. — Mas se você quer me recompensar por quase ter me feito de corno, esteja pronta para aparatar às oito.


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Notas finais do capítulo

Rose é nessa história, acima de tudo humana — muito confusa —, e como qualquer um de nós ela vai se confundir, uma hora pode estar sentindo mexida com alguém e na outra dizendo que ama outro garoto, e tá tudo bem, porque ela comete erros, acertos e bom, o que vai definir ela no final de tudo vão ser as escolhas que ela vai fazer.

perdoe o momento reflexão, quero muito saber o que vocês acharam da volta, do que Scorpius falou no final do cap e como acham que vai ser no próximo, enfim, me contem tudo que tiverem vontade de contar nos comentários, por favor ♡

espero realmente que não tenham desistido e não desistam dessa pobre autora que vos escreve, beijão e até a próxima ♡



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