Equinócio escrita por Katherine


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Renesmee.

 

 

 

Meus olhos estavam presos na tela do celular em minha frente, lendo novamente cada palavra da curta mensagem de Edward. Era um comunicado de como Benjamin estava se adaptando a nova rotina dos Cullen... ou melhor, não estava. A nossa condição vegetariana não parecia agrada-lo muito. Fazia exatamente uma semana que o vampiro havia se mudado para Forks e desde então não houve contato com o sangue humano, porém no dia anterior quando fui visita-los Benjamin não reagiu bem ao meu sangue, resultando em um quase ataque. Eu não podia culpa-lo, ele estava fazendo o melhor que podia e estar a tantos dias sem se alimentar devia ser frustrante. Obviamente minha família e Jacob fizeram um grande show sobre o assunto, mesmo que não fosse grande coisa.

— Problemas?

Bloqueei o aparelho em mãos com os olhos sendo desviados para o homem em minha frente.

Como de costume após a aula os garotos me acompanharam até a oficina, Brady disse que precisaria conversar com o Black e ambos se afastaram o suficiente até que eu não pudesse ouvi-los. Nem se quer havia notado sua aproximação.

— Não – murmurei balançando as pernas no ar, sentada na bancada que acumulava ferramentas – Era uma mensagem do meu pai.

Ele voltou sua atenção para o motor do carro em sua frente.

— O que ele queria? – perguntou, sem realmente prestar muita atenção.

Enchi o ar nos pulmões preparando-me para a discussão.

— Benjamin se alimentou hoje.

Automaticamente os ombros dele tencionaram, encarando o vazio. Não parecia respirar naquele momento.

Jacob sempre achou Ben o vampiro menos pior, como ele mesmo havia me dito, porém a volta dele a cidade não o agradava e piorou ainda mais a situação ao saber do ataque mal sucedido.

— Não diretamente da fonte, se é que você me entende – apressei-me em explicar – Mas aconteceu. Talvez a adaptação dele demore um pouco mais do que a de todos os outros.

Os olhos escuros caíram sobre mim, causando-me calafrios.

— Por que insistem nisso? – perguntou-me com a voz afiada como uma navalha – Benjamin é inteligente, tem dinheiro e muitos amigos espalhados pelo mundo. Por que insistem tanto em mantê-lo aqui?

Dei de ombros.

— Devemos isso à ele, Jacob.

Um vinco se formou entre sua testa.

— Isso é uma troca de favores?

— Não – grunhi – Benjamin me ajudou muito, Jacob. Você mais do que ninguém deveria reconhecer isso. Estou feliz em ao menos poder retribuir, mas isso não é uma troca de favores. Nós gostamos dele!

— Sim, Renesmee. Cada sanguessuga valia muito naquela clareira. Eu não me esqueci, pode apostar, não existe um dia se quer que não pense nisso, você entende isso? Quase perdi você naquele dia... e ontem também. Consegue entender o quão assustador é receber a noticia de que foi atacada por um vampiro?

— Eu quase fui atacada por um vampiro – o corrigi.

Ele riu em um tom acido.

— Que enorme diferença, meu amor! Desculpe o meu erro – disse amargamente, fechando o capô do carro com uma força desnecessária – Você está ouvindo o que está dizendo?

Joguei minha cabeça para trás, cortando o nosso contato com o olhar. Eu não queria brigar. Estava me sentindo cansada e estressada. Jacob estava com medo e eu entendia perfeitamente o seu lado, sentiria o mesmo se a situação fosse contrária, mas culpar Benjamin por algo instintivo não parecia o certo a se fazer.

Pulei em um salto perfeito da bancada, trazendo a mochila ás minhas costas.

— Onde você vai? – perguntou.

— Se eu continuar aqui nós vamos brigar, Jake. É tudo o que eu não preciso agora. Conversamos depois, tudo bem?

Seus olhos quase saltaram para fora de orbita.

— Não! Quer ir até a casa de Charlie? Posso levar você. Ou então ir até a minha casa, o velho tem reclamado que você não passa mais tempo com ele.

Sorri sem mostrar os dentes.

— Eu não vou até os Cullen – rolei os olhos – Não precisa me convencer a ir visitar alguém de sua confiança.

Seus ombros relaxaram, ele parecia menos tenso agora.

— Renesmee, a sua família tem a minha confiança, você sabe disso.

— Benjamin também? Você sabe... ele faz parte da família agora.

— Não me provoque – alertou.

— Você que pediu – devolvi.

Ele ia retrucar-me quando Leah adentrou correndo na oficina com um sorriso forçado nos lábios.

— Casal feliz! – cumprimentou esticando os braços na lateral de seu corpo.

— Oi, Lê – sorri sem humor pra ela.

— Quem morreu? – perguntou ao fitar o seu Alfa.

Jacob a encarou mortalmente.

— Não liga pra ele – pedi, tocando a parte dolorida em meu pescoço – Lobos tem TPM?

O sorriso da quileute cresceu ainda mais e ela me abraçou nos ombros.

— Vim busca-la para dar um passeio... – Jacob ia dizer alguma coisa porém ela foi mais rápida – Pela floresta, praia ou sei lá, podemos tomar um sorvete. Ficar por perto... em segurança. Afinal, você está comigo, não? O que poderia acontecer?

— Você não tinha que estar em ronda? – o Black perguntou.

— Tinha. Exatamente como você disse! Estava passando por perto e ouvi os gritos. Achei melhor interrompê-los antes que os Cullen escutassem... sabe, do outro lado da cidade – alfinetou – Vai ser bom darmos uma voltinha, Ness. Acho que você precisa refrescar as suas ideias.

Jacob e Leah trocaram olhares desafiadores até que o Alfa suspirasse por fim, se dando por vencido.

Seus olhos caíram sob mim novamente.

— Toma cuidado – pediu em um sussurro torturado, fazendo com que meu coração doesse dentro do peito.

Tudo o que pude fazer foi concordar com um aceno.

A loba bufou.

— Até parece que você não me conhece, Jake.

— É por isso mesmo que eu tenho medo.

Ela rolou os olhos e me arrastou para fora da oficina. Depois que estivéssemos em uma distancia considerável dentro da floresta ela parou de andar, encostando-se em uma árvore.

— Desembucha, vampirinha.

— Você ouviu, Leah – falei enquanto me encostava em uma das árvores dali.

— Eu ouvi o Jacob brigando e você não. O que está acontecendo?

Dei de ombros.

— Nada. Eu sei que ele tem razão de estar com medo mas não posso evitar... Benjamin fez parte de algo muito importante na minha vida, Lê e Deus sabe que o ataque não foi proposital. Meu pai já me contou de suas imensas recaídas, assim como Jasper, antes de se acostumarem com o sangue definitivamente – lhe contei – E eu me sinto um pouco cansada, por isso não quis brigar. Estava tudo começando a finalmente dar certo... Jacob e eu, minha família e a superproteção, a escola, Charlie... não quero ter que lidar com problemas de novo.

A garota franziu o cenho.

— Você só está olhando pelo lado da sua espécie, Renesmee – acusou-me.

— O que?

— É exatamente isso. Você só viu motivos para defende-los, assim como todos estão fazendo, acham que é algo comum, mas não é... eu soube do que aconteceu. Se Emmett não tivesse segurado o vampirinho você não estaria aqui agora. Jacob não estaria aqui agora, Renesmee. Você entende o quão forte é essa droga de magia?

Engoli seco.

— O Imprinting?

— Ele morreria se você não estivesse viva, não seja tão egoísta – disse – Eu sou sua amiga, Cullen. Posso não ter sentindo exatamente a sensação do Imprinting mas sei como isso funciona. Você não culpa do sanguessuga porque julga ser algo da natureza de vocês, certo? Isso é bizarro, porque estamos falando de cravar os dentes em alguém, mas... enfim. O amor é a nossa natureza, Ness. Não culpe o Jake por estar agindo exatamente de acordo com a nossa natureza.

As palavras de Leah me atingiram como um soco no meio do estomago. Ela estava certa, eu estava mesmo sendo um tanto quanto egoísta, simplesmente por não conhecer o lado de Jacob nessa história.

— Você está certa – admiti, encarando meus próprios pés – Vou conversar com ele.

— Vou esperar o convite do casamento – rolou os olhos, sorrindo de lado.

— Obrigada por abrir os meus olhos, Lê – joguei meus braços envolta de seu corpo, puxando-a para um abraço apertado e mal retribuído – Eu não sei o que faria sem você.

— Renesmee, não se emocione, por favor. Eu tenho uma reputação a zelar!

Comecei a rir apertando-a ainda mais ao meu abraço, quando senti Leah ficar tensa em meu aperto. Antes que eu pudesse me afastar um passo, ela puxou o meu punho para que permanecesse ao seu lado e transformou-se em um lobo gigante. O fato de estarmos muito próximas fez com que eu caísse sentada no chão, a pouca distancia, ela não me lançou um olhar de desculpas ou qualquer outra coisa, tudo o que eu recebi fui um rosnado feroz, enquanto a loba fitava o manto preto sair entre as árvores.

Eu reconheceria aquele par de olhos vermelhos até mesmo no inferno.

Demetri Volturi abaixou o capuz de sua capa, revelando seu rosto de mármore, com um sorriso assustador.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de dizer o que acharam!
Beijinhos.



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